VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 30 de novembro de 2021

COMO É O CHAMADO DO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 4,18-22)(30/11/21)

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa de Santo André, irmão de Simão Pedro, que encontrados por Jesus à beira mar foram chamados por Ele para serem pescadores de homens. Ora, a sensação de encontrar o Senhor Jesus e ser chamado por Ele é sem igual, porque é envolvente, é marcante, é tão divina que não temos outra vontade senão a de o seguir fielmente; é isso o que significa a nossa vocação.

De fato, o chamado do Senhor causa um enorme bem estar, uma sensação de liberdade tão maravilhosa que nada e ninguém atrapalha ou muda o que estamos vivendo! É uma espécie de paixão pura que logo se trasforma num amor maduro cheio de bons frutos, e a certeza de que com Ele nos sentimos totalmente seguros. De fato, é tão sublime que os Apóstolos não duvidaram nenhum segundo, e por isso, deixaram tudo para o seguir.

Com efeito, ainda falando sobre o experiência do chamado, a iniciativa é do Senhor Jesus que nos ama e nos chama pelo nome para ama-lo e sermos ensinados por Ele pessoalmente; por isso, se faz necessário a nossa disponibilidade para correspondermos ao seu amor, como fizeram os Apóstolos André, Pedro, Tiago e João que ao ouvi-lo se puseram à sua disposição.

Portanto, caríssimos, o Senhor Jesus continua chamando seus novos discípulos do mesmo modo como outrora chamou os Apóstolos e todos os santos e santas que o seguiram ao logo da história da salvação, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade.". Todavia, o escritor sagrado nos exorta: "Não vos deixeis desviar pela diversidade de doutrinas estranhas." (Hb 13,8-9a).

Ou seja, quem ouve a voz do Senhor Jesus permanece fiel a Ele seguindo a doutrina dos Apóstolos na Sua Santa Igreja Católica Apostólica Romana, pois, é nela que a autoridade concedida por Ele a Pedro continua intacta até o fim do mundo (cf. Mt 16,16-19). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

OS DOIS ENCONTROS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 8,5-11)(29/11/21)

Caríssimos, é próprio do tempo do Advento os exemplos de fé dos que buscam a Deus pela oração e a humildade de coração. O Evangelho de hoje conta o episódio de um oficial romano que se aproximou de Jesus, suplicando: “Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”.

Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. Com efeito, prestando bem atenção na atitude de fé desse Centurião percebemos que ela vem acompanhada da virtude da humildade e da certeza de que basta uma Palavra do Senhor para que receba a graça que havia suplicado.

De fato, por esse seu exemplo, aprendemos que pela fé, a oração e a humildade de coração somos prontamente atendidos por Deus em nossas súplicas. Todavia, perguntemos: mas, por que é assim? Porque a fé é o poder de Deus em ação realizando o que não podemos por nós mesmos; por isso, a oração e a humildade de coração nos torna canais de suas graças para nós e para todos por quem intercedemos.

Comentando este Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "O Senhor ficou maravilhado com o centurião. Ele ficou maravilhado com sua fé. O centurião fez uma jornada para encontrar o Senhor, mas ele fez isso com fé. Ele não apenas encontrou o Senhor, mas conheceu a alegria de ser encontrado por Ele. E este é precisamente o tipo de encontro que desejamos, o encontro de fé. Encontrar o Senhor, mas também permitir-nos ser encontrados por Ele. Isso é muito importante.

Quando saímos para encontrar o Senhor, em certo sentido somos “donos deste encontro”. No entanto, quando nos permitimos ser encontrados por Ele, Ele entra em nós e nos renova a partir de dentro." (Papa Francisco, trechos da meditação matutina, 02/12/13).

Portanto, caríssimos, façamos também nós essa experiência de fé e nos deixemos encontrar pelo Senhor Jesus, como o fez o Centurião que por conta desse seu maravilhoso encontro permaneceu na história da salvação por meio das palavras que pronunciamos na Santa Missa antes da comunhão eucarística: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 28 de novembro de 2021

O TEMPO DO ADVENTO...


 Homilia do 1°) Dom do Advento (Lc 21,25-28.34-36)(28/11/21)

Caríssimos, a Igreja hoje inicia o tempo forte do Advento em preparação para o Natal do Senhor, em que celebramos a sua primeira Parusia já preparando a sua segunda vinda. De fato, é um tempo de muita espectativa e cheio de esperança; tempo de conversão, vigilância e oração. Como vimos pela experiência dos Apóstolos nos escritos do Novo Testamento, em que todos os que se encontraram com o Senhor Jesus mudaram de vida.

O Salmo responsorial desta liturgia nos mostra o quanto a oração é importante no encontro com o Senhor, assim reza o salmista: "Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação!" E acrescenta: "O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho."

De fato, todas essas ações foram manifestadas pelo Senhor Jesus, pois, até então a humanidade conhecia Deus pela Lei, pelos profetas e pelo testemunho do povo eleito, a partir da vinda do Senhor como o Messias esperado, passamos a conhecer Deus pessoalmente por Ele, Seu Filho amado, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas." (Hb 1,1-2).

Com efeito, na primeira vinda o Senhor Jesus entrou em nossa história por obra e graça do Espírito Santo que o gerou no seio de Maria sempre virgem; e que por sua encarnação se cumpriram todas as promessas que Deus havia feito ao povo eleito no Antigo Testamento. Desse modo, na sua primeira vinda o Senhor Jesus revelou o Pai celestial, o Seu Reino de amor e a Sua Justiça que se cumprirá na íntegra nos libertando do pecado, da morte e do poder do inferno.

Portanto, caríssimos, escutemos atentamente estas palavras de São Paulo nos preparando para a segunda vinda de Cristo: Irmãos, "O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais, a exemplo do amor que temos por vós. Que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos."

