VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA...


 FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA (Mt 2,13-15.19-23)(30/12/22)


Caríssimos, toda família tem um começo e uma história que não termina, pois continua nos filhos com novas famílias e novas histórias. Com a Sagrada Família não acontece de igual modo, porque ela representa a Família Divina, em que Deus é o Pai e Maria é a Mãe do Filho de Deus e nossa Mãe por adoção conforme vemos aos pés da cruz no calvário. (cf. Jo 19,27). E são José, escolhido como pai adotivo de Jesus, e protetor da Sagrada Família. 

Vejamos o exemplo da Sagrada Família: Maria cuida do seu Filho recém nascido com o máximo amor e carinho que uma mãe pode dar, pois tem consciência que Ele é Deus conosco. José se mantém na escuta de Deus e por meio de sonhos, ouve o que o anjo lhe diz, e obedece em tudo sem duvidar. Quanto a Jesus sente-se amado e cuidado com todo zelo que brota do coração de Maria e José.

De fato, a nossa história de vida é um chamado de Deus e uma resposta que lhe damos a cada momento que vivemos neste mundo, e quando pomos em prática a Sua Palavra, é Ele mesmo quem nos conduz pela graça do Espírito Santo, fazendo-nos cumprir a Sua Santa Vontade, como o fez com a Sagrada Família, livrando-a de todos os perigos.

No Evangelho de hoje a Sagrada Família "foge de um rei maléfico, cego pelo ódio e pela vaidade. Assim a família de Nazaré é a imagem de cada família santa que vive em meio ao pecado deste mundo: é uma família perseguida! Cada família que quer viver o plano de Deus deve preparar-se para sofrer, estar pronta para a perseguição porque a honestidade e a fidelidade aborrecem os desonestos e os infiéis.

A retidão de coração nunca foi fácil. Mas o sacrifício faz crescer a virtude e oferece novos espaços para a caridade: é por isso que é uma bênção! A família de Nazaré está toda reunida em torno do seu Filho e vive o seu amor pelo Filho como um serviço à sua vocação. Maria e José assistem maravilhados enquanto os vários acontecimentos da vida de Jesus revelam cada vez mais claramente o plano de Deus para Ele. 

E com o coração aberto e dócil, reúnem todos os espaços de luz que Deus lhes oferece para os fazer compreender a vocação do seu Filho: e colocam-se ao serviço da vontade de Deus. Esta é a tarefa de cada pai, cuidadoso em saber captar na vida dos seus filhos todos os sinais que revelam a tarefa do bem que lhes foi atribuída por Deus: guiá-los, educá-los, amar as características da sua personalidade e amadurecê-los para um serviço de amor entre os seus irmãos e irmãs. É uma missão maravilhosa, exigente e indispensável!" (Cardeal Ângelo Comastri).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

FESTA DE SÃO JOÃO EVANGELISTA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,2-8)(27/12/22)


Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa de São João Evangelista. "João era discípulo de Jesus, aquele que Jesus amava e que esteve com ele até a morte na cruz. Era o mais jovem dos apóstolos, pescador e a tradição delega a ele o texto do quarto evangelho, três cartas e o livro do Apocalipse.

Nos Atos dos Apóstolos, ele aparece sempre com São Pedro. Após Pentecostes João ficou pregando em Jerusalém. Participou do Concílio de Jerusalém, depois com Pedro se transferiu para a Samaria. Mas logo foi viver em Éfeso, para onde teria levado também a mãe de Jesus. Nesta cidade organizou comunidades e foi perseguido.

João morreu e foi sepultado em Éfeso. Tinha aproximadamente noventa anos de idade, após muito sofrimento por todas as perseguições que sofreu durante sua vida por pregar a Palavra de Deus." (Liturgia das horas).

Com efeito, a experiência da convivência de João com o Senhor Jesus é tão marcante em sua vida que no início da sua Primeira Carta escreveu: "Caríssimos, o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida, 

– de fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós – isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa."

Decerto, a Santa Amizade entre Deus e o ser humano, representada pela convivência de Cristo com o seu discípulo amado, nos faz sentir-nos amados de igual modo, pois é algo tão cândido que nos leva a desejar esse santo afeto, dádiva do Espírito Santo às almas puras. João viveu essa experiência tão intensamente que a transpareceu em cada palavra de seus escritos.

Portanto, caríssimos, pelo relato dos Evangelhos, vemos que o Senhor Jesus "ama cada um dos seus discípulos, mas ninguém é amado da mesma forma que os outros. Pelo contrário, cada um é amado e sente-se amado de uma forma única. Assim, ele modula para João uma amizade terna adequada ao seu temperamento sensível e aberto, e faz dele o discípulo amado, representando cada um de nós. (Jo 13,23). 

Com o apóstolo Pedro, um homem mais realista e menos contemplativo do que João, um homem de súbitas explosões e de generosidade quase selvagem, Jesus age de forma decisiva, tal como convém ao temperamento de Pedro. De fato, o Senhor Jesus é um amigo único, aquele que ninguém pode passar sem a sua amizade." (Pe. Ubaldo Terrinoni).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O SEU NOME É JOÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,57-66)(23/12/22).


Caríssimos, a obra da salvação exige uma Teofania - ação direta de Deus - devido a sua complexidade, pois somente Ele conhece os seres que criou e como livra-los do maligno e sua fúria, uma vez que o mal é a negação do bem que Deus criou somente para bem e não para mudar a sua essência. Ocorre que essa obra salvífica requer a nossa cooperação, pois somos os seus beneficiários diretos e conosco toda a criação. 

Com efeito, essa obra deu início com o seu anúncio (cf. Gn 3,15) depois do pecado dos nossos primeiros pais, passando pela vinda dos Patriarcas, das alianças com o povo do Antigo Testamento, os juízes, profetas, reis, as promessas culminando com a vinda de João Batista que anunciou a chegada do Messias preparando a sua estrada, isto é, o seu Ministério Salvífico.

Decerto, a principal característica desse Plano Salvífico é que ele é gerido pelo próprio Deus como Ele mesmo disse: "Pois eis o que diz o Senhor Javé: vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas." (Ez 3,11). Ou seja, ao enviar o seu Filho como o Messias prometido, tendo em João Batista seu precursor, Deus por meio Dele realiza a sua obra.

Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Emérito, Bento XVI: "Os quatro Evangelhos dão grande destaque à figura de João Batista, como o profeta que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando Jesus de Nazaré como o Messias, o Ungido do Senhor. 

De fato, será o próprio Jesus a falar de João nestes termos: "Ele é aquele de quem está escrito: Eis que diante de ti envio o meu mensageiro para preparar o teu caminho. Em verdade vos digo que não há ninguém maior do que João Batista entre os nascidos de mulher; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele" (Mt 11,10-11). 

Portanto, caríssimos, Deus é o autor da criação e seu único Salvador. Por isso, fiquemos certos de uma coisa: Ele nunca muda a nossa essência ou a intenção com a qual nos criou, sermos santos como Ele é Santo, foi por isso que permitiu o sacrifício cruento do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. 

Destarte, se mesmo assim os homens continuarem negando a sua benevolência e misericórdia, por meio dos pecados que estão cometendo; não haverá mais solução fora do justo juízo de Deus que cairá sobre a humanidade, pois Ele julgará a cada um segundo as suas obras. 

Todavia, como ainda estamos no tempo da sua Divina Misericórdia, resta-nos o arrependimento e a conversão, a Confissão Sacramental e o perdão dos pecados. Sem isso "É horrendo cair nas mãos de Deus vivo." (Hb 10,31).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

O SENHOR FEZ EM MIM MARAVILHAS, SANTO É O SEU NOME...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,46-56)(22/12/22)


Caríssimos, as virtudes eternas são dons do Espírito Santo que nos foram concedidos para melhor servirmos ao nosso Deus e Pai Celestial, pois, como seus filhos e filhas, somos seus servos e servas, e isso é um grande privilégio que nos honra muito. Decerto, bem como canta o salmista: "Servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos!" (Sl 99,1).

