VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

sábado, 28 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: AS ARMAS DA VERDADE...




CRÔNICAS DE MINHA ALMA: AS ARMAS DA VERDADE...


Deus está sempre presente e nenhuma criatura pode contestar isto, haja vista ser Ele quem sustenta a obra de suas mãos. Deus só não está presente no pecado, porque Deus é inacessível ao mal, isto é, o mal não tem acesso a Deus nunca. Assim, somente Deus pode penetrar em Sua Natureza Divina e nos dar a conhecê-la, tal como ela É. (cf. 1Cor 2,19). Por isso, tudo o que conhecemos de Deus só o conhecemos porque Ele nos revelou por Seu Espírito, ao longo da história da salvação nas Sagradas Escrituras, e nos últimos tempos, por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, o Salvador da humanidade.

Com efeito, a Carta aos Hebreus nos dá a conhecer essa verdade:Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus, tão superior aos anjos quanto excede o deles o nome que herdou”. (Heb 1,1-4).

Ora, Deus jamais iria criar algo tão lindo, como criou o universo e todas as suas criaturas, para que tudo fosse destruído pelo pecado. É evidente que Deus criou tudo por amor e para o amor, e suas obras demonstram isto claramente. Todavia, sabemos que houve um grande desvio de conduta, por parte dos anjos decaídos e da desobediência dos homens (cf. Gen 3,1-5), para que o mal se nos atingisse, como o constatamos no atual momento da criação.

O Senhor, porém, nunca deixou de dar continuidade ao seu Plano de felicidade e de amor eterno. Por isso, enviou seu Filho amado, Jesus Cristo, para nos livrar do pecado e da influência dos anjos decaídos e para nos salvar das consequências do pecado, que é morte eterna. (cf. Rom 8,1-17). Assim, por meio do seu Sacrifício de Cruz, Jesus nos deu o perdão tão necessário para a nossa salvação. Desse modo, o Senhor nos amou até a última gota do Seu Sangue Redentor, e saudou a dívida que tínhamos com Deus Pai, quando da queda no paraíso; e nos enviou o Espírito Santo para nos conduzir, como novo povo eleito, representado por sua Igreja, da qual é a Cabeça e nós somos seus membros. Pôs à frente dela Pedro e seus sucessores para dar consistência ao seu rebanho. E disse: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28,19-20).

Portanto, a Igreja Católica (=aquela que abrange todo o universo), Apostólica (=fundamentada na sucessão apostólica), Romana (=por ter sua sede em Roma na Itália), é a parte visível do Reino de Deus no mundo. Dela fazem parte todos os batizados, pois o Batismo é uma consagração definitiva à Deus e um vínculo de pertença ao seu Reino; por ele somos seus filhos e filhas, isto é, nascemos na ordem da graça para a vida eterna. Por ele, temos acesso a todos os outros Sacramentos, que são canais de graças para a santificação de nossas almas.

Então, quais são as armas da Verdade? Ser batizado e fazer parte do novo povo de Deus, a Igreja Santa, Católica, Apostólica, Romana; observar os santos mandamentos da Lei de Deus (cf. 1Jo 5,3-4); viver vida sacramental, isto é, se unir a Jesus na Eucaristia, e participar também dos outros Sacramentos, conforme o Senhor nos conceda, pois, como disse, os Sacramentos são sinas visíveis de sua presença e comunicadores de suas graças. Ter vida de oração e meditação da Palavra de Deus, para ouvi-lo e segui-lo fielmente, pois quem ouve a Deus em sua Divina Palavra, nunca se afasta do seu rebanho, pelo contrário, cresce na graça, na sabedoria e no conhecimento do Senhor, porque se deixa conduzir pelo Espírito Santo. (Cf. Gal 5,13-25).

Por fim, usemos a mais eficaz de todas as armas da verdade, o amor incondicional. Pois, eis o que diz o Senhor: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”. (Jo 15,9-14.17).

Portanto, fiquemos vigilantes, como nos ensinou São Paulo: “A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz”. (Rom 13,12). “Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz.       
Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus.    Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. (Ef 6,13-18).

Destarte, amemo-nos uns aos outros intensamente, pois foi assim que o Senhor nos amou até o fim, e nos deu fazer parte de sua Natureza Divina para amarmos de igual modo. E por este amor, nos deu como herança a imortalidade, por isso o seguimos fielmente em tudo rumo ao Reino dos Céus, à Sua Glória Eterna, revestidos das armas da verdade, “brilhando como luzeiros no mundo a ostentar a Palavra da vida”. (Fil 2,16a).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A SENSIBILIDADE DA FÉ...


CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A SENSIBILIDADE DA FÉ...

A fé sensível é aquela com a qual o fiel tem a percepção da presença divina e se mantém nela, traduzindo-a com seu viver. E de onde nasce essa fé? Nos batizados, essa fé é dom carismático, ela nasce da efusão do Espírito Santo quando do nosso batismo, conforme nos ensinou Jesus: “Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus”. (Jo 3,5). E ainda, "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão". (Jo 16,13).

Também podemos entender a sensibilidade da fé como uma espécie de vigilância constante (cf. Mt 26,41), onde a alma se mantém na escuta do Senhor a fim de executar os seus apelos de imediato. Podemos também defini-la como dom de oração, conforme nos indicou São Lucas a respeito do ensinamento de Jesus sobre a importância da oração: “Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo”. (Lc 18,1). Ou ainda como dom de intercessão, como nos ensinou São Paulo:Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. (Ef 6,18).

