VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

domingo, 31 de março de 2013

CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!



CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!

Hoje Cristo ressuscitou e com Ele nós também ressuscitamos, essa é a grande certeza que Deus, nosso Pai, nos dá por meio da fé; certeza de uma vida feliz com Ele aqui e na eternidade para onde nos encaminha por Seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo derramado em nossos corações.

De fato, nossa maior alegria é saber que a morte não tem mais poder sobre nós, porque o poder da ressurreição do Senhor a venceu e nos abriu as portas do paraíso, onde nos espera a herança eterna por uma vida de obediência e fidelidade, em resposta à bondade do Senhor, que nos outorgou em seu amor a liberdade dos justos, a paz dos eleitos, longe de todos os males e preconceitos deste mundo tenebroso.

Cristo Ressuscitou, aleluia! Cristo ressuscitou, aleluia! O Senhor ressuscitou para que vivamos nova vida por sua ressurreição. Eis o que nos ensinou São Paulo:”O amor de Cristo nos constrange, considerando que, se um só morreu por todos, logo todos morreram. Sim, ele morreu por todos, a fim de que os que vivem já não vivam para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu. Por isso, nós daqui em diante a ninguém conhecemos de um modo humano. Muito embora tenhamos considerado Cristo dessa maneira, agora já não o julgamos assim. Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (2Cor 5,14-17).

Portanto, como eleitos de Deus pela ressurreição do Seu Filho, renovemos sem cessar o sentimento de nossa alma, revestindo-nos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade. (cf. Ef 4,2-24).

Feliz Páscoa!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.


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sábado, 30 de março de 2013

AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (XXIV)




AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (XXIV)

Rainha dos Apóstolos

O Messias é carne de minha carne e sangue do meu sangue, gerado pelo Espírito Santo em meu seio virginal. Somente Maria Santíssima pôde proclamar essa verdade, como Verdade Definitiva (cf. Lc 2,1-21), e a Igreja a confirmou (cf. LG, Cap. VIII); pois foi por essa verdade que toda a humanidade conheceu Deus pessoalmente, por meio do seu Filho, Jesus Cristo. Assim, pelo sim de Maria, o Verbo se fez Carne e habitou no meio de nós; fundou a Igreja, seu Corpo Místico, sob os apóstolos e sua Mãe, presentes no dia de Pentecostes quando o Espírito Santo foi enviado de sua parte, conforme prometera. Desse modo, Maria é a mãe da Igreja, mãe dos apóstolos e de todos os filhos da Igreja que nasceram do Sacramento do batismo.

Ora, no Evangelho de São João, antes de sua morte, Jesus já havia anunciado essa verdade que se cumpriu em Pentecostes:”Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: 'Mulher, eis aí teu filho'. Depois disse ao discípulo: 'Eis aí tua mãe'. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa”. (Jo 19,25-27). Portanto, Jesus é o soberano do céu e da terra e Maria, sua mãe, é a Rainha, não somente dos apóstolos, mas também de todos os filhos e filhas de Deus, participantes do Reino dos Céus.

Rainha dos Mártires

A grandeza dos mártires se encontra no seu testemunho de sangue, pois são capazes da dá a vida pela causa que defendem, por isso, não temem a morte, porque sabem que sairão vitoriosos dessa batalha espiritual, por sua total doação a Deus. Maria Santíssima, em seu martírio de dor, sofreu o martírio com seu Filho, Jesus, oferecendo-o ao Pai em expiação pelos nossos pecados. Todos os mártires têm no martírio de Jesus e de Maria o seu fundamento; porque ser mártir não é uma simples decisão pessoal, mas é uma escolha divina que lhes dá a honra de imitar perfeitamente Jesus Cristo em sua morte de cruz.

O Reino de Deus é também Reino dos Mártires, e Jesus, por ser o Rei dos Mártires, nos deu sua Mãe, mártir consigo em seu suplício de dor, para ser a Rainha de todos os que dão a vida pela causa do Reino; nesse sentido, todo aquele que se entrega a Deus sofre com Jesus e Maria, o martírio da fé, pois renunciam a si mesmos para carregar sua cruz com Jesus. Eis o que escreveu São Paulo na Carta aos Romanos:”Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte?” (Rom 6,3). Assim, o batismo nos torna mártires da fé por seguirmos o mesmo propósito de Jesus e de sua Mãe santíssima, a obediência perfeita à Vontade do Pai.