Com efeito, na primeira leitura vemos o episódio de Ana que era tida como estéril e humilhada por isso, pois para a sociedade de então era símbolo de maldição; no entanto, ela se entregou a Deus em oração, e abençoada por Ele concebeu um filho, o consagrou totalmente ao seu serviço no Templo o que fez dele um Profeta e juiz do seu povo; trata-se do grande Samuel.

No Evangelho de hoje Maria canta um hino de louvor a Deus por lhe ter concedido a graça de gerar o Messias prometido ao seu povo, o qual foi revelado pelo Anjo Gabriel como Filho de Deus e Salvador da humanidade. E Maria se apresenta como a serva do Senhor, aquela que humildemente faz a sua vontade, por isso, todas as gerações lhe proclamarão bem aventurada, porque grandes coisas fez por ela o Senhor cujo nome é Santo.

São Beda, monge beneditino e doutor da Igreja (Séc. VIII), cometando este canto escreveu: "E Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador». O Senhor me engrandeceu, diz ela, com um dom tão grande e tão inaudito que é impossível explicá-lo com palavras humanas, e dificilmente o poderá compreender o sentimento mais íntimo do coração. Por isso entrego-me com todas as forças da minha alma ao louvor e à ação de graças.

«O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, santo é o seu nome». De fato, só aquele em quem o Senhor realiza obras grandiosas pode proclamar dignamente a sua grandeza e exortar os que participam da mesma promessa e dos mesmos sentimentos: «Engrandecei comigo ao Senhor; exaltemos juntos o seu nome» (Sl 34,4).

«Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia». Com admirável propriedade, o cântico chama a Israel servo do Senhor, isto é, obediente e humilde, a quem o Senhor acolheu para o salvar, segundo as palavras do profeta Oseias: «Quando Israel era ainda criança, eu o amei» (11,1). Quem não quer humilhar-se não pode ser salvo, mas «quem se fizer como uma criança será o maior no Reino dos Céus» (Mt 18,4)."

Portanto, caríssimos, servir a Deus humildemente é reconhce-lo, é ama-lo com todo o nosso coração e dedicar toda a nossa vida a Ele, como o fez nossa Mãe, Maria Santíssima, que nunca mediu esforço para que a Palavra e a Vontade do seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, chegasse aos confins da terra como chegou.

Destarte, cantemos com nossa Mãe amada os acordes de seu canto que são os mais belos que já existiu no tempo e na eternidade: "A minha alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus meu Salvador. Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome." Decerto, essas suas palavras proféticas ecoam por toda a eternidade glorificando o Senhor por tudo o que Ele fez em nosso favor. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

CRER PARA VER ACONTECER A VONTADE DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,5-25)(19/12/22)


Caríssimos, é vontade de Deus que sejamos salvos, mas precisamos cooperar com Ele para que a salvação aconteça tal qual Ele determinou em seu desígnio de amor. O certo é que Ele sempre nos dará sinais de que está conosco conduzindo-nos por meios dos seus escolhidos que claramente nos revelam a sua Santa Vontade para que nós a façamos.

Com efeito, é inevitável perguntarmos: o que acontece com os milhões de pessoas pessoas que nascem e morrem todos os dias de geração em geração? Na verdade a resposta somente Deus conhece, no entanto, se trilharmos o Seu caminho seguindo fielmente o seu Filho, Nosso Jesus Cristo, no seio da sua Santa Igreja, então, trazemos essa resposta impressa em nossas almas por conta da graça da fé que nos foi dada no batismo.

Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Francisco: "É evidente o contraste entre Maria, que tinha fé, e Zacarias, o marido de Isabel, que tinha duvidado, e não tinha acreditado na promessa do anjo, e por isso permaneceu mudo até ao nascimento de João. Este episódio ajuda-nos a ler o mistério do encontro do homem com Deus, sob uma luz muito especial. Um encontro que não está sob a bandeira de prodígios espantosos, mas sim sob a bandeira da fé e da caridade. 

Maria, de fato, é abençoada porque acreditou: o encontro com Deus é fruto da fé. Zacarias, por outro lado, que duvidara e não acreditara, permaneceu surdo e mudo. Para crescer na fé durante o longo silêncio. De fato, sem fé permanecemos inevitavelmente surdos à voz consoladora de Deus; e continuamos incapazes de proferir palavras de consolo e esperança para os nossos irmãos e irmãs. 

E vemos isso todos os dias: pessoas que não têm fé, ou muito pouca fé, quando têm de se aproximar de uma pessoa que está sofrendo, dizem-lhe palavras, mas não conseguem chegar ao seu coração porque não têm força. Não têm força porque não tem fé, e se não tem fé, as palavras não chegam ao coração dos outros.

Que a Virgem Maria nos obtenha a graça de viver um Natal extrovertido, e não disperso: extrovertido, porque no centro não está o nosso "eu", mas Jesus e os nossos irmãos e irmãs, especialmente aqueles que precisam de uma mão. Então deixemos espaço para o Amor que, ainda hoje, quer tornar-se carne e vir habitar entre nós." (Papa Francisco - Angelus, 23/12/18).

Portanto, caríssimos, tudo em Deus é sempre novo, porque é eterno, por isso, com Ele e para Ele a nossa fé católica é sempre nova e sempre tende a crescer, isto porque não confiamos em nós mesmos, mas no seu infinito amor paternal que cuida dos seus filhos e filhas que Nele confiam e se deixam conduzir por seu Filho Jesus, como o fez a Virgem Mãe e todos os que a seguiram no caminho da fé.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 18 de dezembro de 2022

Homilia do 4Dom do Tempo do Advento...


 Homilia do 4°Dom do Advento (Mt 1,18-24)(18/12/22)


Caríssimos, mesmo tendo recebido o batismo, fazermos parte do povo de Deus e procurar viver segundo a Sua vontade, ainda assim precisamos das evidências da sua presença e proteção, e isso devido à nossa fragilidade por confiarmos em nós mesmos e não no seu divino poder como deveríamos. 

Com efeito, esta liturgia do quarto Domingo do Advento nos ensina o quanto precisamos de conversão, de purificação da nossa fé e da entrega total da nossa vida nas mãos de Deus, porque somente assim nos sentiremos seguros e protegidos caso lhe obedeçamos em tudo o que nos ensina, como vimos acontecer com Maria e José. 

O relato do nascimento de Jesus segundo Mateus tem como base a Profecia de Isaías: "Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel." (Is 7,13-14).

Decerto, o Senhor age sempre com simplicidade sem estardalhaço ou chamando a atenção, porque é Deus, de tal modo que somente pela fé podemos ler e compreender os seus sinais, por meio do seu estilo humilde de se revelar e nos dar a conhecer a sua vontade para a nossa salvação.

No Evangelho de hoje, Maria, a pobre serva do Senhor, recebe a revelação de ser a escolhida de Deus, diz o seu sim a Ele, e assim concebeu o Seu Filho pela a ação do Espírito Santo, mesmo estando noiva de José a quem estava prometida em casamento, porém, sem lhe revelar o que havia acontecido. "No entanto, Deus intervém. Em sonho, um anjo convida José a não ter medo de tomar Maria como sua esposa, porque o que nasce nela é obra do Espírito Santo. 

Assim que José desperta do seu sono misterioso, obedece imediatamente. A prontidão com que ele responde à Palavra de Deus é impressionante. Ele aceita a novidade do plano de Deus e com simplicidade e generosidade responde com a sua vida. Decerto, José, um homem justo, com uma fé sempre obediente, dá lugar à vontade de Deus mesmo que ele não a possa ainda compreender plenamente. 

Portanto, caríssimos, "José é um exemplo para cada um de nós de confiar na Palavra de Deus, não temer, não ter medo de a pôr em prática, de saber sonhar. Quando sonhamos sozinhos, vivemos em ilusões; quando sonhamos em Deus, com Ele e para Ele, começamos uma nova realidade", uma nova história. (Mons Angelo Spina).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 17 de dezembro de 2022

NA VIDA COTIDIANA ESCUTAR DEUS É O FUNDAMENTO DO BEM VIVER...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,1-17)(17/12/22)


Caríssimos, o nosso Deus que nos criou por amor sempre manteve seu propósito de amor para conosco, ou seja, nunca nos abandonar mesmo quando pecamos, e isso Ele mantém até o fim dos nossos dias neste mundo. Porém, precisamos cooperar com Ele para a nossa salvação, como nos ensina o livro de Sabedoria:

"Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal." (Sb 1,13-15).

