VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

SENHOR, QUEM MORARÁ EM VOSSA CASA?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,22-30)(31/10/18).

“Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Jesus respondeu: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. Caríssimos, é verdade que a misericórdia de Deus é infinita, mas, essa requer corações que a acolha, pois para se obter esse dom precioso inesgotável, é preciso o arrependimento sincero, que leva à uma conversão permanente para que assim se viva em comunhão com nosso Senhor Jesus Cristo.

De certo, no Evangelho de hoje o Senhor nos ensina que um dos grandes obstáculos para se entrar no Reino dos Deus é a injustiça, mas também em outras passagens, Ele aponta ainda o apego às riquezas, a falta de perdão e das obras de misericórdia; a falta de fé, as vãs preocupações, a falta de amor e a dureza de coração. De fato, vivemos num mundo onde o que mais importa aos homens são as riquezas materiais, a fama repentina e o poder temporal, mesmo que para isso tenham que faltar com a caridade, negar a fé e perder a esperança de vida eterna.

Com efeito, as almas que se se entregam ao maligno por uma vida de pecados para trilhar seu caminho infernal, vivem em constantes tormentos, por isso, nunca pruduzem outra coisa senão os frutos de seu desvario, com isso entram pela porta larga da perdição eterna, onde só haverá choro e ranger de dentes. Por isso, fiquemos atentos à oração do salmista: "Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite."

Conclusão: Senhor, quem morará em Vossa casa e no Vosso Monte Santo, habitará? É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua.

Que em nada prejudica o seu irmão,
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.

Não empresta o seu dinheiro com usura,
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

COM QUE DEVO COMPARAR O REINO DE DEUS?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,18-21)(30/10/18).

Caríssimos, estamos envoltos pelo mistério do Reino de Deus inaugurado por Cristo; com efeito, o Reino de Deus é essa realidade metafísica que perpassa infinitamente todas as coisas criadas, e que desde o nosso batismo, participamos dele diretamente, não ainda em toda sua plinitude, porque isso só acontecerá na Parusia, ou seja, depois da segunda vinda de Cristo ou ainda em nossa Páscoa definitiva.

No Evangelho de hoje Jesus nos mostra, por meio de duas parábolas comparativas, o que seja o Reino de Deus e a sua justiça, disse Ele: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? Ele é como a semente de mostarda que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos” E ainda: "Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.

Ora, a Sabedoria divina sempre usa as coisas simples, isto é, do nosso dia a dia, para revelar a realidade eterna que nos cerca e que só a percebemos quando lhe damos a devida atenção, porque somente vendo para além da aparência é que enchergamos verdadeiramente a essência daquilo que contemplamos.

Conclusão: Pela leitura do Evangelho de hoje, vimos que o Senhor, durante sua trajetória neste mundo, contemplava as coisas simples como, por exemplo, José lançando as sementes de mostarda no jardim de sua casa e Maria sua mãe, preparando a massa para fazer os pães e bolos que servia nas refeições. De fato, é maravilhoso contemplar como Ele percebia esses detalhes do dia a dia, para assim nos ensinar com palavras simples, mas plenas de sabedoria, as verdades eternas tão presentes em nosso cotidiano.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

PARA QUE TODOS SEJAM UM...


Homilia do 30°Dom do tempo comum (28/10/18)(Mc 10,46-52).

Caríssimos, a vida natural quando vivida em Deus, é um reflexo da vida eterna, pois Deus nos deu a liberdade para crer Nele exatamente para fazermos em tudo a Sua Vontade, foi por isso, nos criou à sua imagem e semelhança, para que já aqui se cumprisse em nós essa Palavra de Jesus: "Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste." (Jo 17,21).

Ora, por onde o Senhor passou nas estradas deste mundo semeou as sementes do bem, da concórdia, da harmonia e da paz, próprias de um Filho de Deus. Mas, por que Ele não foi aceito e ainda por cima foi morto? Porque os pensamentos e o modo de agir dos homens diverge em tudo dos pensamentos de Deus, como bem enfatizou o profeta Isaías na sua profecia (cf. Is 55,7-10).

