VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

quinta-feira, 31 de março de 2011

ORAÇÃO, JEJUM, MISERICÓRDIA...













ORAÇÃO, JEJUM, MISERICÓRDIA...

Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a oração, o jejum e a misericórdia. O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente.

O jejum é a alma da oração e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar estas três coisas, pois são inseparáveis. Quem pratica somente uma delas ou não pratica todas simultaneamente, é como se nada fizesse. Por conseguinte, quem ora também jejue; e quem jejua, pratique a misericórdia. Quem deseja ser atendido nas suas orações, atenda as súplicas de quem lhe pede; pois aquele que não fecha seus ouvidos às súplicas alheias, abre os ouvidos de Deus às suas próprias súplicas.

Quem jejua, pense no sentido do jejum; seja sensível à fome dos outros quem deseja que Deus seja sensível à sua; seja misericordioso quem espera alcançar misericórdia; quem pede compaixão, também se compadeça; quem quer ser ajudado, ajude os outros. Muito mal suplica quem nega aos outros aquilo que pede para si.

Homem, sê para ti mesmo a medida da misericórdia; deste modo alcançarás misericórdia como quiseres, quanto quiseres e com a rapidez que quiseres; basta que te compadeças dos outros com generosidade e presteza.

Peçamos, portanto, destas três virtudes – oração, jejum, misericórdia – uma única força mediadora junto de Deus em nosso favor; sejam para nós uma única defesa, uma única oração sob três formas distintas. Reconquistemos pelo jejum o que perdemos por não saber apreciá-lo; imolemos nossas almas
pelo jejum, pois nada melhor podemos oferecer a Deus como ensina o Profeta: Sacrifício agradável a Deus é um espírito penitente; Deus não despreza um coração arrependido e humilhado (Cf. Sl 50,19).

Homem, oferece a Deus a tua alma, oferece a oblação do jejum, para que seja uma oferenda pura, um sacrifício santo, uma vítima viva que ao mesmo tempo permanece em ti e é oferecida a Deus. Quem não dá isto a Deus não tem desculpa, porque todos podem se oferecer a si mesmos.

Mas, para que esta oferta seja aceita por Deus, a misericórdia deve acompanhá-la; o jejum só dá frutos se for regado pela misericórdia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum. O que a chuva é para a terra, é a misericórdia para o jejum. Por mais que cultive o coração, purifique o corpo, extirpe os maus costumes e semeie as virtudes, o que jejua não colherá frutos se não abrir as torrentes da misericórdia.

Tu que jejuas, não esqueças que fica em jejum o teu campo se jejua a tua misericórdia; pelo contrário, a liberalidade da tua misericórdia encherá de bens os teus celeiros. Portanto, ó homem, para que não venhas a perder por ter guardado para ti, distribui aos outros para que venhas a recolher; dá a ti mesmo, dando aos pobres, porque o que deixares de dar aos outros, também tu não o possuirás.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

Fonte: Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, bispo (Sermo 43: PL 52,320.322) (Séc.IV)

terça-feira, 29 de março de 2011

DEVOÇÃO MARIANA EM SÃO FRANCISCO DE ASSIS


















DEVOÇÃO MARIANA EM SÃO FRANCISCO DE ASSIS

O seráfico pai São Francisco, “homem católico e todo apostólico”, procurou viver em tudo a vontade de Deus neste mundo, pois, como servo fiel dedicou toda a sua vida ao serviço do Senhor, para assim viver em conformidade com Cristo pobre e obediente. Amou profundamente o Senhor e tudo o que Ele criou; em especial amou sua Santíssima Mãe a quem, conforme a Teologia Patrística da qual se alimentava, chamava de “Virgem feita Igreja”. Ou seja, Maria “foi feita cheia de graça por pura bondade do Senhor, como o povo que era escravo no Egito, e Deus assumiu como sua esposa. Ela foi a primeira dentre todo o Povo a receber a plenitude da vida de Deus, essa vida trinitária que Ele quer que chegue a todos. Como deve acontecer com toda a Igreja (Povo de Deus), ela se tornou ungida por Cristo, colaboradora no anúncio do [Plano de Deus para a nossa salvação]”. (http://goo.gl/373nP).

A devoção de são Francisco para com a Mãe de Deus era, de fato, originalíssima, constatamos isso pelas palavras referindo-se a ela ou dirigidas a ela: “A bem-aventurada Virgem Maria é tão honrada - como é justo - porque trouxe Cristo em seu seio abençoado”. E ainda: “Santa Virgem Maria, não nasceu nenhuma semelhante a vós entre as mulheres neste mundo, filha e serva do altíssimo sumo Rei e Pai celeste, Mãe do nosso santíssimo Senhor Jesus Cristo, esposa do Espírito Santo: Rogai por nós com São Miguel Arcanjo e todas as virtudes dos céus e todos os santos junto a vosso santíssimo e dileto Filho, Nosso Senhor e Mestre! “ (OfP ant).