Na primeira leitura "Jacó chamou seus filhos e disse: “Juntai-vos e ouvi, filhos de Jacó, ouvi Israel, vosso pai!" (Gn 49,2). De fato, "Deus deseja reunir-nos sob o Seu manto para que não nos sintamos perdidos como ovelhas sem pastor, como nômades sem destino. Porém, para nos deixarmos acolher sob os Seus cuidados devemos encontrar tempo para rezar, para alimentar as nossas almas e para nos esforçarmos por fazer o bem, saindo de nós mesmos.

Mas há também outro aspecto que nos ajuda a sentir-nos sob o manto de Deus que é acolher, ouvir, meditar e viver a Palavra que Ele nos fala todos os dias. É como se todos os dias Ele nos chamasse e dissesse: Tenho algo a dizer-vos: Vem ter comigo.

Em vez disso, muitas vezes, vamos para o outro lado, ignoramo-Lo, enquanto precisamos realmente pensar que as leituras que a Igreja nos oferece diariamente na liturgia, por exemplo, é Deus que nos reúne, e nos chama a Si, como um avô que reúne os seus netos para contar alguma história que os possa ensinar algo para toda a vida." (Pe. Paulo Quattrone).

Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Emérito, Bento XVI: "Nesta genealogia, para além de Maria, são mencionadas quatro mulheres. Não são Sara, Rebecca, Lia, Rachel, ou seja, as grandes figuras da história de Israel. Paradoxalmente, ao invés, são quatro mulheres pagãs: Raab, Rute, Betsabéia, Tamar, que aparentemente 'perturbam' a pureza de uma genealogia. 

Mas nestas mulheres pagãs, que aparecem em pontos decisivos da história da salvação, resplandece o mistério da igreja dos pagãos, a universalidade da salvação. São mulheres pagãs em quem o futuro, a universalidade da salvação, aparece. 

São também mulheres pecadoras, e por isso o mistério da graça também aparece nelas: não são as nossas obras que redimem o mundo, mas é o Senhor que nos dá a verdadeira vida. São mulheres pecadoras, sim, em quem aparece a grandeza da graça de que todos nós precisamos. 

No entanto, estas mulheres revelam uma resposta exemplar à fidelidade de Deus, mostrando fé no Deus de Israel. E assim vemos a igreja dos gentios, um mistério de graça, a fé como um dom e um caminho para a comunhão com Deus.

A genealogia de Mateus, portanto, não é simplesmente a lista de gerações: é a história realizada principalmente por Deus, mas com a resposta da humanidade. É uma genealogia da graça e da fé: é precisamente na fidelidade absoluta de Deus e na fé sólida destas mulheres que repousa a continuação da promessa feita a Israel." (Bento XVI - Santa Missa por ocasião da Carta. Spidlík, 17/12/09).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

JOÃO BATISTA É UMA LÂMPADA QUE APONTA PARA A LUZ DE CRISTO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,33-36)(16/12/22)


Caríssimos, a linguagem de Cristo revela quem é Deus, como Ele age sempre em nosso favor e para a nossa salvação. Porém, se faz necessário que o escutemos para Nele permanecermos e darmos frutos de penitência e conversão; caso contrário, não veremos a Sua Face e nem viveremos no para sempre da Sua Glória Eterna.

O povo preparado por Deus para receber o seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, inúmeras vezes foi visitado por Ele por meio dos Profetas que os chamava à conversão, muitas vezes, porém, não lhes davam ouvidos e continuavam no pecado e na dureza de coração; apesar de tal fechamento em si mesmos, Deus jamais deixou de os amar e perdoar os muitos pecados que cometiam.

Desse modo, enviou o Seu Filho esperando que eles o recebessem como o Messias prometido, no entanto, como vimos, eles não só o rejeitaram, mas também o crucificaram sem Ele ter culpa alguma, todavia, em resposta a tão grande crueldade, Deus ressuscitou seu Filho amado, dando-nos por Ele o perdão dos nossos pecados e a salvação.

No Evangelho de hoje o Senhor "Jesus disse aos judeus: “Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação. João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz.

Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou”. (Jo 5,33-36). Ou seja, o Senhor Jesus revelou-se como Messias por meio das obras que realizou; ora, tais obras é impossível aos homens realiza-las sem o auxílio da sua graça, e até hoje é assim.

Portanto, caríssimos, preparemo-nos, pois, como disse são João Batista: "O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. 

Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, queimá-las-á num fogo inextinguível." (Mt 3,10-12).

Destarte, "este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.
Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus." (Jo 3,19-21).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

SER PEQUENO PARA SER GRANDE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,24-30)(15/12/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, na primeira leitura nós ouvimos da boca de Deus a promessa que tanto nos alegra e inflama a nossa esperança e a nossa fé: "Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor." (Is 54,10).

De fato, precisamos ouvir essas palavras e esperar confiantes que elas se cumpram em nossa vida com a vinda do Senhor Jesus Cristo, o ungido de Deus que nos salva de todos os males que ainda nos aflige neste mundo, mas, por pouco tempo, pois Ele tem pressa e não quer que se perca nenhum daqueles que o Pai lhe deu.

No Evangelho de hoje o Senhor "Jesus começou a falar sobre João às multidões: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que se vestem com roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. 

Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e alguém que é mais do que um profeta. Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele." Ou seja, a partir da grandeza de João e da nossa pequenez, o Senhor Jesus revela quão grande seremos na vida eterna.

Por isso, perguntamos: em que consiste a grandeza de João Batista? Em ser fiel à sua missão de Precursor do Messias, ou seja, aquele que o torna conhecido como Salvador da humanidade, como proclamou Zacarias em seu cântico profético: "E tu, menino, serás chamado Profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor e lhe prepararás o caminho,
para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados." (Lc 1,76-77).

Portanto, caríssimos, "cada um de nós é chamado a preparar o caminho para o Senhor Jesus, e preparar os corações para recebe-lo. O discípulo, de fato, não vive para falar de si próprio e dos seus atos, nem para afirmar as suas próprias ideias ou convicções. A vida inteira do discípulo é estar a serviço do Evangelho. Ele trabalha para que o Evangelho chegue aos confins da terra, toque o coração das pessoas e estas se convertam a Deus. 

Os discípulos e as comunidades cristãs têm como missão apontar para Jesus e a dizer ao mundo: "Eis o Cordeiro de Deus". É necessário dizer isto com palavras e com o testemunho de vida, tal como João Batista fez com Jesus." (Mons Angelo Spina).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

A NOSSA SALVAÇÃO VEM DO SENHOR QUE FEZ O CÉU E A TERRA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,19-23)(14/12/22)


Caríssimos, "assim como existe um só Deus, existe um só Ungido (Messias) capaz de obter a salvação para os homens. A pergunta feita a Jesus pelos discípulos do Batista, "sois vós aquele que está para vir", parece ecoar a passagem de Isaías, onde o Senhor diz: "Eu sou o Senhor, não há outro". A resposta de Jesus aos discípulos enviados a Ele pelo Batista é: mostrar o que está a acontecendo à sua volta, pois essa é a resposta suficiente sobre a Sua identidade. 

Isaías refere-se à singularidade de Deus e à salvação que só Ele é capaz de dar. Para o profeta, é uma salvação cósmica, ou seja, a criação dos céus, a disposição da terra e, em geral, a ordem do mundo, concebida pelo Criador de uma forma adequada à vida das criaturas e, em particular, do homem; é também, inseparavelmente, uma salvação destinada à humanidade numa dimensão além da sobrevivência natural. 

A singularidade de Deus está assim ligada à singularidade da salvação, que não pode ser encontrada fora Dele, ou noutras promessas de redenção vindas de baixo. Isaías alude à descida da justiça do céu, que é precisamente a imagem de um dom que Deus dá ao mundo, e que será personificado no nascimento humano do Seu Filho. Assim, a salvação do homem vem de cima e não de baixo. 