Destarte, meditemos ainda com estas palavras do salmista: "Verdade e amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua Aliança e seus preceitos. O Senhor se torna íntimo aos que o temem e lhes dá a conhecer sua Aliança." Ou seja, nos é dada a graça de vivermos a surpresa contínua do encontro com o Senhor, aqui e por toda a eternidade.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

VIGIAI E ORAI...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,34-36)(27/11/21)

Caríssimos, olhando o mundo na atual situação que se encontra, percebemos que as pessoas estão mais empenhadas no seguimento das ideologias e na busca de satisfações momentâneas do que no verdadeiro sentido da vida. De fato, a prática do pecado passou a ser regra de vida nas emissoras de TV, de rádio, na Internet e em quase todos os seguimentos da sociedade; em suma, vemos que se perdeu de vez o pudor, a prática dos bons costumes, o respeito pelos mais velhos, de tal forma que tudo se encontra banalizado.

De certo, a sociedade moderna está pra lá de Sodoma e Gomorra, coisa que já não causa mais constrangimento algum, pois normalizaram todo tipo comportamento esdrúxulo, vergonhoso, despudorado; o corpo humano foi objetivado, ou seja, perdeu quase que totalmente a sua sacralidade, passou a ser objeto de exposição e de todo tipo de exploração sexual desordenada; e outras modalidades em nada condizentes com a imagem e semelhança de Deus que somos.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus alerta seus discípulos e a humanidade para que estejam preparados para o dia de sua Parusia, porque quando menos se esperar Ele voltará; e o que será dos que não se prepararam? Escutemos então o Senhor: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra." (Lc 21,34-35).

Ora, além desse alerta, Ele também mostra como devemos nos preparar: "Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem." Pois, esse dia tenebroso causará a ruína de muitos, principalmente daqueles que fizeram pouco caso das suas palavras e da fé dos que o seguiram fielmente dando por Ele a própria vida.

Portanto, caríssimos, convém lembrar que ainda estamos no tempo da misericórdia, tempo de graça, tempo de conversão, porque depois desse tempo virá o dia da ira em que a justiça divina se cumprirá na íntegra e não haverá nenhuma concessão, como se sucedeu com Sodoma e Gomorra que se tornaram um mar de sal também chamado de Mar Morto.

Destarte, escutemos atentamente o Senhor: "Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa!" (Mt 18,7). "Disse ele ainda: Não seles o texto profético deste livro, porque o momento está próximo. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras." (Ap 22,10-12).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

O SENHOR JESUS CAMINHA CONOSCO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,29-33)(26/11/21)

Caríssimos, pela nossa experiência de vida percebemos que tudo passa e que chega ao fim, porém, quando se trata da vida humana, essa foi criada por Deus "à sua imagem e semelhança", ou seja, para fazermos parte da Sua Natureza Divina, no entanto, só podemos viver em paz se cultivarmos essa finalidade. Por isso, nos ensina o Profeta Isaías: "Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto." (Is 55,6).

Desse modo, entendemos que não estamos sozinhos, pois Deus, nosso Pai, enviou-nos o Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que caminha conosco no seio da Sua Santa Igreja, nos dá os Sacramentos para a santificação das nossas almas; nos comunica a Sua Palavra, que é a sua voz escrita, e nos concede as virtudes eternas para darmos os frutos da salvação que Dele recebemos.

Discorrendo sobre a presença Senhor Jesus conosco, disse o Papa Francisco: "Até quando perdurará a atenção de Deus pelo homem? Até quando o Senhor Jesus, que caminha conosco, cuidará de nós? A resposta do Evangelho não deixa margem para dúvidas: até ao fim do mundo! Passarão os céus, passará a terra, serão anuladas as esperanças humanas, mas a Palavra de Deus é maior do que tudo e não passará.

E Ele será o Deus conosco, o Deus Jesus que caminha ao nosso lado. Não haverá um dia da nossa vida em que cessaremos de ser uma solicitude para o Coração de Deus. Contudo, alguém poderia perguntar: «Mas o que dizes?». Digo isto: não haverá um dia da nossa vida em que deixaremos de ser uma solicitude para o Coração de Deus.

Ele preocupa-se conosco, caminha ao nosso lado. E por que faz isto? Simplesmente porque nos ama. Entendestes isto? Ele nos ama! E sem dúvida Deus proverá a todas as nossas necessidades, não nos abandonará no tempo da prova e da escuridão. É preciso que esta certeza ocupe o nosso espírito, para nunca mais se apagar.

Há quem lhe dê o nome de «Providência». Ou seja, a proximidade de Deus, o amor de Deus, o caminhar de Deus ao nosso lado chama-se «Providência de Deus»: Ele provê a nossa vida." (Papa Francisco, da audiência geral, 26/4/17). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

NÃO TENHAIS MEDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,20-28)(25/11/21)

Caríssimos, em nossa naturalidade os acontecimentos que se dão dependem de como vivemos e o que produzimos com o nosso modo de ser e estar no mundo. De forma que, o equilíbrio da criação depende da nossa obediência às leis naturais, presente nas criaturas; às leis positivas, criadas pelos homens para a organizar a sociedade, e à Lei de Deus, que é o fundamento das duas primeiras. Ocorre que o nível de desobediência à estas leis está tão elevado que nada de bom podemos esperar, como já estamos constatando.

Ora, ao longo da história da humanidade muitos foram os avisos dados por Deus para conter a desobediência dos homens à estas leis; começando pelo dilúvio de destruiu praticamente a humanidade de então; depois vieram as cidades de Sodoma e Gomorra destruídas por conta da perversão sexual dos seus habitantes; as inumeras catástrofes naturais: terremotos, vulcões, tsunamis e outras tantas; sem contar as pestes, as doenças de toda espécie; e ainda as guerras entre as nações que ceifaram milhões de vidas.

Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus deixa claro que um pouco antes da sua vinda definitiva os acontecimentos catastróficos que se darão será numa proporção tão grandiosa que poucos são os que sobreviverão à esses acontecimentos. Eis o Seu anúncio escatológico: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas." (Lc 21,25-26).

São Pedro tratando desse mesmo assunto escreveu: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém.