Vejamos alguns exemplos de sensibilidade da fé. De nossa boca só pode sair a verdade, porque somos filhos da Verdade, por isso,  o que falamos, tem que ter a importância de nossa salvação, conforme nos ensinou Jesus (cf. Mt 12,33-37). Então, que os nossos pensamentos concordem com as palavras de nossa oração e com a prática das virtudes, caso contrário, falamos apenas da “boca pra fora”, mas sem proveito algum de nossa oração, porque toda oração que fizermos precisa ser conforme a vontade de Deus para a nossa vida, caso contrário, não seremos escutados. (cf. Is 29,13-15).

Outro exemplo de sensibilidade da fé: sabemos que o tempo nos foi dando como um condutor para Deus, por isso, todo tempo que temos é tempo de vivermos para Deus, porque é Deus quem nos dá todas as graças e bênçãos para sermos felizes (cf. 2Cor 6,1-2). Mas, o que estamos fazendo com o tempo que nos é dado? Muitos se esquecem de vivê-lo para Deus. Por exemplo, a nossa participação na Santa Missa todo domingo e dias de festa, conforme o mandamento do Senhor. Ora, muitos são os batizados, mas que não participam de nada referente à vivência da fé; outros até participam da Santa Missa, mas chegam frequentemente atrasados e mesmo assim vão comungar.

Outros ainda, têm tempo para os “amigos”, o futebol, a televisão, e outros entretenimentos, mas não têm tempo para a família, nem para rezar o santo Rosário ou ler a Sagrada Escritura, e muito menos para participar de sua comunidade. Ou seja, têm tempo para quase tudo, menos para Deus. O resultado é uma fé insensível, indiferente, frívola, etc., sem prática alguma das virtudes, mas com uma tremenda inclinação para os vícios; e os filhos, seguem o mesmo caminho da indiferença dos pais. Desse modo, as famílias estão se desestruturando; a droga e o desvio comportamental estão imperando entre os jovens, causando um sem número de viciados, pervertidos e mortos.

Por fim, o que mais posso falar sobre a sensibilidade da fé? Homens e mulheres sensíveis à fé são aqueles que vivem da fé, conforme nos falou o profeta Habacuc:Eis que sucumbe o que não tem a alma íntegra, mas o justo vive por sua fidelidade”. (Hab 2,4). Assim, eis o que diz o Senhor:Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus”. (Miq 6,8).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: TUDO O QUE EU QUERO SENHOR, É FAZER A TUA VONTADE...


CRÔNICAS DE MINHA ALMA: TUDO O QUE EU QUERO, SENHOR, É FAZER A TUA VONTADE...

Dada a brevidade da vida neste mundo, que posso eu querer Senhor, fora do teu querer? Aqui tudo é efêmero, pois, por mais que tenhamos, ainda assim não estamos satisfeitos totalmente, porque há sempre algo a nos incomodar, seja lá o que for. É por isso que preciso tanto de Ti Senhor em minha vida, porque a segurança que encontro no mundo, não é como a segurança que encontro em Ti; aqui a segurança não é segurança, porque advém do medo, das preocupações, da vulnerabilidade, da falta de perspectiva, etc.; e tudo isso por causa do pecado.

Enquanto que a segurança que nos advém de Ti nasce da consciência tranquila em tua presença, da obediência incondicional aos teus mandamentos, do amor a Ti acima de todas as coisas, do profundo relacionamento contigo pela oração, na vivência dos sacramentos e de tua mão a nos sustentar em meio às provações e desafios de fé que enfrentamos todos os dias neste vale de lágrimas que estamos. Porque se não estivésseis conosco Senhor, não suportaríamos um segundo sequer, e já teríamos sucumbidos.

Então, por que ainda estamos aqui? Creio que, porque não nos santificamos o suficiente para darmos um testemunho mais eficaz de tua presença Senhor. Creio ainda que é porque não chegou o tempo previsto por tua divina providência, para empreenderes o julgamento de tuas criaturas, conforme a graça e a liberdade que lhes destes. Mas creio, sobretudo, que é por causa de tua divina misericórdia que ainda nos suportas e suportas tantos desvarios e tantas contrariedades que te causamos com nossos pecados. Talvez seja também pelo teu desejo de que, quem sabe, ainda muitos se convertam e voltem arrependidos ao teu convívio paternal, sem praticarem mais nenhum mal, e assim, sentirem-se redimidos pelo sangue de Cristo Jesus, teu Filho muito amado.

Ah, Senhor! Quem dera amar com o teu amor, quem dera ser o filho que tanto desejas que eu seja; quem dera só pensar o que pensas, só fazer o que fazes e só viver o que vives, assim, nada mais me impediria de ter tua eternidade dentro de mim e poder enfim abraçar a felicidade de que dispões para aqueles que te obedecem incondicionalmente, como Te obedeceu prontamente o teu Filho, Jesus, até a morte e morte de cruz.

Sei que estou muito longe de atingir a plenitude da perfeição espiritual de que dispões a meu favor, mas que posso eu esperar Senhor de mim mesmo, se em mim não Te encontrar? Por isso, preciso do eu original, isto é, sem pecado, sem o qual não posso amar meus irmãos como me ensinas a amar em Cristo Jesus; eis as lições que ele nos deu:

“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. (Mt 5,11-12). E ainda: “Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”. (Mt 5,44-45.48).

