VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

PERDOAR É UM DOS MAIORES ATOS DE AMOR













PERDOAR É UM DOS MAIORES ATOS DE AMOR...

Caríssimos, sabemos que Deus, em sua infinita bondade, nos criou por amor e somente para amar, por isso, quando não amamos, ficamos confusos e perturbados, isto é, nos perdemos por nós mesmos e vivemos sem o verdadeiro sentido de vida. Ora, somente um coração que ama é feliz e capaz de discernir qual seja a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.

O ser misericordioso é uma virtude que eleva nossa dignidade à condição divina, porque Deus que nos perdoa sempre nos deu também a virtude de perdoar-nos uns aos outros, e assim nos fazer participantes de sua misericórdia, transbordando-a até atingirmos o perfeito atributo, que é viver permanentemente sob sua graça. Com efeito, são Tiago nos ensina: “Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento.” (Tiag 2,12-13).

Ora, Cristo Jesus nos libertou do pecado, da morte e de todo o mal para nos conduzir santos e imaculados à Deus, que é nosso Pai, porque fomos adotados como seus filhos em Cristo; desse modo, fomos perdoados para perdoarmos, porque doravante o perdão se tornou para nós fonte de justiça e de liberdade definitiva. Só quem ama é que perdoa perfeitamente, porque o maior ato de amor é dar a vida por seus irmãos, como o fez Cristo Jesus, o Filho de Deus. Logo, só pode haver paz no coração humano reconciliado com Deus e com toda humana criatura; por isso, não podemos, em hipótese alguma, guardar mágoas, ódios, rixas ou qualquer espécie ressentimento, porque se isso acontecer, não haverá espaço para Deus em nosso coração, mas somente para o veneno mortal do não perdão.

E como devemos perdoar? Nunca tome como base de sua vida o pecado de quem quer que seja, em outras palavras, não dê atenção ao pecado dos outros, seja esse pecado contra sua pessoa ou contra as pessoas que amas, mas perdoe sempre sem nunca deixar de fazê-lo. Pois, assim nos exortou são Paulo: “Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis lugar ao demônio.” (Ef 4,26-27).

E Jesus mesmo nos ensinou: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também”. (Lc 6,36-38). E ainda: “Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mt 5,44-48).

Caríssimos, o primeiro ato de defesa contra a ofensa é o perdão, porque ele é um escudo de proteção, pois uma alma que perdoa conserva o estado de graça e é intocável pelo mal; visto que nada acontece em nossa vida por acaso ou sem a nossa permissão. Assim, meus irmãos, não podemos esquecer que estamos aqui unicamente para que a vontade de Deus aconteça e que nós somos os protagonistas de sua realização, porque Deus está sempre conosco e nunca nos deixa sozinhos; tudo o que o Senhor quer de nós é que obedeçamos aos seus mandamentos e lhe sejamos fiéis por toda a nossa vida, para que vivendo do seu amor o tenhamos sempre conosco a nos conduzir ao Seu Reino Eterno, morada definitiva dos seus eleitos.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.



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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TODOS OS FIÉIS TINHAM UM SÓ CORAÇÃO E UMA SÓ ALMA












TODOS OS FIÉIS TINHAM UM SÓ CORAÇÃO E UMA SÓ ALMA

Vede como é bom e alegre habitarem juntos os irmãos. Bom e alegre é habitar na unidade com os irmãos, porque vivendo deste modo, juntam-se à unidade da Igreja e, dizendo-se irmãos, concordam na caridade de um só querer. Já na primeira pregação dos apóstolos existia este grande preceito, conforme lemos: Todos os fiéis possuíam um só coração e uma só alma. Convém, portanto que o povo de Deus seja de irmãos em um só Pai, uma unidade em um só Espírito, vivam unânimes em uma só casa, sejam membros de um só corpo. Bom e alegre é habitarem os irmãos na unidade.

O profeta encontra uma comparação para esta alegria e bondade: Como o óleo sobre a cabeça, que desce pela barba de Aarão, até à orla de suas vestes. O óleo de Aarão foi um bálsamo composto de perfumes, que o ungiu por sacerdote. Agradou a Deus que assim, primeiramente, fosse consagrado seu sacerdote. Nosso Senhor também foi ungido invisivelmente, de preferência a seus companheiros. Unção não terena; não derramada de um chifre, como se ungiam os reis, mas unção com o óleo da alegria, depois da qual, conforme a lei, Aarão foi chamado de “Cristo”, isto é, “o ungido”.

Como esta unção expele os imundos espíritos do coração de quem a recebe, também pela unção da caridade, começamos a exalar a concórdia, tão suave a Deus, como diz o apóstolo: Somos o bom odor de Cristo. Assim, pois, como a primeira unção, e de Aarão sacerdote, foi agradável a Deus, do mesmo modo é bom e alegre habitarem os irmãos na unidade.

O óleo desceu da cabeça à barba. A barba é o distintivo da idade adulta. Não é bom sermos crianças em Cristo, a não ser, como já se disse, crianças na malícia, não no entendimento. O apóstolo chama todos os infiéis de criancinhas, que ainda não suportam alimento sólido, precisam de leite. Ele diz: Dei-vos leite a beber e não alimento sólido; ainda não éreis capazes e nem mesmo agora o sois.

Paz e Bem!