Rainha dos Confessores

Confessar a fé é dizer com suas palavras e confirmar com sua vida que Jesus Cristo é o Senhor, a quem ama, adora e serve publicamente sem receio algum nesse seu seguimento. O testemunho mais perfeito da união com Jesus e do seu seguimento o deu Maria Santíssima, pois, é isso que ela nos ensina, quando disse:”Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38). E ainda:”Fazei o que ele vos disser”. (Jo 2,5). No tempo dos mártires de sangue, estes eram chamados confessores, porque eram martirizados por confessarem a fé em Jesus Cristo publicamente e morrerem por ela; hoje, tempo dos mártires da fé, são confessores todos os que confessam sua fé em Jesus Cristo, quer por palavras quer por obras; pois não baste dizer que Jesus é o Senhor, mas é preciso também apresentar as virtudes eternas que nos levam a permanecer nele pela santidade de vida. Maria santíssima é a Rainha dos confessores, porque confessou ardentemente por sua vida e palavras que seu Filho amado é o Emanuel, Deus conosco, Senhor do Céu e da terra; e com isso, tornou-se modelo de perfeição para todos os que confessam que Jesus Cristo é o Senhor, que vive e reina para sempre. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

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segunda-feira, 25 de março de 2013

SER, VIVER E FAZER, EIS A QUESTÃO...





SER, VIVER E FAZER, EIS A QUESTÃO...


Para nós que cremos e naturalmente aqui estamos, a vida é um lindo presente de Deus, mas também um constante aprendizado, seja no campo das ciências naturais, comportamentais, tecnológicas; seja ainda no campo das ciências teológicas. Apesar de toda inteligência e capacidades que Deus, nosso Criador, nos concedeu, ainda assim precisamos das evidências necessárias para constatarmos a veracidade de nossas descobertas e crenças.


Sem dúvida alguma, vivemos envoltos pelos sublimes mistérios de Deus, do homem e de todas as coisas existentes. Às vezes temos respostas intelectuais para tudo, menos para nossa vida pessoal e o que se sucede após o seu término. Pois, por mais que a razão humana chegue às conclusões óbvias sobre o que indaga, quase sempre esbarra no limite de sua finitude, com exceção da fé que nos faz ver e entender muito além de nossa razão obscura.


Nem tudo cabe no entendimento humano. Por mais explicações e evidências que tenhamos, ainda assim ficamos sem respostas para a vida e para quase tudo que a cerca. Isto acontece talvez pela falta de humildade e de fé do homem de não querer admitir a presença evidente de Deus na criação e mais diretamente em nosso viver, “porque é em Deus que nós vivemos, nos movemos e somos”, mesmo que os incrédulos e malfeitores não admitam isso. De fato, precisamos do dom da fé para nos atermos seguros de nossas convicções e assim convivermos com o Senhor e nos deixar conduzir por Ele, que nos ama e quer permanecer conosco numa profunda e constante comunhão de amor.


Então, quais os meios e evidências que Deus nos dá para isto? A primeira evidência somos nós mesmos e a própria obra da criação, porque somente em Deus nos sentimos seguros, visto que, fora de Deus nada nos sustenta nem mesmo os conhecimentos e as descobertas mais relevantes, porque com a morte tudo se esvai. A segunda e mais importante evidência é a vinda de Jesus Cristo, Seu Filho amado, ao seio de nossa humanidade como um de nós, conforme nos ensinou São Paulo: “Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção filial. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus”. (Gal 4,4-7).


Então, o que precisamos fazer para termos a vida eternamente? Interessante essa pergunta, porque certa feita um jovem também a fez a Jesus, como lemos no Evangelho de São Mateus 19,16-22: em tal ocasião o Senhor recomendou àquele jovem que obedecesse aos santos mandamentos da Lei de Deus, ao que o jovem respondeu que já o fazia desde a mais tenra idade, porém, sentindo que ainda lhe faltava alguma coisa, perguntou ele a Jesus: “Que me falta ainda?”; e obteve como resposta: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Ouvindo essas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens”.