A passagem do Evangelho de Lucas concentra-se, mais uma vez, na figura central do tempo do Advento, que é João Batista, sobre quem Jesus faz algumas afirmações importantes. De fato, João apresenta-se como o prelúdio, como o anúncio do iminente cumprimento das antigas promessas. 

Com efeito, quando notamos que nas nossas vidas não sabemos o que nos espera, é porque perdemos a capacidade de olharmos com coragem para além dos nossos limites. No entanto, quando pomos a nossa confiança no Senhor Jesus, saboreamos os frutos da nossa missão apostólica como João experimentou.

O Senhor não tem limites quando se trata de cumprir a Sua missão: de fato, os cegos recuperam a visão, os coxos andam. Então, perguntemos: em quem pomos a nossa esperança e felicidade? Uma vez que a esperança está intimamente ligada à felicidade interior, o cristão deve viver como qualquer outra pessoa, mas sempre com os seus olhos fixos em Jesus, que nunca nos abandona. 

Um cristão não pode viver a sua vida à margem de Jesus e do Seu Evangelho. Centremos, portanto, o nosso olhar n'Ele, que pode fazer tudo, e não coloquemos limites na nossa esperança. De fato, Nele encontramos muito mais do que podemos ousar ou pedir. A Igreja propõe este tempo de Advento porque quer que cada crente reafirme em Jesus a virtude da esperança na sua própria vida.

Muitas vezes perdemo-la porque confiamos demasiado nas nossas próprias forças e não queremos reconhecer que estamos doentes, necessitados da mão curadora de Jesus. Mas assim deve ser, e como Ele nos conhece e sabe que somos todos feitos da mesma matéria, Ele oferece-nos a Sua mão salvadora. 

A esperança cristã é mantida viva na noite da alma se ela procura persistentemente Jesus e se aceita a cruz. Então, o próprio Jesus dar-nos-á a recompensa numa alegria divina, que dá pleno significado à tristeza, e transforma-a numa oferta frutuosa para o bem do mundo. 

Portanto, caríssimos, agradeçamos ao Senhor Jesus, por nos ter tirado da lama do pecado e ter enchido o nosso coração da esperança da vida eterna." (Frei Salvador - Cicilia - Itália).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

SANTA LUZIA ROGAI POR NÓS...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 21,28-32)(13/12/22)

Caríssimos, são duas as virtudes que Adão e Eva não usaram no paraíso e por isso não foram fiéis a Deus no início de sua missão, as virtudes da obediência e da humildade. Pois, com essas virtudes poderiam derrotar o inimigo de nossas almas, como o Senhor Jesus o derrotou ao fazer-se homem no seio virginal de Maria, e obedecer humildemente ao Pai até a morte e morte de cruz.

Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Emérito, Bento XVI: No Evangelho fala-se de dois filhos, atrás dos quais, no entanto, está, de uma forma misteriosa, um terceiro. O primeiro filho diz ao pai que sim, mas não faz o que lhe foi ordenado. O segundo filho diz 'não', mas depois faz a vontade do seu pai. O terceiro filho diz "sim" e também faz o que lhe é ordenado. 

Este terceiro filho é o Filho único de Deus, Jesus Cristo [que] ao entrar no mundo, disse: "Eis que venho, ó Deus, para fazer a Tua vontade" (Heb 10,7). Ele não disse apenas este 'sim', mas cumpriu-o e o sofreu até à morte.

 "Embora Ele estivesse na condição de Deus, Ele não considerou um privilégio ser como Deus, mas esvaziou-se a si mesmo assumindo a condição de servo, tornando-se como os homens. E ao ser reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais tornando-se obediente até à morte e morte na cruz" (Fil 2,6-8). 

Em humildade e obediência, Jesus fez a vontade do Pai, morreu na cruz pelos seus irmãos e irmãs - por nós - e redimiu-nos do nosso orgulho e teimosia. Agradeçamos-lhe pelo seu sacrifício, dobremos os joelhos perante o seu Nome, e proclamemos juntamente com os discípulos da primeira geração: "Jesus Cristo é o Senhor - para glória de Deus Pai" (Fil 2,10). (Bento XVI - Santa Missa em Friburgo, 25/09/11).

Portanto, caríssimos, tudo o que Deus nos pede é que lhe obedeçamos e sejamos fiéis como o seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que ao obedecer-lhe, venceu a nossa desobediência e orgulho, e nos concedeu o que havíamos perdido nos nossos primeiros pais, para assim vencermos o terrível inimigo de nossas almas.

Destarte, rezemos confiantes esta oração da liturgia de hoje: "Ó Deus, que a intercessão da gloriosa virgem santa Luzia aumente o nosso fervor, para que possamos celebrar o seu martírio e contemplar, um dia, a sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
 

domingo, 11 de dezembro de 2022

Homilia do 3 °Dom do Advento...


 Homilia do 3°Dom do Advento (Mt 11,2-11)(11/12/22)


Caríssimos, a liturgia deste 3°Dom do Advento, nos mostra o quanto precisamos permanecer no Senhor Jesus para fazermos as mesmas obras que Ele faz, como Ele mesmo disse: "Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai.

E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei." (Jo 14,12-14). Ou seja, as obras são feitas por Jesus, mas nós as pedimos por meio da oração, em razão da fé no seu divino poder.

O Evangelho de hoje começa sua narrativa dizendo: "João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, para lhe perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?” 

Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” (Mt 11,2-11). 

Com isso, compreendemos que não basta dizer palavras sem que elas se cumpram, pois seriam palavras ditas ao vento, por isso, disse Santo Antônio de Pádua: "Cessem as palavras, falem as obras." Também são Tiago nos ensina isso: "Assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta." (Tg 2,26).

Mas, o que nos falta para fazermos as obras da salvação que recebemos do Senhor Jesus como missão? Realmente falta muito, começando pela coerência de vida, ou seja, será que a nosso viver é realmente uma expressão da Palavra viva de Deus? Só em pensar o quanto estamos distantes dessa correspondência temos uma enorme sensação de impotência.

Portanto, caríssimos, a vivência do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, é uma antecipação do que os redimidos vivem no Reino de Deus. Decerto, como seria bom suportarmos as tribulações desta vida com a consciência limpa pela missão cumprida como são João Batista as suportou. 

Destarte, nesta frase que o Senhor Jesus disse: "Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” Se encontra a essência do seu seguimento, pois significa a nossa correspodência ao seu chamado como suas autênticas testemunhas por Palavras e por obras.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 10 de dezembro de 2022

SEGUIR O SENHOR JESUS, A EXEMPLO DOS SANTOS E SANTAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 17,10-13)(10/12/22). 


Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem! Sejam bem-vindos e bem-vindas à nossa meditação diária. Olhando o exemplo de vida dos santos e santas que seguiram nosso Senhor Jesus Cristo, vemos algo em comum entre eles: a renúncia da própria vontade, dos apego às coisas deste mundo e a disponibilidade para segui-lo em qualquer situação da vida, com um único objetivo: ser santos como Ele é Santo. 

Mas, como alcançar essa graça? Permanecendo fiéis à sua Santa Palavra e ao mandamento do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. É isso o que nos mostra esta lirugia de hoje, a começar pelo exemplo do Profeta Elias na primeira leitura, por cuja vida impecável realizou milagres e prodígios confirmando a autenticidade da fé no Deus Altíssimo, por quem foi arrebatado ao céu.

 Comentando o Evangelho de hoje, disse O Papa Emérito, Bento XVI: "Ao anunciar aos seus discípulos que terá de sofrer, ser morto antes de ressuscitar, Jesus quer que eles compreendam quem Ele realmente é. Um Messias sofredor, um Messias Servo, e não um todo-poderoso libertador político. Ele é o Servo obediente à vontade do seu Pai até ao ponto de perder a própria vida. Assim, Jesus vai contra o que muitos esperavam dele. A sua afirmação é chocante e desconcertante. 

