VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

sábado, 31 de julho de 2021

SÃO JOÃO BATISTA, MÁRTIRE DA HUMILDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 14,1-12)(31/07/21).


Caríssimos, em tudo neste mundo há sempre um contraste, uma dualidade que provoca uma tomada de decisão de nossa parte baseada em nosso livre arbítrio. Em outras palavras, estamos dentro de uma guerra espiritual cujo campo de batalha é a nossa mente aonde chegam os pensamentos bons ou maus, porém, a depender de nossas escolhas e decisões, ganhamos ou perdemos essa guerra. A graça para vence-la é de Deus, porém, cabe a nós po-la em prática.


O Evangelho de hoje narra o martírio de são João Batista, que segundo o Senhor Jesus, dos homens nascidos de mulher, João foi o maior, por sua missão e humildade. E nesse episódio vemos claramente esse contraste, essa dualidade, essa guerra entre o bem e o mal. Por um lado, Herodes, com seu pecado de adultério, com sua falsa credulidade, e hipocrisia homicida.


Ao contrário de tudo isso, vemos João Batista, que anuncia a verdade como remédio que cura, liberta e salva, porém, foi mal interpretado, julgado e condenado por Herodes, Herodíades e a sua filha, como também por todos os participantes deste trágico tribunal, onde a vítima inocente, foi condenada impiedosamente sem direito sequer a um justo julgamento. 


Discorrendo sobre a vida de João Batista, escreveu o Beato Guerric de Igny (abade cisterciense

3.º Sermão para a natividade de João Batista, SC 202): "Devem os homens maravilhar-se, pois, por João ter sido predito pelos profetas, por ter sido anunciado por um anjo, por ter nascido de pais tão santos e nobres, ainda que idosos e estéreis. 


Por ter preparado o caminho ao Redentor no deserto, por ter feito voltar o coração dos pais a seus filhos e o dos filhos a seus pais (cf Lc 1,17), por ter sido digno de batizar o Filho, por ter ouvido o Pai, por ter visto o Espírito Santo em forma corpórea (cf Lc 3,22), por ter lutado até à morte pela verdade e por ter sido mártir de Cristo antes da Paixão, para ser o percursor de Cristo até à morada dos mortos.


Quanto a nós, irmãos, é a sua humildade que nos é proposta como objeto de admiração, mas também de imitação. A humildade incitou-o a não querer passar por grande, quando podia tê-lo feito. De fato, este fiel «amigo do Esposo» (Jo 3,29), que amava o seu Senhor mais do que a si próprio, desejava «diminuir» para que Ele pudesse «crescer» (Jo 3,30), e quis tornar maior a glória de Cristo fazendo-se a si próprio mais pequeno. Deste modo, pôde exprimir com a sua conduta o que disse o apóstolo Paulo: «Não nos pregamos a nós próprios, mas a Cristo Jesus, o Senhor» (2Cor 4,5)."


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

O TESOURO E A PÉROLA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,44-46)(28/07/21)


Caríssimos, esta liturgia de hoje é como um bálsamo suave para a alma inquieta com as distrações e os valores passageiros e pouco eficazes deste mundo. Quantos neste momento não estão buscando reconhecimento, fama, poder e prazer pensando encontrar nessas coisas a plena realização? E no entanto quando muito, encontram frustração, vazio existencial e falta de sentido para a vida; isso porque a verdadeira felicidade só a encontra quem encontra Cristo, o único que preenche toda a nossa vida.


Na primeira leitura de hoje Moisés encontrou Deus que lhe prescreveu os Santos Mandamentos, isto é, a perfeita regra de vida em que o povo eleito o encontra e o segue pondo em prática a Sua Santa Vontade, porque fora da Vontade de Deus não existe felicidade nem paz nem verdadeira alegria de viver. De fato, esse encontro de Moisés com Deus o marcou para sempre, pois seu rosto resplandecia a luz divina que trazia em sua alma fruto da sua união com o Senhor.


De certo, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos conta duas pequenas parábolas para nos ensinar a encontrar o Reino de Deus e Nele permanecer; trata-se do Tesouro e da Pérola, o primeiro escondido num campo e a outra em meio os afazeres desta vida. Quem encontra esse Tesouro, vende tudo o que tem, isto é, permuta para obte-lo. De igual modo, faz com a Pérola.


Com efeito, nos perguntemos, como realmente fazemos o nosso encontro com o Senhor Jesus? É Ele o nosso único Tesouro ou buscamos outros? Deixamos tudo para o seguir rumo ao Reino dos céus, como o fizeram todos os santos e santas de todos os tempos? Quais os frutos, isto é, quais os efeitos desse nosso encontro com Ele que é o autor e consumador de nossa fe?


