VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA; QUANTO TEMPO DEDICAMOS A DEUS?


CRÔNICAS DE MINHA ALMA

QUANTO TEMPO DEDICAMOS A DEUS?


Será que Deus precisa do nosso tempo? Terá o Senhor alguma necessidade dele? Na verdade, nós é que precisamos dar tempo a Deus para Ele fazer um santo uso de nosso tempo, caso contrário, perderemos todo o tempo que de Deus recebemos, deixando de nos relacionar intimamente com o Senhor, dedicando-lhe a vida e tudo o que pode acontecer nela; para nos ocuparmos com coisas fúteis e banalidades que só nos fazem tragar o ranço do pecado nosso e dos outros.

Existe um tempo mais mal empregado do que o tempo perdido com o pecado? Vejamos alguns desses pecados que toma tanto nosso tempo e nossa vida, e só deixam em nossas almas um rastro de insatisfação e de vazio existencial: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons,      traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2Tim 3,1-5). Isto porque, quem perde tempo com o pecado, deixa o bem viver e a santidade de lado, para cultivar conflitos intermináveis que só trazem desolação, perca de tempo e da paz interior que Deus nos dá com o estado de graça.

Falando ainda do tempo que empregamos, quanto tempo dedicamos, por exemplo, à televisão ou outros meios de entretenimento, alimentando nossas almas com todo tipo de lixo televisivo/midiático, seja com filmes, novelas e outras baboseiras tipo CQC, Pânico na Tv, BBBs e outros Reality Shows; os mais diversos programas de auditórios e outras coisas do gênero? Vejamos o que diz São Paulo sobre isto: “Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.” (2Tim 4,3-4).

Agora, vejamos, quanto do nosso tempo dedicamos ao Senhor? Para respondermos a essa pergunta observemos: Quanto tempo dedicamos à oração, à escuta de Sua Palavra, à participação nas Santas Missas; aos exercícios de penitência e piedade; aos serviços pastorais e práticas das virtudes; enfim, à tudo o que diz respeito a nossa fé, ou seja, à formação pessoal e também dos nossos. Pois o homem e a mulher de Deus, tudo fazem para agradar a Deus, assim, torna todo o seu viver um ato permanente de amor e comunhão com o Senhor. Por exemplo: Se estiver no trabalho, lá está dedicando-se a Deus; se estiver no lazer, também seu lazer é encontro de vida e comunhão com o Senhor e os seus, porque nossa vida e o que dela fazemos, precisam da graça santificante do Senhor, para termos a certeza de que sua vontade está se realizando no meio de nós.

Porquanto, quem dá tempo, à quem está dando o tempo, está dando também seu esforço, sua vida e tudo o que é. Então, vamos dar a Deus o que é de Deus, nossa vida, nosso tempo e a nossa dedicação, desse modo, estaremos em plena sintonia com o Senhor, fazendo em tudo a sua vontade e obtendo como resultado a felicidade e a paz.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: SÓ POR TUA GRAÇA, SENHOR...


CRÔNICAS DE MINHA ALMA

SÓ POR TUA GRAÇA, SENHOR...

É assim que ora vivo, sintonizado, inebriado, consagrado, perdido no mar sem fundo do teu Amor e da Verdade que És e com a qual me criastes para te testemunhar, meu Senhor e meu Deus. Recebe, pois o que sou e transforma-me no que queres que eu seja. Assim poderei viver mais intensamente a vocação à qual nos chamastes, a santidade de pensamentos e ações, e de toda vida. Por isso, guarda-me, Senhor, no mais íntimo do teu coração, conduz-me com tua santa mão que me acalenta e me faz sentir-me seguro em meio as provações deste mundo, que são tantas.

De fato, há em mim uma necessidade de “orar sem cessar”, de ter um convívio permanente com Deus, uma espécie de desejo ardente do céu. Por isso, não sei mais viver neste mundo sem a oração, sem a comunhão do coração com o Senhor; o Pai Nosso, como nos ensinou Jesus; o Eterno, Todo Poderoso e Misericordioso Deus. Sem Deus não há felicidade neste mundo; aliás, nenhuma criatura pode dizer que é feliz por si mesma, porque enquanto houver dependência de nossa parte, a felicidade é só um sonho a ser alcançado. E aqui todos nós sabemos que dependemos sempre, todavia, quando buscamos nossa liberdade em Deus, a encontramos prontamente, porque não há prazer, satisfação, integridade, felicidade, que Deus não nos possa dar ao infinito.