E nos faz esta exortação: "Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz." (2Pedro 3,10-14).

Portanto, caríssimos, só nos resta rezar, nos arrepender dos pecados, fazer penitência, mudar de vida e esperar no Senhor, para que sejamos acolhidos por Sua Divina Misericórdia, e assim obtermos esta garantia que Ele nos concede : "Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. (Lc 21,28).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

NADA TE PERTURBE, NADA TE AMEDRONTE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,12-19)(24/11/21)

Caríssimos, ao longo da história da humanidade, desde que o pecado entrou em nossa natureza, não houve um só instante em que o bem e o mal não se confrontasse, e assim será até que o mal seja estirpado para sempre da criação pelo poder Redentor de nosso Senhor Jesus Cristo, como nos ensinou são Paulo: "Porque o mistério da iniquidade já está em ação... Mas o Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com o resplendor da sua vinda." (2Tss 2,7a-8b).

Com efeito, a liturgia de hoje nos dá a conhecer que os inimigos de Deus agem como se Ele não existisse, por isso, fazem pouco caso da fé e perseguem com todo tipo de maldades, até mesmo físicas, os que seguem nosso Senhor Jesus Cristo. No entanto, como vimos no Evangelho de hoje, o Senhor nos diz que tudo isso acontece por causa do Seu Santo Nome.

Por isso, nos exorta: "Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!"

De fato, como ainda nos ensina são Paulo: "A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores. Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar. Desse modo, serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal." (2Tss 2,9-12).

Portanto, caríssimos, escutemos com muita atenção estas palavras de santa Teresa D'avila: 

"Nada te perturbe, 

nada te amedronte

tudo passa

a paciência tudo alcança...

A quem tem Deus

nada falta

só Deus basta."

Destarte, confiantes no amor e na misericórdia infinita de nosso Pai celestial, continuemos seguindo as pegadas do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que por sua obediência incondicional se ofereceu em sacrifício de expiação para purificar os nossos pecados e nos conduzir a vida eterna.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

CUIDADO PARA NÃO SERDES ENGANADOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 21,5-11)(23/11/21)

Caríssimos, do paraíso do nosso livre arbítrio somente nós temos a chave, por isso, precisamos cuidar muito bem dela para não deixar entrar nada e ninguém que sejam contrários a vontade de Deus, pois, somente Ele tem livre acesso e pode entrar e sair como lhe convém, para que desse modo, nos mantenhamos livres de todos os males da alma e do corpo. Essa chave se chama obediência ao Senhor Jesus, enviado pelo Pai para nos conduzir ao Reino dos céus.

No Evangelho de hoje em resposta àqueles que admiravam a beleza do Templo com seus ornamentos e ofertas votivas, disse o Senhor Jesus: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. De fato, suas palavras se cumpriram na íntegra e até os nossos dias continua tal qual Ele profetizou. 

Após este anúncio, "eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”.

Santo Catarina de Sena, discorrendo sobre este "cuidado para não serdes enganados", escreveu: "Deus Pai, movido pelo fogo da sua caridade, enviou o Verbo, seu Filho único, que veio como que num carro de fogo, difundindo as chamas do amor inefável e da eterna misericórdia do Pai, ensinar-nos a doutrina da Verdade, mostrando-nos o caminho do amor que temos de seguir.

Disse Ele: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida»; «quem Me segue não anda nas trevas, mas tem a luz da vida» (Jo 14,6; 8,12). E é assim, porque quem segue este caminho em verdade recebe a vida da graça e caminha à luz da santa fé; e, com esta luz, chega à visão eterna de Deus.

Temos, pois, de ser-Lhe fiéis e de O amar em verdade, não por temor da pena que sofre quem não O ama, nem pela utilidade e o prazer que a alma tem no amor, mas apenas porque o Soberano Bem é digno de ser amado. Foi esse o caminho que Ele nos ensinou, dando-nos a doutrina da humildade, da obediência, da paciência, da força, da perseverança." Que fecha a porta do paraíso do nosso livre arbítrio para não deixar entrar nele o inimigo de nossas almas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

QUEM DÁ A SUA VIDA A DEUS, A TERÁ ETERNAMENTE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,1-4)(22/11/21)

Caríssimos, a liturgia de hoje nos convida a olharmos as situações, os acontecimentos e exemplos bíblicos vividos para melhor compreendermos a vontade de Deus e po-la em prática, certos de que a sua divina proteção realmente se faz presente na vida dos que o amam e vivem fielmente segundo os seus preceitos, pois, a graça é de Deus, porém, cabe a nós recebe-la e vivencia-la.

O Evangelho de hoje volta ao exemplo da pobre viúva que depositou no tesouro do Templo tudo o que possuía para a sua sobrevivência, por isso, tornou-se um exemplo vivo de abnegação, de confiança inabalável na providência divina e também exemplo de vida a ser seguido por todos os que vivem acumulando os bens deste mundo, esquecendo-se de os acumular no tesouro do céu pela prática da caridade fraterna da qual nos pedirá contas o Senhor.

Com efeito, o que nos ensina ainda essa pobre viúva? A entrega total da sua vida nas mãos de Deus, nos leva à contemplação do Senhor Jesus pregado na cruz, confiante de que jamais será abandonado pelo Pai; ora, isso nos mostra o desapego da própria vontade para realizar a vontade de Deus, que aos olhos dos homens parece loucura, mas que na verdade trouxe a salvação eterna para todos que a Ele se entregam confiantes.

Portanto, caríssimos, façamos um exame de consciência e vejamos que tipo de oferta fazemos a Deus: a pobre viúva ofereceu tudo que possui, simbolizado por duas pequenas moedas, o que representou sua vida, o tempo vivido para Deus, o seu amor a Ele e ao ao próximo, o desprezo da própria vontade em da busca da santidade.

Por outro lado, todos os outros depositaram, como oferta a Deus, aquilo que lhes sobrava, ou seja, as sobras da vida, do tempo, da própria vontade e do acúmulo que possuiam; a prática aparente da fé, o orgulho advindo dessa prática; enfim, um viver estéril como a figueira, sem fruto algum.

