VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 28 de novembro de 2023

A ESCATOLOGIA DIZ RESPEITO AO FIM DO MUNDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,5-11)(28/11/23)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, o tempo presente para nós, cristãos, carrega em si vários sentidos, especialmente o sentido escatológico, próprio dos últimos ensinamentos do Senhor Jesus antes de sua partida para o Pai. 

2. O termo "êschaton" significa os últimos e definitivos acontecimentos da história humana, da humanidade e do universo. Últimos porque diz respeito à plenitude ou perfeição para a qual tende a totalidade da criação; e definitivos porque trata da vitória triunfal do amor de Deus sobre o pecado e sobre o mal. 
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3. Assim como no tempo de Noé, Deus revelou os acontecimentos presentes e futuros do "êschaton" por meio de sinais como a construção da arca e o arco-íris, e vimos que se realizaram tal qual descritos em Sua Palavra; de igual modo, nas leituras da liturgia de hoje o Senhor Jesus nos alerta sobre tudo o que haverá de acontecer à humanidade e à toda criação nos últimos dias.
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4. Com efeito, dentre estes sinais descritos por Jesus, estão as falsas crenças e os falsos Cristos; e isso é o que estamos constatando atualmente numa proporção sem igual, principalmente por meio da Internet e as novas tecnologias que espalham falsas notícias, ideologias e todo o veneno do mal que está nelas.

5. No Evangelho de hoje, "algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. E essa profecia se cumpriu no ano setenta da nossa era quando as legiões romanas comandadas por Tito destruiu Jerusalém e o Templo de Salomão não deixando pedra sobre pedra. 
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6. Comentando esse Evangelho escreveu Dom Angelo Spina: "O templo de Jerusalém era considerado uma das sete maravilhas do mundo. E eis que, a alguns que admiram e engrandecem o templo, Jesus faz uma previsão de desgraça: o templo será destruído. Ora, Deus não se preocupa com a beleza dos mármores e a preciosidade dos presentes, mas quer um povo cuja vida mostre que Ele habita no meio dele. 

7. Há quem se detenha estritamente na forma, na aparência. Sentem prazer e satisfação naquilo que dizem e fazem, iludindo-se de que tudo permanece para sempre. Foi o que aconteceu com o templo de Jerusalém, que era adornado com belas pedras preciosas e de que agora só resta um pedaço de muro ao invés tanto esplendor. 

8. Não vos deixeis enganar, diz-nos ainda Jesus, sobre o que vai acontecer no futuro. Porque tudo o que acontece, mesmo com sinais de destruição, não é que estejamos a caminhar para "um fim", mas para "o fim". A destruição do mundo antigo é simultaneamente o nascimento do mundo novo. 
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9. Jesus não responde à nossa curiosidade sobre o futuro, mas quer afastar as nossas ansiedades e alarmismos sobre o fim do mundo, que não servem para nada e só produzem danos. Ao medo do fim do mundo e da morte, Jesus oferece a alternativa de uma vida conduzida pela confiança no Pai, numa atitude de amor que já venceu a morte. 
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10. O Filho de Deus que se fez homem já nos revelou o destino do homem e do mundo: o seu mistério de morte e ressurreição é a verdade do presente e do futuro." Bem como nos ensinou: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?" (Jo 11,25-26). 

11. Portanto, caríssimos, eis o que escreveu são Pedro a respeito do "êschaton": "Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça." (2Pd 3,11-13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 26 de novembro de 2023

CRISTO REI DO UNIVERSO...


 Sol. Cristo Rei do Universo (Mt 25,31-46)(26/11/23)

