Aqui encontrarás o que o Senhor te dirá para permaneceres na fidelidade à caminho de sua Glória Eterna.
VEM SENHOR JESUS!
"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).
SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO
"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).
A ATUALIDADE DA GRAÇA DE DEUS, FRENTE À NEGLIGÊNCIA
HUMANA...
Sem sobra nenhuma de dúvida, a graça que
santificou Nossa Senhora, São José, São Paulo, São Pedro, São Francisco de
Assis, Santa Clara e todos os santos, é a mesma que nos é dada para nossa
santificação pessoal. Pois Jesus veio do céu enviado por Deus Pai para nos redimir,
nos santificar, nos fazer participantes de sua Natureza Divina. É isso o que
nos ensina São Pedro em sua segunda carta: “O
poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos
conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude. Por elas, temos
entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos
por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que
a concupiscência gerou no mundo”. (2Ped 1,3-4).
Ora, e por que não somos santos desde já
como todos os santos? É simples explicar isto, porque toda graça que nos é
dada, precisa ser cultivada até que apresente os frutos esperados e necessários
para nossa santificação, como eles a cultivaram. É isto que nos ensina São
Pedro nessa mesma carta: “Por estes motivos,
esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a
ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a
piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade. Se estas
virtudes se acharem em vós abundantemente, elas não vos deixarão inativos nem
infrutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Porque quem não tiver
estas coisas é míope, cego: esqueceu-se da purificação dos seus antigos pecados”.
(2Ped 1,5-9).
Com efeito, à esse ensinamento de São
Pedro, associa-se também São Paulo quando nos diz, na Carta aos Filipenses:
“Assim, meus caríssimos, vós que sempre
fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como
quando eu estava entre vós, mas muito mais agora na minha ausência. Porque é
Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar.
Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes
irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada
e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida”. (Fil 2,12-16a).
De fato, vivemos num mundo em que os seres
humanos se acham donos da vida; os afamados que o digam: basta ter saúde,
dinheiro e fama, para apresentarem os mais bizarros comportamentos,
contrariando em tudo a vontade de Deus. E os menos abastados não ficam atrás em
nada dos afamados, isto porque encontram nas drogas, no mau uso da liberdade e
na prática de atrocidades, um meio nefasto de enriquecimento fácil, trilhando o
caminho da criminalidade; sem contar ainda os que, a cada eleição, vendem seus
votos se corrompendo de igual modo que seus corruptores, e isto sem um mínimo
de bom senso, de ética ou moral; é, talvez nem saibam o que significa isso. E o
prejuízo social fica evidente no descaso com a vida, o bem público, as leis constituídas,
etc. E assim os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais
miseráveis. E como vimos, o pecado reina em todas as camadas sociais, cada uma
ao seu modo, porém, todas marchando sem rumo para o abismo mais que profundo da
perdição eterna.
E assim, segue essa nossa humanidade
pervertida, imunda, perdida, adentrando as trevas da incredulidade e
indiferença, defendendo a falsa liberdade e os mais espúrios comportamentos com
a desculpa do “politicamente correto”: legalização do aborto; liberalismo sexual;
legalização das drogas ilícitas; falsa liberdade de imprensa, etc. Sem contar a
falsa tolerância à ditadura do judiciário corrupto; aos políticos “fichas sujas”
e à insuportável chaga da desigualdade e injustiça social.
Caríssimos, Deus não está dormindo nem
fechou os olhos para tudo isto que está acontecendo não; ao contrário, está
passando a limpo essa velha humanidade com seus vícios e concupiscências: Logo,
“O injusto faça ainda injustiças, o impuro
pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda
mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada
um conforme as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o
Começo e o Fim. Felizes aqueles que lavam as suas vestes para ter direito à
árvore da vida e poder entrar na cidade pelas portas. Fora os cães, os
envenenadores, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos aqueles que
amam e praticam a mentira!” (Apo 22,11-15).
“Mas
há uma coisa, caríssimos, de que não vos deveis esquecer: um dia diante do
Senhor é como mil anos, e mil anos como, um dia. O Senhor não retarda o
cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para
convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se
arrependam. Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus
passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a
terra com todas as obras que ela contém”. (2Ped 3,8-10).
“Portanto,
irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Uma vez
que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a
santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia
de Deus. Procedendo deste modo, não tropeçareis jamais. Assim vos será aberta
largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
(2Pd 1,10-11; 2Ped 3,11-12a). A Ele seja a glória aqui e por toda eternidade.
Amém! Vem, Senhor Jesus, vem!
Senhor, quem és tu para mim? Tu és meu Deus, tu és
meu tudo, meu porto seguro onde encontro a segurança. Porque para mim, Senhor,
viver é te amar, pois sem teu amor o que eu sou? O que tenho? Para onde vou? Na
verdade, não sei nem o que pensar, caso me separe de tua Sabedoria. Pois não
existe vida onde tua Sabedoria não está presente. Aqui em meio às tuas
criaturas, tudo passa, porém, rumo em direção a Ti. Porque, em tua Sabedoria eterna,
tudo o que criastes destinastes à eternidade, conforme os teus desígnios de
amor. Eis que em tua providência tudo sustentas e governas, porque sem a tua
presença, nada do que criaste é por si mesmo.
Sim, Senhor, sem a tua presença, não existe unidade,
não existe comunhão. Sem a tua presença, os homens não se entendem. E por que isso?
Porque te abandonaram, deixaram a verdade de lado e se enredaram no caminho da
mentira onde só existe cobiça, ira, malignidade, brigas, paixões desordenadas, vícios,
escravidão, violência, infelicidade, dor, morte, etc. Pois, onde se implanta o
reino da mentira, se extingue a vida. E isto só acontece nas almas que não te
amam, e por isso não te obedecem, e assim seguem rumo ao caos.
“Que tu,
Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, te dignes acender nossas lâmpadas, de modo a
refulgirem para sempre em teu templo, receberem perene luz de ti, que és a luz
perene, para iluminar nossas trevas e afugentar de nós as trevas no mundo.
Entrega, rogo-te, meu Jesus, Pontífice das realidades eternas, tua luz à minha
candeia, para que por esta luz se manifeste a mim o santo dos santos que te
possui, ali entrando pelos umbrais de teu templo magnífico, e onde somente e
sem cessar eu te veja, te contemple, te deseje. Esteja eu apenas diante de ti,
amando-te, e em face de ti minha lâmpada sempre resplandeça, se abrase”.
(São Columbano).
Ó Senhor, não quero sair nunca de tua presença;
quero sim, permanecer em Ti, é o que te peço, suplico, imploro; porque viver
sem ti, Senhor, só nos causa desgosto, desconforto, porque equivale a não te
amar, não te querer, não te adorar; não fazer parte de tua obra salvífica, do
teu reino de amor, da verdadeira liberdade, da vida que não tem fim. Pois como
Senhor viver sem ti, que és a vida? Como Senhor seguir sem ti, que és o caminho?
Como crê Senhor sem ti, que és a verdade? Realmente não dá nem pra pensar
nisso, pois viver na tua presença é tudo que precisamos para completares em nós
a obra que começastes. Portanto, assim te pedimos, leva a cabo Senhor tua obra
redentora, cumpre totalmente em nosso favor o teu plano salvífico como o
dispuseste em teu querer benevolente, para a tua maior glória e nossa redenção.
Amém! Assim seja!