Muitos seguiram o Senhor enquanto lhes convinha; mas, pouquíssimos o seguiram, de fato, em seu caminho de cruz. O fato é que, quem não renuncia à si mesmo tomando sua cruz de cada dia, jamais pode ser discípulo do Senhor. No Evangelho de hoje, o cego Bartimeu ao perceber que o Senhor estava passando em sua via, não se deixou intimidar por aqueles que lhe queriam impedir de se aproximar do Senhor, pelo contrário invocou o seu Santo Nome pedindo o seu auxílio para depois segui-lo como seu discípulo.

Conclusão: Caríssimos, no encontro com o cego Bartimeu, Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” Ora, por meio dessa pergunta percebemos quanto Deus é generoso para conosco, não porque não saiba o que precisamos, na verdade, sempre que encontramos alguém em nossas necessidades criamos um vínculos de amizade que perdura com o bem partilhado. Portanto, é assim que Deus nos trata em seu amor de Pai, mantendo conosco um vínculo perpétuo de amizade, porque nos trata como seus filhos e filhas amados.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

O SENTIDO DA LEI É O AMOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,10-17)(29/10 /18).

Caríssimos, o legalismo é uma doença espiritual muito pior do que possamos imaginar, pois enrigesse a alma de tal forma que a impede de agir com sabedoria e bom senso; embora o legalista diga que só quer fazer se cumprir a lei, na verdade, por sua má interpretação, se põe em contradição por falta da caridade devida, e com isso se opõe ao próprio Deus, autor e consumador da Lei. É bem como escreveu São Tiago: "Quem julga a lei já não é observador da lei, mas seu juiz."

No Evangelho de hoje Jesus curou em dia de sábado uma mulher que há dezoito anos vivia encurvada por influência do maligno, mas logo foi contestado pelo chefe da Sinagoga, que disse: "Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”.

Ao que Jesus replicou: "Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? Esta filha de Abraão, que satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” E dizia-lhes: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado; e, para dizer tudo, o Filho do homem é senhor também do sábado."

Caríssimos, todo argumento legalista já nasce envolto pela hipocrisia, pois lhe falta discernimento, caridade, misericórdia, bondade e todas as virtudes necessárias para se fazer o bem que se deve fazer. Ora, a função da lei, é conduzir as almas para Cristo e nesse encontro elas se tornam uma só com Ele no amor. Sem esse sentido a lei se torna letra morta, porque não cumpre sua missão devido a má interpretação lhe foi dada.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 27 de outubro de 2018

SOMOS GALHOS FECUNDOS DA VIDEIRA DE CRISTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,1-9)(27/10/18).

Caríssimos, somos seres contingentes, vivemos no mundo dos limites e por consequência também num mundo de tragédias causadas por nós mesmos, seja pela agressão à natureza, seja pela agressão uns aos outros. E com isso, vivemos a mesma condição de mortalidade dos demais seres, visto que a morte é uma realidade que se abate sobre todos.

Todavia, dada essa nossa limitada condição, no Evangelho de hoje Jesus nos aponta a graça que nos liberta dela, à qual chamamos de conversão. Ora, essa graça dada por Deus, muda totalmente nossa mentalidade, vejamos: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito."

De fato, a conversão é um ato de mudança radical em nosso comportamento que nos leva à um viver fecundo pleno dos frutos do Espírito Santo. É bem como meditamos na Carta aos Filipensses: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida."

Conclusão: Caríssimos irmãos e irmãs, aqui então devemos nos perguntar: que tipo de planta somos? Ou seja, que sentido damos ao nosso viver? De fato, uma vida sem sentido é planta infecunda que só ocupa espaço e não dá fruto algum; pelo contrário, quando vivemos em Cristo, somos galhos fecundos de sua videira produzindo frutos de vida eterna advindos de sua seiva.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

LER OS SINAIS DOS TEMPOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,54-59)(26/10/18).