E nós, o que precisamos também para seguir Jesus e termos a vida eterna Nele? Como ouvimos acima, precisamos obedecer aos santos mandamentos e fazer o bem para o qual fomos criados, sem acumularmos nada, pois, foi isto o que nos ensinou São Paulo:Sem dúvida, grande fonte de lucro é a piedade, porém quando acompanhada de espírito de desprendimento. Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam tornar-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições. Mas tu, ó homem de Deus, foge desses vícios e procura com todo empenho a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão. Combate o bom combate da fé. Conquista a vida eterna, para a qual foste chamado”. (1Tim 6,6-12).


Portanto, obedeçamos e façamos o bem, e não nos preocupemos se alguém nos criticar por fazermos tão pouco, o importante é que o nosso fazer seja um fazer para Deus. Agir e reagir são ações que dependem de cada situação; às vezes por medo, omissão ou culpa nos abstemos de fazer o bem que cada situação de nossa vida nos pede, porém, quando conscientes de nossa inocência não temos nenhum medo de fazê-lo, porque Deus que é o Senhor de nossa vida, se faz presente em nossa inocência e é o primeiro a nos incentivar a fazer tal bem que Ele mesmo nos dá a viver e realizar, como escreveu São Paulo:Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar”. E ainda: “Somos obras suas, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos”. (Fil 2,13; Ef 2,10).


Destarte, faz jus que nos perguntemos: em quem vivemos centrados? Qual é o fundamento de nossa vida e nossas ações? Se estamos centrados em Deus, por meio do Seu Filho, Jesus Cristo, precisamos gozar de sua intimidade para que nossas ações sejam agradáveis a Ele que fundamenta a nossa vida, nosso existir. Porque quando nos encontramos em Cristo e permanecemos nele, só vamos aonde ele nos conduz, e a partir dessa singela condução, começamos a experimentar o céu que ele mesmo preparou para aqueles que o amam (cf. Jo 14,1ss). Porque, tudo o que começa em Deus, cresce e permanece Nele; tudo o que começa sem Deus, não perdura por muito tempo, porque o fruto da não presença de Deus é sinônimo de aborrecimento estéril e confuso, culminando com a morte injuriosa, sem mérito algum. É como está escrito no Salmo primeiro: “Porque o Senhor vela pelo caminho dos justos, ao passo que o dos ímpios leva à perdição”. (Sl 1,6).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria, OFMConv.


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segunda-feira, 18 de março de 2013

FÉ, OBEDIÊNCIA, LIBERDADE, FELICIDADE...




FÉ, OBEDIÊNCIA, LIBERDADE, FELICIDADE...


Obedeço, quando essa obediência me conduz à verdadeira liberdade e a felicidade que dela advém. Mesmo sendo um dom, é preciso que aprendamos pela Sagrada Escritura como usá-lo, pois é assim que no ensina o Senhor que nos criou por amor e nos quer livres para amá-lo acima de todas as coisas. De fato, Deus nos deixa livres para fazermos nossas escolhas e tomarmos nossas decisões. Mas Ele nos orienta para não perdermos nossa liberdade; neste sentido, seus santos mandamentos nos ensinam que são para nós proteção; não cumpri-los significa tirar de nossa vida a proteção que o Senhor nos dá por nossa obediência a ele.

Com efeito, somos tentados a todo instante a não crer e a não viver em comunhão com Deus. Porém, prestem bem atenção, porque toda tentação é uma mentira, pois o inimigo de nossas almas, que está por trás delas, a princípio, esconde seus resultados nefastos, para em seguida apresentar o terrível gosto amago de nossos desvarios e revoltas contra Deus e o seu Cristo. Mas, o que Deus nos ensina na Sagrada Escrituras a esse respeito? Eis o que está escrito na primeira Carta de São Paulo aos Coríntios: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação, ele vos dará os meios de sairdes dela” (1Cor 10,13).

E nos diz ainda na Carta de São Tiago: “Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam. Ninguém, quando for tentado, diga: “É Deus quem me tenta”. Deus é inacessível ao mal e não tenta ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, meus irmãos muito amados” (Tiag 1,12-16).