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1. Caríssimos, como entender que Cristo é o Rei do Universo num mundo aparentemente dominado pelo pecado? Para responder a essa pergunta é necessário primeiro responder quem é que permitimos reinar em nossa vida. Ora, nas almas que não permitem o reinado de Cristo, impera o pecado e todo o mal que o pecado gera.
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2. No Evangelho segundo Mateus, o Senhor Jesus nos ensina que "se conhece a árvore pelos frutos que ela dá." Desse modo, compreendemos que os frutos dos que participam do Seu Reinado são frutos de felicidade, de paz interior, e da alegria de viver a fé partilhando essas graças com quem convivemos em meio às provações deste mundo (cf. At 14,22).
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3. O Evangelho de hoje narra a parábola do juízo final na qual o Senhor Jesus, o justo juiz, se identifica com os necessitados de alguma ajuda, dizendo: "Pois, eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’."
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4. Com efeito, diante de tais critérios, o Senhor considera justos aqueles que sem pretensões ou interesses pessoais praticam essas obras de misericórdia, o encontrando nos que delas necessitam. Por outro lado, são reprovados os que mesmo podendo, se fecharam em si mesmos e nada fizeram para ajudar aqueles que deles precisaram.
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5. Comentando este Evangelho, disse o Papa Bento XVI: "Jesus, o Filho do Homem, juiz supremo das nossas vidas, quis assumir o rosto dos que têm fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou prisioneiros, em suma, de todos os que sofrem ou são postos de lado; o comportamento que tivermos para com eles será, portanto, considerado como o comportamento que teremos para com o próprio Jesus. 

6. Não se trata aqui de uma simples fórmula literária, de uma simples imagem! Toda a existência de Jesus é uma demonstração disso mesmo. Ele, o Filho de Deus, fez-se homem, partilhou a nossa existência, até nos pormenores mais concretos, fazendo-se servo do mais pequeno dos seus irmãos. 
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7. Ele, que não tinha onde reclinar a cabeça, foi condenado a morrer numa cruz. É este o Rei que celebramos! Sem dúvida que isto nos pode parecer estranho! Ainda hoje, como há 2000 anos, somos habituados a ver os sinais da realeza no sucesso, no poder, no dinheiro, temos dificuldade em aceitar um rei assim, um rei que se faz servo dos mais pequenos, dos mais humildes, um rei cujo trono é uma cruz. 
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8. No entanto, dizem-nos as Escrituras, é assim que se manifesta a glória de Cristo: é na humildade da sua existência terrena que Ele encontra o poder de julgar o mundo. Para Ele, reinar é servir! E o que Ele nos pede é que o sigamos neste caminho, que sirvamos, que estejamos atentos ao grito dos pobres, dos fracos, dos marginalizados. 
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9. O batizado sabe que a sua decisão de seguir Cristo pode levá-lo a grandes sacrifícios, por vezes até o da sua vida. Mas, como nos recorda São Paulo, Cristo venceu a morte e arrasta-nos atrás de si na sua ressurreição. Ele conduz-nos a um mundo novo, um mundo de liberdade e de felicidade. Ainda hoje, temos tantos laços com o velho mundo, tantos medos nos prendem e nos impedem de viver livres e felizes. 
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10. Deixemos que Cristo nos liberte deste mundo velho! A nossa fé n'Ele, que vence todos os nossos medos, todas as nossas misérias, conduz-nos a um mundo novo, um mundo em que a justiça e a verdade não são uma utopia; um mundo de liberdade interior e de paz conosco mesmo, com os outros e com Deus."

11. Portanto, caríssimos, supliquemos ao Senhor que nos conduza durante o tempo que ainda temos neste mundo nos dando o discernimento e a graça de poder ajudar aqueles nos quais ele se faz presente de uma forma totalmente diferente daquela que aos olhos dos incrédulos, dos indiferentes e dos que buscam as vantagens deste mundo, jamais ele poderia estar.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

NÓS SOMOS TEMPLOS DE DEUS, NÃO VENDILHÕES...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,45-48)(24/11/23).
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Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem! Sejam bem-vindos à nossa meditação diária.

1. Sem dúvida alguma, pelo alto índice de perversidade que se constata na face da terra, é mais que urgente uma purificação universal por meio 
da justiça divina que há de julgar a todos, para que haja a renovação de todas as coisas, principalmente no que diz respeito à vivência da fé. 

2. De fato, nunca se profanou tanto o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo como vemos em nosso tempo. Como também nunca antes se falou em vão o nome de Deus, como se tem falado por meio da Internet, dos cultos heréticos e das atrocidades cometidas usando o nome de Deus.

Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje.