Senhor, é assim que eu quero viver, por isso peço humildemente, ajude-me a conseguir a obediência perfeita; ajude-me a conseguir o amor incondicional com que devo lhe amar e amar meus irmãos e irmãs; ajude-me a querer a sua vontade totalmente em meu modo de pensar, de falar e de viver, assim terei uma única ocupação: buscar em primeiro lugar o Reino dos Céus e a sua justiça (cf.Mt 6,33-34). Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

sábado, 21 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A ORIGEM DO PECADO...


















CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A ORIGEM DO PECADO...

"Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1,31a).

Pesquisando na Sagrada Escritura sobre o pecado original percebi que ele não é de ordem natural, mas tem sua origem na desobediência dos anjos decaídos. Pois assim está escrito: Ora, Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza (ou seja, para ser um só com Ele). É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão”. (Sab 2,23-24).

De fato, a condição pecaminosa do demônio e seus sequazes é eterna por causa de sua natureza espiritual e não tem como reverter isso, porque é fruto de sua decisão livre e intencional de não amar e não servir a Deus definitivamente, ou seja, o demônio criou seu próprio reino, só que de infelicidade e miséria eterna, porque, com disse Jesus: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 3,5). Em outras palavras, ele quis ser como Deus por si mesmo (cf. Gen 3,1-3; Is 14,13-15; Ez 28,12b-19), isto é, sendo apenas uma criatura espiritual, não criado “à imagem e semelhança de Deus”, como o homem, se rebelou contra Deus. Ora, o nome desse pecado é desobediência, soberba, porque é impossível a uma criatura ser, por si mesma, como Deus. Assim, conhecemos que o pecado tem sua origem na queda dos anjos, e que passou para o homem também pela desobediência deste em aceitar as sugestões do maligno, todavia, esta falta do homem é passível de perdão e reparação, por causa da inferioridade da natureza humana e pelo o homem não ser culpado pela origem em si do pecado.

Desse modo, compreendemos o porquê da morte, ela é a punição para o pecado da soberba e todos os outros pecados mortais (cf. Rm 6,23). Quanto à morte temporal, ela só existe em função do julgamento que haveremos de ter, pois nenhum homem pode ver a Deus neste mundo e permanecer vivo (cf. Heb 9,27; Ex 33,20); enquanto que o demônio já foi julgado e condenado (cf. Jo 16,5-11). Isto porque fomos criados com uma natureza um pouco inferior à natureza dos anjos, mas dotados de alma imortal, criada “à imagem e semelhança de Deus”. Por outro lado, a morte eterna, significa a separação definitiva de Deus, e esta a experimenta quem, pelo pecado, insiste em não amar e não servir a Deus, como o fizeram os anjos rebeldes com seu chefe, o demônio.

Depois que Jesus veio e nos libertou do pecado (cf.1Jo 3,5-6; Rom 8,1-2), só é possível voltar ao pecado pela decisão consciente de cometê-lo, contrariando assim a liberdade interior que Deus nos dá pelo estado de comunhão com sua vontade. São Tiago em sua carta (cf. Tg 1,12-16) nos ensina que o pecado é concebido na mente humana a partir das concupiscências que são tendências, apegos à aquilo que é transitório, momentâneo, fugaz, etc.; ele não é algo aleatório ou que aparece do nada, ele é o mal cultivado pelo ser humano em suas decisões pré-concebidas. Por isso, o pecado é como um veneno letal que vai destruído aos poucos a vida de quem o pratica, até dar cabo dela. Isto porque o pecado, quando concebido e praticado, é uma espécie de mancha espiritual terrível que gruda na alma e passa a encobrir todas as suas boas aspirações; quem se deixa manchar por ele, vive o desespero que lhe é próprio, isto é, vive com uma espécie de tormento que causa todo tipo de mal estar, até atingir seu nível mais alto de turbulência que é a depressão e todos os distúrbios infernais que sufocam o ser humano.

Assim sendo, podemos afirmar que a expressão máxima do pecado é o ódio a Deus e às suas criaturas. São João, se referindo aos que cultivam este estado mórbido de alma, escreveu: Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino”. (1Jo 3,13-15). Jesus ao falar a esse respeito, disse: Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia”. (Jo 15,18-19). Por isso, São João nos alerta: Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente”. (1Jo 2,15-17).

Vejamos o que diz ainda o Senhor sobre o mal do pecado, que é a causa da destruição humana e de todas as demais criaturas: “Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem. Porque é do interior do coração dos homens que procedem: os maus pensamentos, devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez. Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o homem”. (Mc 7,20-23). Por isso, “Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal”. (Sab 1,12-15).

Por fim, como vimos, o pecado é uma chaga espiritual aberta na alma humana, cujo único remédio é a graça do perdão concedido por Deus através do Sacrifício expiatório do Seu Filho, Jesus Cristo, que por sua obediência amorosa se entregou ao Pai para a nossa salvação. Desse modo, mediante o Sacramento do Batismo, temos de volta o estado de graça, perdido pelo pecado original, pois é no Batismo que se dá o “novo nascimento” na ordem da graça e nossa entrada no Reino de Deus, cuja parte visível é a Igreja. É como escreveu São Paulo: "Fomos, pois, sepultados com Cristo na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova". (Rm6,4).

Aqueles, porém, que mesmo depois de batizados, voltarem a cometer pecados mortais, precisam do Sacramento da Penitência para a expiação desses pecados. Para isto, o Senhor exige de tais penitentes, por meio desse Sacramento, o arrependimento sincero, a confissão dos pecados, o perdão sacramental, a penitência e a reparação necessárias, que não somente apaga e extingue todo pecado praticado, como também livra das consequências eternas que estes trariam.