Ora, o aprendizado espiritual para a nossa vida é de suma importância, visto que, aquilo que aprendemos para o nosso bem, é com amor que o aprendemos e praticamos. Nada faz mais uma vida feliz e transparente do que a verdade que nos é comunicada pelo Senhor por meio dos exemplos de fé contidos nas Sagradas Escrituras. O Catecismo da Igreja, falando sobre isso, nos ensina:“Obedecer ("ob-audire") na fé significa submeter-se livremente à palavra ouvida, visto que sua verdade é garantida por Deus, a própria Verdade. Desta obediência, Abraão é o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe, e a Virgem Maria, sua mais perfeita realização” (CIC § 144).

A Epístola aos Hebreus, no grande elogio à fé dos antepassados, insiste particularmente na fé de Abraão: "Foi pela fé que Abraão, respondendo ao chamado, obedeceu e partiu para uma terra que devia receber como herança, e partiu sem saber para onde ia" (Hb 11,8). Pela fé, viveu como estrangeiro e como peregrino na Terra Prometida. Pela fé, Sara recebeu a graça de conceber o filho da promessa. Pela fé, finalmente, Abraão ofereceu seu filho único em sacrifício”. (CIC §145). Assim, pela fé, Abraão obedeceu a Deus e cumpriu Sua vontade integralmente.

Também “A Virgem Maria realizou da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37) e dando seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38). Isabel a saudou: "Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45). É em virtude desta fé que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada. Durante toda a sua vida e até sua última provação, quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, sua fé não vacilou. Maria não deixou de crer "no cumprimento" da Palavra de Deus. Por isso a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé”. (CIC §148; §149).

Portanto, só obedece quem é livre e só é livre quem encontra Deus e permanece Nele. Todo escravo só faz o que lhe manda aquilo ou aquele que o prende. Por isso, muitos gostariam de poder decidir sobre tudo em sua vida, mas não o fazem por causa da liberdade que perderam quando optaram pelo pecado. Pois, a pior de todas as prisões que o ser humano se impõe, é o pecado. Assim, antes de tudo, o pecado é uma decisão pelo mau uso da liberdade e a perca dela. E todos que assim agem, o fazem pensando tirar algum proveito de seus atos pecaminosos, quando de fato, caem na armadilha dos próprios instintos e se perdem nos caminhos obscuros da maldade, por rejeitarem as graças de Deus.

Falando sobre a liberdade humana, no Evangelho de São João, Jesus disse: “Se permanecerdes na minha Palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos livrará”. No entanto, seus contendedores replicaram-lhe:”Somos descendentes de Abraão e jamais fomos escravos de alguém. Como dizes tu: Sereis livres?” Respondeu Jesus:”Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. Ora, o escravo não fica na casa para sempre, mas o filho sim, fica para sempre. Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres”. (Jo 8,31-36). “E voltou-se para os seus discípulos, e disse: Ditosos os olhos que veem o que vós vedes, pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. Bem-aventurado aquele para quem eu não for ocasião de queda!” (Lc 10,23-24; Mt 11,6).


Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.


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quarta-feira, 13 de março de 2013

É PRECISO UM OLHAR DE MISERICÓRDIA...




É PRECISO UM OLHAR DE MISERICÓRDIA...


Lançar um olhar sobre a miséria humana é procurar ver com os olhos da alma, do coração a condição de quem se aproxima de nós ou nos aproximamos deles. Na parábola do bom samaritano, um sacerdote, homem do Altar, passando por certa localidade, viu um homem ferido caído ao chão, mas decidiu seguir adiante pelo outro lado sem socorrê-lo; de igual modo, um Levita, homem da Palavra, viu aquele mesmo ferido, mas esquivou-se dele também sem o socorrer. Um samaritano, isto é, um homem de Samaria, que não fazia parte do povo de Deus, viu aquele homem agonizante e teve compaixão dele, socorre-o e deu-lhe toda assistência necessária para que se recuperasse. E Jesus concluiu sua parábola a respeito de quem é o nosso próximo, dizendo a um fariseu que o havia indagado sobre isso: “Vai, e faze tu o mesmo” (Lc 10,37b).

