VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O JOVEM QUE BUSCAVA OS DONS DE DEUS





















O JOVEM QUE BUSCAVA OS DONS DE DEUS.

Havia, no Monte Carmelo, uma gruta na qual se refugiava um homem de Deus dotado de muitos dons; homem iluminado pela graça divina e cheio dos dons do Espírito Santo, incansável nas práticas ascéticas, revestido de virtudes celestiais e estimado por todos. A quem lhe procurava estendia os favores divinos da oração, do conselho, da sabedoria e da ciência do Senhor, para que, vivendo a fé, permanecessem os fiéis nos caminhos da verdadeira salvação.

Havia também, naquela região, um jovem que decidira pôr em prática os santos mandamentos das Leis de Deus e, com firmeza de alma, seguir este propósito. Ouvindo falar da sabedoria do Padre do deserto, pôs-se a caminho para pedir-lhe conselhos. Ao Chegar á gruta, o jovem ouviu admirado as sábias palavras do santo ermitão e contou-lhe sua história e o desejo de seu coração de receber os dons de Deus para dedicar-se, como ele, à salvação dos homens.

Pediu ao ancião que orasse suplicando a Deus para atender o seu desejo. E assim foi feito. Agora o jovem, cheio da graça divina, ficava de prontidão diante da gruta, recepcionando os peregrinos que dali se aproximavam a fim de suplicar socorro divino para as suas necessidade. Deus concedeu-lhe o dom da ciência de forma que podia enxergar o estado da alma de cada peregrino que por ali passava pedindo auxílio ou a intercessão do homem santo.

Estando ele em profunda meditação, aproximou-se certo homem pedindo para falar com o santo ermitão e o jovem, olhando o estado da alma daquele homem, começou a repreendê-lo dizendo: “vede em que estado encontra-se tua alma, és perverso, mal feitor, assassino e ainda queres aproximar-te do santo homem com tuas maldades?”. Ao ouvir tal repreensão, o homem que vinha como penitente, afastou-se profundamente consternado perdendo toda esperança de salvação.

Vendo pela graça de Deus o que havia acontecido, o ancião repreendeu o jovem dizendo: “realmente tens o dom de Deus, mas ages como insensato, pois aquele homem que acabas de afastar do caminho da salvação, arrependeu-se de seus pecados e estava aqui como penitente para confessá-los e receber a absolvição e uma vida nova”. O jovem, então caiu de joelhos a seus pés pedindo-lhe para que orasse por ele suplicando a Deus que lhe tirasse o dom de enxergar o estado da alma dos homens, pois acabara de perder uma alma arrependida pelo mau uso que fez do dom.

O ancião o abençoou e disse: “filho, envio-te para o meio dos homens a fim de que, trabalhando para o bem de todos, uses as graças divinas com o mesmo propósito que o faço, pois ‘os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis’. (Rom 11,29). E acrescentou: “ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos! Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém!”(Rom 11,33-36).

Vitalizado por tão bela exortação, o jovem aprendiz despediu-se de seu pai espiritual para se dedicar à nova missão. Partindo dali viajou por terras distantes e por onde passava os milagres e prodígios se repetiam e muitos eram os agraciados com a conversão e a salutar alegria do Espírito Santo.

Certa vez, passando por um povoado, pernoitou numa hospedaria que havia na beira da estada e lá estando pediu um quarto que ficasse nos fundos, pois queria dedicar-se à contemplação. Por graça de Deus pode ver o estado da alma do dono daquele estabelecimento e viu também que aqueles pecados o levariam à condenação. Mais que depressa o jovem peregrino pôs-se em oração e pediu a Deus pelo arrependimento e conversão daquele homem entregue ao infortúnio do pecado e da morte, ao que foi atendido, pois pouco tempo depois o hospedeiro converteu-se, tornando um homem de ilibada conduta e de muitos préstimos ao seu povoado.

Admirados com as graças que advinham das orações do jovem peregrino, perguntaram-lhe por que o Senhor era tão solícito à sua intercessão, ao que o jovem respondeu: “caros irmãos e irmãs, quando por graça de Deus vejo o mórbido estado de uma alma, dedico-me à sua salvação amarrando minha alma a ela, que se encontra perdida, e me apresento diante do Senhor de toda vida com jejuns, orações e súplicas até que o estado de graça seja restabelecido e aquela alma torne-se plena diante do Senhor Deus todo-poderoso que nos enviou o seu Filho para que tenhamos vida e vida sem fim.

Por isso lhe digo: “ó glorioso Deus altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito; dai-me Senhor o reto sentir e conhecer a fim de que eu possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de me dar-me. Amém’.”

Paz e Bem!

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quinta-feira, 18 de junho de 2009

CONSELHOS DE UM CENOBITA

CONSELHOS DE UM CENOBITA.

Entre os cenobitas do deserto de Fará, onde fica o Monte Sinai, havia um de profunda sabedoria, apurado na penitência e nas práticas ascéticas; era ancião venerado como santo homem de Deus, e os habitantes daquela região vinham a ele para aconselharem-se e beberem da fonte de sabedoria que emanava de seu coração.

