VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

sexta-feira, 29 de junho de 2018

"SE QUERES, PODES CURSR-ME, SENHOR."


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,1-4)(29/6/18).

Caríssimos, toda miséria humana está contida em uma palavra, desobediência, e de fato, quem segue na vida por esse caminho nada encontra além do mal que ela representa. Porém, para nos ensinar que a desobediência é o mal que gera todos os males, porque é insubordinação contra a verdade, o amor, a justiça e todas as virtudes eternas, Deus enviou Seu Filho, numa carne semelhante à nossa, o qual sofreu todas as contrariedades por parte dos desobedientes, mesmo sendo inocente.

Na Carta de São Paulo aos Filipenses, ele nos mostra bem o que significa para nós a perfeita obediência de Cristo: "Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." Ou seja, a obediência de Cristo é caminho de santidade para nós que o seguimos.

No Evangelho de hoje, vemos o episódio da cura imediata de um leproso, ao prostrar-se aos pés de Jesus lhe pedindo essa graça. Ora, o Senhor nada exigiu dele, no entanto, lhe pediu para praticar a fé, pois sem sua prática não se pode dar um testemunho de verdadeira obediência às leis de Deus. De fato, é elogiável a atitude humilde do leproso que sobreviveu à enfermidade que o assolava. Todavia, precisamos compreender que não existe efeito sem causa, e a causa de todos os males se concentra no pecado da desobediência.

Caríssimos, a recomendação de Jesus ao referido leproso, serve igualmente para nós hoje: "Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho para eles”. Isto significa dizer que a prática da fé é um testemunho sem alarde, sem marketing, mas sim, uma silenciosa demonstração de que Deus sempre age em nossa vida, para manter-nos em perfeita comunhão de amor em Sua Santa Igreja.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

"EU E MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR."


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 7,15-20)(27/6/18)

Caríssimos, creio que o ser humano ainda não despertou para a vida divina que de Deus recebeu. Ora, Deus nos criou à sua imagem e semelhança, para vivermos como sua imagem e semelhança e não com as deformações do pecado que nos descaracteriza e tiram de nós a beleza divina. Na Carta de São Tiago, lemos o seguinte: "Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade. Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas."

De fato, quem foi gerado "pela Palavra da verdade," precisa viver a verdade que é, ou seja, em estado de graça, pois Jesus nos ensinou que, quem nasce da água e do Espírito Santo no batismo, nasce na ordem da graça para a vida eterna, isto é, já nasce santo, e somente nós podemos contradizer isto se escolhermos a prática do pecado para seguirmos na vida.

A liturgia de hoje nos revela do que os homens são capazes de fazer para contradizer e macular a verdade eterna que somos. Olhando na face da terra, vemos uma multiplicidade de seitas e religiões incontáveis, cada uma proclamando, por meio de seus líderes, os mais terríveis enganos, captando por meio deles uma imensidão de seguidores.

Contudo, vejamos o que o Senhor nos diz sobre isto: “Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. Vós os conhecereis pelos seus frutos." E acrescenta em outra passagem: "Vim em nome de meu Pai, mas não me recebeis. Se vier outro em seu próprio nome, haveis de recebê-lo... Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a glória que é só de Deus?"

Caríssimos, é inegável que estamos à caminho da eternidade, uma vez que trazemos essa dimensão em nossas almas, porque elas são eternas. Mas, a quem estamos seguindo? E a quem estamos servindo? A resposta à estas perguntas são fundamentais, porque por elas definimos aquilo que seremos no devir de nossas decisões. Josué ao chegar à terra prometida disse a todo povo: "A quem quereis servir? Porque eu e minha casa serviremos ao Senhor."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 26 de junho de 2018

A VIA DO PERFEITO DISCERNIMENTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 7,6.12-14)(26/6/18).

Caríssimos, confiar em alguém, é dar a essa pessoa a liberdade de ação, inclusive em relação à própria vida. É se por à sua disposição, na certeza de que o que lhe foi confiado será levado à bom termo. Mas, para se ter uma tal confiança se faz necessário levar em conta os valores divinos que fundamentam a vida dessa pessoa; caso contrário, não se pode confiar nela. É como escreveu o Profeta Jeremias: "Eis o que diz o Senhor: Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!"

Dito isto, vejamos os tipos de confiança que constatamos em meio às relações humanas. Existem aqueles que confiam em si mesmos, por isso, desconfiam de tudo e de todos, consequentemente, são vulneráveis e inseguros apesar de manterem uma certa aparência de instabilidade; existem aqueles ainda que depositam tanta confiança nos outros que esquecem do discernimento que precisam para isto; por isso, quando são vilipendeados na confiança que depositaram, se decepcionam de tal forma que se fecham para novos relacionamentos, tornado-se frios e calculistas.

Com efeito, na primeira leitura de hoje, vemos o rei Ezequias ser atacado por um rei aparentemente mais poderoso do que ele, simplesmente por causa de sua confiança em Deus. Todavia, ele não se deixou intimidar, mas logo recorreu ao Senhor, obtendo dele como resposta a vitória sobre o seu algoz. De fato, é como está escrito: "Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio; se vier o calor, ela não temerá, e sua folhagem continuará verdejante; não a inquieta a seca de um ano, pois ela continua a produzir frutos."

O Evangelho de hoje nos mostra a via do discernimento perfeito, cujo primeiro passo a ser dado nela, é: "Não jogar pérolas aos porcos", ou seja, nem todos estão aptos para receberem a palavra que os salva, por isso, muita atenção, porque estes podem se voltar contra nós e nos esmagar. Segundo passo para o discernimento perfeito: cada um só dá o que tem, por isso, nunca trate mal quem quer que seja, pois não existe o mal no coração de quem anuncia Cristo. Terceiro passo: quem tem consciência que está à caminho do céu, tem a Cristo como única Porta de entrada nele; qualquer outra doutrina fora da Palavra do Senhor, é porta larga para a perdição eterna. Portanto, a primeira e última palavra, é Cristo, Porta estreita da salvação, por Ele entramos na vida eterna.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

NÃO JULGUEIS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 7,1-5)(25/6/18)

Caríssimos, o viver em comunidade é uma grande oportunidade que Deus nos dá para para o exercício das virtudes eternas, todavia, depende sempre de nossa cooperação. Ora, quem vive os valores eternos do amor, perdão, compreensão, etc. que Deus nos concede, colhe sempre frutos de unidade e de paz; quem não os vive tem a alma dilacerada pelos tormentos das tentações, do desassossego, da intolerância e do falso julgamento que frequetemente tende à condenar os outros mesmo que sejam inocentes.