3. Caríssimos, a liturgia de hoje trata especificamente da Palavra e da vida humana enquanto casa de oração e morada permanente do Senhor, por isso, não pode ser ao mesmo tempo um covil de ladrões. Ou seja, um lugar profanado pela cobiça e todo tipo de pecados que infelizmente estão cometendo.

4. No que diz respeito à Palavra, precisamos medita-la, digeri-la, degusta-la, para que assimilada, seja vivida integralmente, porque é a verdade que nos faz livres de todos os apegos; mas, para tanto, precisamos renunciar a nós mesmos, pois sem renúncia da própria vontade não se pode cumprir a vontade de Deus fielmente. 
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5. Desse modo, a Palavra tem o sabor de mel por aquilo que resulta, mas tem também o sabor de fel pela oposição que enfrenta, todavia, nada e ninguém jamais poderá vence-la. Ou seja, ela se cumpre na íntegra ainda que queiram emudece-la.
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6. No que diz respeito à vida como casa de oração, ela é de fato, o espaço sagrado aonde encontramos Deus; qualquer outra atividade que não expresse a Sua presença não passa de profanação do que verdadeiramente somos: "a sua imagem e semelhança." Por isso, precisamos viver em constante oração para escuta-lo e segui-lo fielmente rumo ao reino dos céus. 
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7. Com efeito, a Palavra unida à oração, torna o nosso viver expressão daquilo que Deus quer para toda a humanidade, pois o testemunho autêntico que advém desse binômio, é sinônimo de que estamos realizando o Seu Plano de amor para a nossa salvação. 
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8. Assim, compreendemos que a prática da Palavra, da oração e dos Sacramentos, livres dos interesses mesquinhos, são a espinha dorsal da vivência da fé, porque, como o Senhor mesmo disse: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23b). Decerto, a fé é dom do Espírito Santo, para obedecermos em tudo a vontade de Deus. 
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9. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus expulsou os vendilhões do Templo em cumprimento às profecias do Antigo Testamento; ora, isso significa que expulsou os apegos materiais, que são falsos deuses com suas falsas doutrinas que os homens criaram e puseram em seus corações no lugar, que na verdade, pertence somente a Deus.
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10. Amados irmãos e amadas irmãs, tempo é vida, é dom precioso que recebemos de Deus, por isso, não podemos perde-lo com as futilidades deste mundo; ele é igual para todos, no entanto, ao perde-lo, não tem como recupera-lo. 
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11. Destarte, o único tempo que realmente aproveitamos é o tempo dedicado a Deus, pois, é Dele que recebemos todas as graças. Então, dediquemos todo o nosso tempo ao nosso Pai celestial, pois isso significa ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros, como o Senhor Jesus nos ensinou. Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

terça-feira, 21 de novembro de 2023

APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA...


 Memória da presentação de nossa Senhora (Mt 12,46-50)(21/11/23)

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1. Amados filhos e filhas de Deus, Maria Santíssima é aquela que reflete em toda sua plenitude a Luz da verdade, Cristo Jesus, como Ele mesmo disse: "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (Jo 8,12).

2. Com efeito, a Santíssima Virgem foi escolhida dentre todas as mulheres da terra para ser a Mãe do Filho de Deus Altíssimo e por Ele, também a nossa Mãe. Ou seja, não existe privilegio maior do que este de sermos filhos por adoção da Virgem Maria, Mãe do nosso Salvador. 