Ora, quem vive a vida em Deus assim, compreende perfeitamente o que Jesus ensinou:Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas? Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? Portanto, Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”. (Mt 6,25-27.33-34).

Assim, vejo que a maior de todas as necessidades humanas é Deus. Nele, com Ele e para Ele deve ser tudo o que vivemos e empreendemos, caso contrário, estaremos sempre inseguros, imaturos, confusos e com medo das perdas que naturalmente se nos apresentam as circunstâncias desta vida. Porque só a vontade de Deus é a que permanece e que faz permanecer com ela, aqui e por toda a eternidade, aqueles que a cumprem fielmente.

Então, Senhor, com a Virgem Santíssima, tua e nossa mãe, dizemos: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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domingo, 26 de agosto de 2012

UM MUNDO NOVO ESTÁ ÀS PORTAS...



UM MUNDO NOVO ESTÁ ÀS PORTAS...

Não conhecemos o tempo em que se consumirão a terra e a humanidade nem o modo por que se transformará o mundo. Na verdade, passa a figura deste mundo deformada pelo pecado, porém,
Deus nos revelou preparar nova habitação e nova terra onde mora a justiça; e sua felicidade cumulará e superará todo desejo de paz que sobe ao coração dos homens. Então, vencida a morte, ressuscitarão os filhos de Deus em Cristo, e aquilo que foi semeado na fraqueza e na corrupção, se revestirá de incorrupção; sempre vivas a caridade e suas obras, toda a criação, que para o homem Deus criou, será liberta da escravidão da vaidade.

Recebemos a advertência de que nada adiantará ao homem lucrar o mundo inteiro se vier a perder-se a si mesmo. Todavia a expectativa da nova terra não deve enfraquecer, mas, ao contrário, estimular o interesse pelo desenvolvimento desta terra, onde cresce o corpo daquela nova família humana, que já pode mostrar algo como sombra do novo mundo. Por conseguinte, embora distinguindo com cuidado o progresso terreno e o aumento do reino de Cristo, na medida em que a sociedade humana for mais bem ordenada, influirá sobremaneira no reino de Deus.

Pois os bens da dignidade da pessoa, da comunhão fraterna e da liberdade, todos os bens, frutos da natureza e do esforço humano, depois que pelo Espírito do Senhor e a seu mandado os propagarmos pela terra, de novo os reencontraremos, mais limpos de toda mancha. Luminosos e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno e universal: “reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”. Este reino já está aqui na terra, em mistério; com a vinda do Senhor, será perfeito.

Paz e Bem!

Fonte: Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II (N.39) (Séc.XX)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

É AQUI QUE DEFINIMOS O DEVIR...


É AQUI QUE DEFINIMOS O DEVIR...

Essa dor dói demais, a dor da queda humana...
A dor de ver Deus não amado por suas criaturas...
A dor de ver o mal agir como se pudesse fazer isso...
A dor da impotência diante de tantas almas perdidas...
A dor doída, a dor da vida que se esvai sem sentido algum...

Ó homens todos, por que tão tolos em sua grande maioria?
Será que não discernem bondade de maldade?
Será que não percebem pelos efeitos os dejetos dos vícios?
Será que não experimentam o resultado maléfico de seus desvarios?
Será que são tão cegos assim? E como fica o devir?

Por que será que trocam o valor eterno da honestidade pela podridão da corrupção?
Não é porque deixam de fazer o que é verdadeiro e decidem pelo erro, pela mentira, mesmo sabendo que estão atentando contra a verdade?
Por que será que juram inocência mesmo diante das evidências que lhes desmascaram?
Não é porque têm aqueles que advogam com falácias seus abusos indefensáveis e a justiça não os pune, só porque são advogados?
Por que será? Quem está por trás de tamanhas injustiças?