De fato, quem olha o próximo a partir das faltas por ele cometidas, se perde, porque se esquece que também as comete de igual modo ou ainda piores. Meditemos, então, com São Paulo a seguinte exortação: "Assim, és inescusável, ó homem, quem quer que sejas, que te arvoras em juiz. Naquilo que julgas a outrem, a ti mesmo te condenas; pois tu, que julgas, fazes as mesmas coisas que eles. Ora, sabemos que o juízo de Deus contra aqueles que fazem tais coisas corresponde à verdade.
Tu, ó homem, que julgas os que praticam tais coisas, mas as cometes também, pensas que escaparás ao juízo de Deus?"

Caríssimos, a regra de ouro que Jesus nos dá para a unidade perene da comunhão fraterna é esta: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também."

Portanto, a vida em comunidade só é possível quando conduzidos pelo Santo Espírito, pomos em prática os mandamentos do amor a Deus e ao próximo como o Senhor nos ensinou: "Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito (Dt 6,5). Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18)." Sim, porque o primeiro amor de nossa vida é Deus e quem o ama sobre todas as coisas, é capaz de amar também, por seu amor, até mesmo os inimigos e perseguidores, pois esses ainda não entendem que só o amor os poderá salvar.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 24 de junho de 2018

SOLENIDADE DO NASCIMENTO DE SÃO JOÃO BATISTA...


Homilia da Solenidade do nascimento de São João Batista (Lc 1,57-66.80)(24/6/18).

Caríssimos, todas as obras de Deus são perfeitas e quando alguém interfere para que elas não o sejam, essa interferência só atinge aqueles que não vivem a sua vocação com o mesmo propósito para o qual Deus os criou. Não pensem que o mal tem algum poder sobre os filhos e filhas de Deus ou sobre suas obras, porque não tem; visto que a vontade de Deus é livre e soberana e tudo dispõe à nosso favor à medida em que o obedecemos para que se cumpram todos os seus desígnios à nosso respeito.

A Solenidade de São João Batista que hoje celebramos sela o encontro dos dois Testamentos que são frutos da aliança entre Deus e os homens, pois, por meio de sua missão profética, Deus Pai, finda o AT e dá início ao Novo como última etapa da história da humanidade. Ao enviar o seu Filho, Jesus Cristo, do qual João Batista é o precursor, o Senhor decreta o fim dos tempos e dos reinos humanos e dá início ao seu reinado eterno em cuja plenitude se dará o juízo final, quando serão julgados os vivos e os mortos.

Caríssimos, o que mais chama a atenção na missão de João é a maneira com a qual ele a conduz; João significa "Deus nos é favorável", desse modo ele revela quem é Jesus e qual é a sua missão, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" e completa: "Eu não sou digno de desamarrar as correias de suas sandálias, convém que ele cresça e que eu diminua." E assim é o primeiro a anunciar publicamente a chegada do Messias e completa sua missão dando a vida por Ele.

Portanto, nós que estamos vivendo os últimos preparativos para a vinda definitiva do Filho do Homem, nosso Senhor Jesus Cristo, precisamos viver como Zacarias, pai de São João Batista, anunciou no dia do seu nascimento: "Sirvamos ao Senhor em santidade e justiça todos os dias de nossa vida."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 23 de junho de 2018

A FÉ NA DIVINA PROVIDÊNCIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,24-34)(23/6/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, o Senhor conhece muito bem todas as suas criaturas e nenhuma delas lhe escapa ao seu cuidado, mesmo quando estas sofrem as maiores injustiças, como meditamos na Carta de São Paulo aos Romanos: "Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sl 43,23). Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou."

Por isso, precisamos corresponder à esse cuidado que o Senhor tem para conosco. Ora, essa correspondência se revela por um comportamento que seja digno das graças derramadas por Ele em nossas almas. De fato, precisamos viver em sintonia com a sua vontade, ouvindo sempre a sua Palavra e fazendo aquilo que é do seu agrado, pois a fidelidade é o vínculo do Espírito Santo que nos mantém na obediência e na unidade do seu Corpo que é a Igreja (cf. Col 1,18).

Na primeira leitura de hoje, vimos como o rei e todo o povo foram infiéis ao Senhor e profanando a aliança, o templo e a própria religiosidade, e mesmo mediante sua intervenção por meio do Profeta Zacarias, não o quiseram escutar, e assim mataram o Profeta por ordem do próprio rei. O resultado dessa infidelidade ao Senhor, foi a permanência no pecado, a consequente escravidão e a morte que os atingiu conforme o peso de sua culpa.

Caríssimos, o Evangelho de hoje é um chamado à confiança inabalável na providência divina, acompanhado da rejeição ao apego material e às aparências, pois não podemos nos deixar dominar pelas riquezas deste mundo e pelas futilidades que o assola, visto que são fonte de escravidão e de perdição eterna. "Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão dadas em acrescemo."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

SEGUINDO OS PRECEITOS DO SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,19-23)(22/6/18)

Caríssimos irmãos e irmãs, viver segundo os preceitos do Senhor, é obedecê-lo em tudo, é viver em estado de graça permanente, é ser conduzidos pelo seu Espírito. Pois, desde que nascemos no santo batismo nos tornamos morada do Senhor para vivermos por seu amor; assim, ponhamos em prática seus santos ensinamentos, pois neles já está o poder para cumpri-los, porque é caminho de salvação.

Ora, Deus nos criou dotados de todos os sentidos para vivermos em sua presença (cf. Rm 1,19-20), nos deu uma alma imortal para que Ele mesmo habitasse em nós (cf. 1Cor 3,16-17; Jo 14,23) para que convivêssemos com Ele pela Eucaristia e a pela vivência da fé, como nos ensinou São João na sua primeira carta (cf. 1Jo 1,1-4). Com efeito, viver essa dimensão de nossa filiação divina é dar testemunho da Ressurreição do Senhor na certeza de que muitos o encontrarão e Nele permanecerão por causa desse nosso testemunho.