3. Nenhuma vocação se compara à sua, pois, é como ela mesma cantou: "O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o Seu Nome." De fato, tudo o que aconteceu depois do nascimento do seu Filho, Jesus Cristo, é consequência do seu sim; ou seja, nela se cumpriu todas as promessas e todas as profecias do Antigo Testamento.
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4. No Evangelho de hoje, Jesus confirma essa verdade dizendo que todos os que cumprem a vontade do Pai, são sua mãe, seus irmãos e irmãs, isto é, fazem parte da sua família divina. Porque, com o seu nascimento, toda a criação foi renovada, pois Ele fez nova todas as coisas (cf. Ap 21,5); e como foi dito acima, tudo isso teve início com o sim da Sua Mãe Santíssima.
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5. Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "Jesus formou uma nova família, não mais baseada nos laços naturais, mas na fé n'Ele, no seu amor que nos acolhe e nos une, no Espírito Santo. Todos aqueles que acolhem a palavra de Jesus são filhos de Deus e irmãos uns dos outros. 
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6. A resposta dada por Jesus no Evangelho de hoje não é uma falta de respeito para com a sua mãe e a sua família. Pelo contrário, para Maria é o maior reconhecimento, porque ela é a discípula perfeita que obedeceu em tudo à vontade de Deus."
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7. Amados irmãos e amadas irmãs, a memória da apresentação de Maria no templo, que hoje celebramos, evoca a prática religiosa hebraica; pois, apresentar a Deus os filhos e filhas pós nascimento é uma consagração a Ele, confirmando que todos lhe pertencem. 
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8. Maria e José fizeram o mesmo com Jesus como vemos nesta passagem do Evangelho de são Lucas: "Impelido pelo Espírito Santo, Simeão foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos:
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9. Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel. (Lc 2,27-32)
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10. Decerto, o nosso batismo significa não só essa apresentação, mas o novo nascimento para a vida eterna, porque nos foi dado o Espírito Santo Paráclito que imprimiu em nossas almas a graça da nossa filiação divina. 
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11. "Que a Virgem Mãe nos ajude a viver sempre em comunhão com Jesus, reconhecendo a ação do Espírito Santo que age n'Ele e na Igreja, regenerando o mundo para uma vida nova." (Papa Francisco). Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

QUEM É O CEGO DE JERICÓ?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,35-43)(20/11/23).


Quem é o cego de Jericó?

1. Amados irmãos e amadas irmãs, as palavras carregam em si o conteúdo existencial daqueles que as proferem, todavia, necessitam das obras que as confirmam. Desse modo, todos nós espelhamos à todo instante o conteúdo do que somos, pensamos e vivemos por meio das atitudes que revelam à quem pertencemos e o fim para o qual nos destinamos. 

2. De fato, as palavras acompanhadas das ações que o Senhor nos inspira na prática da vida, são comprovadamente expressão da nossa obediência aos Seus Santos Mandamentos, em outras palavras, são a plena realização da Sua Vontade. 

3. O Evangelho de hoje relata o encontro providencial de Cristo com o cego de Jericó; e como no Reino de Deus nada é por acaso, esse encontro é exatamente o momento sublime da graça que lhe é concedida; da parte do cego vemos em ação o dom da fé, da oração, da perseverança e o desejo de ver Cristo e segui-lo. 
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4. Da parte do Senhor comprovamos sua filiação divina por meio da Palavra que salva, cura e faz feliz à todos que Dele se aproximam; da parte do povo constatamos o reconhecimento da verdade, o louvor e o agradecimento pelas sinais que Deus realiza por meio de Seu Filho em nosso favor.
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5. Comentando esse Evangelho disse o Papa Bento XVI: "O homem é um filho da luz, feito para ver a luz, mas perdeu a vista e vê-se obrigado a mendigar. Ao seu lado passa o Senhor, que se fez mendigo por nós: sedento da nossa fé e do nosso amor. 
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6. "Que queres que eu te faça?" Deus sabe, mas pergunta; quer que o homem fale. Quer que o homem se levante, que tenha a coragem de pedir o que lhe é devido pela sua dignidade. O Pai quer ouvir de viva voz do filho a vontade livre de voltar a ver a luz, aquela luz para a qual o criou. "Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente ele voltou a ver e seguiu-o pelo caminho". (Mc 10,51-52). 
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7. Sim, a fé em Jesus Cristo - quando bem compreendida e praticada - conduz os homens e os povos à liberdade na verdade, ou à reconciliação, à justiça e à paz. Bartimeu, que, curado, segue Jesus ao longo do caminho, é uma imagem da humanidade que, iluminada pela fé, parte em direção à terra prometida. 
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8. Bartimeu, por sua vez, torna-se testemunha da luz, contando e demonstrando na primeira pessoa que foi curado, renovado, regenerado. Esta é a Igreja no mundo: uma comunidade de pessoas reconciliadas, construtores da justiça e da paz; "sal e luz" no meio da sociedade, dos homens e das nações."
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9. Amados irmãos e amadas irmãs, as obras de misericórdia que o Senhor nos dá a realizar são sinais da Sua presença no meio de nós; caso não expresse esse propósito, então, não passa de propaganda enganosa querendo chamar a atenção sobre seus autores desejosos de holofotes e de fama. 
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10. Portanto, prestemos muita atenção nestas palavras de são João Batista: "Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu. Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas fui enviado diante dele. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa. Importa que ele cresça e que eu diminua." (Jo 3,27-28.29b-30).
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11. Rezemos, então, esta oração do Beato Columba Marmion: "Meu Deus, vede esta alma que criastes e redimistes, vede como está deformada, cheia de inclinações que desagradam ao vosso olhar, e tende piedade dela!" Essa oração, feita humildemente, toca diretamente o coração de Cristo." Amém! Assim seja!
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 19 de novembro de 2023