Por que se dão às drogas entorpecentes e outros vícios abomináveis e não à paz das virtudes que Deus pôs em todos os corações?
Por que optam pelo ódio e não pelo amor?
Por que deixam a fé pela incredulidade?
Por que semeiam a discórdia, a divisão e não a compreensão e a solidariedade?

Por que deixam de se entregar a Deus pelas virtudes da obediência, da piedade, da penitência...; para se entregarem ao mal por toda espécie de comportamentos estúpidos, esdrúxulos, pervertidos?
Por que visam só os bens materiais; mesmo diante da fragilidade temporal que os fará sucumbir?
Por que não visam os bens eternos, um vez que nossas almas são imortais?
Oh! Quanta dor, Senhor, por se apartarem de Ti por nada...
Porque, o que há de bom fora de Deus? Nada...
Neste mundo, tudo sem Deus é insatisfação...
Eis a razão de tanta miséria, de tanta histeria, maldade, infelicidade, morte...

Ora, Deus é eterno e tudo cria para a eternidade...
Tudo o que existe, existe em função da eternidade...
Caso não vivamos essa verdade, tudo perde o sentido, até mesmo a morte...
Pois, por ela, vamos ao encontro definitivo do Senhor, no dia eterno, por isso, nada fica parado...
Porque tudo tem um fim atemporal mesmo que esteja ainda no tempo...
Porque é o tempo, com suas leis e movimentos recebidos de Deus, que nos leva para Deus...
Portanto, chegou o tempo de passar a limpo essa nossa humanidade...

A verdade, todos já conhecem, pois independentemente de Religião, raça, cor, seja lá o que for, Deus no-la revelou, quer naturalmente por suas obras, quer pela vinda de Seu Filho, Jesus Cristo...
“Pois, quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção”. (Gl 4,4-5).

“Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência.
Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua vontade, que em sua benevolência formara desde sempre, para realizá-lo na plenitude dos tempos - desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra”. (Ef 1,7-10).

Assim, ante a morte e ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus,
nenhuma criatura, humana ou angélica, poderá justificar-se ou ponderar de que não conheceu a Verdade tal qual ela É...
“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus”.

“Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.
Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz.
Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus”.
(Jo 3,16-21).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: AMO-TE, SENHOR, E INFINITAMENTE QUERO TE AMAR...


CRÔNICAS DE MINHHA ALMA

AMO-TE, SENHOR, E INFINITAMENTE QUERO TE AMAR...

O Amor. O que é o Amor? “O Amor é Deus, e quem permanece no Amor permanece em Deus e Deus permanece nele”. (1Jo 4,16); percebe tudo pela ótica divina do amor que ama, concebe tudo a partir do amor que ama, isto é, agora tudo é como o amor, eterno. Ou seja, cada pensamento, cada desejo, cada vontade, cada sentimento, advindo desse Sublime Amor, é inesgotável, é verdade que perdura sempre, porque o amor de Deus é assim. Quanta segurança em amar assim, em ser amado assim, em viver assim; em vê tudo assim, numa inesgotável sensação permanente, inexplicável pelas palavras, mas profundamente experimentado no âmago do Ser. Porque amar a Deus é viver; não amá-lo é morrer...

Senhor, por que não te amar? Por que não se deixar amar por Ti? Por que não se entregar inteiramente à Ti? Haverá alguma razão de ser, para não querer amar à medida infinita do teu Amor? Oh! Senhor, será que é por isso que o egoísmo não tem explicação racional convincente? Porque, por mais que se queira explicar, ele é só egoísmo, nada mais, além disso... Creio que ele seja o cume de toda maldade, a pior de todas as solidões, de todas as prisões, porque é absolutismo do eu, é a totalmente contrária ao teu Amor.

Meu Deus! Só em pensar nisso, me dá calafrios, pois vejo a extensão de todas as maldades que o egoísmo causa; de todas as tragédias passadas e presentes; é por isso que o demônio é o que é, extremamente egoísta, maléfico, perverso, danoso em todos os sentidos; capaz de incitar somente instintos egoístas e soberbos com que desprezou o amor de Deus, para se afundar na lama da própria maldade que exala em tudo o que é e faz. Por isso, vive nas trevas e não pode se aproximar nunca de Tua Luz, porque Tua Luz, Senhor, é Amor que brilha sobre todos os Te amam e Te obedecem submissamente; Tua Luz brilha Senhor, mais que o sol e mais que toda a extensão do universo que criastes.