Que posso eu querer mais Senhor, se já nos deste
tudo? Nos deste a vida em meio a este belíssimo paraíso terrestre; mas não
sabemos como vivê-la, mesmo sendo instruídos por Ti; pois te faltamos com a obediência
e isso não nos deixa ter adesão perfeita à ti para te seguir fielmente e
abraçarmos nossa cruz sem nenhum medo do amanhã. Ainda assim, Senhor, amparados
por tua Divina Providência, somos protegidos de tal forma que jamais nos faltas
em qualquer situação. Entretanto, não temos ainda plena confiança para crê de
verdade que o teu poder não tem fim.
Ó Senhor, nos deste a terra, este paraíso lindo e tudo
o que nele há, mas não sabemos como administrá-lo para Ti, porque o
administramos a partir dos pecados que cometemos e esses pecados nos têm devorado
por dentro, por isso, vivemos sem alento devido à nossa desobediência que é
tanta. E mesmo tendo sido reparado o nosso pecado por tua obediência perfeita
na cruz, continuamos a negar-te, com o nosso modo de ser e estar não condizente
com a filiação divina que nos destes.
O que fazer então, Senhor, para permanecermos em
tua presença sob o teu amparo, sem nunca sairmos dela? Isto porque, no pecado só
há insegurança, medo, tristeza, dor, angústia, solidão, etc. É por isso que no
pecado jamais Te encontramos de fato; a não ser pelo poder do arrependimento sincero,
último dom que nos deixaste para obtermos tua misericórdia, teu perdão, que
alimenta em nós a esperança da salvação eterna que viestes trazer.
Ó Senhor, tem compaixão de nós! Vem em nosso
socorro sem demora, porque os homens debandaram para o lado do mal, e por isso
não se suportam e não suportam mais a sã doutrina, porque abandonaram também o teu
santo temor Senhor, para se perderem sem rumo em meio às trevas deste mundo,
repletos de toda espécie de maldades; e assim seguem os caminhos tortuosos da
perversidade que os leva somente à perdição e à morte.
Por fim, aqui estou Senhor, fazendo esse exame de
consciência e pedindo tua clemência para essa nossa humanidade aparentemente
derrotada pela própria pecaminosidade. Estamos nas últimas e ao que parece
muitos não estão percebendo ou quem sabe ignorando ou fingindo, pois continuam
a te afrontar e ofender com vão discursos e praticas abjetas; e desse modo vão afundando
cada vez mais no lamaçal das drogas, da violência, da corrupção, da impureza
sexual e tantos outros comportamentos horríveis que não vale a pena mencionar.
Por isso, é bom te ouvir Senhor, para não
desanimarmos e com isso nos afastarmos de ti; pois, “ante o progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos
esfriará. Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo”. (Mt
24,12-13). De fato, e para perseverarmos até o fim, temos o maior tesouro que o
Pai nos deu, o teu Corpo e Sangue, tua Alma e Divindade, realidade que transpõe
a nossa natureza, a ponto de não entendemos tamanha predileção de amor, por
quem não se dá merecer o que por graça nos concedestes. Pois tu mesmo disseste:
“Eis que estou convosco todos os dias,
até o fim do mundo”. (Mt 28,20b). E assim temos a certeza que não estamos
sozinhos.
Destarte, faço minhas as palavras de São
Columbano: “Suplico tenhas a
condescendência de te mostrares, amado Salvador, a nós que batemos à tua porta
para que, conhecendo-te, só a ti amemos, só a ti desejemos, só em ti meditemos
dia e noite, sempre pensemos em ti. Inspira em nós tanto amor por ti quanto é justo
que sejas, ó Deus, amado e querido. Teu amor invada todo o nosso íntimo, teu
amor nos possua por inteiro, tua caridade penetre em nossos sentidos todos.
Deste modo, não saibamos amar coisa alguma fora de ti, que és eterno. Uma
caridade tamanha que nem as muitas águas do céu, da terra e do mar jamais a
possam extinguir em nós, conforme a palavra: E as muitas águas não puderam
extinguir o amor (cf. Ct 8,7). Que tudo se realize em nós, ao menos em parte,
por teu dom, Senhor nosso, Jesus Cristo, a quem a glória pelos séculos. Amém”.
(*).
SOMOS SERES PARA DEUS; A NOSSA VOCAÇÃO É ETERNA...
Fomos criados por Deus “à sua imagem e
semelhança”, e dotados de todos os dons e aptidões para permanecermos em plena comunhão
com Ele. Nossas almas são capacitadas de todas as graças e bênçãos, porque em
nós tudo é bom e perfeitamente posto para atingirmos a união perfeita com o
Senhor de nossa vida. Deus, mesmo invisível em Seu Grande Mistério de Amor, se
dá a conhecer a nós sensivelmente por meio de sua magnifica criação, de sua
Palavra profética revelada; e pela Presença do Seu Filho amado, Jesus Cristo,
no meio de nós e como um de nós.
Nada Deus criou sem um objetivo, sem um
sentido existencial; tudo o que Ele criou tem sua função própria na obra da
criação e para além desta, porque tudo o que Deus criou é bom, é perfeito e somente
para o bem de todos; ora, e tudo o que é bom e perfeito é eterno. Porém, se em
nossa naturalidade não vivermos essa vocação, estragamos a obra da criação e
toda a vida que a envolve. Isto porque aqui naturalmente tudo tem fim; porém, devido
à imortalidade de nossas almas, nos resta ainda o devir como resposta
definitiva para tudo o que há e para todos os acontecimentos que se dão na face
da terra, a partir do livre arbítrio que nos foi concedido, porque é a aqui que
definimos o que haveremos de ser eternamente. E nem é preciso uma profissão de
fé para isto, porque essa é verdade que somos, e independe se acreditamos ou
não.
Com efeito, todas as criaturas carregam em
sua essência leis e funcionalidades perfeitas, que revelam quem somos em
relação a nós mesmos e às outras criaturas; e revelam também quem é Deus, como
Ele age em relação a nós e quem somos nós em relação a Ele; porém, precisamos compreender
que somos seres para Deus, porque sem Deus nada somos.
Então, qual a razão de ser de nossa vida?
Nós existimos como Vontade de Deus e para que a Vontade de Deus se cumpra
totalmente em nós, é por isso que nossa vida e vocação são eternas, porque a
Vontade de Deus é eterna. Logo, não somos seres para o extermínio, a não ser
que procuremos o extermínio por nossas perversas decisões (cf. Sab 1,12-16). De
fato, como explicado à cima, somos seres eternos em Deus e somente Nele, porque
sem Ele, a vida e tudo o que há fica sem resposta, sem sentido algum, uma vez
que tudo o que existe naturalmente terá fim em si por si mesmo. No entanto,
quando tratamos da alma humana, esta é imortal e eterna, como o Seu Criador; e
por ser assim carrega em si tudo o que aqui vivemos, mesmo que não tenhamos
plena consciência disto, porém, como tudo depende sempre das decisões que
tomamos, cabe a nós discernirmos qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que
lhe agrada e o que é perfeito; tudo o que foge a isto cabe somente ao Senhor no
dia do juízo.