QUAIS SÃO OS TALENTOS QUE DE DEUS RECEBEMOS?


 Homilia do 33°Dom TC (Mt 25,14-30)(19/11/23)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, acontece que por vezes nos acostumamos com o nosso viver de cada dia e até nos acomodamos com isso, deixando de multiplicar os talentos que de Deus recebemos, ou então, os multiplicamos egoisticamente pensando apenas em nós mesmos. Desse modo, deixamos de realizar o querer e o executar de Deus em nossa vida. 

Meditemos com amor e atenção esta homilia do 33°Dom do Tempo Comum.

2. Caríssimos, aqui neste mundo o nosso modo de ser é o meio pelo o qual amamos o Senhor, servindo-o com alegria para o bem de todos que necessitam da sua presença pelo serviço que lhes prestamos. Muitos ainda não entendem que o amor é a maior expressão da presença de Deus em tudo que vivemos e fazemos no nosso dia a dia.
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3. Por isso, é fundamental o que o Senhor Jesus nos ensinou no Evangelho de São João: "Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (Jo 13,34-35).

4. Assim compreendemos que o amor é o único fundamento que nos une sempre, porque o amor é o próprio Deus agindo em nós e por meio de nós. Bem como nos ensina são João: "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele." (1Jo 4,16b).
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5. De fato, os talentos nos são dados para amar a Deus sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros como a nós mesmos. Ora, isso requer o nosso desapego aos bens deste mundo, porque tudo o que é visível só tem verdadeiro sentido quando não fazemos destes bens um fim em si mesmo.
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6. Então, quais são os talentos que o Senhor nos confia, como vimos no relato do Evangelho de hoje? Trata-se das virtudes eternas que são Paulo elenca na Carta aos Romanos: "Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. 
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7. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Socorrei às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da hospitalidade. (Rm 12,9-13).
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8. Comentando esse Evangelho escreveu o Padre Ubaldo Terrinoni: "Esta parábola envolve-nos e põe-nos em causa. Também a nós são confiados pelo Senhor talentos preciosos: o tempo, os carismas, a fé. O tempo é o espaço em que cada um de nós constrói, todos os dias, o nosso destino eterno. Saber usar o tempo com sabedoria é uma arte, não apenas uma virtude.
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9. Os carismas são os dons que Deus concede a cada pessoa, ao chama-la à vida. Por isso, ninguém é desprovido deles. A lista seria muito longa: a inteligência, o sentido prático, a capacidade de organização, o espírito de escuta e de serviço, a fidelidade corajosa, o testemunho da fé, a disponibilidade para o sacrifício, a generosidade da saúde e do tempo, etc.
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10. A fé é um talento muito precioso. Aquele que tem este dom repousa toda a sua vida em Deus; porque Ele é o único ponto de referência constante. Se a alimentamos com a escuta da Palavra e a exercitamos com obras de caridade, a fé continua a crescer e torna-se uma chama ardente. 
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11. Portanto, ao multiplicar tais talentos o Senhor também nos dirá como disse a cada um dos dois primeiros servos: "Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu Senhor!". (Pe Ubaldo Terrinoni). Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 18 de novembro de 2023

PERSEVERANÇA ATÉ O FIM...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,1-8)(18/11/23).