Sabemos que um dia esse nosso mundo e toda criação será totalmente passado a limpo, porque Deus é Santo e tudo criou para a santidade. Por isso, no Seu Infinito Amor, enviou como nosso Redentor o Seu Filho, Jesus Cristo, para que tivéssemos acesso à sua misericórdia que nos perdoa e nos salva. Como escreveu São Paulo:

Sabemos ainda que haverá um julgamento para todos e ele já começou: “Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus”. (Jo 3,19-21).

De fato, o amor ama sempre, mas quem o acolhe para transbordá-lo com sua própria vida? Quem responde à altura do amor com que somos amados por Deus? O que temos cultivado com nossa existência? Será que o nosso modo de viver tem correspondido à Vontade de Deus? Fomos Criados como expressões do amor de Deus, para amarmos a Deus acima de todas as coisas e amar-nos uns ao outros na medida do mesmo amor; mas, o que temos visto no seio da humanidade? Violência, dor, sofrimentos, tristezas e toda espécie de morbidez infernal.

Nem por isso desista do amor, porque somente quem ama consegue vencer o mal que está no mundo. Pois, eis o que nos ensina São João:Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente. Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo. No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro”. (1Jo 2,15-17; 4,17-19).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: SIM, SENHOR, EU ESPERO...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA: SIM, SENHOR, EU ESPERO...

Senhor, nada tenho, porque tudo o tenho um dia não terei mais, até mesmo o que sou agora, sinto que só o sou por causa de tua misericórdia. Portanto, não posso e não quero abusar da aparente liberdade momentânea que tenho, para práticas fúteis ou outras “façanhas” malfadadas que tanto tem tirado definitivamente a vida de milhares e milhões. Aliás, São Paulo já nos havia alertado sobre isto: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”. (Gl 6,7-8).

Todos nós primamos por segurança, no entanto, no mais das vezes, nos expomos aos piores perigos porque nos afastamos de Ti, Senhor, pelos pecados praticados. Ainda assim, muitos se acham donos da vida como se a vida fosse propriedade permanente de qualquer criatura, ou seja, como se não a tivéssemos recebido. Ora, mas isto não passa de autossuficiência, arrogância ou um blefe barato, porque se temos o que iremos perder naturalmente, como se achar acima desta perda? Na verdade, não podemos esquecer, só Deus tem todo poder infinitamente, e isto fica evidente por sua Providência Divina que a tudo sustenta e governa, a despeito dos incrédulos, indiferentes e maléficos negarem essa verdade.

O ser humano foi criado para o bem infinito, e quando não vivemos esse desígnio do criador a nosso respeito, a vida perde todo sentido de ser e os homens passam a viver apenas em função da temporalidade à espera da morte e nada mais. Todavia, no âmago de todos nós existe um desejo como que permanente de vida, por isso, a morte, quando não a encaramos com naturalidade, torna-se uma espécie de companhia indesejada, a tal ponto que nem queremos pensar nela, mesmo convivendo pacificamente com ela a todo momento.

Então, haverá solução para essa condição de nossa brevidade existencial? Sim, pois o Filho de Deus, Jesus Cristo, pôs fim à tragédia do pecado, ao reinado das trevas e ao poder da morte. Escutemos o Senhor: “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho para ir aonde vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14,1-6).

Assim, ouvindo o Senhor, digo: sem essa esperança, não há salvação, não há solução alguma para a vida. Pois o ser humano sem a esperança da ressurreição é o mesmo que um cadáver ambulante, existe, mas só por enquanto. Daí, Senhor a necessidade de te amar, de te querer, de ti glorificar, de te dar tudo o que sou, sinto e vivo neste mundo, como resposta por me teres criado para o louvor de tua glória. Sim, Senhor, espero em ti a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir, porque já a experimento aqui, por te amar acima de todas as coisas e de mim mesmo, pois, assim como disse São Paulo, o digo também: “Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. (Gl 2,19-20).