Vejamos agora algumas características da devoção mariana em são Francisco de Assis. “Em Maria, depois de Cristo, punha toda sua confiança. Por isso, a escolheu para advogada sua e de seus irmãos e jejuava com muita devoção em honra dela desde a festa dos apóstolos Pedro e Paulo até à festa da Assunção.” (LM 9,3,1-2). Seu amor e devoção eram demonstrados em especial quando “...chegou ao lugar que se chama Porciúncula, no qual havia uma igreja da Bem-aventurada Virgem Mãe de Deus. O homem santo amou este lugar mais do que todos os outros do mundo, pois aí começou humildemente, aí cresceu virtuosamente, e aí terminou felizmente, recomendando-o aos frades, quando morreu, como o lugar mais querido pela Virgem” (LM 2, 8).

Na Porciúncula dirigia com frequência louvores à Senhora dos anjos, como o que se segue: “Ave Senhora, Rainha santa, santa Mãe de Deus Maria, que és virgem feita Igreja. E escolhida pelo santíssimo Pai do céu, que Ele consagrou com seu santíssimo dileto Filho e com o Espírito Santo Paráclito, na qual esteve e está toda a plenitude da graça e todo bem. Ave, palácio dele; ave tabernáculo dele; ave casa dele. Ave veste dele: ave serva dele; ave mãe dele. E vós todas santas virtudes, que pela graça e iluminação do Espírito Santo sois infundidas nos corações dos fiéis, para que os façais de infiéis fiéis a Deus” (Saudação da B. Virgem Maria).

Por fim, antes de sua morte, Francisco evocou o exemplo de Jesus e de Maria como modelos nos quais apoiava sua vida: “Eu, Frei Francisco, pequenino, quero seguir a vida e a pobreza do Altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e de sua santíssima Mãe e nela perseverar até o fim (cfr. Mt 10,22)” (RSC, 6,7). E dizendo ainda da Virgem, admoestou: “Ordeno a todos os meus irmãos, quaisquer que sejam, aos atuais e aos vindouros, que a honrem e glorifiquem sempre, de todo jeito e de toda maneira que for possível, e de tê-la em muito grande devoção e veneração. Quero ainda que sejamos sempre seus fiéis servos” (Fior. 2).

Pelo o que lemos neste artigo, realmente nosso Seráfico pai São Francisco, demonstrou grande amor e devoção à Santíssima Mãe de Deus. Por isso, tornou-se modelo para toda a Ordem e para os fiéis em geral que seguem seus passos devocionais fielmente.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


sexta-feira, 25 de março de 2011

A VONTADE DE DEUS


















A VONTADE DE DEUS

Em se tratando da vida como um todo e em especial da vida humana, muito se tem ponderado sobre qual seja mesmo a Vontade de Deus para tudo e todos. Ora, o homem e todas as outras criaturas, foram criados por Deus livremente, claro dentro da dependência natural e espiritual, e essa liberdade toma pleno sentido quando permanecemos na verdade com a qual e para a qual fomos criados, pois, nada nem ninguém foi criado fora da Vontade Divina. Logo, se ainda estamos aqui é por graça de Deus que estamos, pois, se fosse depender somente da vontade humana isso aqui já não existiria há muito tempo.

Pela Revelação que Deus nos fez na Sagrada Escritura (Cf. Gen 1,26), percebemos realmente que “desde o princípio Deus criou o homem para lhe comunicar seus dons”, além do que, com um destino divino em Seu Filho Jesus Cristo, conforme nos ensinou São Paulo: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos. No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado. Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência.” (Ef 1,3-8).

Ora, mesmo com tantas graças e bênçãos, os homens não aprenderam a lição da cruz de Jesus e continuam sua saga de desobediência pela prática de tudo quanto não presta e de toda espécie de desavenças, causando desequilíbrio à natureza, às espécies animais, às outras espécies e a si mesmos a ponto de vermos o nosso planeta à beira da catástrofe e destruição medonha. Vejamos o que nos ensinou São Paulo a esse respeito: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2Tim 3,1-5).