Caríssimos, o verdadeiro sentido da vida nos é dado por Deus em seu Filho, Jesus Cristo, para vivermos por Ele a nossa filiação divina aqui e eternamente no Reino dos céus. Pois a maior alegria da alma é ver a Deus face a face. De fato, sem essa graça a vida perde todo sentido de ser, pois, como reza o salmista: "Só em Deus a minha alma tem repouso, porque Dele é que me vem a salvação!"

No Evangelho de hoje, o Senhor nos mostra que, no mais das vezes, os homens se tornam peritos nas coisas do mundo, e não nas coisas que dizem respeito a Deus, e com isso, se tornam hipócritas, porque deixam o essencial que lhes mantém na vida, pelas coisas banais que lhes afasta da filiação divina.

Ora, a vida em estado de graça consiste em renunciar à si mesmo para viver sem pecado algum, ou seja, fazendo em tudo a vontade de Deus. No entanto, por causa das tentações, muitos me dirão: ora, isso é quase impossível; todavia, em contra partida, São Paulo nos ensina: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça. Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela."

Conclusão: "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" Com isso, entendemos que viver em estado de graça é viver em Cristo Eucarístico praticando tudo aquilo que o Espírito Santo nos dá a praticar, como está escrito: "Deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

MINHA PAZ VOS DOU...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,49-53)(25/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, a Palavra divisão quando soada sem a devida compreensão choca qualquer um que a escuta, porque tudo o que divide no mal sentido tira a coesão, a unidade, a comunhão. Por isso, precisamos compreender bem o que Jesus nos quer dizer no Evangelho de hoje, porque ao pronunciar esta palavra (divisão) se refere aos que têm e aos que não têm comunhão com Ele.

De fato, vivemos num mundo dividido que gera consequências para os dois lados dessa divisão. Os que cultivam o ódio, a violência, o desrespeito, a intolerância para com o proximo, jamais aceitarão ser seguidores de Cristo, porque seguir a Cristo significa ser fiéis ao seus ensinamentos à começar pela renúncia de si mesmo, pela prática do amor fraterno, pelo perdão dado e recebido e pela prática das obras de misericórdia.

Caríssimos, a paz de Cristo difere da paz do mundo em todos os sentidos; enquanto o mundo semear essa cultura insana de violência, de agrecividade e de morte, jamais haverá paz na face da terra. A paz que vem do Senhor é fruto do amor à Ele a cima de todas as coisas e ao próximo como à si mesmo; é fruto do perdão dado e recebido; é puro dom do Espírito Santo.

Portanto, escutemos então o Senhor: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize! Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A QUEM MUITO FOI DADO, MUITO SERÁ EXIGIDO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,39-48)(24/10/18).

 Caríssimos, "A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” Disse o Senhor Jesus. Ou seja, a vida é um dom de Deus para todos; na verdade ela é um tesouro inestimável; mas, como a estamos vivendo? Qual será mesmo o resultado final da prática de nossa existência? Não resta dúvida de que a cada um será pedido os valores eternos que nos foram confiados, porque eles são sinais da presença divina em todos nós; porém, se nós os destruírmos, nada mais no restará dos créditos da vida eterna.

Com efeito, fazer o bem está impresso em nossas almas, pois, fomos criados à "imagem e semelhança" de Deus; no entanto, são incontáveis os que deixaram a prática do bem pela prática do mal, que causa arrepios só em pensar, e assim seguem para a eternidade carregando na alma, não o estado de graça, mas a marca da besta que é a perversidade.

Certa feita, escreveu São Paulo: "Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. [E ainda] Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor. [Porém nos alerta] Quem cometer injustiça, pagará pelo que fez injustamente; e não haverá distinção de pessoas."

Conclusão: A vida não é uma imposição, mas um dom gratuito de Deus, e ainda que sejamos provados, o somos porque fomos amados até a última gota de Sangue do Seu Filho. Ora, eis o que escreveu São Tiago: "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma." Portanto, pelo dom gratuito da vida que recebemos agradeçamos ao Senhor e permaneçamos fiéis a Ele, "pois aquele que perseverar até o fim será salvo."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 21 de outubro de 2018

PORQUE O FILHO DO HOMEM NÃO VEIO PARA SER SERVIDO, MAS PARA SERVIR...