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1. Amados irmãos e amadas, vivemos em meio uma sociedade corrupta, desigual, injusta, perversa, violenta e mortal; por isso, este mundo mais parece um inferno do que um paraíso. Entretanto, os que vivem da fé, nunca perdem a esperança de que um dia tudo isso vai mudar, pois quem em Deus espera sempre alcança.

Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje. 

2. Caríssimos, o bem que fazemos inspirados pelo Espírito de Deus nos leva à cumprir seus desígnios de amor para com todos. É como meditamos nos Atos dos Apóstolos: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. 

3. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça." (At 4,32-33). Ou seja, de certo modo o paraíso realmente se fez presente entre eles; e será sempre assim nas almas em que Cristo reina por meio do seu Santo Espírito. 
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4. Com efeito, a liturgia de hoje põe em relevo os dons da fé, da oração, da partilha, da perseverança e da unidade, pois, os dons do Espírito Santo e o uso fruto deles são sinais da sua presença em nossas almas nos conduzindo à perfeição desejada por Deus Pai. 
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5. Rezar é amar, é viver a fé mais intimamente, é também partilhar as graças recebidas, é crescer em todos os sentidos da vida, é formar a unidade perfeita. Quem reza assim ama a Deus sobre todas e se deixa amar por Ele, para amar o próximo como a si mesmo. 
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6. Em uma de suas exortações o Senhor Jesus deu a conhecer aos seus Apóstolos que era necessário a vinda do Espírito Santo, para que conduzidos por Ele, cumprissem a missão que lhes confiava, de modo que fizessem tudo conforme a vontade do Pai, como Ele mesmo o fez.
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7. Então, disse o Senhor: "Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei." (Jo 16,7). Ou seja, a Palavra de Cristo é a garantia de que não nos deixa órfãos da sua presença, pois o Paráclito que o revela em nossas almas nos faz permanecer nele como os ramos permanecem na videira (cf. Jo 15,1-5).
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8. No Evangelho de hoje, introduzindo à Parábola que Jesus contou a respeito da perseverança, são Lucas escreveu: "Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo." (Lc 18,1). E assim nos revela que a oração está para a nossa alma, como o ar que respiramos está para o nosso corpo. 
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9. E no final da parábola o Senhor fez uma pergunta enigmática que desafia a humanidade até o fim dos tempos: "Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8). De fato, essa pergunta é o grande desafio da humanidade inteira, pois o Senhor Jesus veio para salvar a todos os que nele creem. Porque "Sem fé é impossível agradar a Deus." (Hb 11,6a).
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10. Amados irmãos e amadas irmãs, a viúva da parábola contada por Jesus neste Evangelho, pediu justiça a um juiz mesmo ele sendo injusto, foi perseverante no seu pedido e obteve a conversão do injusto juiz e com ela a justiça que desejava. 
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11. Ora, e como nós estamos pedindo justiça ao Justíssimo Juiz, Senhor do céu e da terra que a todos julgará com perfeitíssimo juízo, tenhamos absoluta certeza que nu-la fará, pois esta é a sua vontade, no entanto, é preciso que sejamos perseverantes até o fim. "Pois, aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 24,13). Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

CRER, RECONHECER E AGRADECER...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,11-19)(15/11/23) 

1. Amados irmãos e amadas irmãs, a vida vivida em Deus é um aprendizado constante, no entanto, a maioria dos seres humanos vive somente a fé natural esquecendo-se que o tempo finda dando lugar à eternidade que se aproxima. Por isso, precisamos viver a fé, dom do Espírito Santo, que reconhece e agradece a Deus por tudo o que somos e vivemos, tendo em vista que estamos a caminho do Seu Reino. 

Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje.

2. Caríssimos, a fé não conhece barreiras que impeçam sua ação, todavia, como dom do Espírito Santo, vem acompanhada da virtude do reconhecimento e da gratidão. Certa feita, disse o Senhor Jesus: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23b). Decerto, precisamos desse dom que realiza a salvação de quem em Deus confia.