E o que dizer de tudo isso? Caríssimos, estamos ainda no tempo da graça é verdade, mas não podemos hesitar em aceitar esse momento sublime para trabalhar na nossa salvação com temor e tremor, procurando a Vontade de Deus por uma vida digna de nossa fé católica, pois, chegará um tempo em que não haverá mais paz sobre a terra, exatamente por causa do aumento assombroso da iniquidade, onde a verdade, deturpada por todos os meios, servirá de suporte para o demônio mostrar abertamente sua face tenebrosa querendo que todos o adorem como se fosse Deus; e muitos se submeterão a isso, como já estão se submetendo, pelos pecados que têm sido cometidos, contrariando em tudo a Vontade Soberana de Deus.

Respondam-me, será que, pelo o que estamos observando em matéria de fé e costumes, os homens têm obedecido aos Mandamentos da Lei de Deus? Não nos enganemos, toda causa gera um efeito, por isso, temos visto que os efeitos da desobediência a Deus têm sido devastadores, pois as cadeias estão superlotadas, os hospitais e manicômios abarrotados de enfermos do corpo e da alma; as ruas repletas de drogados como se fossem restos humanos à procura da saciedade incontrolável de seus vícios; e nos cemitérios nem contar o número de mortos por tragédias e a violência desenfreada que a cada dia deixa seu rastro de destruição.

Por isso, diz o hagiógrafo do Livro da Sabedoria: “Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal. Mas, (a morte), os ímpios a chamam com o gesto e a voz. Crendo-a amiga, consomem-se de desejos, e fazem aliança com ela; de fato, eles merecem ser sua presa.” (Sab 1,12-16).

Caríssimos, de uma coisa temos certeza, conforme a revelação divina, tudo o que Deus criou é bom (Cf. Gen 1,10.12.18.21.25) e tudo criou para o bem de todos, é esse, portanto, o verdadeiro  sentido de sua Vontade Santa à nosso respeito; e acrescento ainda mais, porque Deus é Eterno tudo cria para a eternidade; e faço tal afirmação, mesmo sabendo que somos contingentes e terminado os nossos dias naturais, perecemos, todavia, lembremos que Deus nos criou à sua “imagem e semelhança”, ou seja, nos criou com alma imortal, única e intransferível. Assim sendo, tudo em nossa vida já é eterno, em outras palavras, tudo o que fazemos, para o bem ou para o mal, para a eternidade é que fazemos.

Portanto, “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé.” (Gal 6,7-10).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


terça-feira, 22 de março de 2011

TU, DEPOIS DA MORTE, ENCONTRARÁS O CÉU











TU, DEPOIS DA MORTE, ENCONTRARÁS O CÉU

Os judeus viram milagres. Tu também verás maiores e mais estupendos do que os do tempo em que os judeus saíram do Egito. Não viste o Faraó afogado no mar com seu exército, mas viste o demônio tragado pelas ondas com as suas armas. Os judeus passaram o Mar Vermelho, tu passaste para além da morte. Eles foram libertados dos egípcios e tu, do poder dos demônios. Eles escaparam da escravidão do estrangeiro e tu, escapaste da escravidão muito mais triste do pecado.

Queres ainda mais provas de que foste honrado com favores maiores? Os judeus não puderam contemplar o rosto resplandecente de Moisés, que era homem como eles e servo do mesmo Senhor; tu, porém, viste a glória do rosto de Cristo. E Paulo exclama: Todos nós, com o rosto descoberto, contemplamos a glória do Senhor (Cf. 2Cor 3,18).

Os judeus tinham Cristo que os seguia; mas agora ele nos segue de modo muito mais real. Então o Senhor os acompanhava por causa de Moisés; agora nos acompanha não só por causa de Moisés, mas também por nossa obediência. Os judeus, depois do Egito, encontraram o deserto; tu, depois da morte, encontrarás o céu. Em Moisés eles tinham um guia e chefe excelente; nós temos como chefe e guia o novo Moisés, que é o próprio Deus.

Qual era a característica de Moisés? Moisés, diz a Escritura, era um homem muito humilde, mais do que qualquer outro sobre a terra (Cf. Nm12,3). Esta qualidade podemos sem erro atribuí-la ao nosso Moisés, porque é assistido pelo suavíssimo Espírito que lhe é intimamente consubstancial. Moisés, erguendo as mãos ao céu, fazia cair o maná, o pão dos anjos; o nosso Moisés ergue as mãos ao céu e nos dá o alimento eterno. Aquele feriu a rocha e fez brotar torrentes de água; este toca na mesa, a mesa espiritual, e faz jorrar as fontes do Espírito. Por isso, a mesa está colocada no meio, como uma fonte, para que de todos os lados acorram os rebanhos à fonte e bebam das águas da salvação.