Vejamos agora o que disse São Pedro sobre isto: "Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia ele nos fez renascer pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma viva esperança, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada para vós nos céus; para vós que sois guardados pelo poder de Deus, por causa da vossa fé, para a salvação que está pronta para se manifestar nos últimos tempos."

Caríssimos, somos obras das mãos de Deus e nossa presença no mundo é sinal do quanto Ele nos ama, pois tudo o que vemos só existe em função de nossa existência (cf. Gn 1,26), pois tudo o Senhor nos confiou para sermos herdeiros de Sua gloria, cabe à nós honrarmos o seu nome por uma vida santa digna da filiação divina que recebemos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

"PERDOAI E SEREIS PERDOADOS."


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Mt 6,7-15)(21/6/18).

Caríssimos, o tema da liturgia de hoje é o perdão, pois este é fonte de graça santificante e também condição para a nossa salvação. Perdoar é amar e quem ama permanece em Deus e Deus permanece nele. Na vida temporal que vivemos frequentemente nos deparamos com diversas situações de contrastes; a bondade está sempre presente em todas as obras de Deus; enquanto que, a maldade é a ausência dessa bondade no coração daqueles que a rejeitam.

Com efeito, três atitudes fundamentais são necessárias para vencer as ofensas que nos causam nossos ofensores. Primeira, nunca dê atenção à nenhuma ofensa, pois esse é o único meio pelo qual o demônio procura realizar seus intentos. Segunda, nunca escute os pecados das palavras, pois, eles são veneno para a alma. Terceira, perdoe sempre, pois o perdão é um escudo de proteção que Deus nos dá contra as insídias do mal. Ora, todo aquele que perdoa vive sempre em paz, pois o perdão é fonte de libertação e evita que a alma seja atingida pela maldade praticada contra ela.

Meditemos, então, com a Palavra do Senhor: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes."

Portanto, o perdão é fonte inesgotável de comunhão com Deus, porque sem o seu perdão nenhum pecador se salva; é bem como escreveu São João: "Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado.
Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu." Desse modo, com verdadeiro arrependimento de coração e o firme propósito de não mais pecar, peçamos ao Senhor que pela graça do seu amor, perdoemos os nossos ofensores, para também sermos perdoados e obtermos a graça da paz interior que só o Senhor nos dá. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

O VERDADEIRO TESTEMUNHO DA FÉ, É SINAL DA PRESENÇA DE DEUS EM NOSSA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,1-6.16-18)(20/6/18).

Caríssimos, a nossa vida é um mover-se constante, estamos sempre pensando algo, falando algo e fazendo alguma coisa. Uns com boas intenções e objetivos precisos visando somente o bem de todos; estes verdadeiramente agem inspirados por Deus realizando o seu plano de amor e salvação. Outros, no entanto, agem perversamente com o único intuito de prejudicar os demais e tirar proveito disso, ou seja, servem ao maligno em troca de vantagens materiais, pensando tirar proveito disso; mas, o resultado é o estado mórbido de alma, isto é, uma vida perdida sem paz.

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que, quem quer transparecer a presença de Deus pela prática da fé, precisa se esconder deste mundo, e assim pensar, falar e fazer tudo por amor a Deus e aos nossos irmãos. São Paulo, na Carta aos Colosensses, assim nos exorta à esse respeito: "Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor."

Então, o que mais devemos viver para transparecer a presença de Deus em nós e no mundo? Meditemos com atenção as palavras de São Cipriano, bispo e mártir: "A vida humilde, a fidelidade inabalável, a modéstia nas palavras, a justiça nas ações, a misericórdia nas obras, a disciplina nos costumes; o não fazer injúrias; o tolerar as recebidas; o manter a paz com os irmãos; o amar a Deus de todo o coração; o amá-lo por ser Pai; o temê-lo por ser Deus; e nada absolutamente antepor a Cristo, pois também ele não antepôs coisa alguma a nós.

O aderir inseparavelmente à sua caridade; o estar ao pé de sua cruz com coragem e confiança, quando se tratar de luta por seu nome e sua honra; o mostrar firmeza ao confessá-lo por palavras, e, no interrogatório, o manter a confiança naquele por quem combatemos, e, na morte, o conservar a paciência que nos coroará, tudo isto é querer ser co-herdeiro de Cristo, é cumprir o preceito de Deus, é realizar a vontade do Pai."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 19 de junho de 2018

A ORAÇÃO PELOS INIMIGOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,43-48)(19/6/18)

Caríssimos irmãos e irmãs, o amor transpõe toda e qualquer fraqueza humana, mesmo as mais absurdas, isto porque o fundamento da vida é o amor. São João na sua primeira carta, escreveu: "Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino. Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos."

Com efeito, no Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que a oração por aqueles que nos odeiam e nos perseguem é um profundo ato de amor e tem um poder incomensurável, por isso, a compara com a atitude do Pai que perdoa sempre, pois além de nos libertar de todo o mal, tal oração nos faz permanecer em estado de graça, isto é, em plena comunhão com o nosso Pai celeste que nos dá a santidade por crermos e obedecermos às Palavras de Seu Filho Jesus Cristo.

Caríssimos, o ser humano à cada passo dado para a eternidade vai fazendo a sua história de vida, só que quando essa história não tem como alicerce a Palavra de Jesus, torna-se uma história sem vida, um caminho de morte, porque lhe falta a verdade que a mantém inabalável diante do pecado e de todo o mal que se alastra pelo mundo como uma peste incurável. Ora, amar Jesus e seguir o seu caminho de cruz é o único percurso que nos leva a ressuscitar com Ele e assim fazermos de nossa história de vida, a história de nossa salvação.

Portanto, ponhamos em prática as Palavras de vida eterna que o Filho de Deus nos ensinou, pois elas têm o poder de nos fazer viver já neste mundo como autênticos filhos e filhas de Deus à caminho do Reino dos Céus. Meditemos, então, com as seguintes palavras de São Paulo: "Eis uma verdade absolutamente certa e merecedora de fé: Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro. Se encontrei misericórdia, foi para que em mim primeiro Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade e eu servisse de exemplo para todos os que, a seguir, nele crerem, para a vida eterna. Ao Rei dos séculos, Deus único, invisível e imortal, honra e glória pelos séculos dos séculos! Amém."

 Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

FELIZ AQUELE QUE SE COMPRAZ NO SERVIÇO DO SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,38-42)(18/6/18).

A história humana desde o início tem como marca registrada uma dualidade sempre presente até os nossos dias. Trata-se do confronto entre o bem e o mal, que na verdade, define a eternidade de cada ser humano, ou seja, o devir de cada um de nós. Ora, essa dualidade constatamos interiormente em nós mesmos, como descreveu São Paulo: "Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros."

Mas à esta constatação, ele revela que o poder de Cristo ressuscitado nos liberta do pecado e desse conflito interior, porque se não fosse assim ninguém se salvaria. Vejamos:"De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte. O que era impossível à lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus o fez. Enviando, por causa do pecado, o seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça, prescrita pela lei, fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito."

Com efeito, a liturgia de hoje mostra bem essa dualidade logo na primeira leitura, onde o Rei de Israel deseja possuir o que não lhe pertence e como não consegue, permite que a esposa use o seu poder para vencer a resistência daquele que considerou como inimigo por não ceder aos seus caprichos. É triste a vida de um homem vivida em estado de pecado mortal, pois os desejos que nascem de tal estado nunca agradam a Deus, porque é uma contradição em relação ao bem que devemos viver e fazer.

Caríssimos, o Senhor é justo, e por isso, ainda que os maus aparentemente vençam os bons, o resultado final dos seus intentos é uma tragédia sem fim, pois é isso o que proclama o salmista: "Sim, vós os colocais num terreno escorregadio, à ruína vós os conduzis. Eis que subitamente se arruinaram, sumiram, destruídos por catástrofe medonha. Como de um sonho ao se despertar, Senhor, levantando-vos, desprezais a sombra deles."

Portanto, "Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 17 de junho de 2018

É JUSTO O SENHOR NOSSO DEUS...


Homilia do 11° Dom do tempo comum (Mc 4,26-34)(17/6/18).

“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra." Assim Jesus começa a contar uma parábola comparativa, isto é, numa linguagem simples, para falar do Reino de Deus, infinitamente superior em tudo ao que vemos e entendemos da criação natural. De fato, "Aquele que vem de cima é superior a todos. Aquele que vem da terra é terreno e fala de coisas terrenas. Aquele que vem do céu é superior a todos. Com efeito, aquele que Deus enviou fala a linguagem de Deus, porque ele concede o Espírito sem medidas."

Desse modo, quando ouvimos o Senhor, participamos diretamente da grande promessa: "Está escrito nos profetas: Todos serão ensinados por Deus (Is 54,13). Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim. Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna." Ou seja, Jesus veio nos revelar o Reino de Deus, a Vontade do Pai, e fazer-nos participantes de sua natureza divina.

Conforme vimos na segunda leitura, a fé que recebemos no batismo nos leva ter uma confiança inabalável no Senhor que nos conduz por meio de seu Espírito para vivermos em sua presença aqui e eternamente. "É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

Caríssimos, cantemos, então, com o salmista as maravilhas do Senhor: "Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! Anunciar pela manhã vossa bondade, e o vosso amor fiel, a noite inteira. O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão. É justo mesmo o Senhor Deus: meu Rochedo, não existe nele o mal!”

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 16 de junho de 2018

O SERMÃO DA MONTANHA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,33-37)(16/6/18)

Caríssimos, a liturgia desta semana nos presenteia com a meditação do Sermão da Montanha, célebre pregação de Jesus, por meio da qual ele faz uma revisão da Lei Deus dada por meio de Moisés. E hoje meditamos sobre a transparência com que devemos dar o nosso testemunho de fé, por meio da prática da vida, pois esta é uma prática diária que resulta no estado de alma que temos de acordo com o bem ou o mal que praticamos.

De uma coisa fiquemos certos a vida é uma missão e quando a cumprimos fielmente conforme a graça que nos é dada, tudo concorre para o bem de nossas almas e para a nossa felicidade eterna, como vimos na primeira leitura, onde o Profeta Elias, à pedido de Deus, chamou como servo Eliseu para este dar continuidade à missão profética que Deus lhe confiara.

Ora, um dos fundamentos da missão é a renúncia de tudo o que possuímos, até mesmo da própria vontade, se pondo à disposição do Senhor, para realizarmos os seus desígnios de amor. Escutemos, então, o Senhor: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." De fato, muitos não são felizes porque não abrem mão da própria vontade, querem que Deus se adapte ao seu modo de viver, carregado das manias e apegos que não passam de entraves impostos contra a livre ação do Senhor; e quando as coisas não acontecem como planejaram se afastam da fé e passam a viver de acordo com a mediocridade de sua indiferença.

Conclusão: Eis o que diz o Senhor no Evangelho de hoje: "Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”. Ou seja, esta é uma regra de ouro, bem é bem; mal é mal, e nunca se misturam, portanto, o que é mal só vem do mal; o que é bem só vem do bem. Todavia, muito cuidado com o bem aparente, pois este não passa de armadilha perversa para nos afastar do Senhor (cf. Mt 7,15-23).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A FAMÍLIA É O SANTUÁRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,27-32)(15/6/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, a fidelidade à Deus se estende também para as relações humanas, pois não não existe compromisso verdadeiro entre nós, se não houver fidelidade no nosso compromisso com Deus, que está sempre presente em nossa vida e nunca se afasta de nós, a não ser que nos afastemos Dele pelos pecados praticados. Ora, vemos bem isto no Evangelho de hoje, pois o Sacramento do matrimônio é a união sacramental entre um homem e uma mulher que recebem a benção de Deus para formar uma família e serem santos.

Na Carta aos Efésios, São Paulo nos ensina quais são os fundamentos do matrimônio e o papel dos esposos e das esposas: "Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim os maridos devem amar as suas mulheres."

Caríssimos, a família é o tesouro da vida, é a fronte de onde brotam todas as outras vocações, por isso, Deus iniciou a história humana abençoando o primeiro casal, formando assim a primeira família. O pecado contra família é tão grave quanto a blasfêmia, pois é uma aberração contra o plano de Deus para a salvação humana. Ser família abençoada é ser família de Deus santificada por sua presença.