Todos nós recebemos de Deus no batismo as graças necessárias para vermos os outros conforme a necessidade que nos se apresenta ou que apresentamos a eles. Porque, ao nos aproximarmos de alguém, há sempre a possibilidade de dar ou receber seja lá o que for. Às vezes, dada a urgência da necessidade, cada um busca algo que a supra, seja no campo material ou afetivo. Por exemplo, há os que só buscam tirar vantagens materiais dos outros se aproveitando da ingenuidade ou mesmo da generosidade deles; há também os se apegam aos outros se deixando levar pelo sentimento de possessividade, impedindo, com isso, um bom relacionamento ou até mesmo atrapalhando a vida do outro, etc. No entanto, as abordagens se dão a partir do estado de alma em que cada um se encontra. Ora, nós vivemos numa sociedade tão individualista, preconceituosa e violenta que procuramos ver os outros já com um pé atrás, isto é, desconfiados ou como inimigos, se não temos convivência com eles.

Pensando bem, não podemos seguir as regras esdruxulas dessa sociedade hodierna, quase que totalmente desprovida dos valores cristãos que devem nortear nossa vida. De fato, precisamos lançar um olhar de misericórdia sobre essa nossa sociedade enferma pelo secularismo estéril, repleta de ativismos infames, que chega até descaracterizar e corroer a natureza humana. Pois, só os que se deixam curar pela misericórdia divina é que podem transmitir o que receberam a partir da gratuidade de sua fé, visto que, estes também se deixam conduzir pelo Espírito Santo de Deus, como bem enfatizou São Paulo na sua carta aos Romanos (cf. Rom 8,12-14).

Quanto àqueles que de certa forma se aproximam de nós só para tirar algum proveito ou até nos agredir, precisamos agir em Deus, para termos um discernimento apropriado, de modo que cada um assuma a postura de alguém que precisa reativar os valores eternos recebidos no batismo, se são batizados, e que talvez se encontrem adormecidos pela falta de prática da fé. Certamente nenhum de nós é a solução material para os outros, todavia, podemos ajudá-los a encontrar não somente essa solução, mas principalmente a solução para a sua vida diante de Deus, ou seja, para melhorar, quem sabe, o estado precário de sua alma e de sua vida, como aconteceu com o bom samaritano que teve compaixão do homem ferido à beira do caminho.

Revendo essa parábola, precisamos entender que, o que é fundamental num encontro é que este seja um encontro com Cristo: “Quando fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizeste”. Podemos até dizer da dificuldade de se fazer hoje em dia um encontro como esse; mas, se antes eu não me encontrar pessoalmente com o Senhor na minha oração e nos sacramentos, especialmente a Eucaristia, tão pouco poderei encontrá-lo caído à beira do caminho na pessoa do próximo, seja qual for sua condição existencial. Isto porque cada um só dá o que tem. Ora, se vivo em Cristo, então, tudo faço movido por ele.

Portanto, em nossa piedade e penitência, podemos dizer que vivemos muito próximo do Senhor, mas é preciso caminhar com Ele e sentir o nosso coração arder como ardia o coração dos discípulos de Emaús. Assim podemos afirmar que convivemos com o Cristo ressuscitado, porque Ele arde nas entranhas de nossas almas, como afirmava São Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). Ora, se Ele vive em mim, é possível por Ele, vê-lo na pessoa do próximo, mas isto só se dá quando permanecemos Nele e lançamos um olhar de misericórdia sobre o próximo e a situação em que se encontra; sem isto, de fato, nos sentimos inseguros e incapazes de qualquer boa ação.


Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.



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sábado, 9 de março de 2013

O QUE EU VEJO, SENHOR?




MEU OLHAR SOB TEU OLHAR, SENHOR... (Lc 10,25-37)

Dá-me, Senhor, por amor de teu nome enxergar as tuas criaturas como Tu as enxergas...

Pois, o que eu vejo nelas? Com que olhar, olho as tuas criaturas, os acontecimentos e tudo ao meu redor? E, qual a influência de tudo isso em minha vida? O que preciso para enxergar a essência das pessoas e das cosias com quem me relaciono? Será que preciso dá mais tempo para isto? Será que é preciso a mudança dos outros ou dos acontecimentos ou ainda minha própria mudança, para que eu atingir o âmago de tudo e de todos? Ó Senhor, são tantas perguntas e tão poucas respostas que penso: creio que estou errando o alvo onde devo mirar, para encontrar as respostas que tanto desejo.