Portanto, não existe água sem fonte, como
não existe vida sem Deus. Essa é uma lei divina incutida em cada ser. Deste
modo, somos rios humanos seguindo o curso do Mar Divino. E, é pela graça de nosso
Senhor Jesus Cristo, que desaguamos em Deus definitivamente; isto se
permanecermos fiéis a Ele até o fim de nossos dias aqui neste mundo; caso
contrário, jamais nos saciaremos de Sua Fonte Eterna. (cf. Jo 7,37-38;14,1-3;
Mt 24,13).
A alma humana, criada “à imagem e semelhança de
Deus” (cf. Gn1,26-27), é eterna como o Próprio Deus é. Ora, porque Deus é
eterno, tudo criou para a eternidade; essa verdade se aplica perfeitamente à
alma humana, porque ela é soberana por seu livre arbítrio, que consiste no
poder que lhe foi conferido de escolher permanecer em Deus ou não.
Todos os atributos divinos estão presentes como
dons em nossas almas: amor, verdade, liberdade, fidelidade, misericórdia,
bondade, justiça, mansidão, etc. Mas, por que então temos uma sociedade tão
desumana, corrupta, violenta e injusta? Porque os homens não levam mais em
conta a vida em sua essência; mas sim a terrível decadência dos valores
existenciais, para cultivarem toda espécie de mal, destruindo com isso, a
grandeza de sermos “a imagem e semelhança” de Deus. Ora, só é possível atingirmos
a plenitude dos desígnios divinos a nosso respeito, se vivermos em conformidade
com os dons que de Deus recebemos; caso contrário, nada teremos de bom, mas somente
o mal que cultivarmos. É por isso que temos uma sociedade tão desigual, tão
pervertida e infeliz.
A verdadeira alegria da alma nasce da profunda união
com Deus e de sua permanência Nele, pois Deus é a Fonte do Amor, do Sumo Bem,
da Santidade, da Felicidade e da verdadeira satisfação. “Quem a Deus tem, dizia
Santa Tereza D’avila, nada lhe falta”. Assim é a alma imersa em Deus e
comandada por Ele em suas inspirações e ações; tudo faz para a glória de Deus
(cf. Col 3,17), porque Deus é a causa de sua alegria. Vemos essa experiência,
por exemplo, no Cântico do Magnificat: “Maria
canta o que Lhe vai na alma (“eu
glorifico, eu exulto”). Mas é um eu em relação, dirigido a Deus, para
descrever o que Deus fez nela e faz pelo Seu povo”.
De fato, a verdadeira alegria é compartilhada,
porque é transbordante; na verdade, ela é um bem eterno que se expande, porque
irradiante de beleza e esplendor, alcança tudo e todos, até mesmo os corações
mais distantes de Deus. A alegria verdadeira é fruto do acolhimento da vontade
de Deus em nossa vida, pois ela é revelação da presença de Cristo em nossas
almas, que pela Eucaristia nos une a Si, para vivermos Nele a unicidade divina recebida
no batismo.
Sei que não estamos ainda na posse definitiva da
verdadeira alegria, porque ela é atributo divino; por isso, enquanto aqui
estivermos, ela é dom da graça de Deus para nós. Todavia, quando a recebemos
como revelação permanente, ela é completa, como nos ensinou São João: “O que era desde o princípio, o que temos
ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as
nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - porque a vida se
manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida
eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós
vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa
comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. Escrevemos-vos estas
coisas para que a vossa alegria seja completa”. (1Jo 1,1-4).
ALEGRAI-VOS, Ó CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É
CONVOSCO
O santo, que nascer de ti, será chamado
Filho de Deus (cf. Lc 1,35), fonte de sabedoria, o Verbo do Pai nas alturas!
Este Verbo, através de ti, Virgem santa, se fará carne, de modo que aquele que
diz: Eu no Pai e o Pai em mim (Jo 10,38), dirá também: Eu saí do Pai e vim (Jo16,28).
No princípio, diz João, era o Verbo. Já
borbulha a fonte, mas por enquanto apenas em si mesma. Depois, e o Verbo era
com Deus (Jo 1,1), habitando na luz inacessível. O Senhor dizia anteriormente:
Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). Mas teu pensamento
está dentro de ti, ó Deus, e não sabemos o que pensas; pois quem conheceu a
mente do Senhor ou quem foi seu conselheiro? (cf. Rm 11,34).
Desceu, por isto, o pensamento da paz para
a obra da paz: O Verbo se fez carne e já habita em nós (Jo 1,14). Habita
totalmente pela fé em nossos corações, habita em nossa memória, habita no
pensamento e chega a descer até a imaginação. Que poderia antes o homem pensar
sobre Deus, a não ser talvez fabricando um ídolo no coração? Era
incompreensível e inacessível, invisível e inteiramente impensável; agora,
porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado.
De que modo, perguntas? Por certo,
reclinado no presépio, deitado ao colo da Virgem, pregando no monte,
pernoitando em oração; ou pendente da cruz, pálido na morte, livre entre os mortos
e dominando o inferno; ou ainda ressurgindo ao terceiro dia, mostrando aos
apóstolos as marcas dos cravos, sinais da vitória, e, por último, diante deles
subindo ao mais alto do céu.
O que não se poderá pensar verdadeira,
piedosa e santamente disto tudo? Se penso algo destas realidades, penso em Deus
e em tudo ele é o meu Deus. Meditar assim, considero sabedoria, e tenho por
prudência renovar a lembrança da suavidade que, em essência tão preciosa, a descendência
sacerdotal produziu copiosamente, e que, haurindo do alto, Maria trouxe para
nós em profusão.
Não há quem seja semelhante a vós, Virgem
Maria, entre as filhas de Sião. Sois a Mãe do Rei dos reis, sois dos anjos a
Senhora e dos céus sois a Rainha. Sois bendita entre todas as mulheres desta
terra e bendito é o fruto que nasceu de vosso ventre! Maria, alegrai-vos, ó
cheia de graça, o Senhor é convosco.
Paz e Bem!
Fonte:
Dos Sermões de São Bernardo, abade (Sermo de Aquaeductu: Opera omnia, Edit.
Cisterc. 5[1968],282-283) (Séc.XII)
O GRANDE MILAGRE...CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ...
A SANTA MISSA (
PARTE I )
Pe. DANIEL
GAGNON, OMI
Comissão para a
Doutrina da Fé
Arquidiocese do
México
ABRIL 2000
Não é minha
função confirmar seu caráter sobrenatural. No entanto, recomendo-o por sua
inspiração espiritual.
Disseram-lhe:
Senhor, dá-nos sempre deste pão! Jesus replicou: “Eu sou o pão da vida: aquele
que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”.(Jo
6,34-35).
Então Jesus lhes
disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do
Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.Quem come a
minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no
último dia.” (Jo 6,53-54).
“Pois a minha
carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim
como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que
comer a minha carne viverá por mim.” (Jo 6,55-57).
“Quem come deste
pão viverá eternamente.” (Jo 6,58).
TESTEMUNHO DE CATALINA
Na maravilhosa catequese com a qual o
Senhor e a Virgem Maria nos têm instruído - em primeiro lugar mostrando-nos o
modo de rezar o Santo Rosário, de rezar com o coração, de meditar e desfrutar
os momentos de encontro com Deus e com nossa Mãe bendita; a maneira de se
confessar bem - está a do conhecimento do que acontece na Santa Missa e o modo
de vivê-la com o coração.