Também hoje Jesus nos mostra como é fácil pecar contra a família e sua base que se firma na fidelidade, basta um olhar malicioso repleto de desejos impuros, para se dá lugar ao pecado do adultério, da fornicação e da destruição da família. Infelizmente esse nosso mundo está repleto de famílias destruídas pelo pecado da traição.

Frequentemente este pecado é a causa da separação de muitas famílias, até mesmo daquelas que receberam a bênção sacramental, pois, por terem se afastado da prática da fé, se afastaram também da fidelidade conjugal, o resultado são famílias desajustadas e as brigas entre pais e filhos com incontáveis traúmas. Rezemos, então, pelas nossas famílias: Senhor, tende piedade de nossas famílias. "Jesus, Maria e José nossa família vossa é."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

FÉ, TESTEMUNHO E JUSTIÇA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,20-26)(14/6/18)

Caríssimos irmãos e irmãs, a fé que moveu o coração e a oração do Profeta Elias, subiu aos céus e chegou aos ouvidos de Deus, que atendendo suas preces transformou os acontecimentos adversos em graças abundantes na vida de seu povo. Com esse exemplo, o Senhor nos ensina que precisamos viver da fé, pois, por meio dela e o auxílio da oração, também alcançamos todas as graças e nos mantemos em plena comunhão de amor com Ele e entre nós.

De fato, qual a finalidade de nossa existência senão a interação com nosso Deus e Pai Criador? Qual sentido teria o nosso viver temporal se não houvesse a esperança de vê à Deus face a face no Reino dos Céus? Daí compreendemos que todos os exemplos das Sagradas Escrituras existem para nos preparar de tal maneira que realmente sejamos dignos de participar da Glória de Cristo, o Filho amado de Deus.

São Pedro ao falar dos últimos acontecimentos da história da humanidade, nos indicou qual deve ser a nossa conduta diante de Deus e dos homens se quisermos vencer as intempéries que se darão: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus."

No Evangelho de hoje, Jesus nos fala da importância do nosso testemunho e da justiça com que devemos dá-lo: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus." Ou seja, as graças que nos são derramadas têm o poder de santificar as nossas almas, todavia, se as pusermos em prática, caso contrário, nos tornamos como o sal que perde o seu sabor ou como uma lamparina escondida que nada ilumina.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

SANTO ANTÔNIO ROGAI POR NÓS, INTERCEDEI A DEUS POR NÓS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,17-19)(13/6/18)

Caríssimos, a verdade é o que é, não muda; mesmo que alguém a despreze ou queira modificá-la, simplesmente não consegue, porque não tem poder sobre ela. É como escreveu São Tiago: "Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados. Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade. Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas."

E continua o apóstolo: "Já o sabeis, meus diletíssimos irmãos: todo homem deve ser pronto para ouvir, porém tardo para falar e tardo para se irar; porque a ira do homem não cumpre a justiça de Deus. Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar as vossas almas. Sede, pois, cumpridores da palavra e não apenas ouvintes; isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos."

Com efeito, na primeira leitura de hoje, o Profeta Elias, vivendo sua interação com o Senhor, deu testemunho de sua Presença mostrando àquele povo que não se pode desdenhar da verdade, ser indiferente à ela ou exitar em lhe permanecer fiel, porque não ficará impune; a não ser que se arrependa, a reconheça e lhe preste as devidas homenagens, para assim retornar ao caminho da integridade e da salvação.

Hoje a Igreja, e particularmente nós franciscanos, celebramos a Festa de Santo Antônio, um dos santos mais queridos da cristandade. Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, era cônego agostiniano e mediante o testemunho dos primeiros mártires franciscanos, martirizados no Marrocos, desejou o mesmo martírio missionário e assim pediu o ingresso na recém fundada ordem franciscana, ainda em vida de São Francisco. Era grande pregador da Palavra de Deus, destacando-se pelos milagres que operava durante suas pregações, como nos ensinou o Senhor no Evangelho segundo Marcos (cf. Mc 16,17-18).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Ó SENHOR NOSSO DEUS COMO É GRANDE VOSSO NOME POR TODO O UNIVERSO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,13-16)(12/6/18)

Caríssimos, todas as obras de Deus são autênticas obras primas e todas elas existem com sua finalidade específica. Desse modo, elas cumprem sua missão tal qual determinou o nosso Pai criador, e esta diz respeito ao bem de todos. Na liturgia de hoje, Deus ordena à uma viúva estrangeira para que cuidasse do Profeta Elias e assim ela o fez; mas, em verdade, por causa de sua generosidade e obediência, o Senhor cuidou dela e também de toda a sua família.

Ora, com isso, o Senhor nos dá a compreensão de que Ele cuida muito bem dos seus filhos e filhas, à medida de nossa confiança em sua divina providência. Assim como o Profeta Elias, a viúva de Sarepta e todos os santos e santas que nos antecederam, confiaram e viveram misticamente unidos à Ele, também nós que aqui estamos vivendo da fé, somos portadores das maiores graças derramadas sobre a humanidade, pois convivemos diretamente com Jesus Eucarístico que nos alimenta nesse tempo de penúria em que estamos vivendo, até que chegue o dia eterno, onde participaremos de Sua glória e divindade.

Com efeito, como todas as obras de Deus, também existe uma finalidade específica para a nossa presença no mundo, caso contrário, de nada adiantaria a existência de todos os outros seres. Olhando para o céu contemplamos o sol, a lua, as estrelas e em meio à nós contemplamos também todas as obras criadas, mas à nenhuma delas Deus chamou de meu filho, minha filha, mas somente ao homem e a mulher; desse modo, tudo o que existe, só existe em função de nossa presença na obra da criação, por isso, creio que este seja o grande privilégio que Deus nos deu.

Conclusão: "Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o Universo. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!" (Sl 8,5-7.10).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

domingo, 10 de junho de 2018

O ÚNICO PECADO QUE NÃO TEM PERDÃO...