Fonte: Dos Tratados sobre os Salmos, do Pseudo Hilário - (Ps.132: PLS1,244-245) (Séc.IV) http://www.liturgiadashoras.org/index.html (30/01/12)


sábado, 28 de janeiro de 2012

VIVENDO O MILAGRE (Cf. Jo 6,1-15)...


















VIVENDO O MILAGRE (Cf. Jo. 6,1-15)...


O ser humano, por sua limitação e dependência da criação, tem necessidades que precisam ser supridas; e Deus, na sua infinita misericórdia, é Aquele que supre tudo o que necessitamos para viver; fora de Deus não há satisfação permanente, mas somente algum tipo de satisfação momentânea, daí o ser cogente (necessário) viver da fé, como está escrito: “O justo vive da fé”. Por isso, a vida é um milagre em todos os sentidos e só Deus com o seu poder criador-redentor salva os que nele confiam porque liberam esse poder de Deus por meio da fé.

Viver o milagre é desprover-se de todo interesse mesquinho e fugaz, é viver a acepção plena da pertença, é o ser de Deus “com Cristo por Cristo e em Cristo”; é ser o homem espiritual a que São Paulo se refere, isto é, o homem conduzido pelo Espírito Santo de Deus, “que julga todas as coisas e não é julgado por ninguém”. (1Cor. 2,15). É aquele que percebe o verdadeiro sentido das coisas, pois vê a essência delas pela graça de Deus. Crê é ser aquilo que acreditamos; e assim, de fato, viveremos o milagre da existência experimentando em nós mesmos e na criação a presença e a ação de Cristo Jesus. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

POR AMOR DE CRISTO, PAULO TUDO SUPORTOU...

















POR AMOR DE CRISTO, PAULO TUDO SUPORTOU...

Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo - (Hom. 2 de laudibus sancti Pauli: PG 50,447-480) (Séc.IV)

O que é o homem, quão grande é a dignidade da nossa natureza e de quanta virtude é capaz a criatura humana, Paulo o demonstrou mais do que qualquer outro. Cada dia ele subia mais alto e se tornava mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaçavam. É o que depreendemos de suas próprias palavras: Esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente (cf. Fl 3,13).

Percebendo a morte iminente, convidava os outros a comungarem da sua alegria, dizendo: Alegrai-vos e congratulai-vos comigo (Fl 2,18). Diante dos perigos, injúrias e opróbrios, igualmente se alegra e escreve aos coríntios: Eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições (2Cor 12,10); porque sendo estas, conforme declarava, as armas da justiça, mostrava que delas lhe vinha um grande proveito.

Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias triunfando de todos os seus assaltos. E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: Graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar (2Cor 2,14).

Por isso, corria ao encontro das humilhações e das ofensas que suportava por causa da pregação, com mais entusiasmo do que nós quando nos apressamos para alcançar o prazer das honrarias; aspirava mais pela morte do que nós pela vida; ansiava mais pela pobreza do que nós pelas riquezas; e desejava muito mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho. Uma só coisa o amedrontava e fazia temer: ofender a Deus. E uma única coisa desejava: agradar a Deus.

Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto julgava-se o mais feliz dos homens; sem isto, de nada lhe valia ser amigo dos senhores e poderosos. Com este amor preferia ser o último de todos, isto é, ser contado entre os réprobos, do que encontrar-se no meio de homens famosos pela consideração e pela honra, mas privados do amor de Cristo.

Para ele, o maior e único tormento consistia em separar-se de semelhante amor; esta era a sua geena, o seu único castigo, o infinito e intolerável suplício.

Em compensação, gozar do amor de Cristo era para ele a vida, o mundo, o anjo, o presente, o futuro, o reino, a promessa, enfim, todos os bens. Afora isto, nada tinha por triste ou alegre. De tudo o que existe no mundo, nada lhe era agradável ou desagradável. Não se importava com as coisas que admiramos, como se costuma desprezar a erva apodrecida. Para ele, tanto os tiranos como as multidões enfurecidas eram como mosquitos. Considerava como brinquedo de crianças os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo.

Responsório 1Tm 1,13b-14; 1Cor 15,9b

R. Consegui misericórdia porque agi por ignorância e na incredulidade;
* Mas a graça do Senhor foi em mim mais que abundante
com a fé e o amor que está em Jesus Cristo.

V. Não mereço ser chamado com o nome de apóstolo
pois cheguei a perseguir a Igreja do Senhor.  *

Paz e Bem!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

MARIA É A MÃE DA IGREJA


MARIA É A MÃE DA IGREJA

Maria é a Mãe da Igreja Por ser a Mãe de Cristo, Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo Místico, Maria é também Mãe da Igreja. Durante o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI declarou solenemente que: ´Maria é Mãe da Igreja, isto é, Mãe de todo o povo Cristão, tanto dos fiéis como dos pastores´ (21/11/64). Em 30/06/68, no Credo do Povo de Deus, ele repetiu essa verdade de forma ainda mais forte: ´Nós acreditamos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu a sua missão maternal em relação aos membros de Cristo, cooperando no nascimento e desenvolvimento da vida divina nas almas dos remidos´.