Este é o testemunho que devo e quero dar ao
mundo inteiro, para maior Glória de Deus e para a salvação de todo aquele que
queira abrir seu coração ao Senhor. Para que muitas almas consagradas a Deus
reavivem o fogo do amor a Cristo - as que são donas das mãos que têm o poder de
trazê-Lo à terra para que seja nosso alimento, e as outras, para que percam o
"costume rotineiro" de recebê-Lo e revivam o assombro do encontro
cotidiano com o amor. Para que meus irmãos e irmãs leigos do mundo inteiro
vivam o maior dos Milagres com o coração: a celebração da Santa Eucaristia.
Era a vigília do dia da Anunciação e os
componentes do nosso grupo tínhamos ido confessar. Algumas das senhoras do
grupo de oração não conseguiram fazê-lo e deixaram sua confissão para o dia
seguinte, antes da Santa Missa.
Quando cheguei no dia seguinte à igreja um
pouco atrasada, o senhor Arcebispo e os sacerdotes já estavam saindo do
presbitério: Disse a Virgem com aquela voz tão suave e feminina que
imediatamente enche a alma de doçura: “Hoje é um dia de aprendizagem para ti e
quero que prestes muita atenção, porque do que fores testemunho hoje, tudo o
que viveres neste dia, terás que dar a conhecer à humanidade”. Fiquei surpresa
e sem compreender, mas procurando estar bem atenta.
A primeira coisa que percebi é que havia um
coro de vozes muito belas que cantavam como se estivessem longe, aproximando-se
às vezes e logo se afastava a música como se fosse com o barulho do vento. O
senhor Arcebispo começou a Santa Missa e, ao chegar a Oração Penitencial, disse
a Santíssima Virgem:
“Do fundo de teu coração, pede perdão ao
Senhor por todas as tuas culpas, por tê-Lo ofendido, assim poderás participar
dignamente deste privilégio que é assistir à Santa Missa.”
Certamente que por uma fração de segundo
pensei: “Mas se estou na Graça de Deus, pois acabo de me confessar à noite
passada”.
Ela replicou: “E crês que desde a noite
passada não ofendeste ao Senhor? Deixa-me que te recorde algumas coisas. Quando
saías para vir aqui, a moça que te ajuda se aproximou para te pedir algo e,
como estavas atrasada, com pressa, não respondeste de bom modo. Isso foi uma
falta de caridade de tua parte e dizes não ter ofendido a Deus?...”
“No caminho para cá, um ônibus atravessou o
teu caminho, quase se chocando contigo, e te expressaste de modo pouco
conveniente contra o pobre homem, em lugar de vires fazendo tuas orações,
preparando-te para a Santa Missa. Faltaste com a caridade e perdeste a paz, a
paciência. E dizes não ter ferido o Senhor?” “Chegas no último minuto, quando a
procissão dos celebrantes está saindo para celebrar a Missa... e vais
participar dela sem uma preparação prévia...”
-Ah, minha Mãe, não me digais mais, não me
recordeis mais coisas porque morrerei de pesar e vergonha - respondi.
“Por que tendes que chegar no último
minuto? Deveríeis estar antes para poder fazer uma oração e pedir ao Senhor que
envie Seu Espírito Santo, que vos dê um espírito de paz que lance para fora o
espírito do mundo, as preocupações, os problemas e as distrações para serdes
capazes de viver este momento tão sagrado. Mas chegais quase ao começar da
celebração, e participais como se participásseis de um evento qualquer, sem
nenhuma preparação espiritual. Por quê? É o maior Milagre, ides viver o momento
do maior dom da parte do Altíssimo e não sabeis apreciar.”
Era bastante. Sentia-me tão mal que tive
mais do que o suficiente para pedir perdão a Deus, não somente pelas faltas
desse dia, mas por todas as vezes em que, como muitíssimas outras pessoas,
esperei que terminasse a homilia do sacerdote para entrar na igreja. Pelas
vezes que não soube ou me neguei a compreender o que significava estar ali,
pelas vezes que talvez tendo minha alma cheia de pecados mais graves, tinha me
atrevido a participar da Santa Missa.
Era dia de Festa e se devia recitar o
Glória. Disse Nossa Senhora: -“Glorifica e bendiz com todo o teu amor à
Santíssima Trindade em reconhecimento como Sua criatura”.
Como foi diferente aquele Glória! Logo me
vi em um lugar distante, cheio de luz ante a Presença Majestosa do Trono de
Deus, e com todo amor fui agradecendo ao repetir: “...Senhor Deus, rei dos
céus, Deus Pai Todo-Poderoso: nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos
adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças por Vossa imensa Glória.
(e evoquei o rosto paterno do Pai, cheio de bondade...) Senhor Jesus Cristo,
Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai...” e Jesus
estava diante de mim, com esse Rosto cheio de ternura e Misericórdia: “...Só
Vós sois o Santo, só Vós, o Senhor, só Vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, com o
Espírito Santo...” o Deus do formoso Amor, Aquele que neste momento estremecia
todo o meu ser...
E pedi: “Senhor, libertai-me de todo mau
espírito; meu coração Vos pertence, Senhor meu. Enviai-me Vossa paz para
conseguir tirar o melhor proveito desta Eucaristia e que minha vida dê seus
melhores frutos. Espírito Santo de Deus, transformai-me, agi em mim, guiai-me.
Oh Deus, dai-me os dons de que necessito para Vos servir melhor...!”
Chegou o momento da Liturgia da Palavra e a
Virgem me fez repetir: “Senhor, hoje quero escutar Vossa Palavra e produzir
fruto abundante, que o Vosso Santo Espírito limpe o terreno de meu coração,
para que Vossa Palavra cresça e se desenvolva; purificai meu coração para que
esteja bem disposta.”
“Quero que estejas atenta às leituras e a
toda a homilia do sacerdote. Recorda que a Bíblia diz que a Palavra de Deus não
volta sem ter dado fruto. Se estiveres atenta, ficará algo em ti de tudo o que
escutares. Deves tratar de lembrar-te o dia todo essas Palavras que deixaram
marca em ti. Serão por vezes duas frases, logo será a leitura inteira do
Evangelho, talvez uma só palavra; saboreia o resto do dia e isso ganhará carne
em ti porque essa é a forma de transformar a vida, fazendo com que a Palavra de
Deus te transforme totalmente”.
“E agora, diz ao Senhor que estás aqui para
escutar o que Ele quiser dizer hoje ao teu coração”.
Novamente agradeci a Deus por me dar a
oportunidade de ouvir Sua Palavra e Lhe pedi perdão por ter tido o coração tão
duro por tantos anos, e por ter ensinado a meus filhos que deviam ir à Missa
aos domingos porque assim a Igreja mandava, não por amor, por necessidade de
encher-se de Deus... Eu que havia assistido a tantas Eucaristias, mais por
compromisso; e com isso acreditava estar salva. Vivê-la, nem sonhar; prestar
atenção às leituras e à homilia do sacerdote, muito menos.
Quanta dor senti por tantos anos de perda
inútil, por minha ignorância! Quanta superficialidade nas Missas a que
assistimos porque é um casamento, uma Missa por um defunto ou porque temos que
ser vistos com a sociedade! Quanta ignorância sobre nossa Igreja e sobre os
Sacramentos! Quanto desperdício em querer instruir-nos e sermos cultos nas
coisas do mundo, que em um momento podem desaparecer sem ficarmos com nada, e
que no final da vida não nos servem nem para aumentar em um minuto a nossa
existência! E no entanto, daquilo que nos vai dar um pouco do céu na terra, e
portanto a vida eterna, nada sabemos. E nos consideramos homens e mulheres
cultos!...