Seguir Jesus é tomar a sua cruz para o acompanhar no seu caminho, um caminho desconfortável que não é o caminho do poder ou da glória terrena, mas o caminho que leva necessariamente a renunciar a si próprio, a perder a própria vida por Cristo e pelo Evangelho, a fim de a salvar. Pois estamos certos de que este caminho conduz à ressurreição, à vida verdadeira e definitiva com Deus. 

Decidir acompanhar Jesus Cristo que se tornou o Servo de todos exige uma intimidade cada vez maior com Ele, escutando atentamente a Sua Palavra para dela extrair a inspiração para as nossas ações." (Bento XVI - Santa Missa em Beirute, 16/09/12).

Portanto, caríssimos, seguir a Cristo, como seus verdadeiros discípulos, é viver a obediência incondicional à vontade de Deus como vimos no seu exemplo de todos os santos e santas, principalmente de Maria Santíssima e são José, seu castíssimo esposo. 

Destarte, escutemos atentamente esta exortação do Senhor: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á." (Mt 16,24-25).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

O SENHOR É O MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,12-14)(06/12/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, neste mundo inseguro por conta dos pecados nele praticados; e pela falta da prática das virtudes eternas o que fazer para vencer a insegurança e o medo de perder tudo até mesmo a própria vida? 

A única resposta que nos conforta é nos depositar nas mãos de Deus que nos enviou o seu Filho, nosso Senhor Jesus, como Pastor de nossas almas, aquele que nos dar a vida eterna.
Meditemos com amor e atenção o Pequeno Sermão de hoje. 

Caríssimos, existe em nós uma necessidade de nos mantermos seguros, tranquilos sem nos atormentar em nossos pensamentos, mas isso só é possível quando, por meio da fé, nos sentimos protegidos pelo nosso bom Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo, quais ovelhas que somos do seu rebanho.

Decerto, sem a sua presença e proteção nos sentimos com que perdidos, sem rumo, mergulhados nos labirintos deste mundo tenebroso. De fato, por mais que tenhamos sob o nosso comando tudo o que diz respeito a nossa existência nem assim nos sentimos totalmente seguros; visto que tem sempre algo previsível ou imprevísivel que tenta nos atormentar.

No Evangelho de hoje "disse Jesus a seus discípulos: Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos."

De fato, quando o Senhor Jesus fala em se perder, significa perder do estado de graça, isto é, viver sem a sua presença em nossa vida, porque Ele é a única Fonte de segurança que temos; fora Dele ninguém neste mundo se sente seguro por si mesmo, porque à medida que o tempo passa temos consciência que perderemos tudo, menos o amor e o bem que Deus nos deu a praticar, e esse é o nosso maior tesouro.

Portanto, caríssimos, ser encontrados pelo Senhor Jesus quais ovelhas perdidas do seu rebanho, significa conversão, mudança dos parâmetros que dirige nossa vida; significa deixar-nos conduzir pela sua Palavra que nos aponta o caminho da verdade que nos conduz ao Reino dos Céus, que é Ele mesmo. (cf. Jo 14,6).

Destarte, ser ovelha do rebanho do Senhor Jesus, é ouvir a sua voz que é inconfundível e seguir os seus passos sem jamais duvidar, isto é, sem dar espaço para as vozes das tentações e do inimigo de nossas almas. Em suma, é fazer silêncio interior para ouvir a voz do Senhor. 

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu llhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um." (Jo 10,27-30).

Amados irmãos e amadas irmãs, assim seja a nossa conduzida por nosso Bom Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo, como nos ensinou o rei Davi: "O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome." (Sl 22,1-3).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

IMEDIATAMENTE DEIXARAM TUDO E O SEGUIRAM...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 4,18-22)(30/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, a Igreja hoje celebra a Festa do Apóstolo Santo André, "nascido em Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Batista; seguiu a Cristo e levou à presença deste Pedro. 

Junto com Filipe, apresentou a Cristo os pagãos e indicou o rapaz que levava pães e peixes. Narra-se que, depois de Pentecostes, pregou o Evangelho em muitas regiões e foi crucificado na Acaia." (Liturgia das Horas).

Caríssimos, muito temos ouvido falar de vocação em geral, pois, não estamos neste mundo por acaso ou simplesmente existimos por existir. Não podemos esquecer que a nossa existência é um chamado de Deus não somente à vida natural, mas também à vida eterna, por isso mesmo, todos temos uma resposta a ser dada e uma missão a se cumprir.

Com efeito, a nossa resposta ao seu chamado deve ser dada diariamente com amor e fidelidade, entregando-nos totalmente ao seus desígnios a nosso respeito a fim de cumprirmos a nossa missão. Mas, qual é a missão? A mesma dos primeiros discípulos, anunciar a Cristo, o Reino de Deus e a sua justiça que se cumprirá na íntegra quando da sua segunda vinda.

No Evangelho de hoje "quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram." (Mt 14,18-19). 

De fato, aparentemente é um chamado comum, mas, porque vem de Deus, é um chamado eterno. Decerto, o Senhor Jesus poderia ter chamado religiosos versados nas Escrituras, ou então homens dotados de conhecimentos filosóficos com capacidades intelectuais para divulgar mais facilmente os seus ensinamentos. 

No entanto, Ele escolheu pescadores, homens pobres que pouco conheciam das habilidades da comunicação. Com isso, nos ensina que a obra da salvação eterna dos homens pertence somente a Deus, e Ele mesmo capacita os seus escolhidos com os dons do Espírito Santo e as graças necessárias para realizar os seus desígnios de amor em favor de todos.

Portanto, caríssimos, "ainda hoje o Senhor volta ao mar dos nossos dias enquanto cada um de nós, no seu estado particular de vida, se dobra para refazer as redes, curvados sobre as dores e fadigas de cada dia, e de repente ouvimos o mesmo imperioso convite de então: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”.  

Destarte, assim como os Apóstolos deixaram tudo e imediatamente o seguiram, também nós façamos o mesmo, pois, quando Deus entra em nossa vida, não devemos faze-lo esperar. Nem temos que medir nossas habilidades. Se é Ele quem chama, será Ele quem nos tornará capazes de responder ao seu chamado." (Mons Angelo Spina)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

VER A DEUS FACE A FACE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,21-24)(29/11/22)


Caríssimos, vivemos em meio ao mistério da criança vinda das mãos de Deus para o nosso bem e o louvor de sua glória. Decerto, não conhecemos ainda os detalhes do viver eterno, mas, ao contemplar a imensidão da criação natural e o quanto nos sentimos felizes por tudo de bom que vivemos, logo imaginamos que a felicidade eterna que Deus preparou como herança para os seus filhos e filhas é incomparável.

No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado." Sem dúvida alguma existe em nós um grandíssimo desejo de ver a Deus face a face, e esse desejo se realiza à medida que obedecemos aos seus santos mandamentos.

Com efeito, o Senhor Jesus nos ensina como realizar esse desejo: "Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Ou seja, ver a Deus face a face só é possível mediante o seguimento do seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo.

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "No futuro do mundo e nas esperanças da Igreja há sempre os "pequenos": aqueles que não se consideram melhores do que os outros, que estão conscientes das suas limitações e dos seus pecados, que não querem dominar sobre os outros, que, em Deus Pai, se reconhecem como irmãos e irmãs.

Então, perguntemos: a quem pertence o louvor, a nós ou a Deus? Um texto da liturgia eucarística convida-nos a rezar a Deus desta forma: "Não tendes necessidade do nosso louvor, mas através de um dom do vosso amor chamais-nos a dar-vos graças; os nossos hinos de louvor não aumentam a vossa grandeza, mas obtêm por nós a graça que nos salva". (Missal Romano, Prefácio Comum IV). 

Ao louvar a Deus, somos salvos. A oração de louvor serve-nos. O Catecismo define-a assim: "uma participação na bem-aventurança dos corações puros, que amam a Deus na fé antes de o verem na glória" (N.º 2639). Paradoxalmente, deve ser praticada não só quando a vida nos enche de felicidade, mas especialmente em tempos difíceis, em momentos escuros, quando o caminho é uma subida. 