Portanto, caríssimos, é a resposta autêntica à essas perguntas que nos faz ser seus verdadeiros discípulos, fiéis e disponíveis para as obras de misericórdia que o Senhor de antemão preparou para que nós as praticássemos. Destarte, comungar Jesus na Santa Eucaristia e pôr em prática a Sua Divina Palavra já é possuir esse Tesouro.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 27 de julho de 2021

QUE HISTÓRIA DE VIDA ESTAMOS CONSTRUINDO?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,36-43)(27/07/21)


Caríssimos, cada um de nós tem a sua história de vida vivida a cada instante do nosso ser e estar no mundo. Porém, a pergunta que se faz é: com que valores construímos a nossa história de vida? Ou melhor dizendo, com que virtudes ou não virtudes a construímos? Em outras palavras, o nosso modo de ser, é terra fértil onde o Senhor semeia a boa semente; ou deixamos que o maligno semeie o joio nela?


No Evangelho de hoje os discípulos pedem ao Senhor Jesus que lhes explique a parábola do joio, ao que Ele respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos.


Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: O Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.


Com efeito, dessa explicação do Senhor Jesus tiremos as seguintes lições para po-las em prática na construção da nossa história de vida: Deus é sumamente paciente conosco porque nos ama, e nos chama a participar do seu Reino, por isso, nos perdoa, pois sabe que somos frágeis e por vezes permitimos que o maligno semeie o joio na terra das nossas almas.


A segunda lição trata-se da misericórdia vivida a cada passo dado para a eternidade, pois, é dela que depende a nossa salvação eterna, ou seja, nessa parábola, a paciência divina se chama misericórdia, isso porque os ceifadores queriam fazer justiça sem misericórdia, mas Deus não o permitiu, para compreendermos, que não somos nós os julgadores, mas os julgados, por isso, não podemos ocupar o lugar de Deus, porque somente Ele é o justo juiz, e julgará a cada um no tempo determinado.


Portanto, caríssimos, o trigo e o joio dão frutos e são pelos frutos que se distinguem; mas nem por isso nos arvoramos em juízes, ao contrário, como réus ponhamos a misericórdia como base do nosso discernimento para vivermos como exemplos a serem seguidos em Cristo, nessa trajetória rumo a eternidade aonde todos à seu tempo seremos julgados pelo justo Juiz.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

A ARTE DE SER AVÓ...


 A Arte de Ser Avó


"Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu... É como dizem os ingleses, um ato de Deus". Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto. O neto é, realmente, o sangue do seu sangue, o filho do filho, mais que filho mesmo...


Cinquenta anos, cinquenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que você esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações, todos dizem isso, embora você, pessoalmente, ainda não as tenha descoberto, mas acredita. Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores com paixões: a doçura da meia idade não lhe exige essa efervescência. A saudade é de alguma coisa que você tinha e que lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as crianças? 


Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum suas crianças perdidas. São homens e mulheres- não são mais aqueles que você recorda.

E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe coloca nos braços um bebê. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha.


Sem dores, sem choro, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade, longe de ser um estranho, é um filho seu que é devolvido. E o espanto é que todos lhe reconhecem o direito de o amar com extravagância. Ao contrário, causaria espanto, decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração. 


Sim, tenho certeza de que a vida nos dá netos para compensar de todas as perdas trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vem ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. 

E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono abre o olho e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão no forno!


Rachel de Queiroz

segunda-feira, 26 de julho de 2021

FELIZES SOIS VÓS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,16-17)(26/07/21)


Caríssimos, tudo o que vemos e com que interagimos só tem um autor e Senhor, Deus, que tudo criou por amor por meio do Seu Verbo que enviou a este mundo para libertar a criação que jazia sob o jugo do inimigo que semeou as sementes da maldade que são os pecados aqui praticados e que se alastra como um câncer corroendo a obra da criação. E isso constatamos pela destruição da criação visível e das almas que aderem à tais práticas.


Todavia, esta liturgia de hoje em que a Igreja celebra a memória de são Joaquim e sant'Ana, os avós materno do Senhor Jesus, nos lembra que Deus sempre se faz presente na vida e nas ações dos filhos e filhas de Abraão que se abriram para acolhe-lo a fim de que as suas promessas se cumprissem na íntegra.


A primeira leitura de hoje assim o demonstra: "Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações. Estes, são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. Eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são sua melhor herança.