Lançar só um olhar não é suficiente, porque muitos enxergam somente o que querem enxergar, ou o que lhes agrada aos olhos. Talvez seja pela curiosidade, ou quem sabe por interesses pessoais, ou ainda porque buscam novidades. O fato é que, “o essencial é oculto aos olhos”. Como seria bom que o nosso olhar fosse sempre um olhar de misericórdia, cheio de bondade ou quem sabe um olhar de fé, de compreensão, de sabedoria, etc...
Ao que parece, quando olhamos os outros e não temos familiaridade com eles, enxergamos uma ameaça ou alguém que quer tirar nossa liberdade ou mesmo nos importunar. Ou será por que não queremos nos comprometer? Realmente, precisamos ficar atentos, porque muitas vezes o que vemos e ouvimos atentamente nos leva a enxergar o que nossa miopia espiritual teima em não querer ver.

Vinde e vede”, é o convite do Senhor à vida comunitária, à comunhão fraterna. De fato, nossa experiência existencial nos diz que precisamos conhecer melhor para nos relacionar melhor, principalmente aquilo que o amor nos ensina. A visão de Deus em nossa vida se dá pela obediência, que significa para nós amor e fidelidade aos seus mandamentos. Quando temos familiaridade com o Senhor, agimos a partir de sua vontade em nossa vida, porque tudo o que Deus nos ensina é agradável e nos faz bem. E para que isso aconteça, Deus nos deu o dom da oração como a maneira mais fácil de termos familiaridade com Ele, pois a oração é para a nossa alma, olhos, ouvidos e boca. Por Ela, falamos com o Senhor, ouvimos sua vontade e contemplamos sua glória.

O que ou quem você encontra em sua oração? Com efeito, a experiência de Deus é permanente nós é que a interrompemos com nossas desventuras e infortúnios. Olhar o Sagrado com os olhos de nossa alma pela oração é contemplar a Deus e participar de suas maravilhas diretamente, pois a maior alegria da alma é ver a Deus face a face e permanecer imersa Nele. Assim, posso dizer em minha oração: Senhor, quando olho para Ti, não me falta nada, porque em Ti tenho tudo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria, OFMConv.

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terça-feira, 5 de março de 2013

O TEMPO DO HOMEM E O TEMPO DE DEUS...




O TEMPO DO HOMEM E O TEMPO DE DEUS...

Existe um tempo, dois tempos, três tempos...
Mas todos os tempos são apenas o tempo...
Porque o tempo é existência que passa, que vai adiante...
Que não para nem mesmo quando o fim de uma história acontece...
Porque já chegou a eternidade para ela...
Pois a missão do tempo é nos levar para a eternidade mesmo...
E com toda certeza ele cumpre perfeitamente sua missão...

Deus é Eterno,
e criou o homem no tempo para a eternidade...
Ora, aquilo que para nós é temporário, para Deus não é...
Por isso, precisamos viver por Ele e para Ele todo tempo que temos...
E mais ainda, tudo o que para nós é mistério,
é plenamente conhecido por Deus...
Porque Ele que fez a essência de tudo o que existe...
E tudo o que existe, só existe porque Deus dá existência...

Todavia, não confunda o bem com o mal,
porque o mal não vem de Deus...
Antes, saiu Dele como bem, mas tornou-se mal...
e como mal se perpetuará...
E ai de quem o seguir na estrada da maldade...
Terá por castigo a mesma eternidade da maldade que impôs...

Então, precisamos ficar atentos...
Porque com o tempo e o bem que somos...
Deus nos deu também a capacidade de que dispomos...
Para trabalharmos com afinco a nossa salvação...
Por isso, precisamos aproveitar todo o tempo e capacidade...
Para nos firmarmos na verdade que fundamenta nossa vida em Deus...

E a verdade que fundamenta nossa vida é Cristo Jesus,
O Filho de Deus e da Virgem Maria...
Que disse um dia com suas Palavras Eternas:
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Assim é e sempre será, porque ninguém pode mudar o que Deus falou...

Com efeito, hoje vemos como num espelho...
Todavia, no dia eterno, veremos como tudo é em sua essência...
E o que hoje conhecemos com carência,
na eternidade conheceremos face a face...
Porque, na verdade, a nossa realidade natural...
é apenas o começo da Realidade Eterna que nos espera para ela...
Porque Deus que nos ama tudo dispôs para o nosso bem,
desde que o amemos acima de todas as coisas,
no cumprimento de sua vontade como convém...

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.


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