Homilia do 10°Dom do TC (Mc 3,20-35)10/6/18

Caríssimos, o fundamento de todas as coisas é a Verdade, tudo o que se opõe a ela tem seu fim em si mesmo, porque não se sustenta por si mesmo; aliás, nada e nenhuma criatura se sustenta por si mesmo. De fato, o amor à Verdade é o que nos mantém unidos à ela e nos faz participantes de sua natureza divina e todas as suas bênçãos; ora, isto significa total obediência, plena fidelidade, confiança inabalável, amor incondicional.

Como vimos, no princípio nossos primeiros pais mantinham total comunhão com Deus, seu Criador, mas não se mantiveram nessa comunhão porque decidiram escutar e seguir os conselhos do maligno, com isso se opuseram à Verdade e esse  resultado trágico se faz presente até hoje em toda a humanidade. Todavia, Deus enviou o Seu Filho Jesus Cristo para esmagar a cabeça da serpente ira, isto é, do pai da mentira; e assim nos fazer retornar à plena comunhão de amor com Ele, o único Senhor de nossa vida.

Com efeito, Jesus, o Filho de Deus nos ensinou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." Assim, quem não o reconhece é porque endureceu o coração e tomou a triste decisão de acusar falsamente o Espírito Santo que por Ele realiza a obra da salvação. De fato, esse é um pecado eterno, porque quem o comete nunca se arrepende, por isso, também não tem perdão.

Caríssimos, é aqui neste mundo que se define a vida eterna de cada ser humano, e isso depende sempre de nossas escolhas e decisões. Por isso, olhando para o extremo ato de amor de Deus por nós, permitindo que o Seu Filho Jesus Cristo fosse crucificado, para que por seu sangue derramado, fossem perdoados e apagados os nossos pecados e tivéssemos por Ele a vida eterna; se mesmo assim não nos convertermos, nada mais há à se fazer (cf. Hb 10,26-31). Que o Senhor tenha piedade de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 9 de junho de 2018

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 2,41-51) 09/6/18

"Maria guardava todas as coisas de Deus em seu coração e nelas meditava."

Caríssimos, estamos num mundo onde se fala muito, onde se faz muito barulho; num mundo extremamente confuso, porque os homens não estão dando ouvidos às coisas de Deus, mas sim ao barulho do mundo e às suas confusões. Na sua primeira carta São João assim nos exortou: "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente." (1Jo 2,15-17)

Ora, olhando o exemplo de Nossa Senhora que guardava com amor no seu coração as coisas de Deus e as meditava, se seguirmos seu exemplo, certamente cresceremos na graça, no conhecimento e na sabedoria de Deus; por isso, precisamos nos manter fora do barulho e da confusão deste mundo, para darmos espaço ao silêncio sagrado, e como Nossa Senhora, meditarmos as coisas de Deus em nossos corações.

Caríssimos, estamos à caminho do céu, do Reino de Deus, mas não seguimos sozinhos, o Senhor está no meio de nós; no Evangelho de hoje, Maria e José seguiram com o menino Jesus para a festa da Páscoa no Templo em Jerusalém, e pela Divina Providência, o menino Jesus permaneceu no Templo fazendo perguntas e também respondendo aos doutores da Lei; no entanto, seus pais, notando sua falta, retornaram a Jerusalém, pois estavam preocupados, mas o encontraram no Templo, falando das coisas do Pai.

Ora, esse Evangelho nos leva à refletir o quanto as nossas famílias precisam se dedicar à Deus, vivendo em sua presença, meditando as coisas que dizem respeito à Ele e à nossa salvação, seguindo exatamente o exemplo da Sagrada Família. Então, que "A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Jo 19,31-37) 08/6/18

"Coração Santo tu reinarás, tu nosso encanto sempre serás."

Caríssimos irmãos e irmãs, o Sagrado Coração de Jesus é a Fonte inesgotável do amor de Deus, pois assim como o coração humano transmite a vida natural para todo o corpo, de igual modo o Coração do Senhor comunica a vida divina para todo o seu corpo, a Igreja, do qual somos as células vivas. Assim, vivemos o grande mistério da unidade da Santíssima Trindade em cada um de nós, como o nosso coração natural vive a unidade com todos os membros do nosso corpo.

De fato, como vimos na primeira leitura, tal qual crianças Deus nos ama e cuida de nós, porque somos os Seus filhos e filhas. Mas, Ele faz isso a partir do coração de Seu Filho Jesus Cristo, que ao ser sangrado na cruz, fez jorrar do Seu lado aberto, sangue e água, símbolos do nosso batismo que significa o novo nascimento no seio da Igreja e também símbolo de todos os outros Sacramentos. De fato, quem nasce precisa de cuidados especiais, e é isto o que faz o nosso Pai do céu conosco.

O Sagrado Coração de Jesus nos ama infinitamente; mas também nós precisamos amá-lo ardentemente com toda a nossa força, com toda a nossa alma, com todo o nosso ser, pois o amor é reciprocidade visto que ninguém ama sozinho, na verdade existimos uns para os outros numa extensão de amor que ultrapassa todo entendimento. Então, amar o Senhor sobre todas as coisas por nossa obediência é a tarefa que comporta toda a nossa vida.

Amemos, então, o Sagrado Coração de Jesus, supremo bem de nossa vida; supliquemos ainda por todos os Sacerdotes que receberam do Senhor o poder de consagrar o Seu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade e todos os outros Sacramentos, na certeza de que nossas orações estão sendo ouvidas, para a salvação de todas as almas por eles atendidas, e também para o bem da Santa Igreja. Peçamos de igual a intercessão da Santíssima Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes, para que interceda por esses seus filhos prediletos a fim de que eles sejam perseverantes até o fim nessa tão sublime vocação. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

O MAIOR MANDAMENTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

Caríssimos, com frequência os escribas, os fariseus e os mestres da Lei se aproximavam de Jesus tentando pô-lo à prova com suas perguntas capciosas; mas, no Evangelho de hoje, um mestre da lei o interroga sobre o mais importante mandamento da Lei de Deus, talvez não com a mesma intenção dos demais, porque ao obter a resposta do Senhor, logo concordou com ele se expressando muito bem, o que lhe valeu, da parte do Senhor, uma bela exortação.

Também São Paulo, em sua evangelização fez a seguinte exortação: "Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18)."

Com efeito, desde que o Senhor nos enviou o seu Santo Espírito, quando do nosso batismo, que a nossa liberdade de ação e de expressão, sob sua inspiração, foram potencializadas ao infinito, à ponte de ouvirmos do Senhor: "Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei."