E qual é a tua resposta, Senhor? “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede. Este é o pão que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente”. (Jo 6,35.58ac). “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto? Respondeu ela: Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo.”. (Jo 11,25-27). É por isso que espero em Ti, Senhor, até o meu último instante aqui, onde Te encontrarei face a face, para o devir que preparastes como herança eterna, para todos que te amam e te seguem.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A LIBERDADE HUMANA OU LIVRE ARBÍTRIO...


CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A LIBERDADE HUMANA OU LIVRE ARBÍTRIO...

Muito se tem falado sobre a liberdade humana ou o livre arbítrio, como algo que podemos exercer tal como cada um o entende. Mas, nem sempre o que entendemos como livre arbítrio torna-nos livres de fato. Na verdade, o livre arbítrio para ser o que ele é não pode está desvinculado das virtudes que Deus concedeu aos homens quando nos criou, visto que tudo o que Deus criou é bom e foi criado somente para o bem.

Então, quais são essas virtudes que servem de fundamento para o nosso livre arbítrio? Segundo São Gregório de Nissa, virtude é "uma disposição habitual e firme para fazer o bem", de tal modo que, o fim de uma vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus. Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si e que tornam virtuosa a vida. Assim mencionamos as virtudes teologais e as virtudes humanas. As virtudes teologais, cuja origem, motivo e objeto imediato são o próprio Deus, são aquelas infundidas no homem com a graça santificante no batismo, e que os torna capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. São elas: Fé, esperança e caridade (amor). Essas virtudes fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas.

Vejamos agora a virtudes humanas: elas são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas. Elas regulam os atos, ordenam as paixões e guiam a conduta humana segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas por atos moralmente bons e repetidos, estas virtudes são purificadas e elevadas pela graça divina, fazendo-nos viver em plena comunhão com a vontade de Deus, que nos dá a verdadeira felicidade. São virtudes humanas: a prudência, que "dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir”; a justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido; a fortaleza, que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem; e a temperança que "modera a atração dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", por isso, essa virtude é aplicada aos prazeres. (cf. CIC 1809).

Ora, vivemos num mundo de condicionamentos naturais e também sobrenaturais, porque tudo o que somos e temos, só somos e temos porque recebemos, e ninguém pode duvidar disso. A vida humana e em geral a vida natural se fundamentam na experiência existencial; até mesmo a ciência se baseia nos experimentos para suprir as necessidades mais elementares que se nos quer privar da liberdade. Assim, baseados na experiência existencial, empreendemos o nosso viver, porque tudo em nossa vida depende sempre de nossas decisões, de tal modo que, uma vida virtuosa toma decisões virtuosas, para manter o equilíbrio e o bem estar de si mesmo e de todos; ao passo que, uma vida desequilibrada, baseada nos vícios, toma decisões desastradas e nocivas à tudo e a todos que habitamos este mundo.

Com efeito, já dizia o filósofo, Beato João Duns Scotus: “Ser livre é escolher o Bem, o Sumo Bem e o Sumo Bem é Deus”. São Paulo também escreveu sobre a liberdade humana e assim deixou consignado: “Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. (2Cor 3,17). E ainda: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. (Gal 5,13). “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma”. (1Cor 6,12).

Portanto, a liberdade é uma pérola preciosa com a qual o Senhor nos ornou quando de nossa criação; precisamos manter-nos ornados com essa pérola por meio da obediência, do cultivo da inocência e da prática de virtudes que de Deus recebemos. Eis o exemplo que o Senhor nos deixou: “Disse-lhes Jesus: Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra”. (Jo 4,34). Porque “De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. (Jo 5,30).

Nestas afirmações de Jesus encontra-se a essência da liberdade dos homens, a Vontade de Deus. Por ela realizamos todos os seus desígnios de amor; somos santificados e permaneceremos com Ele aqui e por toda eternidade. Cabe a nós o encargo dessa submissão amorosa e se for preciso, enfrentaremos até mesmo a morte de cruz, contanto que se realize o Seu Plano de Amor e Redenção para a nossa felicidade e de toda a humanidade.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A VERDADEIRA LIBERDADE...