Destarte, sigamos o exemplo do Senhor Jesus na Santa Eucaristia que se doa totalmente como alimento para as nossas almas que se tornam sacrários vivos da sua presença neste mundo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 21 de novembro de 2021

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO...


 Sol. de Cristo Rei do Universo (Jo 18,33b-37)(21/11/21).

1. Amados irmãos e amadas irmãs, neste dia soleníssimo a Santa Igreja celebra o Reinado Universal de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como são Paulo nos ensinou: "Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor." (Fl 2,9-11).

2. Ora, a nossa participação no seu Reinado se dá mediante a nossa adesão total a Ele num amor incondicional seguindo-o fielmente à toda prova... 

3. Para isto se faz necessário a vivência de todos as virtudes eternas que o Senhor nos comunicou por meio do batismo que Dele recebemos no seio de Sua Santa Igreja...

Meditemos, então, com amor e devoção a homilia desta solenidade...

Caríssimos, com a Solenidade de Cristo Rei do Universo, o ano litúrgico chega ao fim celebrando solenemente nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho amado de Deus, aquele que tem todo poder sobre o céu e a terra. Ora, o Senhor foi enviado pelo Pai para nos libertar definitivamente do poder do maligno, da escravidão do pecado e da morte que até então reinava soberana.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus foi interrogado pelo até então Governador Romano da Judeia, Pôncio Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?” Com efeito, essa pergunta de Pilatos é um tanto estranha pelo fato de que o Senhor, mesmo sendo rei, não se apresentou como rei, mas sim como servo de todos; de fato, o seu poder não vinha das armas, mas da Palavra que cura, salva e faz feliz os que o ouviam e seguiam fielmente.

Proseguindo o interrogatório, Pilatos se esquiva: “Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. Ora, quanto amor nesta resposta, pois, um homem que interroga Deus e recebe Dele tão profunda revelação era para cair em êxtase e acolher o seu reinado.

De certo, revendo a trajetória do Filho de Deus neste mundo, percebemos que por onde passou semeou o amor do Pai por meio dos sinais que realizava e que revelavam que Ele era o Messias esperando pelo povo eleito e por toda a humanidade. De fato, o seu Reino de amor e justiça está consolidado, pois, não existe neste mundo criatura alguma que não o conheça ou que não ouviu falar do seu nome, de modo que, podem até não o aceitar, todavia, jamais se libertarão sem a sua intervenção.

Portanto, caríssimos, o diálogo entre a humanidade e Deus, representado pelo diálogo entre Pilatos e Jesus, nos mostra que somente a verdade que é Cristo nos liberta, mas não sem a nossa adesão. De fato, Pilatos o condenou à terrível morte de cruz mesmo sabendo que o Senhor era inocente e que era Rei não de um reino temporal, mas sim, do Reino que não tem fim.

Destarte, a seguir são João nos mostra que Aquele que foi julgado pelos homens um dia os julgará: "Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus." (Jo 3,19-21).

Conclusão:

Amados irmãos e amadas irmãs, qual deve ser a nossa conduta de vida na participação do Reinado de nosso Senhor Jesus Cristo? Com efeito, são Paulo nos ensina isso com precisão: "Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens.

Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem." (Tito 2,11-14).

Que o Senhor Jesus nos conceda a graça da perseverança final, para que sejamos acolhidos entre os seus eleitos no Seu Reino como Ele mesmo disse: "Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo." (Mt 25,34).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

TODOS OS BENS PERTENCEM A DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,11-28)(17/11/21)

Caríssimos, não podemos perder para o medo os talentos que de Deus recebemos para multiplica-los partilhando-os uns com os outros; neste sentido tudo o que temos e vivemos não apenas em termos materiais, mas principalmente no que diz respeito aos bens espirituais: amor, misericórdia, bondade, mansidão, justiça, caridade e todas as outras virtudes eternas, devemos distribuí-los e multiplica-los para a salvação de todos.

Ora, quem vive neste mundo sem um objetivo eterno a única coisa que espera é a morte, por isso, muitos seguem este pensamento egoísta: "A vida é curta, tiremos dela o máximo proveito que podemos." E no entanto, esse "máximo proveito" não passa de comodismo e frustração. Por outro lado, quem firma as bases da sua vida nas Palavras do Senhor Jesus, tem motivo de sobra para testemunha-lo, multiplicando os talentos recebidos, e jamais os enterrando por conta da própria inércia.

Sem dúvida alguma a vida vivida sem a prática da caridade fraterna e as obras de misericórdia, se torna um peso difícil de carregar por conta do comodismo, da ambição, e do querer tirar proveito de tudo e de todos; e com isso, termina-se caíndo no pecado das "facilidades" que este mundo oferece, mas que depois cobra um preço muito alto, como vimos com o servo mau e preguiçoso da parábola contada por Jesus no Evangelho de hoje.

De fato, estamos acostumamos a receber, e isso nos alegra muito; no entanto, são Paulo nos ensina: "Que há maior alegria em dar do que em receber". (At 20,35). E quando descobrimos isso na prática percebemos que nada possuímos, porque tudo o que somos e temos recebemos para multiplica-los em favor de muitos, como nos ensinou o Senhor: "Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos." (Mc 10,45).

Portanto, caríssimos, podemos concluir esta meditação de hoje com as palavras de são Paulo aos Efésios: "Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos." (Ef 2,8-10).