Ora, desse modo fica claro que a ação conjunta da Santíssima Trindade, leva a cabo a obra da salvação desde o início da criação, quando do pecado dos nossos primeiros pais. Mas, tal qual os escribas, fariseus e mestres da lei, alguém pode querer interrogar Jesus perguntando, por exemplo, por que Deus não realizou a salvação quando os homens ainda eram poucos? Porque se assim o fosse nós não seríamos salvos nem mesmo Cristo morreria para apagar os nossos pecados.

Portanto, não queiram limitar os desígnios do Senhor com perguntas capciosas, pois, fazer perguntas sem a intenção da salvação eterna das almas, não passam de curiosidades vazias ou mesmo pretextos para porem o Senhor à prova, tentando limitar o que não tem limites, ou seja, a obra de suas mãos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

CUIDADO COM OS PSEUDOS EVANGELIZADORES...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Mc 12,18-27) 06/6/18

Amados irmãos e irmãs, com uma certa frequência, vemos algumas divergências entre os irmãos que professam a mesma fé. Foi assim ao longo dos séculos e atualmente não se foge à esta regra malfadada. Mas, porque isto acontece? No Evangelho de hoje, Jesus responde à esta pergunta no debate travado contra os Saduceus, pois estes trouxeram para dentro da fé suas próprias crenças e por causa delas puseram Jesus à prova querendo dissuadir as pessoas que Nele acreditavam, pois a Palavra de Jesus contadizia suas falsas doutrinas. Ora, eles afirmavam que não existia vida após a morte; enquanto, Jesus pregava o Reino de Deus, a ressurreição dos mortos, a vida eterna.

A resposta de Jesus mostrou o quão falsamente eles viviam a fé dos seus antepassados e o quanto eram intransigentes com aqueles que não acreditavam nos elementos estranhos que impunham como se fossem verdadeiros; e ai de quem não os seguissem. Pois, com isso se tornaram guias espirituais cegos à ponto de ofrontarem o próprio Filho de Deus. Todavia, o Senhor lhes mostrou o quanto incorriam em graves erros por causa da miopia de suas doutrinas mortais.

Ora, normalmente os guias cegos fomentam divisões e embates de opiniões como se fossem autênticos em suas teses, para isto, basta uma simples afirmação de alguma autoridade que lhes contraria, para acender a chama de seu destempero e assim alardeam uma série de acusações, tomando posições cada vez mais radicais, tentando se sobressair em tudo, não vendo que esse é o seu maior erro.

Caríssimos, olhando esse nosso tempo e mesmo nossa fé católica, às vezes também vemos um certo embate, principalmente no campo das novas mídias, entre os fazedores de opiniões que buscam seguidores para si e não para Cristo, e aqueles que simplesmente vivem a autenticidade de sua fé sem alardes.

Vejamos, então, o que diz o Senhor a respeito dos pseudos evangelizadores: "Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus. Por isso, eu vos digo: Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. No dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Os SINAIS DOS TEMPOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 12,13-17) 05/6/18

Caríssimos, olhando o mundo e a desolação que o apavora atualmente, nos sentimos como que impotentes, isto é, sem poder fazer coisa alguma; entretanto, todo bem que praticamos ainda que seja como uma gota dágua no oceano deste mundo amargurado e perdido em seus devaneios; essa mesma gota dágua significa a presença magnífica de Deus, que nos criou somente para o bem que devemos viver e fazer.

E mesmo que estejamos em meio ao caos advindo dos pecados cometidos neste mundo, que agonizante ainda resiste, mesmo atormentado por tamanhas aberrações; não desistimos de nossa fé, ao contrário, toda adversidade nos motiva ainda mais a nos manternos no caminho certo que é Cristo; pois, assim, está escrito: "Confirmavam as almas dos discípulos e exortavam-nos a perseverar na fé, dizendo que é necessário entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações."

Ora, se temos da parte do Senhor uma excelentíssima motivação como essa, o que nos resta fazer senão viver intensamente tudo o que Ele viveu e nos ensinou? Não se esqueçam que tudo neste mundo passa para a eternidade que se aproxima à passos largos, porque não é possível que o mal prevaleça sobre o bem que Deus criou. Desse modo, renunciemos à tudo o que não é em conformidade com a vontade de Deus.

"Corramos, pois, com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado."

Conclusão: Caríssimos, quando ouvimos São Pedro na primeira leitura de hoje, nosso coração se enche de alegria e de esperança na certeza de que Deus está passando a limpo este mundo e por sua divina misericórdia está nos conduzindo à felicidade eterna que Ele preparou como herança para aqueles que o amam.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

O SERVO NÃO É MAIOR QUE O SEU SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Mc 12,1-12)(04/6/18)

Caríssimos, certa feita o Senhor disse aos Apóstolos e por consequência aos seus seguidores: "No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo." De fato, vivemos em meio a um mundo onde, ao que parece, reina a discórdia, as falcatruas, os engodos, os enganos, a violência e todos os pecados que levam os homens à perdição eterna. Se olharmos os pecados aqui cometidos, facilmente nos desinganamos. Todavia, se contrapondo a tudo isto, São Pedro, na primeira leitura de hoje, nos exorta à um viver repleto de confiança na misericórdia divina.

Meditemos, então, o que disse São Pedro: "Caríssimos, graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor. O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória e virtude, nos chamou. Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo."

Ora, também o Salmo de hoje nos dá a compreender que em meio à fragilidade deste mundo e os ataques do maligno, que se multiplicam por meio dos pecados dos homens, o Senhor, que nos ama com amor eterno, nos dá a sua proteção contra essas insídias do mal para que assim o vençamos. Escutemos, então, o salmista: "Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, sois meu Deus, no qual confio inteiramente”. Ao que o Senhor responde: “Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, a seu lado eu estarei em suas dores."

Caríssimos, todo aquele que procura viver retamente neste mundo, passa pelas provações de ser trigo em meio ao joio; de remar contra a maré do pecado que tenta lhe afogar. Mas, por que isso acontece? O Senhor mesmo nos responde: "Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa. Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 3 de junho de 2018

SEDE MEUS IMITADORES COMO EU O SOU DE CRISTO...