Homilia do 29°Dom do tempo comum (Mc 10,35-45)(21/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, pensar e querer algo fora da vontade de Deus, é não entender o seu plano criador, de sermos um só com Ele no Seu amor. É bem como escreveu São Paulo: "Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos."

Muitos confundem liberdade com libertinagem, interesses pessoas com vontade de Deus, privilégios sem sacrifícios como graças e bênçãos; e por isso, quando as coisas não acontecem como desejam fogem da cruz buscando as facilidades que o mundo lhes oferece, e o resultado é a perca da fé por falta de autenticidade; porque ao não seguiram o caminho do Senhor até o fim, não atingirão a perfeição desejada por Ele para todos os seus filhos e filhas.

Ora, todas as virtudes e todos os dons que precisamos para sermos santos como Deus é Santo, nos foram dadas no batismo pelo Espírito Santo que habita nossas almas (cf. 1Cor 3,16); mas, será que estamos correspondendo à todo o bem que Deus nos dá? Será que estamos refletindo, por meio de nosso testemunho de vida, o Santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo?

Eis a resposta do Senhor: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim; quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

Conclusão: Uma das piores pragas espirituais capaz de destruir as almas é o falso moralismo, pois este esconde uma multidão de pecados, especialmente daqueles que aparentemente defendam suas teses, só que no fim o resultado é um desastre irreversível, visto que os falsos defensores de suas teses nunca cumpriram nem cumprirão suas aparentes promessas. Assim, depois do mal feito, não tem como reverte-lo. Portanto, peçamos ao Senhor que nos livre do falso moralismo, pois este vive das más interpretações, do espírito de discórdia, do julgamento falso causadores de divisões.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 20 de outubro de 2018

O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,8-12)(20/10/18).

Caríssimos, o pecado além de ser uma grande ofensa a Deus, é também uma terrível tragédia para as almas que o cometem, pois nele não existe nenhum bem. A liturgia de hoje trata do pecado contra o Espírito Santo, para o qual não existe perdão nem neste mundo nem no vindouro. O fato é que, quem comete esse pecado, tem plena consciência do mal praticado contra Deus e contra si mesmo.

Então, o que é esse pecado e como se comete ele? Trata-se da blasfêmia contra o Espírito Santo. É uma espécie de rejeição à terceira Pessoa da Santíssima Trindade; e isso acontece quando a alma perde toda noção do Sagrado por se encontrar imersa nas insídias do maligno passando a viver como ele. Ou seja, a alma desligada de Deus, perde todas as suas graças, entre elas o santo temor, o contrição do coração e a esperança da salvação eterna.

Na primeira leitura de hoje, São Paulo demontra aos Efésios um profundo afeto paternal e o quanto os estima trazendo-os sempre presentes em suas orações. Ora, essa atitude do santo apóstolo é exatamente o oposto daqueles que renegam Cristo e pecam contra o Espírito Santo, uma vez que estes apresentam total rejeição por tudo o que diz respeito ao Senhor, aos seus ensinamentos e à todos os cristãos.

Conclusão: Meditemos agora com atenção essas ungidas palavras escritas por São Paulo: "Que Deus abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

CUIDADO COM O PECADO DA HIPOCRISIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,1-7)(19/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, a prática da fé, requer de nós a transparência em tudo o que vivemos, isto é, sermos coerentes com a fé que professamos transparecendo sempre a vontade de Deus em todo o nosso viver. Ora, no Evangelho de hoje, ouvimos o Senhor dizer: "Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados."

Com isso compreendemos que o verdadeiro cristão não vive de aparências ou da imitação dos costumes deste mundo, mas sim da vontade de Deus, como meditamos na Carta de São Paulo aos Romanos: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito."

Com efeito, esta semana (16/10/18) o Santo Padre, o Papa Francisco, disse em uma de suas homilias: "Tenham cuidado com os rígidos. Tenham cuidado com os cristãos – sejam eles leigos, padres, bispos – que se apresentam como “perfeitos”, rígidos. Tenham cuidado. Não há o Espírito de Deus ali. Falta o espírito da liberdade." Caríssimos, ser livre é querer sempre o que Deus quer, porque não existe liberdade fora da vontade divina.