A presença da Virgem Maria é tão forte e indissociável no mistério de Cristo e da Igreja, que Paulo VI no discurso de 21/11/64 afirmou que: ´O conhecimento da verdadeira doutrina católica sobre a Bem-aventurada Virgem Maria continuará sempre uma chave para a compreensão exata do mistério de Cristo e da Igreja´. Conhecer Maria “segundo a doutrina católica” é conhecer Jesus e a Igreja, pois Maria foi peça chave, indispensável, no Plano de Deus para a Redenção da humanidade.  “Na plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher,... para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gal 4,4). Ou como diz o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, falando de Jesus: “O qual, por amor de nós homens e para nossa salvação desceu dos céus e se encarnou pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria”.

Desde os primeiros séculos do Cristianismo Maria é reconhecida e chamada pelos cristãos de “Mãe de Deus” “Theotokos”. Desde o final do século dois, os cristãos do Egito e do norte da África, onde havia mais de 400 comunidades cristãs, já a invocavam como Mãe de Deus, na oração que talvez seja a mais antiga que a Igreja conheça: “Debaixo de Vossa proteção nos refugiamos Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita”.

Para cumprir a missão extraordinária de Mãe de Deus, Maria foi enriquecida por Deus com todas as graças, e de modo especialíssimo com a graça de nunca conhecer o pecado: nem o original e nem o pessoal. Foi concebida no seio de sua Mãe, santa Ana, sem a culpa original. O dogma da “Imaculada Conceição de Maria”, reconhecido pela Igreja desde os primeiros séculos, foi proclamado solenemente pelo Papa Pio IX, em 8/12/1854, através da Bula “Ineffabilis Deus”: “Nós declaramos, decretamos, e definimos que... em virtude dos méritos de Jesus Cristo... a bem aventurada Virgem Maria foi preservada de toda mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição...”

Nas aparições a Santa Catarina Labouré, em Paris, em 1830, Maria ensinou-lhe a conhecida oração que foi cunhada na “Medalha Milagrosa”: “Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”. Em 1858, quatro anos após a solene declaração do Papa Pio IX, Ela mesma revelou seu nome a Santa Bernardete, em Lourdes: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Por isso, o último santo Concílio a chamou de: “Mãe de Deus Filho, e, portanto, filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo” (LG, 53). E ainda registra o Santo Concílio Vaticano II que: “Com este dom de graça sem igual, ultrapassa de longe todas as outras criatura celestes e terrestres” (idem).

E repete as palavras de Santo Agostinho: “Verdadeiramente mãe dos membros de Cristo ... porque com o seu amor colaborou para que na Igreja nascessem os fiéis, que são membros daquela Cabeça”. E mais: “Por esta razão é também saudada como membro supereminente e absolutamente singular da Igreja, e também como seu protótipo e modelo acabado da mesma, na fé, e na caridade; e a Igreja católica, guiada pelo Espírito Santo, honra-a como Mãe amantíssima, dedicando-lhe afeto de piedade filial”. (LG,53). E o Sagrado Concílio reconhece que Maria: “... na Santa Igreja ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós”. (LG,54).

Maria é aquela Mulher que atravessa toda a história da salvação do Gênesis ao Apocalipse. Ela é a Mulher que vence a Serpente, que havia vencido a mulher: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gen 3,15). Quando Jesus chama a sua Mãe de Mulher, é para nos indicar quem é a grande Mulher predileta de Deus: “Mulher, isto compete a nós? Minha hora ainda não chegou”. (Jo 2,4). “Mulher, eis aí teu filho”. (Jo 19,26).

Maria é a Virgem que o profeta anunciou que haveria de conceber e dar à luz um Filho, cujo nome é Emanuel (cf Is 7,14; Mq 5,2-3; Mt 1,22-23). Pela primeira virgem entrou o pecado na história dos homens, e com ele a morte (Cf. Rom 6,2); pela nova Virgem entrou a salvação e a vida eterna. Foi ela quem deu a carne ao Filho de Deus, para que “mediante os mistérios da carne libertasse o homem do pecado”. (LG,55). Sem isto Cristo não poderia ser o grande e eterno Sacerdote da Nova Aliança. Eis aí o papel indispensável de Maria. Como diziam os Santos Padres: “Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e com inteira obediência” (LG, 56). “Quis, porém, o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida da aceitação por parte da Mãe predestinada, a fim de que, assim como uma mulher tinha contribuído para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida” (idem). Os Santos Padres disseram: “O laço da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva atou com sua incredulidade, a Virgem Maria desatou pela fé”. (S. Ireneu). E ainda, disse S. Jerônimo: “A morte veio por Eva, a vida por Maria”.

A união de Maria com Jesus, na obra da Redenção, acontece desde a Encarnação até o Calvário. Assim foi na visita a Isabel (Lc1, 41-45), no nascimento na gruta de Belém, na apresentação no Templo diante de Simeão (Lc 2, 34´35), no encontro entre os doutores (Lc 2, 41´51). Na vida pública de Jesus, Maria logo se manifesta nas bodas de Caná, antecipando a hora dos milagres (Cf. Jo 2,11), revelando-se a mãe de misericórdia e intercessora nossa. Durante a pregação de Jesus, recolhia as suas palavras e “guardava tudo no coração”. (Lc 2,19 e 51). E assim ela foi avançando no caminho da fé e manteve fielmente a sua união com o Filho até a cruz, onde estava, por vontade de Deus, de pé (Jo 19,25), oferecendo-o ao Pai por cada filho. Com Jesus ela sofreu profundamente. Como disse alguém, “Jesus sofreu a Paixão, Ela a compaixão”. A espada predita por Simeão atravessou-lhe inteiramente a alma.