Homilia do 9°Dom do tempo comum(Mc 2,23-3,6)(03/6/18)

Caríssimos, no mundo dos cegos espirituais não existe espaço para a misericórdia e o amor, mas somente para a intransigência e o pecado da condenação do próximo seja ele quem for, por isso, nem Jesus, o Filho de Deus, escapou da intransigência e da cegueira espiritual de seus algozes. Quando Jesus lhes diz que "o Sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado," e que "o Filho do Homem é Senhor também do sábado”, isso quer dizer que o dia do Senhor existe para se fazer a vontade do Senhor, ou seja, o bem e somente o bem. Então, não é uma questão de dia, mas do verdadeiro sentido que se dá ao dia.

A lei existe para nos mostrar como devemos viver a fé, portanto, ela tem a mesma função de pedagogo espiritual, isto é, daquele que nos conduz ao verdadeiro conhecimento da vontade de Deus, expressa em seu Filho, Jesus Cristo. Como o Senhor nos ensinou: "O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida." Em outras palavras, a lei sem o verdadeiro espírito da lei, é letra que mata, como vimos no Evangelho de hoje: "Ao saírem, os fariseus, com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo."

Com efeito, ouvir o Senhor e abrir o coração para vivermos a sua vontade é a expressão máxima da verdadeira obediência, do verdadeiro amor, como nos ensinou São João na sua primeira carta: "Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus; e todo o que ama aquele que o gerou, ama também aquele que dele foi gerado. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé."

Portanto, caríssimos, não existe confusão entre a Palavra da verdade e o que praticamos no nosso dia a dia, quando somos coerentes na vivência de nossa fé. São Paulo, em um de seus ensinamentos, nos convoca à vivermos a comunhão com o Senhor a partir do seu exemplo de vida: "Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 2 de junho de 2018

A MAIOR DE TODAS AS GRAÇAS, VER A DEUS FACE A FACE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Mc 11,27-33)(02/6/18)

Caríssimos, a lógica do pecado sempre afasta os homens de Deus. Porque pensar segundo a carne e não segundo o Espírito é bater de frente com o Senhor. A lógica do pecado nunca admite a verdade, porque quem a usa não busca a vontade de Deus, mas só a satisfação dos próprios desejos e de seus interesses. São Paulo, na sua carta aos Romanos nos mostra a verdadeira face dessa lógica: "Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito. Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz."

De fato, todo coração que vive cheio de si mesmo não tem paz, porque não tem nele espaço para Deus. Na verdade, quem se comporta assim vive somente de aparências tentando manter o " status quo", isto é, o estado de alma que lhe apraz e não o estado de graça de que sua alma precisa. É triste a condição dos Escribas, dos Fariseus e dos mestres da lei, pois conhecem a verdade, mas por falta de lealdade e o simples fato de não a amar, dão continuidade à farsa em que vivem.

Caríssimos, estamos à caminho da eternidade, mas na verdade já a trazemos em nossas almas, porque a alma é eterna. O fato é que estamos definindo o que seremos e viveremos eternamente por meio do nosso modo de ser e estar neste mundo. Mas para isto Jesus nos deu o Seu Espírito com todos os valores eternos, para que façamos em tudo vontade do Pai como ele mesmo a fez. Fora dessa relação filial com Deus, os homens vivem como se Deus não existisse e como se tudo terminasse com a morte.

Com efeito, quando Jesus nos pergunta algo, é porque precisamos superar os obstáculos que nos impedem de encontrá-lo e permanecer Nele. Mas, para isso precisamos nos converter, porque somente mediante nossa conversão, seremos coerentes e viveremos plenamente tudo o que ele nos ensinou.

Os mestres da lei e os fariseus queriam que Jesus se submetesse aos seus critérios, para crerem nele, por isso o rejeitaram. Ora, mas Deus não cabe nos critérios dos homens; pelo contrário, nós é que precisamos obedecê-lo, pois somos obras de suas mãos. A obediência é um dom divino que nos foi dado, por ela vivemos segundo os critérios do Senhor, pois estes nos levam à santidade com a qual o veremos face a face.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

"TUDO É POSSÍVEL ÀQUELE QUE CRÊ."


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 11,11-26)(01/6/18).

Caríssimos, aproxima-se o dia eterno para todos nós; mas, o que é o tempo se comparado com a eternidade que temos pela frente? Por isso, não podemos viver nossos dias temporais como se fossem os únicos que temos; isto porque a vida não termina com a morte natural; aliás, Deus é eterno e tudo Ele criou com um propósito eterno, ou seja, em conformidade com a Sua eternidade, pois o tempo e os seres naturais só existem porque Ele os criou, e sem Ele nada do que criou no tempo subsistem por muito tempo.

Contudo, podemos perguntar, mas por que então existimos e estamos aqui? Qual é o real sentido de nossa vida? De uma coisa fiquemos certos, Deus é amor e tudo criou por amor e somente para amor, sem esta convicção não existe razão para que algo tenha vida. Então, por que o mal existe? Porque não ama, e quem não ama se perde em si mesmo e por si mesmo numa perdição que não tem fim, porque atinge o cúmulo do egoísmo.

Meditemos, então, o que São Pedro nos ensina na primeira leitura: "Caríssimos, o fim de todas as coisas está próximo. Vivei com inteligência e vigiai, dados à oração. Sobretudo, cultivai o amor mútuo, com todo o ardor, porque o amor cobre uma multidão de pecados." Ora, o que isto significa? Que só existe felicidade no amor e na unidade desse amor, porque o amor é fruto do Espírito do Senhor; sem o Espírito de Cristo ninguém ama, ninguém é bom, ninguém é perfeito.

Triste é a vida daqueles que são movidos à força dos interesses mesquinhos, porque não levam em conta o que Jesus viveu e nos ensinou a viver: "Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos." Todavia, tudo pode mudar totalmente à medida que se convertem seguindo as vias da oração e da fé. A oração é a fé que encontra Deus e convive espiritualmente com Ele, o escuta e põe em prática a sua vontade. A fé é a oração posta em ação, ou seja, é o canal pelo qual o Espírito Santo realiza o plano de Deus para a nossa salvação. É por isso que Jesus, disse: "Tudo é possível àquele que crê."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
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