A VERDADEIRA LIBERDADE

A liberdade é um dom de Deus para aqueles que o amam acima de todas as coisas... e para aqueles que o querem amar assim, ela é disponibilidade...Paz e Bem!



Já dizia o filósofo Beato João Duns Scotus: “Ser livre é escolher o Bem, o Sumo Bem e o Sumo Bem é Deus”. São Paulo também escreveu sobre a liberdade e assim deixou consignado: “Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. (2Cor 3,17). 

Paz e Bem!



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (VII)


AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (VII)


Espelho de justiça

A justiça é tão importante para a unidade e o bem estar da humanidade, que o Senhor reservou uma bem-aventurança só pra ela:Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!” (Mt 5,6). De fato, não existe paz, alegria, amor, felicidade, onde a injustiça impera, por isso, a justiça é condição “sini qua non” (sem a qual não pode ser) para que haja equilíbrio em nossa sociedade, para que a verdade e a igualdade prevaleçam e sejam fundamentos de nossas mútuas relações.

Deus é infinitamente Justo e quando quis revelar sua Divina Justiça, fez vir a este mundo o Seu Filho, Justo e Santo, nascido do ventre santo de Maria, para justificar, pelo derramamento de Seu Sangue, todo homem nascido neste mundo, como nos ensinou São Paulo: ”Deus o destinou para ser, pelo seu sangue, vítima de propiciação mediante a fé. Assim, ele manifesta a sua justiça; porque no tempo de sua paciência, ele havia deixado sem castigo os pecados anteriores. Assim, digo eu, ele manifesta a sua justiça no tempo presente, exercendo a justiça e justificando aquele que tem fé em Jesus.” (Rom 3,25-26). Desse modo, compreendemos que Maria santíssima, reflete como num espelho, qual aurora vespertina, a Justiça do Altíssimo, trazendo-a visivelmente a este mundo na pessoa do seu Filho, Jesus Cristo, concebido do Espírito Santo. Em Maria, a serva fiel e justa, brilha a luz da Justiça divina, porque ela é a primeira justificada e redimida pelo Messias, que veio a este mundo, por meio dela, para nos salvar.

Sede da sabedoria

A Sabedoria de Deus, o Divino Espírito Santo, pela Vontade do Altíssimo, desde a concepção imaculada da Virgem Maria, passou a conduzi-la e a fez, pelo seu sim, conceber Jesus. A partir de então, Maria Santíssima, passou também a ser Sede da Sabedoria de Deus, e a expressou ao mundo como Tesouro Inesgotável de Justiça e Santidade, pela ação do mesmo Espírito Santo que nela passou a habitar definitivamente, pois, Jesus é o Emanuel, Deus conosco e no meio de nós, Aquele que nos ensina como chegar ao Reino dos Céus, à Glória de Deus Pai.

Com efeito, assim escreveu o hagiógrafo no Livro de Sabedoria: “Há nela, um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, livre de inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo, que penetra em todos os espíritos, os inteligentes, os puros, os mais sutis. Mais ágil que todo o movimento é a Sabedoria, ela atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza. Ela é um sopro do poder de Deus, uma irradiação límpida da glória do Todo-poderoso; assim mancha nenhuma pode insinuar-se nela”.

“É ela uma efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus, e uma imagem de sua bondade. Embora única, tudo pode; imutável em si mesma, renova todas as coisas. Ela se derrama de geração em geração nas almas santas e forma os amigos e os intérpretes de Deus, porque Deus somente ama quem vive com a sabedoria! É ela, com efeito, mais bela que o sol e ultrapassa o conjunto dos astros. Comparada à luz, ela se sobreleva, porque à luz sucede a noite, enquanto que, contra a Sabedoria, o mal não prevalece”. (Sab 7,22-30).

Causa da nossa alegria

A alegria é um sinal de vitória, ela expressa a felicidade que nos invada e torna nossa vida um mar sem fundo, transparente, límpido, pleno de satisfação. A alegria verdadeira é fruto do Espírito Santo na alma humana, ela é dom inefável da glória do Altíssimo presente nos corações obedientes que o amam e o servem dia e noite sem cessar. (cf. Sl 1,2). Quando tratamos das alegrias de nossa Senhora, tratamos também da nossa, pois ela é a causa de nossa alegria eterna, porque por ela nos veio o salvador de nossas almas, Aquele que nos dá a alegria da ressurreição, da vida eterna.