Uma vez que nos é dada uma tal fonte, um manancial de vida tão abundante, uma vez que a nossa mesa está repleta de bens inumeráveis e nos inunda com seus dons espirituais, aproximemo-nos de coração sincero e consciência pura, para alcançarmos graça e misericórdia no tempo oportuno. Pela graça e misericórdia do Filho único, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, por quem e com quem seja dada ao Pai e ao Espírito, fonte de vida, a glória, a honra e o poder, agora e para sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

Fonte: Das Catequeses de São João Crisóstomo, bispo - (Cat. 3,24-27: SCh 50,165-167) (Séc.IV)

terça-feira, 15 de março de 2011

O DOM DA ORAÇÃO














O DOM DA ORAÇÃO

Ninguém é nada por si somente, porque, cá entre nós, nenhum ser existe em si e por si mesmo, ou seja, dependemos sempre e em tudo. Só Deus É em Si e por Si mesmo, porque só Ele é Absoluto e ninguém mais. Ora, quando o Senhor nos comunicou a vida natural, obviamente nos concedeu também todos os dons para nos atermos seguros em comunhão com a sua vontade eterna; porém, mesmo recebendo todas esses dons do criador de nossas almas, muitos se distanciam dele vivendo ao seu “bel prazer” como se o Senhor não existisse e com se dependessem apenas de si mesmos.

Todavia, ao menor abalo existencial sentem a fragilidade que são e tentam recorrer a algo além de si e das criaturas que não puderem lhe ajudar a manter o equilíbrio naturalmente; é quando procuram e encontram em si os dons sobrenaturais, dentre eles o dom da fé; mas, mesmo assim, precisam ainda da intervenção divina para que tal fé seja verdadeira e não falsa; aí, entra a graça do Senhor que nos dá em seu amor o conhecimento da revelação que Ele faz de Si mesmo em Seu Filho Jesus Cristo, e por meio Dele, nos dar plena certeza do encontro Consigo e da volta ao equilíbrio antes perdido pela autossuficiência cultivada.

Então, quais são esses dons sobrenaturais de que dispomos da parte do Criador em nossas almas? São Paulo escrevendo aos Coríntios nos ensinou quais são eles: “A respeito dos dons espirituais, irmãos, não quero que vivais na ignorância. Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito; a outro, a fé, pelo mesmo Espírito; a outro, a graça de curar as doenças, no mesmo Espírito; a outro, o dom de milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como lhe apraz”. (1Cor 12,1.3-11).

Assim sendo, todos nós que cultivamos a fé, um desses dons, nos dirigimos a Deus constantemente por meio de outro dom especial chamado oração, que é um dos meios de comunicação mais direto com o nosso Criador e Pai que nos ama com amor eterno por seu Filho Jesus Cristo, Senhor nosso. O dom da oração gera em nós contentamento, porque toda oração sincera se apoia na providência divina que nunca falha; quem espera em Deus sabe como obter o fruto de sua oração, pois, não vive de conveniências, mas de toda Palavra que sai da boca do Altíssimo. Por isso, com sua obediência, segue os conselhos do Senhor e nunca erra o caminho a ser percorrido para o céu, porque a fidelidade que cultiva gera frutos de santidade que o qualifica para toda boa obra.

Desse modo, a oração torna-se para nós uma necessidade permanente, comparável à respiração natural da qual necessitamos a todo instante; o seu conteúdo é como que o ar fresco da graça que respiramos em nossas almas nos fazendo sentir seguros, trazendo as bênçãos dos céus até nós. Os homens e as mulheres de oração gozam da intimidade do Senhor e obtém todos os seus favores, porque fazem da oração o meio mais eficaz da realização de sua vontade neste mundo.

Portanto, orar é mais do que fazer um pedido, um súplica, um louvor ou uma entrega; orar é amar a Deus e permanecer no seu amor; é ser-lhe fiel em todo o nosso viver, pois, a oração que não nos transforma em pessoas mais santas, mais justas e honestas, não é verdadeira oração, pois, lhe falta a união com o Senhor e a realização de seu desígnio a nosso respeito.

Em suma, o dom da oração nos leva a uma confiança inabalável em Deus, visto que por nós mesmo somos imaturos, inseguros e sem graça alguma, pois, como disse Jesus: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”. (Mt 11,28-30).

E ainda: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. (Jo 15,4-5).