Este é também o momento de louvor, como Jesus que, no momento de escuridão, louva o Pai. Porque aprendemos que através daquela subida, daquele caminho difícil, daqueles degraus desafiantes, vemos um novo panorama, um horizonte mais aberto. Louvar é como respirar oxigénio puro: purifica a nossa alma, faz-nos olhar para a frente, não nos deixa aprisionados no momento difícil e escuro das dificuldades." (Audiência Geral, 13/01/21).

Amados irmãos e amadas irmãs, quem só olha para as dificuldades deixa de enchergar a Deus nos ajudando a supera-las. Por isso, escutemos humildemente o que nos ensina a Carta aos Hebreus: "Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado. 

Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo." (Hb 12,1-3).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

SENHOR, EU NÃO SOU DIGNO DE QUE ENTREIS EM MINHA MORADA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,5-11)(28/11/22)


Caríssimos, examinando a nossa consciência percebemos o quanto somos pecadores e o quanto precisamos da misericórdia de Deus para sermos purificados em todos os sentidos de nossa vida, para assim nos mantermos em estado graça, e não caírmos na tentação do apego às coisas deste mundo, e de julgarmos uns aos outros.

O caminho para a santidade, embora árduo, tem no entanto um objetivo estupendo, pelo qual vale a pena enfrentar qualquer dificuldade e fadiga. Pois, quem nos espera neste caminho ascendente é o próprio Jesus, que é o fim em si mesmo de todos os nossos desejos, porque Nele habita a plenitude da divindade. 

De fato, não há nenhum esforço que possa ser sustentado por muito tempo na ausência de motivações interiores, e estas são representadas pela prontidão de reorientar o nosso viver de acordo com os ensinamentos recebidos do Senhor Jesus que nos leva a uma mudança radical de vida.

O Evangelho de hoje apresenta-nos um profundo ensinamento sobre a fé: é o episódio da cura do servo do centurião. O centurião de Cafarnaum não esquece o seu criado prostrado numa cama, porque o ama. Embora fosse rico e tivesse mais autoridade do que o seu criado, é grato pelos seus anos de serviço e tem um grande apreço por ele. Por isso, movido pelo amor, volta-se para Jesus.

E ao se apresentar a Jesus, ele diz esta belíssima oração: "Senhor, eu não sou digno". Não sou digno, significa humildade, ou seja, reconhece a sua pequenez, a sua fragilidade. E completa: "Basta que digas uma palavra e o meu criado será curado". Eis a fé do centurião, acreditar que Jesus pode fazer tudo com o poder da sua Palavra. Aqui estão então três virtudes que nos prepara para o Natal: amor, fé e humildade. 

O que pensamos quando o Senhor Jesus elogiou a fé do centurião? Humildade. A humildade do centurião foi a porta por onde o Senhor Jesus entrou na sua vida e na vida do seu servo. Decerto, aproximem-nos do Senhor Jesus por meio da virtude da humildade, abrindo o nosso coração para Ele, como o fez o centurião. 

Portanto, caríssimos, esta oração do centurião nós a fazemos em cada missa antes da comunhão: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e eu serei salvo." De fato, essa atitude orante nos faz experimentar a reconciliação, a esperança da salvação e da paz que o Senhor Jesus nos dá.

 Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 27 de novembro de 2022

HOMILIA DO 1°DOM DO TEMPO DO ADVENTO....


 Homilia do 1°Dom do Tempo do Advento (Mt 24,37-44)(27/11/22)


Caríssimos, a palavra que traduz o tempo do Advento se chama: Vigiai. Com efeito, ser vigilante na fé, significa aguardar o nosso Criador que virá pessoalmente nos visitar por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e nos preparar para o momento em que seremos um só com Ele no para sempre da sua glória eterna.

"Deus vem: na vida humana surge um acontecimento que transforma tudo, lança por terra todas as nossas seguranças e os nossos projetos. Repentinamente Ele se aproxima de nós e faz parte da nossa história; reconhce-o presente aquele que tem os olhos abertos, que espera e prepara um mundo novo.

Na espectativa daquele dia é preciso vigiar, ficar preparados, agir com prudência e desapego, mas com determinação, pois no seio da história amadurece o Plano de Deus para a nossa salvação. 

O tempo que se estende entre a vinda de Cristo e a sua manifestação na glória, é reservado à conversão dos homens (cf. At 3,19-21) e ao fortalecimento dos que crêem (cf. Ef 6,13; Rm 8,11), um tempo humano contendo em si o tempo de Deus, nos permitindo viver já na eternidade.

O ritmo da vida atual, cada vez mais agitado, as engrenagens de um sistema que pretende planejar todos os momentos do homem, mesmo o que há de mais privado, reduzem cada vez mais os limites do imprevisto. Tudo deve ser passado pelo computador, classificado, neutralizado, assegurado. 

Mas para o cristão Cristo continua a ser um acontecimento revolucionador: quando irrompe em sua vida, impõe uma mudança radical que quebra e transforma a rotina cotidiana, Cristo não pode ser programado, deve ser esperado; devemos deixar em nossa vida o espaço reservado para sua presença permanente.

A vigilância cristã permite ler em profundidade os fatos para neles descobrir a vinda do Senhor. Exige coração suficientemente missionário para ver essa vinda nos encontros com os outros." (Missal Romano).

Portanto, caríssimos, escutemos atentamente esta exortação de São Paulo: "Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.

Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo." (Rm 13,11-14a).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

COMO SERÁ A PARUSIA?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 21,5-11)(22/11/22)


Caríssimos, a liturgia de hoje é uma exortação escatológica, pois trata do juízo final, que acontecerá como no tempo da colheita em que as sementes maduras estão prontas para serem colhidas. "Saiu do Templo outro anjo, gritando em alta voz para aquele que estava sentado na nuvem: “Lança tua foice, e ceifa. Chegou a hora da colheita. A seara da terra está madura!” (Ap 14,15).

Com efeito, existe um grande desejo por parte dos que crêem para que se cumpra a justiça divina que em nada se compara à nossa justiça. Todavia, precisamos estar preparados, porque o dia de nossa morte é também o dia do nosso juízo pessoal, bem como está escrito na Carta aos Hebreus: "Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo." (Hb 9,27).

No Evangelho de hoje "algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. De fato, no ano 70 depois de Cristo essa sua profecia se cumpriu na íntegra e até hoje do Templo de Jerusalém só resta a lembrança e nada mais.

De igual modo, o mesmo acontecerá com tudo o que vemos sobre a face da terra, como nos revela São Pedro: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. (2Pd 3,10).

E ele acrescenta: "Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados!

Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz." (2Pd 3,11-14).

Destarte, "o momento do juizo não é tanto um dia de vingança, se bem que é também isso, para quem perseverou no mal; mas sim, o dia do amor gratuito, o dia da misericórdia infinita a nós concedida por nosso Irmão, amado e esperado; dia de plena e total justiça feita a nós por Ele que nos conhece bem, por nos ter amado, por ter morrido por nós. 

Deus não pode destruir a justiça, pois criaria outra injustiça; julgar-nos-á, porém, o Amor e julgar-nos-á sobre o amor. O melhor modo para esperar Cristo Juiz é chama-lo e deseja-lo, como faziam os primeiros cristãos: "Vem, Senhor Jesus (Maranatha)". (Missal Romano).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

NÓS SOMOS DA SUA FAMÍLIA DIVINA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(21/11/22)


Caríssimos, o Senhor Jesus é a Fonte inesgotável do amor de Deus Pai, e Ele traduz esse amor por palavras e ações e nos ensina a fazer o mesmo: "Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (Jo 13:34-35)

No Evangelho de hoje: "Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Com efeito, se interpretarmos essas palavras do Senhor Jesus a partir do parentesco meramente humano, corremos o risco de pensar que Ele trata com indiferença a presença de sua mãe e seus irmãos, para dar mais importância aos seus discípulos. Na verdade, Ele nos revela que para além do parentesco natural existe um parentesco divino que nos torna filhos e filhas de Deus, membros da sua família. 