Destarte, lebremos que, ou somos providência de Deus para os outros ou eles são para nós em nossas necessidades, de modo que nenhum ser humano pode dizer que nunca precisou de ajuda, e por isso, jamais pode se omitir em ajudar quando for preciso (cf. Tg 4,17), no entanto, façamos isso com discernimento para evitarmos todo tipo de exploração indevida. (cf. Gl 6,7-10). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

A CONVERSÃO DE ZAQUEU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 19,1-10)(16/11/21)

Caríssimos, no Evangelho de hoje, estando ainda na cidade de Jericó, o Senhor Jesus encontrou um certo Zaqueu que por ser o chefe dos cobradores de impostos, era considerado um pecador público, inimigo da nação por ser colaborador dos invasores Romanos. Ora, Zaqueu queria ver Jesus, mas por sua baixa estatura não o conseguia devido a grande multidão que o acompanhava, no entanto, correu adiante e subiu numa árvore para ve-lo, mas, quem o viu primeiro foi Jesus, que de imediato se convidou para ir à sua casa.

Todavia, foi criticado por sua atitude: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!” No entanto, relata são Lucas: "Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. (Lc 19,8-10).

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "O olhar de Jesus vai para além dos pecados e dos preconceitos. Isto é importante! Devemos aprendê-lo. Ele vê a pessoa com os olhos de Deus, que não se detém no mal passado, mas entrevê o bem futuro; Jesus não se resigna aos fechamentos, mas sempre abre novos espaços de vida; não se detém nas aparências, mas olha para o coração. E neste caso olhou para o coração ferido de Zaqueu: ferido pelo pecado da cupidez, pelas coisas más que havia cometido. Olha para aquele coração ferido e vai ali.

De fato, é dando confiança às pessoas que as fazemos crescer e mudar. É assim que Deus se comporta com todos nós: não está bloqueado pelo nosso pecado, mas supera-o com o amor e faz-nos sentir a saudade do bem. Todos sentimos esta saudade do bem depois de um erro. E assim faz o nosso Deus e Pai, assim faz Jesus. Não existe uma pessoa que não tenha algo de bom. E Deus olha para isto, para a tirar do mal.

A Virgem Maria nos ajude a ver o bem que há nas pessoas que encontramos todos os dias, a fim de que todos sejamos encorajados a fazer sobressair a imagem de Deus impressa no seu coração. E assim podemos rejubilar pelas surpresas da misericórdia de Deus! O nosso Deus, que é o Deus das surpresas!" (Papa Francisco - Angelus - 30/10/16).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.



A EVIDÊNCIA DA PRESENÇA DIVINA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 18,35-43)(15/11/21)

Caríssimos, a liturgia de hoje nos apresenta o encontro do cego Bartimeu e Jesus que se dirigia a Jericó a caminho de Jerusalém, circundado por uma grande multidão que o acompanhava. Ora, esse encontro tem muito a nos ensinar, porque às vezes também nos sentimos cegos à beira do caminho da vida eterna cheios de espectativas em busca da cura para nossa cegueira espiritual por não enxergarmos as graças que nos são dadas pelo Senhor que está sempre conosco (cf. Mt 28,20). 

Com efeito, quais os ensinamentos que tiramos desse encontro? Se notarmos bem veremos que Bartimeu havia perdido a vista, mas não a esperança de enxergar; pois, ouvira falar de um certo Jesus de Nazaré que era da descendência do Rei Davi, mas não o conhecia ainda, porém, acreditava que ele o poderia curar da cegueira e o libertar da miserável condição em que vivia.

De fato, quando ouviu que o Senhor Jesus passava diante de si, mais que de repente deixou aflorar a fé e todas as suas espectativas, não obstante a pressão de alguns da multidão que queriam calar sua oração e impedir o seu encontro com o Senhor Jesus. Ora, imaginem se ele fosse dar ouvidos aos que lhe desincorajavam, certamente não seria curado nem teria encontrado Jesus pessoalmente e nem teria escutado a sua Palavra de cura e salvação, como ouvimos no relato.

De certo, se fizermos uma analogia sobre o tema da cegueira espiritual dos homens e mulheres desse nosso tempo, tão confuso, descrente e indiferente, entenderemos o quanto precisamos anunciar o Senhor Jesus com o nosso exemplo de vida e também com as palavras se for preciso, para que todos façam a mesma experiência que fez o cego Bartimeu, que depois seguiu Jesus pelo caminho louvando e agradecendo a Deus por sua nova condição de vida recebida nesse encontro.

Portanto, caríssimos, também hoje somos sufocados por todos os meios que o maligno e os seus sequazes usam tentando impedir o nosso encontro com o Senhor Jesus e o Seu santo modo de agir em nossa vida; ora, basta analisarmos quanto tempo damos às distrações; e quanto damos a vida de oração e meditação da Sua Palavra; o quanto conversamos entre nós das coisas deste mundo, e/ou das coisas eternas; se fazemos silêncio interior para escutar o Senhor ou nos deixamos invadir pelo barulho deste mundo a ponto de não poder ouvi-lo.

Destarte, a exemplo do cego Bartimeu, que quanto mais era sufocado pela multidão mais gritava o nome de Jesus, tenhamos também a mesma atitude quando sufocados pelas distrações e barulhos deste mundo, para que ao ser chamados por Jesus deixemos tudo para ouvi-lo e segui-lo a caminho da vida eterna louvando e agradecendo a Deus pela salvação que Dele recebemos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 14 de novembro de 2021

O ÚLTIMO DIA...


 Homilia do XXXIII Dom Tempo Comum (Mc 13,24-32)(14/11/21)

Caríssimos, a liturgia de hoje nos apresenta o discurso apocalíptico do Senhor Jesus, que para nós se constitui o dia dos dias da história da humanidade sobre a Terra, o último dia ou dia final. Com efeito, o Senhor não determina o quando, mas o como se dará, ou seja, quais serão os acontecimentos deste dia: “Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas."

"Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra." De certo, ao ouvirmos essas Palavras do Senhor Jesus elas nos dão segurança, nos enche de esperança e nos faz desejar que chegue logo este dia. Dia em que todo olho o verá e toda língua proclamará para a glória de Deus Pai e seu louvor que Jesus Cristo é o Senhor (cf. Fl 2,9-11).