Portanto, aprendamos com Maria Santíssima a viver a liberdade que o Senhor nos concede, por meio da santa obediência; seguindo fielmente o que ela nos aconselhou nas bodas de Caná: "Fazei tudo Ele vos disser." Isto porque ela seguiu em tudo o seu amado Filho: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

IDE E ANUNCIAI, O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-9)(18/10/18).

Caríssimos, não podemos esquecer que estamos a caminho do Reino dos Céus e que ao longo de sua via o anunciamos à todos na certeza de que o Senhor caminha conosco nos concedendo, por meio do Seu Santo Espírito, todas as graças necessárias para anunciá-lo com intrepidez. Ora, dentre essas graças estão a paz, a cura das enfermidades e a libertação das almas feridas pelos pecados.

Com efeito, convém lembrar que nem sempre seremos aceitos ou compreendidos, e por isso, seremos caluniados, difamados e perseguidos, e quem sabe até mortos, sem que tenhamos culpa alguma. Mas, por que isso acontece? Porque a verdade sempre incomoda o reino da mentira, todavia, aqueles que a acolhem no íntimo de suas almas, encontram nela a liberdade dos justos, a felicidade eterna dos eleitos e a convicção de que estão a caminho da perfeição.

De certo, ao enviar os discípulos o Senhor lhes deu algumas instruções: "Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!" Ou seja, quem tem o Reino de Deus como herança o anuncia sem nenhum apego, seja a coisas ou pessoas. E continua Ele: "Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Ou seja, os anunciadores do Reino de Deus, levam consigo sua paz e a concede à todos que estão aptos para recebê-la.

Conclusão: "O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação." Desse modo, compreendemos que o seu anúncio se dá mediante o testemunho de vida em obediência ao envio do Senhor.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

DEUS É O PRIMEIRO AMOR DE NOSSA VIDA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,42-46)(17/10/18).

Caríssimos, o primeiro amor da vida de todo batizado é Deus, justamente por esse amor ser o mais sublime de todo o seu viver, pois amar a Deus sobre todas as coisas e ser um só com Ele é o que constitui o alicerce da vida eterna; sem essa comunhão com o amor do Senhor tudo o que existe se destina ao caos, porque o Seu amor é a origem e a razão de ser de tudo quanto existe.

Com efeito, quando os homens se desligaram de Deus pelo pecado, o Senhor não os deixou à mercê do pecado, mas os resgatou por sua divina misericórdia, enviando o seu Filho numa carne semelhante a nossa a fim de nos livrar de todo o mal. Antes disso, porém, o Senhor havia feito repetidas alianças com eles, até chegar a última e definitiva aliança escrita com o Sangue de Seu Filho amado no qual pôs todo o seu agrado.

São Paulo, na Carta aos Efésios escreveu: "Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência." E também na Carta aos Hebreus: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas."

Caríssimos, todas essas graças derramadas sobre nós são inteiramente aproveitadas quando somos fiéis ao amor do Senhor observando com coerência e firmeza de caráter seus santos mandamentos; caso contrário, não passamos de fariseus e mestres da lei, vivendo de aparências e nos justificando sempre que ouvimos o Senhor em nossa consciência.

Portanto, peçamos ao Senhor a graça da perseverança no seu amor para sermos fiéis até o fim de nossos dias neste mundo. Pois, assim nos diz o Senhor: "Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras." (Ap 22,12).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,37-41)(16/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, constantemente na prática da vida somos confrontados tendo em vista o viver que realmente agrade a Deus por estar de acordo com a sua vontade. Por isso, precisamos viver em sintonia com os seus preceitos e não como fiscais dos outros na prática deles, mas sim, como verdadeiros praticantes de suas normas; pois as obras de misericórdia são infinitamente superiores à todos os juízos de valores emitidos.

"Com efeito, em Jesus Cristo, o que vale é a fé agindo pela caridade," como escreveu São Paulo, pois, foi "para a liberdade que Cristo nos libertou." Por isso, "Ficai pois firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão" deste mundo, que são os vícios e todos os tipos de preconceitos que geram as lutas fraticidas.