Assim se expressou o Santo Concílio: “Sofreu profundamente com o Unigênito e associou-se de coração materno ao seu sacrifício, consentindo amorosamente na imolação da vítima que ela havia gerado; finalmente, ouviu estas palavras do próprio Jesus Cristo, ao morrer na cruz, dando-a ao discípulo por Mãe: “mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19,26-27),(LG,62). Após a Ascensão do Senhor ao céu vemos Maria com os seus discípulos, aguardando a vinda do Prometido do Pai, implorando com suas orações a chegada do Espírito Santo: “Todos eles perseveravam unanimemente na oração; juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele” (At 1,14). E, finalmente, terminando a sua vida terrena, ela que fora preservada de toda mancha do pecado, “Foi levada à glória celeste em corpo e alma, e exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo, para que se parecesse mais com o seu Filho, Senhor dos Senhores (cf. Apo 19, 16) e vencedor do pecado e da morte” (LG 59).

Maria não substitui a Mediação única de Cristo diante do Pai. São Paulo deixou claro: “Porque há um só Deus, também há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, verdadeiro homem que se ofereceu em resgate de todos” (1 Tm 2,5´6). A função maternal de Maria acontece por livre escolha de Deus e não por necessidade intrínseca e se realiza pelos méritos de Cristo e de sua mediação única, e dela depende absolutamente em toda a sua eficácia, isto é, sem o sacrifício redentor de Cristo, a função de Maria como medianeira, não seria possível. Portanto, Maria, longe de impedir o contato dos seus filhos com o Filho, o facilita ainda mais. Logo, Maria jamais substitui a única e indispensável mediação de Jesus diante do Pai, mas coopera com ela para o bem de seus filhos. No céu ”garante a Igreja” Maria continua a sua missão de Intercessora para “obter-nos os dons da salvação eterna”. “Com seu amor de Mãe, cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam e se debatem entre perigos e angústias, até que sejam conduzidos à Pátria feliz” (LG, 62).

Sem nada diminuir ou acrescentar à exclusividade de Cristo, Mediador único, Maria é invocada pelos seus filhos com os títulos de Advogada, Medianeira, Auxiliadora dos Cristãos, Refúgio, Consoladora, Porta do Céu, e muitos outros. Por todas essas razões a Igreja presta, e sempre prestou, um culto especial a Maria, Mãe de Deus. Não um culto de adoração (latria), que só é devido a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), mas um culto de hiper-veneração (hiperdulia). “O Sagrado Concílio ensina deliberadamente essa doutrina católica e exorta ao mesmo tempo todos os filhos da Igreja a que promovam dignamente o culto da Virgem Santíssima, de modo especial o culto litúrgico; e que tenham em grande estima as práticas e os exercícios de piedade que em sua honra o magistério da Igreja recomendou no decorrer dos séculos” (LG, 67). E o santo Concílio adverte: “Recordem-se os fiéis de que a devoção autêntica não consiste em sentimentalismo estéril e passageiro ou em vã credulidade, mas procede da fé verdadeira que nos leva a reconhecer a excelência da Mãe de Deus e nos incita a um amor filial para com a nossa Mãe, e à imitação das suas virtudes´ (LG, 67).

A Virgem Maria sempre deu provas claras do seu amor maternal à Igreja, especialmente nos momentos em que esta foi ameaçada. Quando, por exemplo, em 1571, a civilização cristã estava em risco na Europa, devido ao ameaçador avanço dos mulçumanos, o Papa S. Pio V implorou a proteção de Maria em favor do povo cristão, pedindo que a Virgem afastasse, de uma vez por todas, os perigos do islamismo. No dia 07/10/1571, na grande e decisiva batalha de Lepanto, na Grécia, as tropas dos príncipes cristãos venceram definitivamente os turcos otomanos. Para agradecer à Mãe da Igreja essa vitória insigne, o Papa mandou incluir na Ladainha Lauretana a invocação, “Auxiliadora dos Cristãos, Rogai por nós”, e definiu o dia 7 de Outubro como o dia de Nossa Senhora do Rosário, em agradecimento e homenagem à proteção dada à Igreja.

Outro fato marcante da providência da Mãe e Auxiliadora, se viu quando o imperador Napoleão Bonaparte mandou prender o Papa Pio VII, que não quis aprovar a anulação do seu casamento com Josefina. Na noite de 5 a 6 de julho de 1809 Napoleão mandou prender o Papa em Savona (Itália do Norte), que foi submetido a vexames por parte do imperador. Em 1812 o Papa foi transferido para a cadeia de Fontainebleau perto de Paris. Em todo o seu sofrimento o Papa se recomendou aos cuidados de Nossa Senhora, Auxiliadora dos Cristãos. Em 10/03/1814, já vencido pelos inimigos, Napoleão deu liberdade ao Papa, que neste dia partiu para Roma, onde chegou em 24 de maio, passando por Savona. Nesta cidade coroou Nossa Senhora com uma coroa de ouro, em agradecimento de sua libertação. No dia 24 de maio, ao chegar em Roma, instituiu a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, dia do seu regresso a Roma. Poucos dias depois, em 11/04/1814, no mesmo Castelo de Fontainebleau, onde mandara prender o Papa, Napoleão era obrigado a abdicar do trono da França. Em 18/06/1815 era vencido na batalha de Waterloo e deportado para a ilha de Santa Helena.