3. De fato, o coração que acolhe as dádivas de Deus, precisa agradece-lo, pois as graças recebidas quando reconhecidas e agradecidas dão testemunho da fé viva, que opera maravilhas, para que outros possam usufruir das mesmas dádivas.
4. Com efeito, os benefícios divinos que tanto precisamos nos são concedidos à medida que os buscamos em Cristo; isso ficou evidenciado no Evangelho de hoje em que dez leprosos se aproximaram de Jesus pedindo compaixão, porém, ele lhes indicou o cumprimento da Lei que é como um selo da fé que confirma a graça recebida.
5. Outro belo exemplo da fé viva, vemos nas palavras do salmista que se confia a Deus na certeza de que Ele nunca falha: "O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças." (Sl 22).
6. Ora, tal expressão de fé é pura comunhão de amor e confiança inabalável, pois nasce da intimidade da alma que se entrega ao seu Senhor por sentir que a Ele pertence. Por isso, num arroubo de esperança, exclama: "Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos." (Sl 22).
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7. Comentando o Evangelho de hoje escreveu o Padre Ubaldo Terrinoni: "A flor da gratidão e da solidariedade é uma das mais belas entre as que desabrocham no jardim da convivência humana; e a gratidão é uma das manifestações mais claras da grandeza e da nobreza do coração. 
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8. Quem sabe dizer "obrigado", vindo do coração, demonstra sensibilidade de alma e retidão de sentimento. "Tudo é graça", repetia muitas vezes Santa Teresa de Lisieux, onde o termo "graça" indica gratuidade e liberalidade. Quem sabe dizer "obrigado" reconhece que a sua existência é um dom e abre-se de bom grado aos outros. 
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9. Para dizer "obrigado" é preciso amor e sentido de "dependência"; ao contrário, para pedir sem nexo basta ser egoísta e interesseiro. A ingratidão é um dos piores males da alma, é um dos valores mais baixos. O ingrato vê muitas vezes mais o que lhe falta do que o muito já que tem; é um perpétuo medicante; está sempre a precisar e pedir "socorro" a toda a gente. 
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10. Uma expressão de surpresa sai da boca de Jesus quando, dos dez leprosos curados, apenas um regressa para dar graças a Deus. Com uma tríplice interrogação, sublinha que só o estrangeiro voltou para agradecer: "Não ficaram curados os dez? E onde estão os outros nove? Não se encontrou nenhum que voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro? 
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11. A vida é a revelação contínua da infinita bondade de Deus para com cada homem: para com os doentes e para com os sãos. Tudo na vida é um dom de Deus. Tudo é graça e tudo é gratuito, no sentido de que tudo tem um valor único, precioso, inestimável!" Amém! Assim seja!
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 14 de novembro de 2023

SERVIR A CRISTO NESTE MUNDO É UM IMENSO PRAZER...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,7-10)(14/11/23) 

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, no final do Evangelho de hoje o Senhor Jesus disse:
"Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer." Ora, por que somos servos inúteis mesmo realizando o devido trabalho? 

2. Porque tudo é dom de Deus, tudo são graças derramadas, e não méritos de nossa parte. Por isso mesmo, devemos fazer tudo por amor a Deus, com Deus e para Deus levando a sua santa vontade para todos em vista da salvação de todos.

Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje.

3. Caríssimos, sábios aos olhos de Deus são aqueles que se confiam a Ele e o servem de todo coração, isto é, sem apego à própria vontade. Na verdade, sem apego algum, porque assim escutam a Sua voz e o seguem fielmente. Uma vez que somente Deus tem todo poder e tudo governa por sua Divina Providência. Então, não queiramos usurpar o que não nos pertence.

4. De fato, os verdadeiros servos de Cristo não buscam as glórias deste mundo, muito menos os elogios dos homens; não se dão aos colóquios inúteis e não se deixam levar pelos maus procedimentos. Não buscam posições sociais ou vantagens pessoais, pois, como ensinou são João Batista, "convém que o Senhor cresça e que nós diminuamos." 
5. Com efeito, se pôr a serviço do Reino de Deus significa praticar as virtudes próprias do Reino de Deus (cf. Gl 5,22-23), porque somente assim tal serviço é eficaz e benéfico. De fato, o único objetivo de um servo de Cristo é a salvação das almas que estão distantes Dele e que, por isso, ainda não experimentam o seu amor. 