De certo, amar como Cristo nos ensinou, significa perdoar sempre a tudo e a todos, porque o amor do Senhor é o único caminho para pacificar a nossa vida e a de todos. Ora, não entender isso, é cair no abismo da incompreensão e das discórdias, que resulta nas mais terríveis batalhas fratricidas, e com isso perdemos o verdadeiro sentido da vida que consiste no que o Senhor nos ensinou: "Amai uns aos outros como eu vos tenho amado."

O Evangelho de hoje nos mostra o exemplo oposto dessa verdade ensinada por Jesus. Um fariseu o convida para jantar em sua casa, mas logo o julga por não ter lavado as mãos, no entanto, como o Senhor conhece todas as coisas, assim lhe mostra qual é o estado de sua alma imersa na lama fétida das contradições. Caríssimos, quem vive sempre julgando e condenando, na verdade está apenas projetando nos outros os erros e contradições que cultiva em sua prática de vida.

Portanto, para estes, eis o que escreveu São João: "Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

OS HOMENS PEDEM UM SINAL DO CÉU...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,29-32)(15/10/18).

Caríssimos, a união espiritual de nossas almas com Deus por meio do Seu Santo Espírito, requer de nós uma entrega total, uma espécie de abandono onde tudo em nós transpareça Deus e tudo o que Ele realiza em nossa vida. Talvez para muitos isso seja impossível, e é mesmo, mas não para Deus de quem dependemos e à quem pertencemos, não obstante o mundo de tentações e pecados no qual ainda estamos, mas por pouco tempo.

De fato, para quem vive segundo a Vontade de Deus, a graça que nos é dada nos faz vencer todas as dificuldades deste mundo, isto é, todos os obstáculos psíquicos, físicos, morais e espirituais, pois Deus que nos criou por amor e nos enviou o Seu Filho para nos resgatar deste mundo, jamais nos abandona, é só confiarmos e permanecermos fiéis à Sua Palavra.

Caríssimos, a fé é dom do Espírito Santo, e quem a vive não precisa de sinais para permanecer confiante nas promessas de Deus; precisa sim, cultivá-la por meio da oração, da penitência, da conversão permanente e da prática das virtudes que ela comporta, pois a fé sem as obras é morta por falta de prática.

Conclusão: Quanto tempo ainda temos aqui? Não sabemos, todavia, continuemos fiéis, pois o que é o tempo se comparado com a eternidade? Não é nada, portanto, aguardemos o dia do Senhor, pois Ele virá e não tardará, basta que o amemos de todo coração para apressarmos o dia de sua vinda gloriosa, isto é, de Sua Parusia, que para nós será o dia eterno, o dia que não tem fim.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 14 de outubro de 2018

JESUS E O JOVEM RICO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 10,17-30)(14/10/18).

Caríssimos, hoje co-divido com todos parte da bela homilia do Santo Padre, o Papa Francisco, por ocasião da festa de canonização dos Beatos Paulo VI, Dom Oscar Romero, Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia e Núncio Sulprizio.

"A segunda Leitura disse-nos que «a palavra de Deus é viva, eficaz e cortante» (cf. Heb 4, 12). É mesmo assim: a Palavra de Deus não é apenas um conjunto de verdades ou uma história espiritual edificante. Não! É Palavra viva que toca a vida, que a transforma. Nela, Jesus pessoalmente – Ele que é a Palavra viva de Deus – fala aos nossos corações.

Particularmente o Evangelho convida-nos a ir ao encontro do Senhor, a exemplo daquele «alguém» que «correu para Ele» (cf. Mc 10, 17). Podemo-nos identificar com aquele homem, de quem o texto não diz o nome parecendo sugerir-nos que pode representar cada um de nós. Ele pergunta a Jesus como deve fazer para «ter em herança a vida eterna» (10, 17). Pede vida para sempre, vida em plenitude; e qual de nós não a quereria?