Nós, franciscanos, temos a felicidade de celebrarmos na coroa franciscana as alegrias de nossa Senhora, justamente porque Maria é Mãe e modelo da perfeita alegria. Portanto, sábio é todo aquele que, como Maria, se deixa tomar pela Sabedoria Divina e a expressa, quer seja por suas palavras, quer seja por uma vida digna que saboreia as graças inefáveis de Deus e as transbordam quais torrentes cristalinas.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: VIVENDO NA INTIMIDADE DIVINA...


CRÔNICAS DE MINHA ALMA: VIVENDO NA INTIMIDADE DIVINA...

Intimidade é a virtude que só aqueles que têm vida de oração profunda experimentam. Por ela se formam os amigos e interpretes de Deus. Por ela conhecemos quais sejam os desígnios do Senhor naquilo que diz respeito à nossa humanidade e a toda criação.

Por meio dessa virtude vem fora toda uma realidade que transpõe a natureza; é por isso que temos a certeza de que não estamos sozinhos, pois existe um mundo imaterial que nos envolve como mistério de amor, porque a vida tem sua origem no amor de Deus e somente nesse amor ela permanece para sempre.

Ora, por que é que pensamos em Deus e falamos Dele e com Ele? Não é porque Ele se revela àqueles que o amam e se dá a conhecer intimamente aos que o respeitam e temem? “Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração, porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança”. ((Sab. 1,1-2).

Creio que todos nós concordamos que o maior desejo de nossas almas é ver a Deus face a face na plenitude do seu amor; é gozar de seu favor perenemente, é viver na sua presença sem a possibilidade de sair dela. Ora, tudo isto já o fazemos por meio da fé; mesmo assim, não estamos isentos da tentação que quer nos tirar esse gozo salvífico da proteção divina que está sobre nós.

Na união mística, que nasce da intimidade da alma com Deus, realizam-se todas as possibilidades da perfeição humana, pois foi isto que nos ensinou o Senhor Jesus: “Eu e o Pai somos um”; “Quem me vê, vê o Pai”; “Eu não vim fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. É por isso que Jesus venceu todos os obstáculos deste mundo e nos deu vencê-los também.

Portanto, viver nessa intimidade de Deus é experimentar Sua Santa Sabedoria agindo em nós, conduzindo os nossos pensamentos, palavras, desejos, sentimentos, vontades e ações de toda natureza para que Deus seja glorificado em nós e em toda a obra da criação para sempre, amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: ONDE SE ENCONTRA VERDADEIRA SEGURANÇA?


CRÔNICA DE MINHA ALMA: ONDE SE ENCONTRA VERDADEIRA SEGURANÇA?

De posse da vida no mundo, o homem em sua finitude, busca segurança temporal a partir dos meios de que dispõe à seu favor. Assim, procura acumular bens materiais, visando ter neles a segurança necessária para o bem viver, mesmo sabendo que um dia perderá tudo o que tem ou os deixará a outrem, em virtude de sua condição de mortalidade. Todavia, por ter alma imortal tem também uma vocação eterna, por isso, aspira sempre a vida e nunca a morte; a não ser que, por um viver dissoluto, torne-se artífice de sua própria perda. Como revela o Livro da Sabedoria, “Mas, (a morte), os ímpios a chamam com o gesto e a voz. Crendo-a amiga, consomem-se de desejos, e fazem aliança com ela; de fato, eles merecem ser sua presa”. (Sab 1,16).

Então, como ter segurança real, num mundo perverso e violento, onde a todo instante vidas inocentes ou não são ceifadas? Creio que somente por um viver digno, autentico, fundamentado na obediência aos mandamentos da Lei de Deus é que temos verdadeira proteção; a começar pelo amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Também não podemos esquecer que fomos criados por Deus “à sua imagem e semelhança”, dotados de alma imortal, capazes da plenitude da perfeição por meio da vivência das virtudes do Espírito Santo que habita em todos os batizados. Ora, quem vive sob essa segurança divina nada tem a temer, porque mesmo se for pendurado numa cruz, ressuscitará para a vida eterna, pois Deus, Pai Santo e Perfeito, cuida dos seus filhos e filhas e não deixará que se perca um só fio de seus cabelos. (cf. Mt. 10,28-31).