Com efeito, nesse dia acontecerá o julgamento dos vivos e dos mortos. "Quando, ao sinal da trombeta do arcanjo, todos os homens ressuscitarem (cf 1Tim 4,6), e todos os povos, tribos e línguas (cf Ap 5,9) forem sujeitos a juízo, o céu dissolver-se-á com estrondo, os elementos incendiar-se-ão (cf 2Pe 3,10.12), toda a criação será transformada, as inúmeras miríades de anjos avançarão com temor, e o Juiz de todas as coisas sentar-Se-á no trono.

Então, os que tiverem feito o bem irão para a vida eterna e os que tiverem feito o mal irão para a condenação eterna (cf Mt 25,46), onde haverá «pranto e ranger de dentes» (Mt 8,12), e nem o fogo se extinguirá nem o verme morrerá (cf Is 66,24). Por isso, digamos: Não a nós, Senhor, não a nós, mas demos glória e louvor ao teu nome nesse dia, em que queremos estar à tua direita." (são Teodoro Estudita (sec. VIII).

De fato, neste nosso tempo as pessoas estão vivendo como se Deus não existisse, como se não houvesse um julgamento, como se o nosso livre arbítrio fosse motivo para todo tipo de pecados; de modo que o nível de perversão é tão alto que chega a estarrecer até mesmo os incrédulos, só comparável às cidades de Sodoma e Gomorra, as quais desapareceram da face da terra consumidas pelo fogo caído do céu.

Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus que nos dê uma consciência pura, sem mácula, onde exista espaço somente para a sua presença, para que por meio das virtudes que nos levam à caridade perfeita, reflitamos a sua misericórdia e bondade pelas boas obras praticadas para que assim sejamos contados entre o número daqueles que Dele escutarão: "Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. (Mt 25,34).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 13 de novembro de 2021

QUANDO O FILHO DO HOMEM VIER ANCONTRARÁ FÉ NA TERRA?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 18,1-8)(13/11/21)

Caríssimos, a verdade e a fé se encontra no amor com que amamos a Deus para obedece-lo e amamos uns aos outros para darmos o amor com o qual somos amados por Ele. Exatamente por isso, o amor é comunicação da vida que não tem fim, porque somente o amor gera a verdadeira vida. De certo, quem ama assim é feliz mesmo quando passa por diversas provações como vimos no exemplo de Cristo e de todos os santos e santas que o seguiram.

No Evangelho de hoje são Lucas introduz a parábola da viúva e do juiz incrédulo, dizendo: "Contou-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo." De fato, quem reza com fervor encontra Deus no espaço sagrado de sua alma, e isso o faz para ama-lo e ser amado por Ele, e ao perseverar nessa aliança de amor, logo experimenta os frutos da justiça divina.

Com efeito, no final da Parábola de hoje, o Senhor Jesus fez uma comparação entre o juiz que faz justiça à viúva perseverante e Deus: "Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai faze-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa." Todavia, nos faz um alerta: "Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”

Ora, somente podemos responder a essa pergunta do Senhor Jesus pondo em prática as Suas Palavras, caso contrário, passaremos por este mundo sem darmos os frutos da fé, da oração perseverante e da salvação que Dele recebemos. De fato, o Senhor Jesus está sempre nos salvando a todo momento contanto que permaneçamos não Sua Presença pela perseverança na oração.

Portanto, caríssimos, não rezamos para mudar a vontade de Deus, mas, para mudar a nós mesmos em relação à sua vontade, porque a vontade de Deus é sempre amor e salvação. Não rezamos para obtermos coisas ou vantagens pessoas, mas, para buscarmos em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, porque assim nos será acrescentada todas as graças. (cf. Mt 6, 33-34).

Destarte, escutemos esta exortação de santo Agostinho que nos ensina a rezar com o desejo: "O desejo reza sempre mesmo se a língua se cala. Se tu desejas sempre, rezas sempre." De certo, que a nossa oração seja elevada a Deus sempre com o desejo de ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros, pois, quem ama nunca ofende ninguém, mesmo que seja ofendido.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

SOBRE O FINAL DOS TEMPOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,26-37)(12/11/21)

Caríssimos, tudo o que existe, a grandeza e a beleza da criação, aponta para o Criador de todas as coisas, e é encontrando-o e interagindo com Ele, por meio da fé que recebemos no batismo, que nos sentimos seus filhos e filhas, para assim o louvarmos, agradecermos e o glorificarmos por fazermos parte da sua família divina.

Na primeira leitura o escritor sagrado mostra que aqueles que contemplam a perfeição da criação, mas não reconhecem e nem interagem com o seu Criador, caem no pecado da insensatez e na idolatria de si mesmos e das criaturas contempladas. De fato, existe um abismo na alma que ignora Deus apesar de conhecer as suas obras, este vazio jamais será preenchido enquanto não se converter a Ele para assim o receber no Santuário de sua vida.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus faz um discurso escatológico, isto é, sobre o final dos tempos, no qual compara as escatologias do tempo de Noé e de Ló e a Sua; porém, com uma diferença fundamental, enquanto nessas escatologias se deu continuidade a presente criação; na Sua Parusia acontecerá a plenitude da vinda do Reino de Deus e da sua justiça, em que Ele virá em definitivo para julgar os vivos e os mortos.

Com efeito, perguntemos: como nos preparar para este tempo final? O Senhor mesmo responde: "Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la." De fato, para quem busca vantagens materiais e interesses mesquinhos já tem antecipadamente, nas palavras do Senhor Jesus, a sua sentença final. 

Portanto, caríssimos, a verdadeira preparação consiste na renúncia de si mesmo, no acolhimento da nossa cruz de cada dia, no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, na obediência aos seus ensinamentos no seio de Sua Santa Igreja, para darmos os frutos da salvação eterna que Dele recebemos.