Gostaríamos de recomendar aqui a leitura do livro “A Mulher do Apocalipse” (Loyola, 1995) onde procuramos sintetizar a doutrina católica sobre Maria; e o grande livro de São Luiz de Montfort, “O Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Santíssima”, afim de conhecer melhor e amar mais a Mãe da Igreja e nossa Mãe.

Paz e Bem!

Do Livro: A MINHA IGREJA - Do Prof. Felipe de Aquino

Fonte: http://www.cleofas.com.b

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

COMPLETOU-SE O TEMPO, O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO...















COMPLETOU-SE O TEMPO, O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO...

O tempo é urgente...
A vida também urge por tranquilidade...
Visto que, a maldade do pecado não dá trégua alguma...
Deixando um rastro de destruição em toda extensão da terra...
Rastro de guerras, vícios, perturbação; falcatruas, corrupção; 
malignidade, perversidade e podridão de toda espécie...

Oh! Deus, como pode...
Um universo tão lindo, com seres tão especiais...
Perdendo o rumo e se destruindo...
por conta do mal que nele se tem feito...
Como se tudo fosse imperfeito e não obra de tuas mãos?

Como pode a verdade ser passada para trás pela mentira?
Como pode o bem deixar de ser feito por causa da ganância dos que se acham no direito de roubar impunimente, como se os demais fossem dementes e não filhos de um mesmo Pai?
Onde vai parar essa massa ingênua,
enganada pela imprensa voluptuosa,
que nada de proveitoso informa,
mas, só serve para deformar a verdadeira conduta?

São questões aparentemente sem respostas...
Porque os “donos” dessa troça chamada poder temporal...
se aproveitam das massas perdidas, desoladas, combalidas...
metidas na desobediência coletiva, quase sem comando algum...
E desse modo, seguem cegos, confusos, impudicos,
como se filhos de Deus não fossem...

Como é triste, Senhor, ver que os teus inimigos querem vencer teus filhos à todo custo, se valendo da podridão e perdição que semeiam em todos os campos da seara da vida!
Ah! Mas sei que já estás passando a limpo tudo isto...
E que só caem no precipício aqueles que se afastam de Ti pelos pecados mortais cometidos...

Por isso, estamos aqui, Senhor, para te seguir fielmente...
Porque quem te segue humildemente nunca erra em suas decisões...
Pelo contrário, testemunham tua vitória sobre todo mal...
Participam do teu Reino de amor...
E te proclamam como o único Senhor e salvador de suas vidas!
Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

***
"Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho." (Mar 1,15).

Pois, “Eis que venho em breve! Felizes aqueles que põem em prática as palavras da profecia deste livro”. (Apocalipse 22,7).

“Felizes aqueles que lavam as suas vestes para ter direito à árvore da vida e poder entrar na cidade pelas portas”. (Apocalipse 22,14)

“Eu ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Felizes os mortos que doravante morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem”. (Apocalipse 14,13).

***



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sábado, 21 de janeiro de 2012

FELIZ AQUELE CUJO PECADO FOI PERDOADO...















FELIZ AQUELE CUJO PECADO FOI PERDOADO...

Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa - (Nn.49-50: Funk 1,123-125) (Séc.I)

Quem poderá falar sobre o vínculo da caridade de Deus?

Quem tem a caridade em Cristo, que cumpra os mandamentos de Cristo! Quem poderá descrever o laço da caridade de Deus? Quem conseguirá discorrer sobre a perfeição de sua beleza? É indizível a profundeza a que nos leva a caridade, nossa união com Deus. A caridade cobre uma multidão de pecados, a caridade tudo suporta, tudo tolera com paciência. Não há nada de sórdido nem de soberbo na caridade. A caridade não tolera a divisão, não provoca revolta. A caridade tudo faz na concórdia. Na caridade todos os eleitos de Deus são perfeitos. Sem a caridade nada é aceito por Deus. Na caridade Deus nos assumiu para si. Pela caridade que tem para conosco, nosso Senhor Jesus Cristo, obediente à vontade divina, por nós entregou o seu sangue, a sua carne, por nossa carne, a sua alma, por nossa alma.

Bem vedes, caríssimos, como é grande e admirável a caridade e impossível descrever toda a sua perfeição. Quem merecerá ser encontrado nela, a não ser aqueles que Deus quiser tornar dignos? Oremos, pois, e peçamos-lhe misericórdia, a fim de estarmos na caridade, sem culpa e sem qualquer interesse puramente humano. Passaram todas as gerações desde Adão até à presente. Mas aqueles que, pela graça de Deus, atingiram a perfeição da caridade, alcançam um lugar sagrado e serão manifestados na vinda do reino de Cristo. Porque está escrito: Entrai por um pouco de tempo em vossos aposentos, até que passe minha cólera e meu furor; e lembrar-me-ei dos dias bons e erguer-vos-ei de vossos sepulcros.

Caríssimos, se cumprirmos os preceitos do Senhor na concórdia e na caridade somos muito felizes, porque por elas nossos pecados serão perdoados. Como está escrito: Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não argui de falta, e em cujos lábios não há engano. A proclamação desta felicidade atinge os que, por Jesus Cristo, nosso Senhor, são os eleitos de Deus; a quem seja a glória pelos séculos sem fim. Amém.