Um momento depois chegou o Ofertório e a
Santíssima Virgem disse “Reza assim: (e eu a acompanhava) «Senhor, eu Vos
ofereço tudo o que sou, o que tenho, o que posso, tudo coloco em Vossas mãos.
Edificai Vós, Senhor, com o pouco que sou. Pelos méritos de Vosso Filho,
transformai-me, Deus Altíssimo. Peço-Vos por minha família, por meus
benfeitores, por cada membro de nosso Apostolado, por todas as pessoas que nos
combatem, por aqueles que se encomendam às minhas pobres orações... Ensinai-me
a pôr meu coração no chão para que o caminhar deles seja menos penoso.» Assim
rezavam os santos, assim desejo que façais”.
É que assim pede Jesus, que ponhamos o
coração no chão para que eles não sintam a dureza, mas que os aliviemos com a
dor daquele pisão. Anos depois li um livrinho de orações de um Santo a quem
muito quero: Josemaría Escrivá de Balaguer - e ali pude encontrar uma oração
parecida com a que me ensinava a Virgem. Talvez esse Santo a quem me encomendo
agradava à Virgem Santíssima com aquelas orações.
Logo começaram a ficar em pé umas figuras
que nunca tinha visto antes. Era como se ao lado de cada pessoa que estava na
Catedral, saísse outra pessoa, e o lugar se encheu de uns personagens jovens,
belos. Vestiam-se com túnicas muito brancas e foram saindo até o caminho
central, dirigindo-se para o Altar. Disse nossa Mãe: “Observa, são os Anjos da
Guarda de cada uma das pessoas que estão aqui. É o momento em que vosso Anjo da
Guarda leva vossas oferendas e pedidos ante o Altar do Senhor.”
Naquele momento eu estava completamente
assombrada, porque esses seres tinham rostos tão formosos, tão radiantes como
não se pode imaginar. Ostentavam rostos muito lindos, quase femininos, no
entanto a compleição de seus corpos, suas mãos, sua estatura, era de homens. Os
pés descalços não pisavam o solo, mas era como se deslizassem, escorregassem.
Aquela procissão era muito bonita.
Alguns deles tinham como uma fonte de ouro
com algo que brilhava muito com uma luz branco-dourada; disse a Virgem: “São os
Anjos da Guarda das pessoas que estão oferecendo esta Santa Missa por muitas
intenções, aquelas pessoas que estão conscientes do que significa esta
celebração, aquelas que têm algo a oferecer ao Senhor...” “Oferecei neste
momento..., oferecei vossas penas, vossas dores, vossos sonhos, vossas
tristezas, vossas alegrias, vossos pedidos. Lembrai-vos de que a Missa tem um
valor infinito, portanto, sede generosos em oferecer e em pedir.”
Atrás dos primeiros Anjos vinham outros que
nada tinham nas mãos, levavam-nas vazias. Disse a Virgem: “São os Anjos das
pessoas que, estando aqui, nunca oferecem nada, que não têm interesse em viver
cada momento litúrgico da Missa e não têm oferecimentos para levar ante o Altar
do Senhor.”
Por último iam outros Anjos que estavam
meio tristonhos, com as mãos unidas em oração mas com os olhos baixos. “São os
Anjos da Guarda das pessoas que, estando aqui, não estão, isto é, das pessoas
que vieram forçadas, que vieram por obrigação, mas sem nenhum desejo de
participar da Santa Missa. E os Anjos vão tristes porque não têm o quê levar
diante do Altar, salvo suas próprias orações.”
“Não entristeçais o vosso Anjo da Guarda...
Pedi muito, pedi pela conversão dos pecadores, pela paz do mundo, por vossos
familiares, vossos vizinhos, por aqueles que se encomendam a vossas orações.
Pedi, pedi muito, não somente por vós, mas pelos outros.” “Lembrai que o
oferecimento que mais agrada ao Senhor é quando ofereceis a vós mesmos como
holocausto, para que Jesus, ao descer, vos transforme por Seus próprios
méritos. Que tendes a oferecer ao Pai por vós mesmos? O nada e o pecado; mas ao
vos oferecer unidos aos méritos de Jesus, esse oferecimento é agradável ao
Pai.”
Aquele espetáculo, aquela procissão era tão
bela, que dificilmente seria comparável a outra. Todas aquelas criaturas
celestes fazendo uma reverência diante do Altar, umas deixando sua oferenda no
chão, outras prostrando-se de joelhos com o rosto quase ao solo e, assim que
ali chegavam, desapareciam de minha vista. CONTINUA...
SANTA
MISSA ( PARTE II )
TESTEMUNHO DE CATALINA
Chegou o momento final do Prefácio e quando
a assembléia dizia: “Santo, Santo, Santo”, imediatamente tudo o que estava
atrás dos celebrantes desapareceu. Do lado esquerdo do senhor Arcebispo para
trás, em forma diagonal, apareceram milhares de Anjos, pequenos, Anjos grandes,
Anjos com asas imensas, Anjos com asas pequenas, Anjos sem asas, como os
anteriores; todos vestidos com umas túnicas como as alvas brancas dos
sacerdotes ou dos coroinhas. Todos se ajoelhavam com as mãos unidas em oração e
em reverência inclinavam a cabeça. Escutava-se uma música maravilhosa, como se
fossem numerosíssimos coros com vozes diferentes e todos diziam em uníssono com
o povo: Santo, Santo, Santo…
Havia chegado o momento da Consagração, o
momento do mais maravilhoso Milagre... Do lado direito do Arcebispo para trás,
também em forma diagonal, uma multidão de pessoas vestia túnicas em tons
pastel: rosa, verde, azul, lilás, amarelo; enfim, de diferentes cores suaves.
Seus rostos também eram luminosos, cheios de alegria, pareciam ter todos a
mesma idade. Podia-se ver (e não consigo dizer como) que havia pessoas de
diferentes idades, mas todos se assemelhavam nos rostos, sem rugas, felizes.
Todos também se ajoelhavam no canto de “Santo, Santo, Santo, é o Senhor...”
Disse Nossa Senhora: “São todos os Santos e
Bem-aventurados do céu, e entre eles também estão os vossos antepassados que já
gozam da Presença de Deus”. Então eu A vi. Ali justamente à direita do senhor
Arcebispo... um passo atrás do celebrante, estava um pouco suspensa acima do
solo, ajoelhada sobre tecidos muito finos, transparentes mas luminosos, como
água cristalina, a Santíssima Virgem, com as mãos unidas, olhando atenta e
respeitosamente para o celebrante. Falava-me dali, mas silenciosamente,
diretamente ao coração, sem olhar para mim.
“Chama a tua atenção o fato de Me ver um
pouco atrás do Monsenhor, não é verdade? Assim deve ser... Com todo o amor que
Me tem o Meu Filho, não Me deu a dignidade que dá a um sacerdote de poder
trazê-Lo em Minhas mãos diariamente, como o fazem as mãos sacerdotais. Por isso
sinto tão profundo respeito por um sacerdote e por todo o milagre que Deus
realiza através dele, que Me obriga a ajoelhar-Me aqui.”
Deus
meu, quanta dignidade, quanta graça derrama o Senhor sobre as almas sacerdotais
e nem nós, talvez nem muitos deles estão conscientes disso!