"O ser homano precisa de uma pertença que lhe dê a sua própria identidade, o seu próprio valor. Tudo o define, mas o que é mais decisivo é saber porquê e para quem vivemos; é descobrir que pertencemos Àquele que mergulhou na nossa humanidade ao ponto de partilhar carne e sangue conosco sem ter vergonha de nos chamar de irmãos. Este é o parentesco que nos enobrece imensamente e nos torna imortais. 

No nosso tempo, muitas pessoas são atingidas pelas garras da solidão e da angústia, e se sentem profundamente inseguras. Todavia, 
que remédio é mais eficaz do que este: acreditar e acolher a vontade d'Aquele que nos fala, que é bom e fonte de salvação, e desse modo sermos seus irmãos, irmãs e mães, com a certeza de que Ele está conosco até o fim do mundo?" (Anna Maria Cànopi). 
 
Portanto, caríssimos, vivamos a nossa filiação divina tendo Maria Santíssima como nossa mãe, Deus como nosso Pai celestial e nosso Senhor Jesus Cristo como nosso irmão e Salvador, com a firme convicção de formarmos a sua família divina com todos os anjos e santos que se encontram na sua glória à nossa espera.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 20 de novembro de 2022

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO...


 SOL. JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO (Lc 23,35-43)(20/11/22)


Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Solenidade de Cristo Rei do Universo; de fato, devido à desordem que existe neste mundo, pode até parecer que o Senhor Jesus não reina, mas na verdade o seu reinado é consolidado, como nos ensina são Paulo: "Porque é necessário que Cristo reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés." (1Cor 15,25-26).

Com efeito, existe no mundo as autoridades constituídas para governarem a todos para o bem de todos. Tadavia, se tais governantes não seguem a ordem estabelecida e o propósito constituído pelas leis positivas, isto é, criadas pelos homens com base na lei natural; a isso chamamos usurpação, tirania ou abuso de poder. 

A liturgia de hoje nos mostra que se o poder exercido pelos homens não corresponde às leis de Deus, isso se chama transgressão que leva à perca do estado de graça, ou seja, da comunhão com Deus, e por isso está destinado ao fracasso e ao caos total. Com isso, vemos claramente que existem dois tipos de poderes: o poder do bem; e o poder do mal. 

Decerto, na obra da criação, Deus determinou leis naturais e divinas para que não haja desordem, de modo que, tudo siga o seu propósito de amor e unidade para que as suas criaturas se mantenham em perfeita harmonia entre si. Quando, porém, é quebrada essa unidade, gera-se uma divisão destrutiva que leva à violência e à morte. Ou seja, é o cúmulo do egoísmo e da soberba humana.

No Evangelho de hoje são Lucas nos apresenta Jesus como um rei que se deixa sacrificar como se não tivesse nenhum poder, com isso, nos ensina que o verdadeiro poder nunca gera violência, mas sofre violência, porém, vence sempre, porque é o poder de Deus em ação. 

De fato, esse seu poder se revela nas pessoas puras de coração, mansas e humildes; na bondade e misericórdia com que vivem, e "na caridade até o sacrifício". Ou seja, o poder de Deus vence sempre mesmo que perca aparentemente, como é o caso de Cristo crucificado, e dos seus seguidores mártires que são sacrificados por sua causa e do anúncio do Evangelho para a salvação de todos.

Portanto, caríssimos, o Senhor Jesus nos ensina que nada acontece sem que o nosso Pai celestial o saiba, e que até mesmo os fios de cabelos da nossa cabeça estão todos contados. E finaliza dizendo: "Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino." (Lc 12,32).

Oremos: "Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de novembro de 2022

SERÃO COMO OS ANJOS DE DEUS POR TODA ETERNIDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 20,27-40)(19/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, para nós que somos simples mortais, acreditar na ressurreição dos mortos e na vida eterna é realmente uma grande dádiva dos céus, é puro dom de Deus. De fato, sem essa verdade de nada adiantaria a nossa existência, é como se tudo o que construímos fora em vão.

No entanto, após o nosso batismo ressuscitamos com Cristo e com Ele seguimos para a sua glória imortal, como nos ensina são Paulo: "Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova." (Rm 6,3-4).

No Evangelho de hoje se aproximaram do Senhor Jesus, alguns Saduceus, que não acreditam na ressurreição dos mortos, e fizeram-lhe uma pergunta para o conduzir a uma armadilha. Uma mulher, durante a sua vida, foi casada com sete irmãos: tendo morrido um após o outro, na ressurreição de quem será esposa?

Jesus responde imediatamente com total clareza: "Os filhos deste mundo tomam esposa e marido; mas aqueles que são julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos, não tomam esposa nem marido: pois já não podem morrer, pois são iguais aos anjos, e como são filhos da ressurreição, são filhos de Deus."

Ou seja, a ressurreição é a nova condição, é a eternidade, é o para sempre dos filhos e filhas de Deus que aqui no tempo só conhecemos mediante a fé que professamos. Decerto, essa é uma graça toda especial que nasce da Palavra de Cristo, o Filho de Deus vivo:"Eu sou a ressurreição e a vida.

Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto? Marta respondeu: Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo." (Jo 11,25-27).

Portanto, caríssimos, é essa a nossa grande esperança, que nasce do amor de Deus por nós que nos deu o seu Filho amado para que Nele tenhamos a vida eterna, como Ele nos garantiu: "Não se perturbe o vosso coração. 

Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais." (Jo 14,1-3). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

"HOJE A SALVAÇÃO ENTROU NESTA CASA!"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,1-10)(15/11/22)

Caríssimos, os sofrimentos que vemos neste mundo resulta dos pecados nele cometidos. De fato, os homens estão perdendo o temor de Deus, o senso do sagrado e por isso, têm usado uns aos outros como se não fossem "imagem e semelhança de Deus" e assim estão caíndo no abismo da perdição como nunca visto antes. 

A liturgia de hoje nos mostra que a única solução para se evitar tal perdição em larga escala é a conversão em massa. E qual a probabilidade dessa conversão? Se depender dos homens afundados na lama fétida do pecado, essa probabilidade é praticamente nula, porém, se depender da fé dos buscam o Senhor Jesus, como Zaqueu, aí sim, haverá muitas e muitas conversões.

Na primeira leitura São João evangelista a mandado do Senhor Jesus se dirige às comunidades de Sardes e Laodicéia que se encontram mergulhadas numa prática de fé sem compromisso com a verdade, olhando tão somente para a prosperidade material deixando de lado a prática das virtudes eternas.

Ao responsável da Comunidade de Sardes diz o Senhor: "Conheço a tua conduta. Tens fama de estar vivo, mas estás morto. Acorda! Reaviva o que te resta, e que estava para se apagar! Pois não acho suficiente aos olhos do meu Deus aquilo que estás fazendo. Lembra-te daquilo que tens aprendido e ouvido. Observa-o! Converte-te!" (Ap 3,2-3).

Ao responsável pela Comunidade de Laodicéia diz: "Conheço a tua conduta. Não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca. Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo." (Ap 3,15-16.19-20).

No Evangelho de hoje Zaqueu procura ver Jesus, mesmo sendo considerado pela população um pecador público, muito rico, chefe dos cobradores de impostos. No entanto, enquanto o julgam um grande pecador; ao contrário, o Senhor o chama filho de Abraão capaz de se converter, deixando o apego ao dinheiro para amar o próximo como a si mesmo.

Portanto, caríssimos, sigamos as pegadas do Senhor como as seguiu Zaqueu que o recebeu em sua casa, mas, já como um homem convertido: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. (Lc 19,9-10).

Destarte, Deus nos conhece por dentro e sabe o quanto precisamos da sua divina misericórdia, porque somente mediante o perdão dos nossos pecados é que somos salvos. Evitemos, pois, cair em tentação por uma vida de penitência, oração e a prática das obras de misericórdia como o fez Zaqueu.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

QUE QUERES QUE EU TE FAÇA?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,35-43)(14/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem, sejam bem vindos à nossa meditação diária, o nosso aprendizado da vivência da fé se dá à medida que vemos como agem aqueles que encontram o Senhor Jesus e interagem com Ele, como é o caso do cego de Jericó no Evangelho de hoje.


Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão. 