Destarte, oremos com o seráfico pai São Francisco de Assis:

“Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa morte corporal
da qual nenhum homem vivente pode escapar.
Infelizes aqueles que morrem em pecado mortal;
bem-aventurados aqueles
que se encontram em tua santíssima vontade
porque a morte segunda não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor
e agradecei e servi-o com grande humildade”.

(São Francisco de Assis).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O QUE DIGO, O FAÇO COM O DESEJO DO CÉU PARA TODOS...


O QUE DIGO, O FAÇO COM O DESEJO DO CÉU PARA TODOS...


Amnésia espiritual...

Ø  Para aqueles que esquecem Deus e procuram seguir outro caminho senão o caminho da ressurreição, a vida é um não que segue em direção ao nada. Porém, se voltam arrependidos o Senhor os recebe como filhos pródigos, porque sua misericórdia é infinita...

Sacrifício Sacerdotal

Ø  Ser sacerdote é viver em Deus, com Deus e para Deus toda consagração a Ele oferecida, é doar a própria vida com Jesus na Eucaristia... Ser sacerdote é ser um ser imolado com Jesus no altar cada dia... É carregar a cruz com ousadia de quem vai chegar por ela nos céus, na glória do Filho de Deus, no convívio dos santos e santas que o Senhor santificou...

Evitando julgamentos...

Ø  Quem sou eu para julgar? Porque sem a graça de Deus, quem sou eu? Nada... Deus não me fez juiz de nenhuma de suas criaturas, mas um réu como todas, assim, não posso julgar ou condenar ninguém nem a mim mesmo... (cf. 1Cor 4,1-5).

Aprendendo com o tempo...

Ø  Aprendi que o tempo é precioso como ouro, pois quando bem aproveitado, torna-se um bem eterno, especialmente quando o vivemos para glorificar a Deus com nossa vida... Pois Deus é o Senhor do tempo e da eternidade e de tudo o que há...

“Basta-te minha graça”.

Ø  Senhor, que quero eu fora de tua graça? Nada, porque somente a tua graça me basta. (2Cor 12,9-10).


Se pondo no devido lugar

Ø  “O verdadeiro humilde sempre duvida das próprias virtudes e considera mais seguras as que vê no próximo”. (Stª Tereza D’Avila). (cf. Lc 18,14b; Mc 9,35; Gal 5,26; Rm 12,3)

Cuidado com a incoerência

Ø  Nada mais asqueroso do que palavras ditas, porém, não advindas dos bons exemplos... Pois foi assim que se portaram aqueles que perseguiram e mataram Jesus... (cf. Mt 16,6.12; Lc 11,46; Tg 1,23-26).


A brevidade ou perenidade da vida...

Ø  O bom da vida é que ela é eterna se a vivemos para Deus, pois aqui neste mundo tudo passa, só permanece quem faz integralmente a sua vontade... Ora, só se vive uma vez (cf. Heb 9,27), então, que essa única vez seja realmente em conformidade com a vontade do Senhor, porque os bens que dela advêm são eternos, inclusive a própria vida...


Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.



Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

UM EXEMPLO DE VIDA QUE ILUMINA NOSSA VIDA


UM EXEMPLO DE VIDA QUE ILUMINA NOSSA VIDA: BEATA CHIARA BANDANO


Chiara Badano nasceu em Sassello, cidade dos Apeninos lígures, que pertence à diocese de Acqui, no dia 29 de outubro de 1971, depois que os pais a aguardaram por 11 anos. O seu nome é Chiara (Clara, em português) e ela era assim, com seus olhos límpidos e grandes, com o sorriso doce e comunicativo, inteligente e determinado, vivaz, alegre e esportiva. Foi educada pela mãe com as parábolas do Evangelho a conversar com Jesus e a lhe dizer “sempre sim”.

Era uma menina saudável, gostava da natureza e de brincar, mas desde pequena se distinguia pelo amor que tinha por aqueles que eram considerados os “últimos”, a quem cobria de atenções e de serviços, muitas vezes renunciando a momentos de divertimento. Já no Jardim de Infância colocava as suas economias numa pequena caixa para as “crianças de cor” e sonhava em poder um dia ir à África como médica para cuidar delas.

Foi uma menina normal, mas com algo mais, com uma sensibilidade às coisas divinas. No dia da sua primeira Comunhão recebeu de presente o livro dos Evangelhos. Foi para ela um “magnífico livro” e “uma extraordinária mensagem”, como afirmou: “Para mim, é fácil aprender o alfabeto, deve ser a mesma coisa viver o Evangelho!”.

Aos 9 anos entrou como Gen (geração nova) no Movimento dos Focolares. Viveu a sua espiritualidade e pouco a pouco envolveu os pais. Desde então a sua vida foi um contínuo crescimento para colocar Deus como primeiro lugar de sua vida.

Prosseguiu os estudos até o Liceu clássico, mas aos 17 anos, de repente uma dor aguda no ombro esquerdo revelou nos exames e nas inúteis operações um osteossarcoma (tumor maligno nos ossos), que deu início a um calvário de dois anos aproximadamente. Depois que ouviu o diagnóstico, Chiara não chorou nem se revoltou: ficou imóvel em silêncio e depois de 25 minutos saiu dos seus lábios o sim à vontade de Deus. Repetirá muitas vezes: “Se é o que você quer, Jesus, é o que eu quero também”.