Achegavam-se ao padre espiritual pedindo-lhe a benção ou para confessarem seus pecados e imediatamente o homem de Deus os atendia, dirigindo-os nos caminhos da fé, da piedade e boas obras. Muitas eram as conversões e visível o aumento do fervor naquele povo. Certa feita pediram ao santo ancião que lhes falasse a respeito da vida e da morte, da virtude e do vício, do céu e do inferno, ao que o homem de Deus respondeu:

Há muito, homens e mulheres se perguntam: que é a vida? Quem de fato somos? De onde viemos e para onde vamos? Paira nos corações humanos uma profunda angústia pelo fato de nunca se ter dado uma resposta convincente a essas perguntas e diante da peste, da fome, das guerras, das catástrofes naturais e da morte, aumenta ainda mais essa angústia ao verem que o mundo e os homens caminham para o caos.

Filhos e filhas de Deus muito amado, o eterno é hoje, pois, tudo o que fazemos no tempo é para a eternidade que o fazemos; além disso, não existe o destino personificado, o homem é o que é aos olhos de Deus e nada mais. Não passamos de um sopro quando perdemos a esperança de salvação, e no mundo dos homens não há ateus, pois quando alguém afirma não crer em Deus, Criador do céu e da terra; crê no deus objeto de sua afirmação e mesmo quando deixar de crer também nele acreditará por fim na morte, pois dará cabo da própria existência. Assim, ‘o pior inimigo do homem é ele mesmo’. É preciso vencer-se a si mesmo para vencer todos os inimigos visíveis e invisíveis.

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção e a morte; quem semeia no Espírito de Deus, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, especialmente aos irmãos na fé”. (Gal 6,7-9).

Queridos filhos e filhas, do mundo nada levamos para a sepultura, porque pela graça de Deus somos imortais, não nascemos para a morte, mas para a vida e a vida sem fim. ‘Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda, Deus não é o autor da morte; a perdição dos vivos não lhe dá nenhuma alegria. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal.’ (Sb 1,12-15).

Se quiserdes compreender o que seja a vida e a morte; a virtude e o vício; o céu e o inferno, trilhai o caminho da salvação traçado por Deus em seus mandamentos; entregai vossa existência Àquele que é a verdadeira vida e vivei a verdade de seus exemplos. Dessa forma, olhareis o mundo com os olhos da fé e vereis muito além da vossa visão física, porque visualizareis a essência das coisas criadas e qual seja a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e que é perfeito. (Cf. Rm 12,1-2).

Paz e Bem!

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS - SEGUNDO MANDAMENTO




















OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS – SEGUNDO MANDAMENTO.

“Não pronunciarás em vão o nome do Senhor teu Deus” (Ex 20,7).

“Senhor, nosso Deus, quão poderoso é o teu nome, em toda terra.” (Sl 8,11) De fato, quando olhamos o universo e toda a criação, vemos como o nome do Senhor Deus é grandioso. O nome diz respeito à identidade da pessoa, isto é, identifica a pessoa, seu poder, sua influência, e tudo o que diz respeito ao que é.

Ora, Deus é Santo e como diz São João: “Deus é amor” (1 Jo 4,4-16), por isso devemos ter o cuidado de não falar nem usar seu Santo Nome em vão, pois estaríamos incorrendo em prática de injustiça e blasfêmia. Aliás, precisamos ficar atentos ao que falamos, pois a palavra tem um peso muito grande para a nossa salvação; com efeito, o Senhor Jesus diz no Evangelho de São Mateus: “... a boca fala do que lhe transborda do coração.”

“O homem de bem tira boas coisas do seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más do seu mau tesouro. No dia do juízo, os homens prestarão contas de toda palavra vã (inútil), que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado”. (Mt 12,34b.35-37). Portanto, o segundo mandamento proíbe todo uso impróprio do nome de Deus, e a blasfêmia consiste em usar o nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria, e dos santos de uma maneira injuriosa.

Podemos agora enfocar alguns pecados contra o segundo mandamento. Por exemplo: o juramento falso, quando se invoca o nome de Deus como testemunha de uma mentira; o perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, pois consiste em se fazer uma promessa sem intenção de mantê-la ou prometer algo sob juramento e não cumprir. O Senhor Jesus nos chama a atenção para os juramentos.

Assim se expressa Ele: “... Não jureis de modo algum; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes fazer um cabelo tornar-se branco ou negro. Dizei somente “Sim”, se é sim; “Não”, se é não. Tudo o que passa, além disto, vem do maligno.” (Mt 5,34-37).

A respeito do nome recebido no batismo, devemos santificar o nome de Deus com ele, pois é nossa identidade, porque pelo batismo já fazemos parte da vida eterna; afinal, Deus chama a cada um de nós pelo nome: “E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, ... e te formou...: Nada temas pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água estarei contigo. E os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás e a chama não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, teu salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação. Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Estejas tranqüilo, pois estou contigo. (Is 43,1-5a).

Queridos irmãos e irmãs, fiquemos firmes na vivência da nossa fé católica, santificando o nome de Deus em nossa vida, pois do Senhor recebemos grandes promessas – Ele é Fiel e Justo e as cumprirá – como está escrito no Apocalipse: “Farei do vencedor uma coluna no templo de meu Deus, de onde jamais sairá, e escreverei sobre ele o nome de meu Deus, e o nome da cidade de meu Deus, a nova Jerusalém, que desce dos céus, enviada por meu Deus, assim como o meu nome novo.” (Ap 3,12).

Vinde, Senhor Jesus! Aleluia.

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

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