6. São Paulo nos ensina que Jesus é o nosso grande Deus e Salvador, e que felizes são aqueles que o seguem, o servem e nele põem toda sua esperança, aguardando a sua vinda gloriosa. Disse ele: "Mas um dia apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens.
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7. E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ele nos salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido em profusão, por meio de Cristo, nosso Salvador,
para que a justificação obtida por sua graça nos torne, em esperança, herdeiros da vida eterna." (Tt 3,4-7).
8. Em uma de suas homilias, assim se expressou são Paulo VI: "Sou um enviado de Cristo para anunciar o evangelho; sou um apóstolo, sou sua testemunha, dou testemunho do seu nome, Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo.
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9. É Ele que revela a visibilidade de Deus; Ele é o primogênito de toda criação e o fundamento de todas as coisas. Ele é o Mestre da humanidade e o seu Redentor. Ele nasceu, morreu e ressuscitou por nós; Ele é o centro da história e do mundo; é aquele que nos conhece e nos ama; é Ele o companheiro e amigo de nossa vida.
10. Ele é o homem das dores e da esperança; é Ele que virá um dia para ser o nosso juiz, enfim, Dele esperamos a plenitude de nossa existência, a felicidade eterna. Eu jamais poderei deixar de falar Dele, porque Ele é o caminho, a verdade e a vida."(Insignamenti IX (1971),1241).
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11. Amados irmãos e amadas irmãs, a disponibilidade em servir livremente, é a virtude própria dos que amam a Deus incondicionalmente, isto é, dos que não lhe impõem os próprios critérios nem a própria vontade; pelo contrário, respondem ao seu chamado como Maria Santíssima respondeu: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." (Lc 1,38). Amem! Assim seja!
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Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv. 

É NO TEMPO QUE VIVEMOS QUE DEFINIMOS O NOSSO DEVIR ETERNO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,1-6)(13/11/23)

É aqui que preparamos o nosso devir eterno...

1. Amados irmãos e amadas irmãs, no Evangelho de hoje, "Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos."

2. De fato, essa é uma sentença um tanto severa, mas o que esperar para alguém que foi criado por Deus somente para fazer o bem, e em vez disso causa escândalos ofendendo os mais pequeninos por conta de suas práticas infernais? Senhor, Misericórdia, misericórdia.

Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje.

3. Caríssimos, a vida é o que é, liberdade de ser, de existir, porque Deus nos criou assim; todavia, não somente isso, visto que é no tempo que temos neste mundo que determinamos o nosso devir eterno. Uma vez que o tempo é esse fenômeno que passa rumo à eternidade levando consigo tudo e todos, e não tem como dete-lo. 

4. Na carta aos Gálatas, são Paulo nos exorta: "Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros, porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Gl 5,13-14).
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5. Com efeito, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, é traduzida pela transparência com que a vivemos, ou seja, com o testemunho que damos, e ele só é autêntico quando seguido das boas obras que fazemos. Pois, eis o que nos ensina são Tiago: "A fé sem obras é morta em si mesma." (Tg 2,17).
6. Decerto, vivemos em meio a uma terrível guerra espiritual cujas as armas usadas pelo inimigo de nossas almas são as tentações, que se postas em prática geram os seguintes pecados: "Fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. 
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7. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!" (Gl 5,16ss). Ou seja, no céu não entra nada de impuro, por isso, todo pecado mortal, é sempre causa de escândalo e um grande mal que precisamos evitar por meio da oração e da prática sacramental. 
8. Portanto, caríssimos, nenhum pecado existe sem que haja consentimento, decisão e pratica; e tudo isso primeiro passa pela nossa mente, como nos ensina são Tiago: "Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte." (Tg 1,14-15).
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9. Amados irmãos e amadas irmãs, escutemos estes conselhos de são Paulo: "Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma. (1Co 6,12). E ainda: "Deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne." (Gl 5,16).
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10. "Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. Isto praticai, e o Deus da paz estará convosco." (Fl 2,8-9b). 
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11. Por fim, escutemos esta exortação do livro da Sabedoria: "Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração, porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança". (Sb 1,1-2). Amém! Assim seja!
Paz e Bem! 
Frei Fernando Maria OFMConv. 
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