Não perdeu o seu sorriso luminoso; enfrentou tratamentos dolorosos e arrastava no mesmo Amor quem dela se aproximava. Ela não aceitou receber morfina para não perder a lucidez e oferecia tudo pela Igreja, pelos jovens, os ateus, pelo Movimento dos Focolares, pelas missões, permanecendo serena e forte. Repetia: “Não tenho mais nada, contudo tenho o meu coração e com ele posso sempre amar”.

O seu quarto, no hospital em Turim e em casa, era um lugar de encontro, de apostolado, de unidade: era a sua igreja. Também os médicos, até mesmo aqueles não praticantes da religião, ficavam desconsertados com a paz que se sentia ao seu redor e alguns se reaproximaram de Deus. Eles se sentiam atraídos como por um ímã e ainda hoje se recordam dela, falam sobre ela e a invocam.

Quando sua mãe lhe perguntou se ela sofria muito, Chiara respondeu: “Jesus tira de mim as manchas dos pontinhos pretos com a água sanitária e isso queima. Quando eu chegar ao Paraíso serei branca como a neve”. Estava convencida do Amor de Deus por ela. De fato, afirmava: “Deus me ama imensamente” e, depois de uma noite particularmente dura, acrescentou: “Sofria muito, mas a minha alma cantava…”.

Os amigos que a visitavam para consolá-la voltavam para casa consolados. Pouco antes de falecer, ela revelou: “Vocês não podem imaginar como é agora o meu relacionamento com Jesus… Sinto que Deus me pede algo mais, algo maior. Talvez seja ficar neste leito por anos, não sei. Interessa-me unicamente a vontade de Deus, fazê-la bem no momento presente: aceitar os desafios de Deus. Se agora me perguntassem se quero andar (a doença chegou a paralisar as pernas com contrações muito dolorosas), eu diria não, porque assim estou mais perto de Jesus”.

Chiara, pela insistência de muitos, num bilhetinho, escreveu a Nossa Senhora: “Mãezinha Celeste, eu te peço o milagre da minha cura; se isso não for vontade de Deus, peço-te a força para nunca ceder!”. E ela permaneceu fiel a este propósito.

Desde muito jovem fez o propósito de não “doar Jesus aos amigos com as palavras, mas com o comportamento”. Mas nem sempre isso era fácil e ela repetiu algumas vezes: “Como é duro ir contra a corrente!”. E para conseguir superar cada obstáculo, repetia: “É por ti, Jesus!”.

Para viver bem o cristianismo, Chiara procurava participar da missa todos os dias, quando recebia Jesus Eucaristia, a quem tanto amava. Lia a palavra de Deus e a meditava. Muitas vezes refletia sobre a frase de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares: “Serei santa se for santa já”.

Quando viu sua mãe preocupada, pois ficaria sem ela, Chiara continuou a repetir: “Confie em Deus, pois você fez tudo”; e “Quando eu tiver morrido, siga Deus e encontrará a força para ir em frente”.

Acolhia com amabilidade quem vai visitá-la; escutava e oferecia o próprio sofrimento. Nos últimos encontros com o seu Bispo, manifestou um grande amor pela Igreja. Enquanto isso, a doença avançava e as dores aumentavam. Nenhum lamento, dos seus lábios só se ouvia: “Com você, Jesus, por você, Jesus!”.

Chiara se preparou para o encontro com Deus: “É o Esposo que vem me encontrar” e escolheu o vestido de noiva, as canções e as orações para a “sua” Missa; o rito deveria ser uma “festa”, onde “ninguém deverá chorar”.

Recebendo pela última vez Jesus Eucaristia, fica imersa Nele e pede que seja recitada a oração: “Vinde Espírito Santo, mandai do Céu um raio da tua luz”.

O nome “LUCE” (LUZ) lhe foi dado por Chiara Lubich, com quem teve um intenso e filial relacionamento desde pequena.

Não teve medo de morrer. Disse à sua mãe: “Não peço mais a Jesus para vir me pegar e me levar para o Paraíso, porque quero ainda lhe oferecer o meu sofrimento para dividir com ele ainda por um pouco a cruz”. Uma vez disse sobre os jovens: “Os jovens são o futuro. Eu não posso mais correr. Porém, gostaria de lhes passar a tocha, como nas Olimpíadas. Os jovens têm uma vida só e vale a pena empregá-la bem!”.

E o “Esposo” veio buscá-la no amanhecer do dia 7 de outubro de 1990, depois de uma noite muito dolorosa. Era o dia da Virgem do Rosário. Estas foram suas últimas palavras: “Mãezinha, seja feliz porque eu o sou. Adeus”. Ela também fez a doação das suas córneas.

O enterro foi celebrado pelo Bispo de então e dele participaram centenas de jovens e muitos sacerdotes. Os integrantes do Gen Rosso e do Gen Verde tocaram as canções escolhidas por ela.

O exemplo luminoso de Chiara atinge muitos corações de jovens e adultos, os move e os orienta a Deus.

A sua “fama de santidade” se estendeu imediatamente em várias partes do mundo, rendendo muitos “frutos”. Dom Livio Maritano, Bispo da Diocese de Acqui, no dia 11 de junho de 1999 abriu o Processo pela a Causa de Canonização. No dia 3 de julho de 2008 ela foi declarada Venerável com o reconhecimento do exercício heróico das virtudes teologais e cardeais. No dia 19 de dezembro de 2009, o Papa Bento XVI reconhece o milagre atribuído à intercessão da Venerável Chiara Badano, e assinou o Decreto para a sua Beatificação.