Responsório 1Jo 4,16.7a

R. Conhecemos e cremos no amor, que Deus manifesta por nós. * Pois quem permanece no amor, em Deus permanece e Deus nele.

V. Amemo-nos, pois uns aos outros, porque o amor vem de Deus. * Pois quem.

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
***

Paz e Bem!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

COMO MANTER A PAZ INTERIOR EM MEIO ÀS PROVAÇÕES DO DIA A DIA?
















COMO MANTER A PAZ INTERIOR EM MEIO ÀS PROVAÇÕES DO DIA A DIA?

“Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela”. (1Cor 10,13).


Ø  A nossa vida é um dom que Deus nos deu para que nós o encontremos aqui e permaneçamos Nele, por Ele e para Ele; isto porque nada neste mundo se compara ao dom da vida que de Deus recebemos...

Ø  O amor é a verdade divina que preenche todos os espaços de nossas almas e perpassa todo nosso entendimento, porque gera uma profunda paz interior, por isso, não precisamos de mais nada fora dessa verdade...

Ø  O amor perdoa sempre, mas requer dos amentes a compreensão dessa verdade, para que o perdão seja recíproco e o amor permaneça firme, apesar das imperfeições que os assola...

Ø  Os problemas que se nos aparecem, nós passamos por eles e os vencemos, porque quem nos conduz é o Senhor. O Senhor conhece muito bem cada um de nós e sabe que Ele é a nossa única proteção, porque sem Ele não vamos a lugar nenhum...

Ø  O meu prazer é fazer a vontade de Deus, e que prazer! Nada se compara a essa verdade, unir-se à Jesus Sacramentado, alimento santo que nos satisfaz plenamente, aqui e por toda a eternidade...

Ø  Quem vive da Eucaristia já experimenta o céu em sua alma, desse modo, o céu está muito mais próximo do que imaginamos...

Ø  Todos os santos se encontrarão na glória de Deus, disso não podemos nem pensar em ter alguma dúvida...

Ø  Veja Jesus em mim, porque também o vejo em ti, isto nos é mais que suficiente...

Ø  Ora, nós os filhos e filhas de Deus, não vivemos para este mundo, mas vivemos neste mundo para a eternidade; logo, tudo o que fazemos já é eterno, por isso, é preciso que correspondamos sempre à vontade de Deus; porque é puro engano e insensatez viver somente para este mundo...

Ø  Nunca estamos sozinhos, porque Deus nos criou comunidade como Ele; por isso, nunca se sinta só, porque não somos ilhas, mas continentes eternos em plena comunhão com o Senhor...

Ø  Não dê atenção ao pecado de ninguém, mas perdoe a todos sempre, porque, deste modo, estarás em plena comunhão com a vontade de Deus, que em nada te falta...

Ø  Um olhar sincero é uma das mais belas comunicações, porque o olhar transparente revela a beleza, a singeleza e a grandeza da alma...

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“Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (Jo 16,33).

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Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.



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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHOR ( I )


















AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (I)


Santa Maria

A santidade é a vocação por excelência de todos os filhos e filhas de Deus, a começar por Sua filha predileta a Virgem Maria, a Imaculada, aquela por quem Deus começou a Nova Criação, ou seja, aquela em quem Deus Pai cumpriu todas as promessas que havia feito ao seu povo por meio dos Patriarcas e os Profetas no Antigo Testamento. Aliás, o Senhor já nos havia exortado sobre sua Santidade e nossa vocação para ela, quando disse: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo.” (Lev 19,2). E que foi confirmada por Jesus no Santo Evangelho: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mt 5,48).

Maria é santa porque Deus mesmo a santificou em vista do seu Filho Jesus Cristo que dela nasceu para a nossa salvação. Ora, a Nova Criação é composta dos filhos e filhas de Deus, todos nascidos “da água e do Espírito Santo” (Cf. Jo 3,5), que foi enviado pelo Senhor para nos tornar participantes de sua natureza divina (Cf. 1Ped 1,4-5). Desse modo, agora fazemos parte da Família divina, onde Deus é nosso Pai, Jesus é o nosso Salvador e o Espírito Santo é o santificador de nossas almas; e Maria é a Mãe dessa família divina em perfeita santidade.

Santa Mãe de Deus

Quando falamos de Deus ou nos dirigimos a Ele, entramos em comunhão com Seu Mistério Invisível e sempre presente, Mistério este do qual participamos diretamente, quer pela nossa criação quer pela eternidade do Senhor presente em nossas almas imortais, pois, como nos revela a Sagrada Escritura, somos sua “imagem e semelhança”. (Cf. Gen 1,26-27).

Com efeito, no cumprimento de suas promessas, Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher conforme as Sagradas Escrituras (Cf. Gal 4,4), para que tivéssemos a companhia do “Emanuel”, “Deus conosco”. Porque, “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito”. (Jo 1,1-3). Portanto, Maria é, de fato, a Mãe de Deus, pois seu Filho, Jesus Cristo é Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.

Santa Virgem das virgens

Ser virgem é sinônimo de ser consagrado a Deus, pois, fomos criados por Deus para o louvor de Sua Glória. Por isso, a virgindade é uma das virtudes que mais nos aproxima dos anjos, pois os santos anjos do Senhor vivem em plena comunhão com Ele por sua consagração e o servem sempre sem nunca sair de sua presença. Jesus nos revelou que no céu seremos semelhantes aos santos anjos: “Na ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como os anjos de Deus no céu.” (Mt 22,30).