Por fim, escutemos com amor e atenção estas palavras de São John Henry Newman: "Nosso Senhor e Salvador aceitou viver num mundo que O tinha repudiado; e viveu nele para morrer por ele no momento determinado. Aquele que nos tornou participantes da sua natureza espiritual, da qual tiramos a vida da nossa alma; Aquele que é nosso irmão, decidirá sobre os seus irmãos. Que, nesta segunda vinda, Ele Se lembre de nós na sua misericórdia e terna piedade, pois Ele é a nossa única esperança e a nossa única salvação!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

QUANDO VIRÁ O REINO DE DEUS?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 17,20-25)(11/11/21)

Caríssimos, quando falamos no Reino de Deus, da sua justiça, do paraíso e da felicidade eterna para todos, fiquemos atentos ao que o Senhor Jesus respondeu aos fariseus quando perguntado sobre a vinda do Reino de Deus: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”. Ora, essa resposta nos recorda a nossa filiação divina, ou seja, somos filhos e filhas de Deus a caminho do céu.

De certo, viver como filhos e filhas de Deus requer de nós o amor ao nosso Pai celeste sobre todas as coisas e o amor aos nossos irmãos e irmãs como a nós mesmos, uma vez que o amor supera todas as provações até mesmo a morte de cruz, como nos ensinou o Senhor Jesus: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos." (Jo 15,13).

Com efeito, ao olharmos esse nosso mundo repleto de violência, desmandos, desespero e morte, somos tentados a pensar, mas, como ver o reino de Deus em meio à tanta maldade e injustiça? De fato, o dom de discernimento do Espírito Santo nos dá a conhecer claramente o que é a vontade de Deus e o que não é, para assim vive-la intensamente, como nos ensinou o Senhor Jesus: "Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (Jo 6,38).

Aliás, na primeira leitura o escritor sagrado nos mostra como age o Espírito Santo: "Na Sabedoria há um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, perspicaz, imaculado, lúcido, invulnerável, amante do bem, penetrante, desimpedido, benfazejo, amigo dos homens, constante, seguro, sem inquietação, que tudo pode, que tudo supervisiona, que penetra todos os espíritos, os inteligentes, os puros, os mais sutis." (Sb 7,22-23).

Então, deixemo-nos conduzir pelo Espírito do Senhor, como nos ensinou São Paulo: "Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm 8,12-14).

Por fim, escutemos atentamente ainda esta outra exortação de são Paulo: "O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação." (Rm 14,17-19).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A AUTORIDADE É UM SERVIÇO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,11-19)(10/11/21)

Caríssimos, a liturgia de hoje trata especificamente do governo da nossa existência e também da grande importância de sermos agradecidos. Na primeira leitura o Senhor nos mostra que toda autoridade lhe pertence e que todo poder dado aos homens necessariamente é um serviço, e quem o exerce contrariando essa finalidade será julgado por seus atos nefastos.

A palavra "autoridade" na sua etimologia significa "fazer crescer e amadurecer". Ora, todos nós em plena consciência a exercemos em nossa vida e de outros, porém, sem esquecer que já fomos governados, cuidados e protegidos por nossos pais, catequistas, professores, autoridades constituídas, etc. No entanto, o testemunho autêntico que damos da vontade de Deus, é a mais perfeita autoridade que exercemos.

De fato, quando a autoridade é exercida, mas não tem como fundamento a verdade, nunca será um serviço que faz crescer e nos tornar livres; ao contrário, torna-se domínio autoritário, abuso de poder, sobre os quais paira o severo juízo de Deus, como vimos na primeira leitura: "Por isso, ele cairá de repente sobre vós, de modo terrível, porque um julgamento implacável será feito sobre os poderosos." (v5).

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus passando pela região de Samaria e Galileia, se dirigia para Gerusalém, dez leprosos vieram ao seu encontro, gritando: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano."

Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”. Ou seja, a obediência à Palavra de Jesus os levou à cura, mais somente um recebeu a salvação pelo reconhecimento, pela fé e o agradecimento que fez ao Senhor.

Portanto, caríssimos, não basta receber a graça da saúde física, como vimos, mas se faz necessário o reconhecimento, a fé e o retorno ao Senhor Jesus com o coração agradecido por todo bem que Dele recebemos especialmente a salvação eterna de nossas almas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

TEMPLOS VIVOS DE DEUS...


 Dedicação da Basílica de São João de Latrão(Jo 2,13-22)(9/11/21)

Caríssimos, "Segundo uma tradição do século XII, celebra-se neste dia a dedicação da Basílica de São João do Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de Rito romano, com o fim de honrar a Basílica que é chamada “mãe e cabeça de todas as igrejas da Urbe e do Orbe e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia, “preside a assembleia universal da caridade”. (Liturgia das Horas).

Com efeito, esta liturgia de hoje nos dá o perfeito entendimento de que o Templo é um lugar sagrado onde Deus se encontra com seus filhos e filhas numa convivência plena de graças e bênçãos, por isso, não podemos permitir que ele se torne uma casa de comércio ou lugar de interesses mesquinhos tirando-lhe o sentido do verdadeiro encontro com Deus, por Seu Filho, Jesus Cristo, na graça do Espírito Santo.

Aliás, na primeira leitura e no Evangelho de hoje, o Senhor nos ensina que somos Templos vivos de Deus, e pela obediência à Sua Divina Palavra, o recebemos em nossas almas, o adoramos e o glorificamos de todo o nosso coração, e Nele permanecemos até que nos conduza à vida eterna aonde o veremos face a face (cf. 1Jo 3,1-3).

De fato, os judeus não entenderam por que o Senhor Jesus fez um chicote de cordas e expulsou os vendilhões do templo e seus apetrechos, no entanto, Ele foi bem claro no seus gestos e palavras: "Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” Ora, a Igreja é a casa de Deus, por ela, Ele nos deu o santo batismo que nos tornou seus filhos e filhas; e todos os outros Sacramentos; e nos deu também todos os ensinamentos para nos preparar para o encontro definitivo com Ele no Seu Reino.

Portanto, caríssimos, a Igreja é o Corpo Místico de Cristo e nós somos os seus membros, por isso, não podemos falar da Igreja como uma mera organização humana, pois, se assim o fosse ela certamente não existiria mais; também não podemos falar da Igreja como se não fôssemos a Igreja, porém, perguntamos que tipo de igreja somos? 