O bispo de Acqui, que começou o processo de estudo da vida de Chiara Luce para apresentá-la como modelo de vida cristã e a conheceu pessoalmente, justificou a sua iniciativa com as seguintes palavras: “Pareceu-me que o testemunho dela fosse significativo em particular para os jovens. Também hoje se precisa de santidade. É preciso ajudar os jovens a encontrar uma orientação, um objetivo, a superar inseguranças e solidão, os seus enigmas diante dos insucessos, da dor, da morte, de todas as suas inquietações. É surpreendente esse testemunho de fé, de força por parte de uma jovem de hoje: toca e leva muitas pessoas a mudar de vida. Temos prova disso quase todos os dias”.

Paz e Bem!


Site oficial em italiano: http://www.chiaralucebadano.it/

quinta-feira, 12 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: É A TUA SABEDORIA SENHOR QUE NOS CONDUZ


CRÔNICAS DE MINHA ALMA: É A TUA SABEDORIA SENHOR QUE NOS CONDUZ...

Nós cristãos somos aqueles que pela graça de Deus, trilhamos o caminho da fé para o encontro definitivo com Ele, por isso, sabemos também aonde vamos chegar, pois caminhamos rumo ao único objetivo traçado pelo Senhor, o Seu Reino de Justiça e Paz. Ora, o passaporte para chegarmos ao destino final é a santidade do Senhor presente em nossa vida e que manifestamos por meio de nossas ações, pois Deus nos deu o Seu Espírito para nos conduzir, e Ele mesmo vai à nossa frente até atingirmos a meta desejada, que para nós determinou em seu desígnio de amor. (cf. Jo 17,1-26).

Jesus, quando de sua estadia no meio de nós em sua humanidade, nos mostrou que Ele mesmo é o Caminho da perfeição que nos leva à glória de Deus Pai; também nos ensinou que é a Verdade que nos dá a vida eterna. Porquanto, ao trilharmos seu caminho de perfeição, por meio dos Santos Mandamentos, vivemos a perfeita obediência amorosa, isto porque os mandamentos são escudo de proteção que nos guarda da maldição e da morte que o pecado traz em si, visto que o pecado é um veneno letal que vai dando cabo da vida aos poucos até extingui-la totalmente; enquanto que o estado de graça advindo da obediência e da vida sacramental no mantem em perfeita sintonia com a vontade de Deus, conforme seu divino plano de amor para a nossa salvação.

Assim, por Sua Sabedoria o Senhor vai conduzindo os Seus filhos e filhas até atingirmos o Supremo Bem, a deificação de nossas almas, quando o mal será totalmente extirpado juntamente com o diabo e seus sequazes; então a justiça divina brilhará no Reino dos justos, daqueles que foram redimidos pelo Sangue precioso de Jesus, que tem todo poder sobre o céu e sobre a terra. Com Ele formaremos a unidade perfeita no seio da Santíssima Trindade, onde a felicidade não tem fim. É isso que nos ensinou São Paulo quando escreveu aos Colossenses: “Sede contentes e agradecidos ao Pai, que vos fez dignos de participar da herança dos santos na luz. Ele nos arrancou do poder das trevas e nos introduziu no Reino de seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados”. (Col 1,12-14).

E ainda: “Jesus é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele. Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas. Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus”. (Col 1,15-20).

Portanto, precisamos permanecer fiéis e perseverantes até o fim, “porque aquele que perseverar até o fim será salvo”. (Mt 24, 13). Pois assim nos ensinou o Senhor: “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais”. (Jo 14,1-3). “Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (Jo 16,33).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

terça-feira, 10 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: APRENDI A PENSAR EM DEUS...


CRÔNICAS DE MINHA ALMA: APRENDI A PENSAR EM DEUS...

O intelecto é uma das faculdades da alma, é nele que geramos os pensamentos, os raciocínios, todas as nossas opiniões e decisões que tomamos. Também nele armazenamos os conhecimentos adquiridos e produzimos os frutos de nosso aprendizado. Isso acontece, porque o espírito humano é como um HD (Hard Disk) onde gravamos nossas experiências, colocando-as em nossas memórias permanentes para depois trabalharmos elas e aperfeiçoa-las.

Ora, como somos seres para Deus, porque aqui no mundo não ficamos por muito tempo, precisamos aprender a conviver com Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, e com seus anjos e santos, desde já, pois nossa naturalidade não está desligada de Sua Eternidade, ao contrário, nossa naturalidade é sustentada por Sua Eternidade. Por isso, precisamos cultivar o viver eterno a cada passo dado para Ela. Isso requer de nós uma conduta digna de quem recebeu o batismo e por ele a vida nova dos filhos e filhas de Deus, para vivermos em permanente comunhão de amor com Ele.

Desse modo, toda experiência que fazemos tem que ser uma experiência com Deus e para Deus, mesmo quando agimos naturalmente, visto que só Deus é e nunca deixa de ser; enquanto nós só o somos se vivemos Dele com Ele e para Ele, porque sem Ele nada do que existe permanece. Ora, sabemos que no Reino de Deus não há pecado, e todos os pecados que aqui existem desaparecerão, e todos os males sumirão, assim como todos os que os praticam, se não se converterem, porque em Deus só permanece o que comunga com Sua Santa Vontade, porque o Senhor é infinitamente Santo e nos quer santos como Ele É. Portanto, o pecado não pode mais fazer parte de nossa vida.