Então, que a nossa oração seja revelação da presença do Altíssimo em nossa vida, assim, seremos, de fato, sua verdadeira imagem e semelhança e gozaremos da felicidade dos eleitos aqui e por toda a eternidade.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

sábado, 12 de março de 2011

A UM PASSO DA ETERNIDADE


















A UM PASSO DA ETERNIDADE

Deus criou o homem à sua imagem e semelhança...
Isto é, com o propósito de vida eterna...
Mas, por causa do pecado,
o homem perdeu o sentido do propósito divino...
Porque, com o pecado, passou a conhecer a morte...

Deus, porém, em seu amor,
não o deixou a mercê de tão infeliz destino...
Abrindo-lhe as portas de sua misericórdia o resgatou,
enviando a este mundo, o Seu Filho Unigênito...
Autor e consumador de nossa fé...

Assim, Deus nos amou,
dando-nos o precioso Tesouro do Seu Coração...
Aquele que nos daria a salvação...
Trazendo-nos de volta ao seu propósito santo...
Mas, quem o escutou, quem o seguiu?
Quem o amou, quem o preferiu?

“Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras:
Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos...
e as revelaste aos pequenos.    
Sim, Pai, eu te bendigo,
porque assim foi do teu agrado”. (Mt 11,25-26).

“Todas as coisas me foram dadas por meu Pai;
ninguém conhece o Filho, senão o Pai,
e ninguém conhece o Pai, senão o Filho
e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo”. (Mt 11,27).
        
“Vinde a mim,
vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.      
Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina,
porque eu sou manso e humilde de coração
e achareis o repouso para as vossas almas.  
Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”. (Mt 11,28-30).

Deste modo, envoltos pelo Mistério do Altíssimo...
Vivemos no tempo ainda, mas não pertencemos mais ao tempo...
Porque, conforme a promessa do Senhor (Cf. Jo 14,1-3)...
Estamos a um passo da eternidade...
De tal forma que, quando de nossa páscoa...
Fecharemos os olhos aqui...
e os abriremos de imediato no devir da vida eterna...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

...
“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3,16).
...

quarta-feira, 9 de março de 2011

ESSA É A MINHA ORAÇÃO














ESSA É A MINHA ORAÇÃO

Fala ao meu coração, Jesus...
Fala que eu te escuto...
Tua presença é real aqui...
Neste colóquio santo...
Quem sou eu Senhor para ti falar assim?
Contudo te peço, vinde ao meu encontro...

São tantas as coisas que quero falar...
Também outras tantas para escutar...
Talvez esse meu desejo seja ousadia...
Mas sinceramente, Senhor, essa é a minha oração...

É tão lindo pensar em Ti...
Mais linda ainda é poder Te ouvir...
O íntimo de minha alma Te sente...
Mais que isso, deseja teu convívio permanente...

O que fazer, então, Senhor?
Toma o meu coração e o que sou...
E faz-me viver o que me resta aqui...
sem nunca me afastar do  teu amor...

Senhor...
Não conheço o céu ainda...
Mas sempre que me visitas,
me trazes um pouco dele...
Por isso, posso garantir...
Não há aqui, neste mundo...
Nada mais seguro...
Nada mais tranquilo...
Nada mais santo...
Nada mais puro...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O QUE FAÇO EU SENHOR



















O QUE FAÇO EU SENHOR?

O que faço eu, Senhor,
com todo esse amor que me dás?
Sim, ele é vida de minha vida,
Porque a vida que nos destes é feita de amor...
Mas os homens maus não entendem isso,
porque escolheram o mal para viver em sua companhia...
Por isso, se perdem na agonia...
e não experimentam mais o teu infinito amor...

Ah! Senhor o teu Amor é Perfeito...
Nele não há fantasias,
mas somente a alegria de sermos amados...
Destinados ao Reino dos Céus,
moradia definitiva dos teus eleitos em tua glória...
Não vivê-lo é perder-se sem sentido pra vida...
porque nenhuma criatura resiste por muito tempo sem teu amor...

Ó Senhor, sem a tua presença não há esperança...
porque aqui neste mundo...
tudo e todos seguem rumo à morte natural...
Mas com teu amor não é assim...
Nele temos certeza do devir...
visto que o experimentamos já aqui em teu convívio filial...
Nós que esperamos confiantes tua vinda gloriosa...

Ó Divino Amor...
Santo alento de nossas almas...
Ó Filho amado de Deus...
que nos libertastes de todo mal com teu sacrifício de amor...
Ó Jesus, ungido do Pai, que te entregastes por nós que nada somos...
Por isso, aqui estamos para dizer que te amamos...
e que pertencemos a Ti...
Doce Rabi da Galiléia...
Senhor do universo...
Príncipe da Paz...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...