Diante do altar, começaram a sair umas
sombras de pessoas de cor cinza que levantavam as mãos para cima. Disse a
Virgem Santíssima: “São as almas benditas do Purgatório que estão à espera das
vossas orações para se refrescarem. Não deixeis de rezar por elas. Pedem por
vós, mas não podem pedir por elas mesmas, sois vós quem deveis pedir por elas
para ajudá-las a sair para encontrarem-se com Deus e Dele gozar eternamente”.
“Vê, aqui estou o tempo todo... As pessoas
fazem peregrinações e procuram os lugares de Minhas aparições, e é bom por
todas as graças que ali recebem, mas em nenhuma aparição, em nenhum lugar estou
mais tempo presente do que na Santa Missa. Ao pé do Altar onde se celebra a
Eucaristia, sempre ireis encontrar-Me; ao pé do Sacrário permaneço com os
Anjos, porque estou sempre com Ele”.
Ver esse rosto formoso da Mãe naquele
momento do “Santo”, igual a todos eles, com o rosto resplandecente, com as mãos
juntas à espera daquele milagre que se repete continuamente, era estar no
próprio céu. E pensar que há gente, pessoas que ficam nesse momento distraídas,
falando... Com pesar digo que há muitos homens, mais do que mulheres, que de pé
cruzam os braços como se rendessem homenagem ao Senhor de pé, de igual para
igual.
Disse
a Virgem: “Diz ao ser humano, que nunca um homem é mais homem do que quando
dobra os joelhos diante de Deus”.
O celebrante disse as palavras da
“Consagração”. Era uma pessoa de estatura normal, mas imediatamente começou a
crescer, a ficar cheio de luz, uma luz sobrenatural entre branca e dourada o
envolvia e se fazia muito forte no rosto, de modo que não podia ver seus
traços. Quando elevava a hóstia vi suas mãos e elas tinham umas marcas no
dorso, das quais saía muita luz. Era Jesus!... Era Ele que com Seu Corpo
envolvia o do celebrante como se rodeasse amorosamente as mãos do senhor
Arcebispo. Nesse momento a Hóstia começou a crescer e crescer, enorme, e nela,
o Rosto maravilhoso de Jesus olhando para Seu povo.
Por instinto quis baixar a cabeça e Nossa
Senhora disse: “Não baixes os olhos, levanta-os, contempla-O, cruza olhares com
Ele e repete a oração de Fátima: Senhor, eu creio, adoro, espero e Vos amo,
peço-Vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos
amam. Perdão e Misericórdia... Agora diz a Ele o quanto O amas, rende homenagem
ao Rei dos reis”.
Como disse, parecia que a enorme Hóstia
olhava somente para mim, mas soube que assim contemplava cada pessoa, cheio de
amor... Logo abaixei a cabeça até ter a testa no chão, como faziam todos os
Anjos e bem-aventurados do Céu. Por uma fração de segundo talvez, pensei o que
era aquilo, que Jesus tomava o corpo do celebrante e ao mesmo tempo estava na
Hóstia que, quando o celebrante baixava, tornava-se novamente pequena. Eu tinha
as faces cheias de lágrimas, não podia sair de meu assombro.
Imediatamente o Monsenhor disse as palavras
da consagração do vinho e, junto com suas palavras, começaram uns relâmpagos no
céu e ao fundo. A igreja não tinha teto nem paredes, estava tudo escuro,
somente aquela luz brilhante no Altar.
Logo vi, suspenso no ar, Jesus crucificado,
da cabeça até a cintura. A haste transversal da cruz estava sustida por umas
mãos grandes, fortes. Do meio daquele resplendor se desprendeu uma luzinha como
de uma pomba muito pequena e muito brilhante; velozmente, deu uma volta em toda
a igreja e foi pousar no ombro esquerdo do senhor Arcebispo que continuava
sendo Jesus, porque eu podia distinguir Seus cabelos e Suas chagas luminosas,
Seu corpo grande, mas não via Seu Rosto.
Acima, Jesus crucificado estava com o rosto
caído sobre o ombro direito. Eu podia contemplar o rosto e os braços machucados
e descarnados. Do lado direito tinha uma ferida no peito e saía aos borbotões,
para a esquerda sangue e à direita penso que água, mas muito brilhante; eram
mais jorros de luz que se iam dirigindo para os fiéis, movendo-se à direita e à
esquerda. Espantava-me a quantidade de sangue que fluía para dentro do Cálice!
Pensei que iria transbordar e manchar todo o Altar, mas não caiu uma só gota!
Nesse momento, disse a Virgem: “Este
é o milagre dos milagres; já te repeti, para o Senhor não existe tempo nem
distância e, no momento da consagração, toda a assembléia é transportada ao pé
do Calvário no instante da crucificação de Jesus”.
Alguém pode imaginar isso? Nossos olhos não
podem ver, mas estamos todos lá, no momento em que O estão crucificando e Ele
está pedindo perdão ao Pai, não somente por aqueles que O matam, mas por cada
um de nossos pecados: “Pai, perdoai-os, não sabem o que fazem!”
A partir daquele dia, não me importa se me
tomam por louca, mas peço a todos que se ajoelhem, que tratem de viver com o
coração e toda a sensibilidade de que são capazes, aquele privilégio que o
Senhor nos concede.
Quando íamos rezar o Pai Nosso, o Senhor
falou pela primeira vez durante a celebração, e disse: “Espero, quero que rezes
com a maior profundidade que sejas capaz, e que neste momento, tragas a tua
memória a pessoa ou as pessoas que mais mal te hajam feito durante tua vida,
para que as abraces junto a teu peito e lhes digas de todo coração: “Em
Nome de Jesus eu te perdôo e te desejo a paz. Em Nome de Jesus te peço perdão e
desejo minha paz.” Se essa pessoa merecer a paz, recebê-la-á e lhe fará
muito bem; se essa pessoa não for capaz de se abrir para a paz, essa paz
voltara ao teu coração. Mas não quero que recebas e dês a paz a outras pessoas
quando não fores capaz de perdoar e sentir essa paz primeiro em teu coração.”
“Cuidado com o que fazeis” – continuou o
Senhor - “Vós repetis no Pai Nosso: perdoai-nos assim como perdoamos a quem nos
têm ofendido. Se vós sois capazes de perdoar e não esquecer, como alguns dizem,
estais condicionando o perdão de Deus. Estais dizendo: perdoa-me somente como
eu sou capaz de perdoar, e não mais que isso.”
Não sei como explicar minha dor, ao
compreender o quanto podemos ferir ao Senhor e quanto podemos ferir a nós
mesmos com tantos rancores, sentimentos maus e coisas feias que nascem dos
complexos e das susceptibilidades. Perdoei, perdoei de coração e pedi perdão a
todos o que me haviam machucado alguma vez, para sentir a paz do Senhor. O
celebrante dizia: “...dai-nos a paz e a unidade”... e então: “a paz do Senhor
esteja convosco...”
Imediatamente vi que entre algumas pessoas
que se abraçavam (não todas), aparecia uma luz muito intensa; soube que era
Jesus e praticamente me atirei para abraçar a pessoa que estava ao meu lado.
Pude sentir verdadeiramente o abraço do Senhor nessa luz, era Ele que me
abraçava para me dar Sua paz, porque nesse momento eu havia sido capaz de
perdoar e de tirar de meu coração toda dor que sentia contra outras pessoas. É
isso o que Jesus quer, compartilhar esse momento de alegria abraçando-nos para
desejar-nos Sua Paz. CONTINUA...