Com efeito, na minha experiência cotidiana com o Senhor, tenho me esforçado como aprendiz de santo a cada instante, suplicando que Ele me comunique Sua Graça inefável, seja pelo arrependimento sincero dos meus pecados, confissão e absolvição sacramental quando falho diante Dele; seja pela obediência incondicional aos seus mandamentos; seja ainda pelo santo temor que traduzo em profundo respeito e amor ao Senhor acima de todas as coisas. Por isso, peço que o Senhor me dê um coração manso e humilde como o Seu e me faça seu servo permanentemente e que nunca me perca de vista, porque nada mais quero neste mundo fora da vontade Dele, pois o servo só faz o que o seu Senhor manda e é pra isto que estou aqui. Suplico ainda, que o Senhor nos conceda a graça de termos como fonte de todos os nossos pensamentos a sua Divina Palavra, porque desse modo faremos com que todas as nossas ações nasçam de Sua Santa Vontade, para que ela se cumpra verdadeiramente no meio de nós.

De certo, assim aprendi a pensar no Senhor, não como se Ele estivesse lá em cima no céu e nós aqui na terra, se bem que a Sagrada Escritura revela que “o céu é a morada de Deus e a terra é o escabelo de seus pés”, todavia, a Onipotência, Onisciência e Onipresença divina me fazem crer firmemente que somos transparentes diante de Seus Olhos e que nada escapa ao seu fulgor. Por isso, também creio que vivemos sob sua constante proteção; e que isso só não acontece quando nos desligamos Dele pelo pecado mortal cometido, porque pecar mortalmente é se desligar de Deus no qual não existe nenhum vestígio de pecado e muito menos algum princípio funesto.

Destarte, façamos essa oração: Ó Senhor Deus, Tu és o Princípio e o fim de todas as coisas, em Ti tudo se firma e tudo crescer. Por Teu Amor Infinito de Pai, nos criastes à tua “imagem e semelhança” e quando pecamos, afastando-nos de Ti, quisestes nos resgatar enviando o teu Filho, Jesus Cristo, até nós, concebido pela ação Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, para que tivéssemos o perdão dos pecados e a vida nova do mundo que há de vir, onde reinaremos eternamente com Ele, teu Cordeiro Imolado que tirou o pecado do mundo e nos gerou para a vida eterna, junto de Ti, ó Pai, que vives e reinas para sempre. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

***
Senhor, que quero eu fora de tua graça? Nada, porque tua graça me basta. “Afora vós, o que há para mim no céu? Se vos possuo, nada mais me atrai na terra. Meu coração e minha carne podem já desfalecer, a rocha de meu coração e minha herança eterna é Deus. Sim, perecem aqueles que de vós se apartam, destruís os que procuram satisfação fora de vós. Mas, para mim, a felicidade é me aproximar de Deus, é pôr minha confiança no Senhor Deus, a fim de narrar as vossas maravilhas diante das portas da filha de Sião”. (Sl 72,25-28).

***

Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: CAMINHOS DA ORAÇÃO...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA: CAMINHOS DA ORAÇÃO...

O caminhar é algo na vida que nos leva a algum lugar. Por isso, todo caminhante procura traçar um itinerário para não perder o rumo ao qual se destina. Ninguém caminha sem rumo, e mesmo que alguém o faça, saiba este que o seu “caminhar sem rumo certo” o fará chegar a algum lugar, mesmo que não queira. Assim, quando estamos no comando do itinerário e do rumo traçados, tudo se encaminha para um destina-se feliz conforme os objetivos a serem alcançados. Na vida espiritual, também é assim, especialmente quando tratamos do dom da oração, pois ele é um dos meios mais eficazes de nosso encontro com Deus e da nossa permanência Nele.

Com efeito, a oração é como que uma via de perfeição que a alma percorre, sequiosa da Verdade, até chegar à perfeita união com ela, para com ela saciar-se e nunca mais sentir sede alguma. Digamos que é uma ida para se tomar possa da graça prometida, à qual precisamos alcançar para atingirmos a santidade desejada. Assim pela oração, a alma desagua no mar de Deus, e se deixa tomar totalmente por Ele. De fato, a oração é esse dom que nos leva à plenitude da Vontade Divina e a tudo o que ela nos proporciona.

Exatamente como nos ensinou São Paulo: “Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra, para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior. Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus”. (Ef 3,14-19).

E, então, quais são esses caminhos da oração? O primeiro deles é a intimidade. Quem goza da intimidade divina, sabe ouvir e sabe dialogar com Deus suavemente, amorosamente, e prontamente se dispõe a servi-lo gozando de Sua constante companhia, fazendo acontecer até mesmo o que nos parece ser impossível, como fazer o mar se abrir, o sol parar, a montanha atirar-se ao mar ou os mortos ressuscitarem, etc.; como nos ensinaram os patriarcas, os profetas e todos os santos que seguiram a Jesus fielmente.

Um segundo caminho é a oração a partir da vida, sintonizando oração e prática das virtudes evangélicas, especialmente o amor ao próximo, o desapego dos bens materiais e a prática da humildade. Santa Teresa de Ávila, mestra em oração, dizia: “A oração é amizade com Deus, e esta não é viável sem a amizade com os irmãos; não é possível sem a liberdade de espírito, e sem disponibilidade à ação de Deus sobre quem ora”. Pois era assim que ela rezava: “Quem vos ama de verdade, Bem meu, vai seguro por um amplo caminho real, longe do despenhadeiro, estrada na qual, ao primeiro tropeço, Vós, Senhor, dais a mão; não se perde, por alguma queda, nem mesmo por muitas, quem tiver amor a Vós, e não às coisas do mundo”.