Maria é a Santa Virgem Mãe do Senhor, anunciada pelo profeta Isaías (Cf. Is 7,14); aquela que o recebeu e permanece unida a Ele pelos lanços de sangue e do Espírito Santo que o gerou em seu ventre. Maria é Virgem das virgens porque é o modelo perfeito de consagração a Deus a serviço do Seu Plano de Amor e Redenção. Portanto, convinha que a Mãe do Salvador, por quem os homens foram salvos, fosse Virgem, isto é, toda de Deus e cedesse seu ventre virginal ao Criador e Senhor de todas as coisas, para tornar-LO visível a toda Criação.

Mãe de Jesus Cristo

Maria, Mãe de Jesus Cristo. Ora, comprovadamente é verdade incontestável, porque foi testificada por Deus mesmo quando enviou o Anjo Gabriel para anunciar esta Boa Nova: “O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus”. (Lc 1,30-35). Logo, ter esse privilégio de reconhecer a Virgem Maria como Mãe de Jesus é dádiva do Espírito Santo que nos faz conhecer as maravilhas que Deus realizou em sua serva (Cf. Lc 1,48).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.



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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

"CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ". (Jo 8,32)














“CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ” (Jo 8,32).


Em meio às fraquezas humanas o homem sempre se perguntou pela verdade, isto depois do pecado; porque antes do pecado o homem não só via a Deus e falava com Ele, mas também convivia pessoalmente com Deus, porque fora criado em estado de graça, isto é, em plena comunhão com o Senhor. Ora, como o pecado é desligamento de Deus, Fonte Eterna de graça, de vida e verdade; assim, depois do pecado, o homem ficou à mercê do sopro de vida que recebera, porém, sob a supervisão de seu Criador, porque o plano de Deus sempre foi a plena comunhão de sua criatura mais eminente com Ele, que é Senhor de tudo e de todos.

Pilatos, quando do julgamento de Jesus, indagou dele: “Que é a verdade?” (Jo 18,38). Todavia, não foi capaz de olhar Jesus nos olhos, porque sabia muito bem que Jesus era inocente e estava sendo condenado injustamente, por isso, lhe deu às costas, por não aceitar a verdade que estava à sua frente. É exatamente o que está ocorrendo atualmente com a humanidade, todos sabem que Jesus Cristo é a verdade e somente Nele temos a vida eterna. Mas, a grande maioria dos homens prefere lhe dar às costas, porque não suportam a verdade, por cultivarem a mentira e o que dela resulta; assim, mergulham nas trevas do erro, servindo a satanás, o pai da mentira, por isso, amargam toda espécie de malícia, maldades e morte.

De fato, não precisamos ir muito longe para encontramos a Verdade, visto que só existimos por causa dela, desse modo, a Verdade se encontra em cada um de nós que somos sustentados por ela. Ora, diante de qualquer decisão a ser tomada por nós, a Verdade nunca deixa de estar presente – e quando digo: a Verdade, refiro-me à Deus, Criador e Pai de nossas almas – para que a encontremos e permaneçamos com ela aqui e por toda a eternamente. Logo, não podemos nos desculpar quando nossas decisões não são tomadas segundo à Verdade, que está sempre presente em todas as circunstâncias de nossa vida, nos pedindo para sermos verdadeiros.

Nós, que aqui estamos temporariamente, precisamos aprender a depender da providência divina, pois foi justamente para isto que Jesus veio até nós, para nos ensinar pela fé, a convivermos com Deus, amando-o acima de todas as coisas, e entregando-nos à Ele por meio da perfeita obediência aos seus mandamentos. Isto requer de nós renúncia de si mesmo e de tudo que nos impede tal obediência; requer ainda determinação, vida de oração, penitência, vida sacramental; escuta e prática de sua Palavra; dedicação e perseverança, isto é, nunca desanimar em meio à provações e desafios deste mundo, porque Deus não falha e cumpre tudo o que está prometido na Lei, nos profetas e nas santas Palavras de nosso Jesus Cristo, que é o autor e consumador de nossa fé católica.

Portanto, quem encontra Jesus Cristo, o Filho de Deus, encontra de igual modo a Verdade definitiva, o Caminho da perfeição que nos leva ao Reino dos Céus; e a Vida Eterna aqui e no mundo que há de vir, isto é, a Nova Criação.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

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“[Em Cristo] é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade, para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos nossas esperanças para Cristo. Nele também vós, depois de terdes ouvido a palavra da verdade, o Evangelho de vossa salvação no qual tendes crido, fostes selados com o Espírito Santo que fora prometido, que é o penhor da nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor da sua glória”. (Ef 1,11-14).

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“O temor do Senhor é o começo da sabedoria; sábios são aqueles que o adoram. Sua glória subsiste eternamente”. (Sl 110,10).



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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"NÃO VOS ENGANEIS, MEUS IRMÃOS..."

















“NÃO VOS ENGANEIS, MEUS IRMÃOS...”

Da Carta aos Efésios, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir - (Nn.13-18,1:Funk1,183-187) (Séc. I).

Esforçai-vos por vos reunir mais frequentemente para dar graças a Deus e louvá-lo. Pois quando vos congregais com maior frequência, as forças de Satanás são abaladas e pela concórdia de vossa fé é vencida a morte que ele traz consigo. Nada é preferível à paz que acaba com toda guerra, celeste e terrena. Nada vos faltará, se tiverdes em Jesus Cristo perfeita fé e caridade, que são o princípio e o termo da vida: o princípio é a fé; a caridade, o termo. As duas, bem unidas, são o próprio Deus; tudo o mais que pertença à perfeição humana lhes está ligado.