Com efeito, escreveu São Paulo:Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor. Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos. Nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento - verdadeiros idólatras! - terá herança no Reino de Cristo e de Deus”. (Ef 5,1-5).

Por fim, se quisermos ter verdadeira segurança, precisamos viver a nossa consagração a Deus como nos ensina São Paulo:Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rom 12,1-2).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

É BOM PARA NÓS ESTARMOS AQUI...


É BOM PARA NÓS ESTARMOS AQUI

Jesus manifestou a seus discípulos este mistério no monte Tabor. Havia andado com eles, falando-lhes a respeito de seu reino e da segunda vinda na glória. Mas talvez não estivessem muito seguros daquilo que lhes anunciara sobre o reino. Para que tivessem firme convicção no íntimo do coração e, mediante as realidades presentes, cressem nas futuras, deu-lhes ver maravilhosamente a divina manifestação do monte Tabor, imagem prefigurada do reino dos céus.

Foi como se dissesse: Para que a demora não faça nascer em vós a incredulidade, logo, agora mesmo, eu vos digo, alguns dos que aqui estão não provarão a morte antes de verem o Filho do homem vindo na glória de seu Pai (cf. Mt 16,28). Mostrando o Evangelista ser um só o poder de Cristo com sua vontade, acrescentou: E seis dias depois, tomou Jesus consigo Pedro, Tiago e João e levou-os a um monte alto e afastado. E transfigurou-se diante deles; seu rosto brilhou como o sol, as vestes se fizeram alvas como a neve. E eis que apareceram Moisés e Elias a falar com ele (cf. Mt 17,1-3).

São estas as maravilhas da presente solenidade, é este o mistério de salvação para nós que agora se cumpriu no monte: ao mesmo tempo, congregam-nos agora a morte e a festa de Cristo. Para penetrarmos junto àqueles escolhidos dentre os discípulos, inspirados por Deus, na profundeza destes inefáveis e sagrados mistérios, escutemos a voz divina que do alto, do cume da montanha, nos chama instantemente.

Para lá, cumpre nos apresarmos, ouso dizer, como Jesus, que agora nos céus é nosso chefe e precursor, com quem refulgiremos aos olhos espirituais – renovadas de certo modo as feições de nossa alma – conformados à sua imagem; e à semelhança dele, incessantemente transfigurados, feitos consortes da natureza divina e prontos para as alturas.

Para lá corramos cheios de ardor e de alegria; entremos na nuvem misteriosa, semelhantes a Moisés e Elias ou Tiago e João. Sê tu também como Pedro, arrebatado pela divina visão e aparição, transfigurado por esta linda Transfiguração, erguido do mundo, separado da terra. Deixa a carne, abandona a criatura e converte-te para o Criador a quem Pedro, fora de si, diz: Senhor, é bom para nós estarmos aqui (Mt 17,4).

Sim, Pedro, verdadeiramente é bom para nós estarmos aqui com Jesus e aqui permanecermos pelos séculos. Que pode haver de mais delicioso, de mais profundo, de melhor do que estar com Deus, conformar-se a ele, encontrar-se na luz? De fato, cada um de nós, tendo Deus em si, transfigurado em sua imagem divina, exclame jubiloso: É bom para nós estarmos aqui, onde tudo é luminoso, onde está o gáudio, a felicidade e a alegria. Onde no coração tudo é tranquilo, sereno e suave. Onde se vê a Cristo, Deus. Onde ele junto com o Pai tem sua morada e ao entrar, diz: Hoje chegou a salvação para esta casa (cf. Lc 19,9). Onde com Cristo estão os tesouros e se acumulam os bens eternos. Onde as primícias e figuras dos séculos futuros se desenham como em espelho.

Paz e Bem!

Fonte: Do Sermão no dia da Transfiguração do Senhor, de Anastásio Sinaíta, bispo - (Nn.6-10: Mélanges d’archéologie ET d’histoire 67[1955],241-244) (Séc.VII)



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