A descendência deles mantém-se fiel às alianças, e, graças a eles, também os seus filhos. Sua descendência permanece para sempre, e sua glória jamais se apagará. Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia [dos justos] vai celebrar o seu louvor." (Eclo 44,1.10-15).


Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus reconhece nos seus discípulos o cumprimento de tudo o que foi escrito à seu respeito ao dizer-lhes: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”. (Mt 13,16-17). 


Portanto, caríssimos, também nós por essas palavras do Senhor Jesus, fazemos parte da geração dos bem-aventurados justamente por usufruírmos da Sua presença no meio de nós e da graça de vê-lo na Santa Eucaristia e comunga-lo; de ouvi-lo nos santos Evangelhos e por meio da Santa Igreja que nos transmite a riqueza incomensurável da doutrina dos Apóstolos e dos santos e santas que o seguiram ao longo da história da nossa salvação.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 25 de julho de 2021

HOMILIA DO XVII DOM DO TEMPO COMUM...


 Homilia do XVII Dom do tempo comum (Jo 6,1-15)(25/07/21)


Caríssimos, por conta da nossa racionalidade muitas vezes deixamos de usufruir dos bens eternos, porque tendemos a julgar tudo segundo os nossos critérios, ou seja, pelo que podemos ou não podemos, e por isso, damos pouca importância às pequenas coisas e não percebemos que para nos conceder suas graças o Senhor Jesus parte sempre da nossa indigência, isto é, do que somos e do pouco que temos.


O Evangelho de hoje narra o episódio da multiplicação de cinco pães e dois peixes, que segundo os nossos critérios, jamais poderia alimentar cerca de cinco mil pessoas presentes nesse encontro com o Senhor Jesus. Acompanhemos, então, a narração: "Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?" Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.


De fato, Deus sempre age por meio da nossa fé, que neste caso faltou a Filipe, que quis agir a partir dos critérios que usualmente empregamos para solucionar as necessidades que as situações da vida nos apresenta. No entanto, partindo da pequena porção de pães e peixes que lhe foi apresentada por André que havia recebido de uma criança ali presente, o Senhor Jesus trouxe a solução da fé multiplicando-os para muito além do necessário.


De certo, nesse episódio o Senhor Jesus nos ensina que a solução para todas as necessidades da nossa vida nasce do pouco que temos, do desejo de partilha, e da confiança em Deus que por meio da oração nos atende, como vemos a seguir: "Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes."


Portanto, caríssimos, é belíssimo o que constatamos nesta liturgia em que o pão biológico, multiplicado por Jesus por meio da oração, torna-se um sinal do Pão Eucarístico, alimento que dá a vida eterna aos que o comungam em estado de graça, por pura necessidade de permanecer no Senhor, o único que sacia a nossa fome e a nossa sede de felicidade.


Destarte, é maravilhoso crer como uma criança que confia inteiramente em seus genitores porque sente-se amada e por isso tem a certeza que nada lhe falta. Pois bem, é assim que nos ama o Senhor.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 24 de julho de 2021

PARÁBOLA DO TRIGO E DO JOIO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,24-30)(24/07/21)


Caríssimos, se percebermos bem, a dicotomia existente neste mundo, isto é, a oposição entre o bem e o mal, também se faz presente dentro de cada um de nós, e que essa luta interior é constante, às vezes menos acirrada; às vezes um tanto volumosa. Porém, se permanecermos fiéis ao Senhor até o fim, venceremos todas as batalhas travadas, uma vez que as graças e bênçãos para isto não nos falta, pois, Ele permanece conosco lutando a nosso favor.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos conta a parábola do trigo e do joio para nos explicar a presença do mal em meio à criação, nos mostrando sua origem e a temporalidade da sua presença. Ensina-nos também que o maligno, que semeou o joio, é vencido pela paciência e a justiça divina que a Seu tempo se cumprirá perfeitamente dando a cada um a justa recompensa pelo bem ou pelo mal aqui realizado.


De certo, como vimos, os servos ao perceberem o joio, queriam fazer justiça de imediato, mas o Senhor os recomendou a cautela, dizendo: "Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro’”. (Mt 13,30). Ou seja, o trigo permanece trigo e no dia do juízo final será recolhido no celeiro do Senhor; enquanto que o joio será estirpado para sempre e lançado na fornalha ardente onde haverá "choro e ranger de dentes." 


Com efeito, o Senhor também nos revela que tudo acontece no tempo que nos foi dado, e por isso, precisamos combater as tentações para evitarmos todo tipo de pecados, pois eles nos afastam do Senhor, e são a causa da nossa ruína caso os cometamos. Por isso, quanto menos expostos ao mundo e as suas aparentes novidades, mais cresceremos em estado de graça e santidade por permanecermos na presença do Senhor.


