VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A PEDAGOGIA DIVINA E A LÓGICA HUMANA


A PEDAGOGIA DIVINA E A LÓGICA HUMANA...

A lógica de Deus não é a nossa, isto porque a nossa lógica se baseia apenas nas leis naturais, enquanto a lógica divina tem como fundamento a lei perfeita do amor. Em nossa lógica medimos tudo, pontuamos, criamos regras, fórmulas, para obtermos os resultados desejados; em Deus não há medida, não há fórmulas contingentes, mas há dois dons fundamentais que nos ajuda a entender o agir divino em nosso favor. São eles, fé e obediência; pela fé acreditamos nos santos mandamentos, que é a lei perfeita do amor, e que nos leva a percorrer o caminho da perfeição; e a nossa obediência como correspondência amorosa para que Sua teofania (ação direta de Deus) plenifique nossa vida.

Eis o que a Sagrada Escritura nos ensina sobre a pedagogia divina e a lógica humana:

Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto. Renuncie o malvado a seu comportamento, e o pecador a seus projetos; volte ao Senhor, que dele terá piedade, e a nosso Deus que perdoa generosamente. Pois meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor; mas tanto quanto o céu domina a terra, tanto é superior à vossa a minha conduta e meus pensamentos ultrapassam os vossos. Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão”. (Is 55,6-11).

Desse modo compreendemos que a fé não é uma teoria, mas uma prática que fundamenta o dom amor de Deus em nossa vida; e a obediência é o dom que em nós acolhe a vontade do Senhor... Ou seja, a Palavra de Deus dita se realiza, enquanto a vontade humana a segue por meio da fé e da obediência; pois de Sua Palavra dependemos cem por cento, não somente nós, mas também toda a criação... Então, sejamos testemunhas da Palavra Divina, pois só há autenticidade no agir humano, quando ele tem como fundamento o que Deus fala e faz...

Vejamos como se dá isso:

Irmãos, também eu, quando fui ter convosco, não fui com o prestígio da eloquência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Eu me apresentei em vosso meio num estado de fraqueza, de desassossego e de temor. A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloquência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Entretanto, o que pregamos entre os perfeitos é uma sabedoria, porém não a sabedoria deste mundo nem a dos grandes deste mundo, que são, aos olhos daquela, desqualificados. Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória. Sabedoria que nenhuma autoridade deste mundo conheceu (pois se a houvessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória).

É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus.

Pois quem conhece as coisas que há no homem, senão o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos prodigalizou e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais.

Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar. O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém. Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, se abalançará a instruí-lo (Is 40,13)? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo. (1Cor 2).

Destarte, “Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos! Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi o seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém”. (Rom 11,33-36).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

PS: “Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus.” (Miq 6,8)

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quinta-feira, 23 de junho de 2016

EM BUSCA DA SANTIDADE


EM BUSCA DA SANTIDADE

“Sede santos, assim como o vosso Pai do céu é Santo”. (Mt 5,48).

Às vezes pensamos que é muito difícil atingir esse grau de santidade que Jesus nos propõe; achamos que a santidade é própria dos santos e santas que já estão no céu. De fato, olhando a nossa condição de seres contingentes (limitados) perguntamos: Senhor, como ser santos num mundo como o nosso? Pois, eis como São Paulo o descreve: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2Tm 3,1-5).

Creio ser essa resposta do Senhor: “Meus filhos e filhas, não tenham como base de suas vidas os maus exemplos e os falsos testemunhos que vedes; pois quando olhais os pecados alheios e ficais só nisso, eles não servem para nada, mas se tirais daí uma lição, vereis que estou presente em todos os acontecimentos, porém, para vos ajudar a não cometerdes os mesmos delitos, mas sim para vos fazer crescer na graça e no conhecimento de minha misericórdia e do meu amor a fim de vos comunicar a minha santidade, “porque sem mim não podeis fazer”.” (Jo 15,5).

Ora, meditando sobre este imperativo divino: “Sede santos, assim como o vosso Pai do céu é Santo”, compreendemos que Jesus está nos dizendo que a santidade é própria de todos os filhos e filhas de Deus, renascidos “da água e do Espírito Santo”, quando fomos batizados. Aliás, essa verdade São João também nos deu a conhecer em sua Primeira Carta: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro”. (1Jo 3,1-3).

Logo, ser santos é sermos aquilo que já somos por fazermos parte do Povo de Deus, a Santa Igreja, Corpo de Cristo (cf. Cl 1,18), parte visível do Reino de Deus neste mundo. Para isto o Senhor nos pede que vivamos como ele viveu (cf. 1Jo 2,3-6); ou ainda, como escreveu São Paulo na sua Carta aos Efésios: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor”. (Ef 5,1-2).

Por isso, precisamos deixar de lado tudo o que não nos convém, como ele acrescenta: “Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos. Nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento - verdadeiros idólatras! - terá herança no Reino de Cristo e de Deus. E ninguém vos seduza com vãos discursos. Estes são os pecados que atraem a ira de Deus sobre os rebeldes. Não vos comprometais com eles”. (Ef 5,3-7).

Por fim, meditemos com São Pedro sobre santidade de nossa vida quando dos últimos acontecimentos desta vida: “Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz”. (2Pd 3,10-14).

Destarte, a santidade é a plenitude de todas as virtudes, ela é o nosso passaporte para o céu, pois Cristo Jesus, o Filho de Deus, veio para nos comunicar sua Santidade, porque “sem ela ninguém poderá ver a Deus” (cf Hb 12,14). Desse modo, ser santo é a vocação primordial de todos os filhos e filhas de Deus. Porquanto: “Cingi, portanto, os rins do vosso espírito, sede sóbrios e colocai toda vossa esperança na graça que vos será dada no dia em que Jesus Cristo aparecer. À maneira de filhos obedientes, já não vos amoldeis aos desejos que tínheis antes, no tempo da vossa ignorância. A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: ‘Sede santos, porque eu sou santo’ (Lv 11,44)”. (1Pd 1,13-16).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

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