Caríssimos, no Evangelho de são João, disse o Senhor Jesus: "Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo." (Jo 16,33). De fato, estamos num mundo muito perigoso em todos os sentidos da vida, de modo que o único que nos salva é o Senhor Jesus que por seu sacrifício de cruz venceu o pecado, a morte e o maligno, para nos dar a salvação eterna.

Todavia, precisamos cooperar com Ele, pela obediência à Sua vontade expressa por seus ensinamentos para que venha habitar em nossas almas (cf. Jo 14,23) e assim nos conduzir à santidade sem a qual não podemos ver a Deus (cf. Hb 12,14). É certo que ainda estamos neste vale de lágrimas, mas, somente por um tempo determinado, para em seguida entrarmos na sua glória celeste.

No Evangelho de hoje: "Quando Jesus se aproxima de Jericó, um cego, sentado à beira da estrada a mendigar, pede para ser curado e começa a gritar: 'Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim'. Ele tem de levantar a sua voz para ser ouvido, não só para superar o barulho, mas também a indiferença do povo. A multidão repreende-o, mesmo severamente, obriga-o a manter-se calado.

Mas há uma centelha de amor que se acende, quando Jesus, o Nazareno, passa, e o cego grita novamente: 'Jesus filho de Davi, tem piedade de mim'. Ele reza a Jesus, chamando-o pelo nome. Jesus significa: Deus salva. Nos Atos dos Apóstolos lemos: 'Quem invocar o nome do Senhor será salvo' (At. 2,21); "Em nenhum outro há salvação: pois não há nenhum outro nome sob o céu dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At, 4,12).

A salvação é experimentar em primeira mão o amor gratuito de Deus que nos perdoa. Jesus é a revelação deste amor do Pai. Perante o cego que grita, Jesus pára e ordena que o levem até ele. O diálogo é belo: "O que queres que eu faça por ti? A resposta é imediata: "Senhor, que eu possa ver de novo". Jesus muda a sua vida ao dizer-lhe: "Volta a ter visão! A tua fé te salvou". 

O cego é verdadeiramente a imagem eficaz dos que buscam a Deus: uma vez recuperada a visão, torna-se discípulo, segue Jesus, e louva a Deus. O cego não só vê de novo, como vê na sua vida a novidade que o encontro com Jesus lhe trouxe, e assim segue-o porque Ele é tudo e dá tudo, a vida, e uma nova visão. 

Deus passa frequentemente muito perto de nós: aprendamos a lição do cego de Jericó e clamemos em oração com fé, para que ao passar o Senhor por nós, o percebamos."
(Mons. Angelo Spina).

Amados irmãos e amadas irmãs, "o sofrimento do cego de Jericó atrai o Senhor Jesus imediatamente por entre o barulho da multidão. O sofrimento do Senhor é o maior amor", como Ele mesmo disse: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois os meus amigos se fazeis o que vos mando."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 13 de novembro de 2022

HOMILIA DO 33DOM TEMPO COMUM...


 Homilia do 33°Dom do Tempo Comum (Lc 21,5-19)(13/11/22)


Caríssimos, por mais que digamos que a segunda vinda de Cristo é iminente, dado os acontecimentos adversos e todo tipo de catástrofe natural ou causada pelos homens, nenhum de nós tem essa certeza, pois, o Senhor não nos deu uma data precisa, mas disse apenas que está reservado somente a Deus Pai: "Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai." (Mt 24,36).

Com efeito, vivemos em meio a todo tipo de violência e agressões, e ao que parece a capacidade humana recebida de Deus para fazer o bem, está sendo usada na prática de todo espécie de maldade, é como se a vida não tivesse nenhum sentido de ser; como se tudo o que vivemos se resumisse ao tempo natural que temos e nada mais, é como se para muitos não houvesse a eternidade após a morte.

De fato, "a existência humana é marcada pelo senso de finitude. Às vezes, isso é apresentado como uma catástrofe iminente que causa consternação; mais frequentemente é percebido como um presságio sombrio que já pinta o nascer do sol com as cores do pôr do sol. 

O fim do mundo vai acontecer, mas como e quando não podemos saber. O próprio Jesus não prevê um prazo preciso, mas nos convida a esperar, comprometendo-nos a manter viva a fé, apesar dos muitos obstáculos e provações dolorosas que cada geração de crentes terá que enfrentar. 

O cristão não pode e não deve tornar-se pessimista, porque sabe que precisamente em tais situações de conflito o Reino de Deus vem e se realiza. De Cristo temos o ensinamento e o exemplo incomparável a que nos conformamos, mas sobretudo temos nele a fonte da graça para viver cada situação de prova como evento de salvação. 

Toda a autoridade lhe foi dada sobre o céu e a terra, por isso, se o ouvimos caminhamos para a vida e a alegria. Se as buscamos Nele, já temos um antegozo delas, e na vida eterna, as possuiremos plenamente." (Ir Anna Maria Cànopi).

Portanto, caríssimos, quando o Senhor Jesus vier na sua glória, "Deus concederá ao seu povo a plinitude prometida. Uma promessa de vida tal que nada mais haverá de comum entre o mundo presente e o novo paraíso. Uma nova terra, novos céus. Um coração novo tornará o homem sensível a ação do Espírito Santo." (MR).

Destarte, estamos no tempo da Igreja que é a parte visível do Reino de Deus neste mundo; e quando esse tempo acabar, conforme determinado por Deus Pai, então, o seu Filho Jesus Cristo virá na sua glória com os seus anjos e tudo será consumado de acordo com os seus desígnios, bem como rezamos no creio: "Cristo virá para julgar os vivos e os mortos e o seu Reino não terá fim."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 12 de novembro de 2022

MAS O FILHO DO HOMEM ENCONTRARÁ FÉ QUANDO VOLTAR À TERRA?

 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,1-8)(12/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, "Feliz o homem que conhece a própria fraqueza. Porque esse conhecimento é nele o fundamento, a raiz, o princípio de toda a bondade. Quando um homem se sente desprovido do socorro divino, reza muito. 

E, quanto mais reza, mais o seu coração se torna humilde. Tendo compreendido realmente isto, guarda a oração na sua alma como um tesouro. E, sendo a sua alegria tão grande, faz da oração uma ação de graças. 

Então, guiado por este conhecimento e admirando a graça de Deus, eleva a voz para O louvar e glorificar, exprimindo a sua gratidão nos píncaros do seu maravilhamento." (Isaac, o Sírio (Sec. VII)

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão de hoje.

Caríssimos, no viver nosso de cada dia quase sempre nos deparamos com perguntas e respostas que fazemos ou damos, desse modo, revelamos quem somos e o sentido que damos a nossa existência. Decerto, isso também acontece na prática da fé, que nada mais é do que a nossa convivência com Deus, e é dessa convivência que depende o nosso amor ao próximo como a nós mesmos.

No Evangelho de hoje São Lucas introduzindo a Parábola contada por Jesus sobre uma viúva que pede para um juiz injusto lhe fazer justiça, disse: "Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir." (Lc 18,1). 

Com efeito, nessa Parábola, o Senhor Jesus nos ensina que a oração é o dom do encontro com Deus por excelência, por isso, deve ser acompanhada da perseverança e da fé para obter todas as graças necessárias para nossa salvação. No entanto, no final dessa Parábola Ele faz uma pergunta enigmática: "Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8).

De fato, com o que estamos contrastando na face da terra, é profundamente pertinente essa sua pergunta dado a crise de fé que estamos vivendo, porque nunca se falou tanto de Cristo, mas também nunca se viveu tão pouco o Ele nos ensinou. Decerto, este mundo está precisando ser passado a limpo, porque somente assim a fé voltará a ser praticada como sempre foi ensinada pelo Senhor, os Apóstolos e a sua Santa Igreja.

Portanto, caríssimos, escutemos atentamente São Paulo: "Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos." (Ef 4,3-6).

De fato, sem a unidade do Espírito Santo, sobra espaço para o espírito de divisão que está levando muitos "cristãos" ao ódio, à discórdia, à violência e à perdição. Então, como vencer essa batalha? São Paulo também nos ensina: "Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem.

Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo." (Ef 4,29-32)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
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