Portanto, caríssimos, peçamas ao Senhor Jesus a graça do silêncio interior fazendo calar dentro de nós todos os pensamentos vãos, desordenados e estranhos, desse modo, estaremos sempre disponíveis para o Senhor e os seus propósitos à nosso respeito, que consiste em segui-lo como seus discípulos, na alegria de sermos trigo, e não joio.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

MARIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,1-2.11-18)(22/07/21)


Caríssimos a Igreja hoje celebra a Festa de Santa Maria Madalena, apóstola do primeiro anúncio de Jesus Ressuscitado; de fato, receber a graça de tão grande incumbência, é preciso algo muito além dos sentimentos naturais, trata-se do amor incondicional presente em sua alma imersa na dor e no sofrimento pelo perda cruenta do seu Senhor, que morto e sepultado, é buscado com perseverança de quem nunca desiste de permanecer junto Dele.


Com efeito, a fé é o dom do Espírito Santo que nos faz ressuscitar com Cristo Jesus, que ao ser morto cruelmente na cruz nos mostrou quanto os nossos pecados ofendem a Deus à ponto de crucifica-lo; todavia, nem mesmo tamanha impiedade é capaz de afastá-lo de nós, pois, a Sua Divina Misericórdia transpõe infinitamente os limites das nossas transgressões, para que perdoados, voltemos ao estado de graça e permaneçamos em comunhão com Ele aqui e por toda a eternidade.


No entanto, de uma coisa não podemos duvidar, este mundo continua a crucificar o Senhor Jesus à todo instante por conta dos pecados aqui praticados em larga escala, em todos os sentidos e setores de nossa sociedade a ponto de estremesser os céus e seus poderes clamando por justiça; que de fato não tardará e se cumprirá na íntegra, tal qual o Senhor Jesus nos ensinou (cf. Mt 25,31-46). 


Todavia, não podemos esquecer que ainda é tempo de misericórdia, de arrependimento sincero e conversão, de oração e penitência, e da busca do perdão do Senhor, por isso, nem tudo está perdido. Entretanto, esse tempo está findando, e se faz jus que todos se convertam e deixem de fazer o mal que estão fazendo; caso contrário, a mão do Justo Juiz pesará sobre este mundo decaído e muitos serão julgados e condenados por terem desprezado o infinito amor de Deus por nós.


Portanto, caríssimos, como Santa Maria Madalena, que mesmo em meio as dores e sofrimentos jamais perdeu a esperança de encontrar o Senhor Jesus, e o encontrou, não mais como morto e sepultado; mas vivo, ressuscitado dentre os mortos, e por isso, a seu pedido, anunciou aos seus irmãos a alegria da vida eterna presente desde já no tempo e por toda a eternidade; destarte, isso significa a renovação total da criação.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 20 de julho de 2021

MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(20/07/21)


Caríssimos, a liturgia de hoje nos apresenta uma das teofanias (ação direita de Deus) mais importante da história do povo eleito, trata-se da passagem do Mar Vermelho, em que o Senhor intervém diretamente por meio de Moisés para que seu povo o atravessasse a pé enchuto, enquanto o Faraó e todo o seu exército que o perseguia para o massacrar, morreram afogados e assim foram impedidos de praticar o mal que desejavam.


Com efeito, ao fazermos uma analogia (comparação) desse episódio com o que está acontecendo em nosso tempo, vemos que o Faraó e seu exército, inimigos da fé e da nossa salvação, são representados pelas ideologias, as falsas notícias, os falsos profetas, as doutrinas perversas contra a família e a educação cristã, e tantos outros comportamentos nefastos com os quais tentam envenenar nossas almas para nos levar ao pecado e a morte.


De certo, assim como o povo eleito resistiu por meio da fé aos ataques dos seus inimigos, e atravessaram milagrosamente o Mar Vermelho, algo impossível de acontecer sem a intervenção divina; de igual modo, também nós por meio da fé em nosso Senhor Jesus Cristo e conduzidos por Ele, atravessaremos o mar revolto das tentações e dos pecados; do medo, das dores e sofrimentos para chegarmos na terra prometida aonde com o Senhor viveremos eternamente.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos revela a atitude fundamental para participarmos realmente da Sua família divina, trata-se de fazer a vontade de Deus, que consiste em crer Nele, receber com humildade os seus ensinamentos e segui-lo fielmente até fim, carregando a nossa cruz de cada dia, certos de que assim venceremos essa terrível guerra contra os Faraós atuais.