A
SANTA MISSA ( PARTE III )
TESTEMUNHO DE CATALINA
Chegou o momento da comunhão dos
celebrantes e voltei a notar a presença de todos os sacerdotes junto ao
Monsenhor. Quando ele comungava, disse a Virgem: “Este é o momento de pedir
pelo celebrante e por todos os sacerdotes que o acompanham; repete Comigo:
Senhor, bendizei-os, santificai-os, ajudai-os, purificai-os, amai-os, cuidai e
sustentai-os com Vosso Amor... Lembrai de todos os sacerdotes do mundo, rezai
por todas as almas consagradas...”
Queridos irmãos, esse é o momento em que
devemos pedir porque eles são Igreja, como também somos nós os leigos. Muitas
vezes os leigos exigimos muito dos sacerdotes, mas somos incapazes de rezar por
eles, de entender que são pessoas humanas, de compreender e avaliar a solidão
que muitas vezes pode rodear um sacerdote. Devemos compreender que os
sacerdotes são pessoas como nós e que precisam de compreensão, cuidado, que
precisam de afeto, atenção de nossa parte, porque estão dando suas vidas por
cada um de nós, como Jesus, consagrando-se a Ele.
O Senhor quer que as pessoas do rebanho que
Deus lhe recomendou, reze e ajude na santificação de seu Pastor. Algum dia,
quando estivermos do outro lado, compreenderemos a maravilha que o Senhor fez
ao nos dar sacerdotes que nos ajudem a salvar nossas almas. As pessoas começaram
a sair dos bancos para ir comungar. Havia chegado o grande momento do encontro,
da “Comunhão”; o Senhor me disse: “Espera um momento, quero que observes
algo...” por um impulso interior levantei os olhos até a pessoa que ia receber
a comunhão na língua, das mãos do sacerdote.
Devo esclarecer que esta pessoa era uma das
senhoras de nosso grupo que na noite anterior não tinha conseguido se confessar
e o fez naquela manhã, antes da Santa Missa. Quando o sacerdote colocava a
Sagrada Forma sobre sua língua, como um flash de luz, aquela luz muito
branco-dourada atravessou essa pessoa pelas costas primeiro e foi pelos lados
nas costas, nos ombros e na cabeça. Disse o Senhor: “É assim que Me comprazo em
abraçar uma alma que vem com o coração limpo para Me receber”
O tom da voz de Jesus era de uma pessoa
feliz. Eu estava atônita vendo essa amiga voltar para seu assento rodeada de
luz, abraçada pelo Senhor, e pensei na maravilha que perdemos tantas vezes por
ir com nossas pequenas ou grandes faltas receber Jesus, quando deve ser uma
festa.
Muitas vezes dizemos que não há sacerdotes
para confessar-se a todo momento, e o problema está em outro lado: o problema
está em nossa facilidade para voltar a cair no mal.
Por outro lado, assim como nos esforçamos
para encontrar um salão de beleza ou os senhores um barbeiro quando temos uma
festa, temos que nos esforçar também em procurar um sacerdote quando precisamos
que tire todas essas coisas sujas de nós, mas não ter a desfaçatez de receber a
Jesus em qualquer momento com o coração cheio de coisas feias.
Quando me dirigia para receber a comunhão,
Jesus repetia: “A última ceia foi o momento de maior intimidade com os Meus.
Nessa hora do amor, instaurei o que diante dos olhos dos homens poderia ser a
maior loucura: fazer-me prisioneiro do Amor. Instaurei a Eucaristia. Quis
permanecer convosco até a consumação dos séculos, porque Meu Amor não podia
suportar que ficassem órfãos aqueles a quem amava mais do que a Minha vida...”
Recebi aquela Hóstia, que tinha um sabor
diferente, era uma mistura de sangue e incenso que me inundou inteira. Sentia
tanto amor que me corriam as lágrimas sem poder detê-las... Quando cheguei ao
meu banco, ao ajoelhar-me disse o Senhor: “Escuta...” E num instante comecei a
escutar dentro de mim as orações de uma senhora que estava sentada à minha
frente e que acabava de comungar.
O que ela dizia sem abrir a boca era mais
ou menos assim: “Senhor, lembra-te que estamos no final do mês e que não tenho
dinheiro para pagar o aluguel, a mensalidade do automóvel, a escola das
crianças, tens que fazer algo para me ajudar... Por favor, faz com que meu
marido deixe de beber tanto, não posso suportar mais suas bebedeiras e meu
filho menor vai perder o ano outra vez se não o ajudares, ele tem provas nesta
semana... E não te esqueças da vizinha que precisa se mudar de casa, que se
mude de uma vez porque eu não a agüento... etc., etc. ”
Logo o senhor Arcebispo disse: “Oremos” e
obviamente toda a assembléia se pôs de pé para a oração final. Jesus disse em
um tom triste: “Percebeste? Nem uma só vez Me disse que Me ama, nem uma só vez
agradeceu o dom que lhe fiz de baixar Minha Divindade até sua pobre humanidade,
para elevá-la até Mim. Nem uma só vez disse: obrigada, Senhor. Foi uma ladainha
de pedidos... e assim são quase todos os que vêm Me receber.” “Morri por amor e
estou ressuscitado. Por amor espero a cada um de vós e por amor permaneço
convosco..., mas vós não percebeis que preciso de vosso amor. Lembrai que sou o
Mendigo do Amor nesta hora sublime para a alma.”
Percebeis que Ele, o Amor, está pedindo
nosso amor e não o damos? E mais, evitamos ir a esse encontro com o Amor dos
Amores, com o único amor que se dá em permanente oblação.
Quando o celebrante ia dar a bênção, a
Santíssima Virgem disse: “Atenção, cuidado... Vós fazeis um rabisco em lugar do
sinal da Cruz. Lembra que esta bênção pode ser a última que recebes em tua
vida, das mãos de um sacerdote. Tu não sabes se, saindo daqui, vais morrer ou
não, e não sabes se terás a oportunidade de que outro sacerdote te dê uma
bênção. Essas mãos consagradas estão te dando a bênção em Nome da Santíssima
Trindade, portanto, faz o sinal da Cruz com respeito e como se fosse o último
de tua vida.”
Quantas coisas perdemos ao não compreender
e não participar todos os dias da Santa Missa! Por que não fazer um esforço de
começar o dia meia hora antes para correr à Santa Missa e receber todas as
bênçãos que o Senhor quer derramar sobre nós? Estou consciente de que nem
todos, por suas obrigações, podem fazê-lo diariamente, pelo menos duas ou três
vezes por semana sim, e, no entanto tantos se esquivam da Missa do domingo com
o pequeno pretexto de que têm uma criança pequena ou duas ou dez e, portanto,
não podem assistir à Missa... Como fazem quanto têm outro tipo de compromissos
importantes? Levam todos os filhos ou se revezam e o esposo vai uma hora e a
esposa outra hora, mas cumprem o compromisso com Deus.
Temos tempo para estudar, para trabalhar,
para nos divertir, para descansar, mas NÃO TEMOS TEMPO PARA IR AO MENOS NO
DOMINGO À SANTA MISSA.
Jesus me pediu que ficasse com Ele ainda
uns minutos depois de terminada a Missa. Ele disse:
“Não saiais às pressas assim que terminada
a Missa; ficai um momento em Minha Companhia, desfrutai dela e deixai-Me
desfrutar da vossa...”