Um terceiro caminho da oração é não ceder às dificuldades que certamente aparecem, principalmente as preocupações e distrações. Pois, frequentemente somos tentados por todos os lados a não nos refugiarmos aos pés do Senhor, mas o Senhor mesmo nos alerta, como alertou à Marta, irmã de Maria: “Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada”. Portanto: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Lc 10, 41-42; Mt 26,41).

Um quarto caminho da oração é a sintonização com a oração que o Senhor mesmo nos ensinou, o “Pai nosso”. Meditando a oração do Senhor, vemos como ele interioriza cada palavra da oração e a traz para o cotidiano, ou seja, Deus tudo sabe de nós, mas em seu amor quer que expressemos a nossa vontade para ser acolhida por Sua Vontade Santa e assim disponibilizar o que estamos expressando. Porém, muita atenção para a condição final da oração do Senhor, pois sem perdão nenhuma oração é suficiente ou proveitosa. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”. (Mt 6,14-15).

Por fim, para se chegar ao auge da oração, à quietude da contemplação, o Senhor nos ensina o caminho do recolhimento, dizendo: “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais”. (Mt 6,6-8). Pois, o auge da oração é a união mística de nossa alma com o Senhor numa perfeita comunhão, e isso se dá plenamente na Eucaristia; união essa realizada pelo Espírito Santo, que nos torna sacrários vivos de Deus; sendo este um dos maiores mistérios da nossa redenção.

Destarte, “Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, a ele seja dada glória na Igreja, e em Cristo Jesus, por todas as gerações da eternidade. Amém”. (Ef 3,20-21).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

***
“Em tempos de tristeza e de inquietação, não abandones nem as boas obras de oração, nem a penitência a que estás habituado. Antes, intensifica-as. E verás com que prontidão o Senhor te sustentará”. (Santa Teresa de Ávila)

***


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (VI)


AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (VI)

VIRGEM PODEROSA

Jesus é a Palavra Viva de Deus, o Verbo da Vida. “Ele é a Imagem de Deus invisível, como escreveu São Paulo, o Primogênito de toda criatura. Nele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as criaturas visíveis e invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem nele. Ele é a cabeça do corpo, da Igreja”. (Col 1,15-18).

Ora, esse é Jesus, o Filho de Deus. O mesmo que se fez homem pelo Espírito Santo no seio de Maria, Ele que disse: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”. (Mt 28,18). Então, todo poder habitou no seio virginal da Mãe de Deus quando da encarnação do Verbo, e isso se constitui num dos maiores Mistérios do amor de Deus, a humana criatura recebe-o no seu ventre, Ele que criou todas as coisas. Logo, entendemos que o poder da Virgem é seu Filho Jesus Cristo, que “tem todo poder sobre o céu e a terra”. Ela permanece unida a Ele pelos laços sanguíneos, pois 100% do DNA de Jesus veio de Maria; ela permanece unida a Ele pelos laços afetivos como mãe e tutora; e espiritualmente pela ação Espírito Santo, que os une perfeitamente, desse modo, Deus quis que a Virgem participasse diretamente de seu Poder Divino. Assim, entendemos perfeitamente o que significa a expressão: “imagem e semelhança de Deus”, porque a Virgem poderosa se tornou uma só com o seu Criador e Pai nosso.

Virgem clemente

Em Maria Santíssima, as virtudes atingem toda sua plenitude, porque sua perfeita comunhão com o Espírito Santo a leva ao bem infinito, e este transborda até nós por sua maternal intercessão. A virtude da clemencia se traduz pela sensibilidade do coração em perceber os sofrimentos, as dores e as angustias que os seres humanos padecem, por não estarem gozando ainda do bem eterno, e amenizá-los para que tenham o consolo necessário para um viver temporal harmonioso e feliz. Desse modo, a Virgem Clemente se compadece da angustia de seus filhos e filhas, cuidando de consola-los em suas dores e sofrimentos, tornando-se assim refrigério para as nossas almas.

Existe uma oração belíssima suplicando à Virgem Maria sua clemência e compaixão para conosco, é a oração da Salve Rainha:

Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria. Rogai por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

Virgem fiel

Quando recebemos um grande presente, este se torna para nós motivo e fonte de alegrias inefáveis, por isso, jamais nos desfazemos dele, isto é, procuramos ser fiéis à dádiva recebida por toda vida; porém, por essa fidelidade ao Senhor, partilhamos sua dádiva com os demais, multiplicando-a ao infinito.

De fato, Maria Santíssima recebeu o Bem da Vida Eterna em seu Filho, Jesus Cristo, e por sua fidelidade ao Pai Eterno e ao seu Plano de salvação, o deu a toda humanidade, como dom de nossa redenção. Portanto, ser fiel ao que recebemos de Deus aqui é ser fiel nas pequenas coisas, pois, como disse Jesus: “Quem é fiel nas pequenas coisas também será fiel nas grandes”. Em outras palavras, quem é fiel ao que recebeu de Deus no tempo, também será fiel à sua herança eterna no devir que o Senhor preparou para aqueles que o amam e o seguem fielmente como o fez a Virgem Santíssima.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...