Portanto, caríssimos, assim como no seu tempo ainda hoje o Senhor Jesus continua a perguntar à toda humanidade: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” Em outras palavras, quem realmente quer fazer parte da minha família divina? Certamente a resposta todos nós conhecemos: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

ENVIADOS PARA SERVIR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,7-15)(08/07/21)


Caríssimos irmãos e irmãs, é bom sentir-nos chamados pelo Senhor Jesus no mais íntimo de nossas almas, é bom sentir-nos enviados por Ele na certeza de que caminha sempre conosco, nos orientando e nos conduzindo no cumprimento de nossa missão; para isto, é preciso ouvir bem as suas instruções para não cairmos no erro de anunciar a nós mesmos e não a Ele que nos enviou.


Comentando esse Evangelho disse o Santo Padre, o Papa Francisco: "O Evangelho de hoje narra o momento no qual Jesus envia os Doze em missão. É uma espécie de “aprendizagem” daquilo que serão chamados a fazer depois da Ressurreição do Senhor com o poder do Espírito Santo.


O trecho evangélico analisa o estilo do missionário, que podemos resumir em dois pontos: a missão tem um centro; a missão tem um rosto. O discípulo missionário tem antes de mais nada um seu centro de referência, que é a pessoa de Jesus. Isto manifesta que os Apóstolos nada têm de seu para anunciar, nem capacidades próprias para demonstrar, mas falam e agem porque foram «enviados», enquanto mensageiros de Jesus.


A segunda característica do estilo do missionário é, por assim dizer, um rosto, que consiste na pobreza dos meios. Com efeito, os Doze receberam a ordem de «que nada levassem para o caminho a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto». O Mestre quis que eles fossem livres e ligeiros, sem apoios nem favores, com a única certeza do amor d’Aquele que os envia, fortalecidos unicamente pela sua palavra que vão anunciar.


Este episódio evangélico refere-se também a nós, e não só aos sacerdotes, mas a todos os batizados, chamados a testemunhar, nos vários ambientes de vida, o Evangelho de Cristo. E também para nós esta missão é autêntica apenas a partir do seu centro imutável que é Jesus. Cristão algum anuncia o Evangelho «por conta própria», mas unicamente enviado pela Igreja que recebeu o mandato do próprio Cristo. 


A Virgem Maria, primeira discípula e missionária da Palavra de Deus, nos ajude a levar ao mundo a mensagem do Evangelho numa exultação humilde e radiante, além de qualquer rejeição, incompreensão ou tribulação. (Papa Francisco, Angelus, 15/07/18).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

A VIDA VIVIDA EM DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,1-7)(07/07/21)


Caríssimos, a vida vivida em Deus requer disponibilidade para ama-lo e sermos amados por Ele, para assim amar-nos uns aos outros como expressão do Seu amor em nós. Neste sentido a vivência da fé torna-se relação, intimidade filial, fraternal, tendo a oração como o espaço sagrado onde encontramos o Senhor e com Ele dialogamos, e assim fazermos de nossa vivência com Ele a base da vivência com o próximo, pois, quem convive com Deus, faz o bem a todos.


Na primeira leitura vemos como as decisões erradas do passado explodem negativamente no presente de cada momento. E no episódio de José e seus irmãos isso fica bem claro. No entanto, diante do grave pecado que seria cometido contra ele, Deus enviou Rubem e Judá, para o socorrer quando mais precisava. 


Por isso, José movido pela fé, viu que diante do erro de seus irmãos, Deus agiu providencialmente, para não somente livrá-los da morte pela fome, mas também toda a população do Egito e da redondeza, mostrando com isso que Ele cuida de todos, até mesmo daqueles que não o conhecem ainda.


No Evangelho de hoje Jesus envia os Apóstolos com o encargo de anunciar o Reino de Deus às ovelhas perdidas da casa de Israel na qual reside a promessa feita a Abraão de que nele seriam abençoadas todas as nações da terra. De fato, a casa de Israel hoje é simbolizada pela Santa Igreja, Sacramento universal da salvação da humanidade.


Portanto, caríssimos, todos nós em virtude do nosso batismo, somos discípulos missionários chamados a levar a messagem do Evangelho onde quer que estejamos. Peçamos a nossa Senhora da Evangelização, a primeira discípula missionária, a graça da multiplicação dos discípulos missionários do Evangelho; que cada batizado unido intimamente ao Senhor Jesus, se sinta chamado a anunciar o amor de Deus com o testemunho da própria vida.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

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