Eu tinha ouvido alguém dizer, quando era
criança, que o Senhor permanecia conosco até uns 5 ou 10 minutos depois da
comunhão. Perguntei a Ele nesse momento: Senhor, na verdade, quanto tempo
permaneces depois da comunhão conosco?
Suponho que o Senhor deve ter rido de minha
tolice, pois respondeu: “Todo o tempo que quiseres ter-Me contigo. Se me
falares o dia todo, dedicando-me umas palavras durante tuas tarefas, Eu te
escutarei. Eu estou sempre convosco, sois vós que Me deixais. Vós saís da Missa
e acabou o dia de guarda, cumpriram a obrigação com o dia do Senhor e fim, não
pensais que gostaria de compartilhar de vossa vida familiar, ao menos nesse
dia.”
“Vós tendes em vossas casas um lugar para
tudo e um cômodo para cada atividade: um para dormir, outro para cozinhar,
outro para comer, etc. etc. Qual é o lugar que fizestes para Mim? Deve ser um
lugar não apenas onde tendes uma imagem que está empoeirada o tempo todo, mas
um lugar onde ao menos 5 minutos por dia a família se reúna para agradecer pelo
dia, pelo dom da vida, para pedir por suas necessidades do dia, pedir bênçãos,
proteção, saúde... Tudo tem um lugar em vossas casas, menos Eu”.
“Os homens programam seu dia, sua semana,
seu semestre, suas férias, etc. Sabem que dia vão descansar, que dia ir ao
cinema ou a uma festa, visitar a avó ou os netos, os filhos, os amigos, suas
diversões. Quantas famílias dizem uma vez ao mês, pelo menos: “Este é o dia em
que visitamos Jesus no Sacrário” e vem toda a família conversar Comigo,
sentar-se diante de Mim e conversar Comigo, contar-Me como foram desde a última
visita, contar-Me os problemas, as dificuldades que têm, pedir-Me o que
precisam... Fazer-Me participar de suas coisas? Quantas vezes?” “Eu sei tudo,
leio até o mais profundo de vossos corações e mentes, mas Me agrada que Me
conteis vós mesmos vossas coisas, que Me participeis como a um familiar, como
ao amigo mais íntimo. Quantas graças perde o homem por não Me dar um lugar em
sua vida!”
Quando fiquei aquele dia com Ele e em
muitos outros dias, Ele nos passou vários ensinamentos e hoje quero
compartilhar convosco nesta missão que me deram. Jesus disse:
“Quis salvar Minha criatura, porque o
momento de vos abrir a porta do céu foi concebido com demasiada dor...” “Lembra
que nenhuma mãe alimentou a seu filho com sua carne; Eu cheguei a esse extremo
de Amor para vos comunicar meus méritos.”
“A Santa Missa sou Eu mesmo prolongando a
Minha vida e Meu sacrifício na Cruz entre vós. Sem os méritos de Minha vida e
de Meu sangue, que tendes para apresentar-vos diante do Pai? O nada, a miséria
e o pecado...” “Vós deveríeis exceder em virtude aos Anjos e Arcanjos, porque
eles não têm a dita de Me receber como alimento, e vós sim. Eles bebem uma gota
do manancial, mas vós que tendes a graça de Me receber, tendes todo o oceano
para beber.”
Outra coisa que o Senhor disse com dor foi
das pessoas que fazem de seu encontro com Ele um hábito. Daquelas que perderam
o assombro de cada encontro com Ele. Que a rotina torna certas pessoas tão
tíbias, que não têm nada novo para dizer a Jesus ao recebê-Lo. Das não poucas
almas consagradas que perdem o entusiasmo de se enamorar pelo Senhor e fazem de
sua vocação um ofício, uma profissão à qual não se entregam mais do que lhe é
exigido, mas sem sentimento...
Logo o Senhor me falou dos frutos que cada
comunhão deve dar em nós. O que acontece
é que há muita gente que recebe o Senhor diariamente e que não muda de vida.
Que tem muitas horas de oração e faz muitas obras, etc. etc. Mas sua vida não
se vai transformando, e uma vida que não vai se transformando não pode dar
verdadeiros frutos para o Senhor. Os méritos que recebemos na Eucaristia devem
dar frutos de conversão em nós e frutos de caridade para com nossos irmãos.
Nós leigos temos um papel muito importante
dentro de nossa Igreja, não temos nenhum direito de nos calar diante do envio
que o Senhor nos faz, como a todo batizado, para ir anunciar a Boa Nova. Não
temos nenhum direito de absorver todos estes conhecimentos e não os dar aos
demais e permitir que nossos irmãos morram de fome tendo conosco tanto pão em
nossas mãos.
Não podemos ver que nossa Igreja esteja
desmoronando, porque estamos cômodos em nossas Paróquias, em nossas casas,
recebendo e recebendo tanto do Senhor. Sua Palavra, as homilias do sacerdote,
as peregrinações, a Misericórdia de Deus no Sacramento da Confissão, a união
maravilhosa com o alimento da comunhão, as palestras destes e daqueles
pregadores.
Em outras palavras, estamos recebendo tanto
e não temos a coragem de sair de nossas comodidades, de ir a uma prisão, a um
instituto correcional, falar ao mais necessitado, dizer-lhe que não se
entregue, que nasceu católica e que sua Igreja precisa dele, ali, sofredor,
porque essa sua dor vai servir para redimir a outros, porque esse sacrifício
vai lhe ganhar a vida eterna.
Não somos capazes de ir onde estão os
doentes terminais nos hospitais e, rezando o terço da Divina Misericórdia,
ajudá-los com nossa oração nesse momento de luta entre o bem e o mal, para
livrá-los das armadilhas e tentações do demônio. Todo moribundo tem medo e só
tomar a mão de um deles e falar-lhe do amor de Deus e da maravilha que o espera
no Céu junto a Jesus e Maria, junto aos seus entes queridos que partiram, já os
reconforta.
O momento que estamos vivendo não admite
filiações com a indiferença. Temos que ser a grande mão dos nossos sacerdotes
para ir onde eles não podem chegar. Mas para isso, para ter a coragem, devemos
receber Jesus, viver com Jesus, alimentarmo-nos de Jesus. Temos medo de nos
comprometer um pouco mais e, quando o Senhor diz: “Buscai primeiro o Reino de
Deus e tudo o mais lhe será acrescentado”, é tudo, irmãos! É buscar o Reino de
Deus por todos os meios e com todos os meios e... abrir as mãos para receber
TUDO por acréscimo; porque é o Patrão que melhor paga, o único que está atento
a tuas menores necessidades!
Irmão, irmã, obrigada por me haveres
permitido cumprir com a missão que me foi confiada: fazer chegar estas páginas
até ti. Na próxima vez que assistires à Santa Missa, vive-a. Sei que o Senhor
cumprirá contigo a promessa de que “Nunca mais tua Missa voltará a ser como
antes”; e, quando O receberes: Ama-O!
Experimenta a doçura de te sentir
repousando entre as dobras de Seu lado aberto por ti, para deixar-te Sua Igreja
e Sua Mãe, para te abrir as portas da Casa de Seu Pai, para que sejas capaz de
comprovar Seu Amor Misericordioso através deste testemunho e trates de
corresponder a ele com teu pequeno amor.