Ninguém que professe a fé pode pecar, nem o que possui a caridade consegue odiar. Conhece-se a árvore por seus frutos. Igualmente, o que se declara de Cristo, será reconhecido por suas obras. Não se trata agora de declarações, mas de perseverança na virtude da fé até o fim. Melhor é calar-se e ser do que falar e não ser. Coisa boa é ensinar, se quem diz o pratica. Pois só um é o mestre que disse e tudo foi feito; mas também, tudo quanto ele fez em silêncio é digno do Pai.

Quem possui a palavra de Jesus pode, em verdade, ouvir o seu silêncio, a fim de ser perfeito, agir como fala e ser conhecido quando silencia. Ao Senhor nada se esconde, até nossos segredos mais íntimos que lhe estão próximos. Façamos, então, todas as coisas, em sua presença, visto que somos os seus templos. Que ele seja em nós o nosso Deus, ele que é e aparecerá a nossos olhos na justa medida do nosso amor. Não vos enganeis, meus irmãos, os perturbadores da família não herdarão o reino de Deus. Se pereceram aqueles que assim agiam, segundo a carne, quanto mais aquele que corromper a fé em Deus com doutrinas falsas, pela qual Jesus Cristo foi crucificado? Este tal, tornado impuro, irá para o fogo inextinguível, juntamente com quem o escutar.

Na cabeça o Senhor recebeu a unção do óleo para que a Igreja espalhe o perfume da incorrupção. Não aceiteis a unção de péssimo odor da doutrina do príncipe deste mundo. Que não aconteça levar-vos cativos para longe da vida prometida! Por que não somos todos verdadeiramente prudentes, nós, os que recebemos o conhecimento de Deus, isto é, Jesus Cristo? Por que loucamente perecer, por não reconhecermos o dom enviado pelo Senhor?

Meu espírito está pregado na cruz, escândalo para os incrédulos, salvação e vida eterna para nós.

Paz e Bem!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

EIS O CAMINHO SEGURO QUE NOS LEVA AO REINO DE DEUS E À SUA JUSTIÇA















EIS O CAMINHO SEGURO QUE NOS LEVA AO REINO DE DEUS E À SUA JUSTIÇA

Para onde estamos indo? Qual é o caminho que estamos seguindo? Quem é o nosso condutor em tal percurso? Qual é o fim dessa nossa caminhada existencial? Enfim, qual o estado de nossa alma nela? Isto é, como nos sentimos em meio a essa trajetória que estamos percorrendo indubitavelmente? Nossa existência é uma realidade vivida a cada instante, porque, quer queiramos quer não, recebemos esse maravilhoso dom da vida para que ela permaneça sempre, pois, para sermos felizes é que a vida nos foi dada.

Todavia, aprendemos que ninguém neste mundo caminha sem companhia, porque Deus quando nos criou, nos fez comunidade como Ele mesmo: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gen 1,26a). É por isso que o Senhor pôs um anjo para nos dar assistência nos momentos difíceis do nosso viver; nós que o tememos e procuramos segui-lo fielmente: “O anjo do Senhor acampa em redor dos que o temem, e os salva”. (Sl 33,8). Desse modo, nosso viver se torna um constante aprendizado; em outras palavras, aprendemos diariamente a conviver com o Senhor, com os seus anjos e santos, conosco mesmo, com nossos semelhantes e com as demais criaturas, pois formamos um todo que precisa da comunhão com o Senhor, para vivermos em perfeita harmonia.

Sem dúvida, foi nos dado um tempo para nos ajustarmos aos ensinamentos do Senhor de nossa vida, por meio do dom da obediência que está presente em todos nós. Deus, em seu desígnio de amor, nos enviou o Seu Filho, Jesus Cristo, para nos salvar e nos conduzir nesse tempo que nos foi dado, até que entremos com Ele na eternidade que preparou para nós seus filhos e filhas. De fato, aqui neste mundo travamos uma batalha espiritual tremenda contra o pecado e seu autor, o demônio, que é uma força contrária à vida e que sentimos seus efeitos maléficos toda vez que pecamos e nos afastamos de nosso Deus, o Pai de nossas almas.

Ora, precisamos vencer o mal e seus sequazes, para isto, eis o que nos ensinou São João: “Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, ninguém vos seduza: aquele que pratica a justiça é justo, como também (Jesus) é justo. Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio”. (1Jo 3,5-8).

Portanto, não procuremos a morte por uma vida desregrada nem sejamos o próprio artífice de nossa perda; ao contrário, consideremos qual deve ser a santidade de nossa vida e de nossa piedade, para que, desse modo, tenhamos pleno acesso ao Reino de Deus e à sua justiça, como nos exortou São João: “E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando aparecer, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por ele, na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, sabei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele”. (1Jo 2,28-29). E ainda: “Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”. (1Jo 2,1-2). Deus não falha, Ele completará a obra que em nosso auxílio começou, porque eterna é a sua bondade.

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“O temor do Senhor é o começo da sabedoria; sábios são aqueles que o adoram. Sua glória subsiste eternamente.” (Sl 110,10).
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Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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