Destarte, a Igreja é Cristo e Cristo é a Igreja, por isso, ela é Santa; todavia, depois de recebermos dela todas as graças e bênçãos se não formos santos, nós seremos os únicos culpados.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

HAVERÁ MAIS ALEGRIA NO CÉU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 15,1-10)(04/11/21)

Caríssimos, o que seria da vida natural sem a esperança da vida eterna? De fato, muitos por sua prática existencial negam a felicidade eterna, mas bem no fundo de suas almas sentem a necessidade de serem encontrados pelo Bom Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo; e isto, porque, por mais que tenham fama, poder, prazer ou os bens deste mundo, sabem que um dia perderão tudo até mesmo a própria vida.

Na primeira leitura são Paulo exorta a comunidade dos fiéis em Roma à firmarem a esperança em Cristo ressuscitado, para assim eliminar as disputas e divisões, pois, somente o Senhor os liberta de tudo o que os impede de viver a liberdade dos justos, a felicidade dos eleitos, ou seja, daqueles que ressuscitaram com Cristo, por isso, pergunta: "E tu, por que julgas o teu irmão? Ou, mesmo, por que desprezas o teu irmão?" De fato, essa exortação é atualíssima, dada as divisões e disputas que existe em meio às nossas comunidades.

Com efeito, não basta dizer que cremos no Senhor Jesus, é necessário vivermos o amor que nos identifica como seus discípulos: "Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (Jo 13,34-35).

No Evangelho de hoje vemos como o preconceito e o falso juízo é motivo de crítica e condenação por parte dos fariseus e mestres da lei, contra Jesus e os publicamos e pecadores que Dele se aproximavam para o escutar: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. No entanto, o Senhor ao contar a parábola da ovelha e da moeda perdidas, e que foram encontradas, nos mostra o quanto Deus ama cada ser humano ainda que estejam afastados Dele.

Portanto, caríssimos, sigamos o exemplo de santo Agostinho que ao ser criticado por conta dos pecados cometidos antes da sua conversão, respondeu: "Caríssimos, tais acusações só demonstram o quanto é eficiente o médico eterno, que cuida da minha alma, para que eu não volte a pecar."

Destarte, escutemos humildemente o Senhor Jesus que sempre nos trata com amor e compaixão: "Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.”

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

"NA MINHA CARNE VEREI A DEUS..."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,35-40)(02/11/21)

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a memória de todos os fiéis defuntos, e desde já nos prepara para fazermos essa mesma experiência, não com uma visão negativa da morte, mas como Páscoa eterna que o Senhor Jesus preparou para aqueles que o amam e o seguem fielmente como o fizeram sua Mãe, Maria Santíssima, são José, os Apóstolos e todos os santos e santas de todos os tempos.

Na primeira leitura desta liturgia o patriarca Jó por sua confiança inabalável na bondade e misericórdia de Deus, respondeu aos seus opositores com a esperança própria dos que creem e esperam a vida eterna: "Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros." (Jó 21, 25-27a)

Com efeito, vivemos em meio à misteriosa presença de Deus que está sempre conosco; por outro lado, mesmo estando em comunhão com Ele no seio da Sua Santa Igreja, nos deparamos com o mistério da iniquidade que se apresenta por meio de diversas tentações que chegam à nossa mente, e nós o percebemos porque são sempre contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos. 

Daí a necessidade da perseverança na fé, na vida de oração, na frequência aos Sacramentos, especialmente a confissão e a Eucaristia, e no cultivo das santas virtudes que nos levam à perfeita comunhão com Cristo, para assim vencermos todas as ciladas do maligno.

Portanto, caríssimos, recordar os defuntos, é recordar as virtudes que viveram, a semente da fé que plantaram em nossas almas, o amor com o qual amaram a Deus e nos amaram, em suma, é lembra-los como aqueles que nos precederam na santa aventura que empreenderam no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo até a vida eterna.

Oraemos: "Ó Deus, fizestes o vosso Filho único vencer a morte e subir ao céu. Concedei a vossos filhos e filhas superar a mortalidade desta vida e contemplar eternamente a vós, criador e redentor de todos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

FAZER O BEM É UM DOM DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 14,12-14)(01/11/21)

Caríssimos, de Deus recebemos a vida e com ela todas as coisas boas para sermos bons e felizes, porém, muitos estragam a própria vida e as dos outros com práticas que são contrárias à vontade de Deus, e por isso, não correspondem à fé que professam; outros ainda vivem na total ignorância de Deus, por isso, não creem, não o buscam, não o querem, e isso já é um grande mal.

O fato é que para onde olharmos contemplamos as maravilhas de Deus estampadas na obra da criação, tudo é bom, belo e perfeito. De fato, como é maravilhoso viver como seus filhos e filhas fazendo o bem que Dele recebemos a cada momento, como disse santa Bernadete: "Tudo é graça" na vida de quem ama a Deus e faz a sua santa vontade.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus ensina a um fariseu, que lhe convidou para uma refeição, o modo de ser que nos torna felizes à medida que somos providência divina para aqueles que tanto necessitam dela: “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos ricos. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

De fato, quando olhamos para este mundo mergulhado no abismo do egoísmo, uns com tantos, outros sem nada morrendo a míngua por lhes faltar praticamente tudo, o que dizer dessa exortação de Jesus? Ora, se fosse depender da nossa disposição para isso, ou seja, sem o impulso da graça de Deus, poucos se dariam a esse ato de solidariedade e de amor ao próximo como um dom de Deus.

Portanto, caríssimos, para além da nossa inércia em fazer o bem, o Senhor nos ajuda a praticar as obras de misericórdia quando realmente nos disponibilizamos ao seu serviço nas pastorais das nossas Paróquias para ajudar aqueles que Ele mais ama, por conta da indigência que os atingiu.

Destarte, escutemos são Paulo a esse respeito: "Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos." (Ef 2,8-10).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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