Mas pede-a – notemos bem – como uma herança a possuir, como um bem a alcançar, a conquistar com as suas forças. De facto, para possuir este bem, observou os mandamentos desde a infância e, para alcançar tal objetivo, está disposto a observar ainda outros; por isso, pergunta: «Que devo fazer para ter…?»

A resposta de Jesus mexe com ele. O Senhor fixa nele o olhar e ama-o (cf. 10, 21). Jesus muda-lhe a perspetiva: passar dos preceitos observados para obter recompensas ao amor gratuito e total. Aquele homem falava em termos de procura e oferta; Jesus propõe-lhe uma história de amor. Pede-lhe para passar da observância das leis ao dom de si mesmo, do trabalhar para si ao estar com Ele. E faz-lhe uma proposta «cortante» de vida: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres (…), vem e segue-Me» (10, 21).

E Jesus diz também a ti: «Vem e segue-Me». Vem: não fiques parado, porque não basta não fazer nada de mal para ser de Jesus. Segue-Me: não vás atrás de Jesus só quando te apetece, mas procura-O todos os dias; não te contentes com observar preceitos, dar esmolas e recitar algumas orações: encontra n’Ele o Deus que sempre te ama, o sentido da tua vida, a força para te entregares.

E Jesus diz mais: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres». O Senhor não faz teorias sobre pobreza e riqueza, mas vai direto à vida. Pede-te para deixar aquilo que torna pesado o coração, esvaziar-te de bens para dar lugar a Ele, único bem. Não se pode seguir verdadeiramente a Jesus, quando se está estivado de coisas. Pois, se o coração estiver repleto de bens, não haverá espaço para o Senhor, que Se tornará uma coisa a mais entre as outras. Por isso, a riqueza é perigosa e – di-lo Jesus – torna difícil até mesmo salvar-se.

Não, porque Deus seja severo; não! O problema está do nosso lado: o muito que temos e o muito que ambicionamos sufocam-nos, sufocam-nos o coração e tornam-nos incapazes de amar. Neste sentido, São Paulo recorda-nos que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tim 6, 10). Quando se coloca no centro o dinheiro, vemos que não há lugar para Deus; e não há lugar sequer para o homem.

Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo: dá um amor total e pede um coração indiviso. Também hoje Se nos dá como Pão vivo; poderemos nós, em troca, dar-Lhe as migalhas? A Ele, que Se fez nosso servo até ao ponto de Se deixar crucificar por nós, não Lhe podemos responder apenas com a observância de alguns preceitos. A Ele, que nos oferece a vida eterna, não podemos dar qualquer bocado de tempo. Jesus não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada.

Queridos irmãos e irmãs, o nosso coração é como um íman: deixa-se atrair pelo amor, mas só se pode apegar a um lado e tem de escolher: amar a Deus ou as riquezas do mundo (cf. Mt 6, 24); viver para amar ou viver para si mesmo (cf. Mc 8, 35). Perguntemo-nos de que lado estamos nós... Perguntemo-nos a que ponto nos encontramos na nossa história de amor com Deus... Contentamo-nos com alguns preceitos ou seguimos Jesus como enamorados, prontos verdadeiramente a deixar tudo por Ele?

Jesus pergunta a cada um e a todos nós como Igreja em caminho: somos uma Igreja que se limita a pregar bons preceitos ou uma Igreja-esposa, que pelo seu Senhor se lança no amor? Seguimo-Lo verdadeiramente ou voltamos aos passos do mundo, como aquele homem? Em suma, basta-nos Jesus ou procuramos as seguranças do mundo? Peçamos a graça de saber deixar por amor do Senhor: deixar riquezas, deixar sonhos de cargos e poderes, deixar estruturas já inadequadas para o anúncio do Evangelho, os pesos que travam a missão, os laços que nos ligam ao mundo.

Sem um salto em frente no amor, a nossa vida e a nossa Igreja adoecem de «autocomplacência egocêntrica» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 95): procura-se a alegria em qualquer prazer passageiro, fechamo-nos numa tagarelice estéril, acomodamo-nos na monotonia duma vida cristã sem ardor, onde um pouco de narcisismo cobre a tristeza de permanecermos inacabados.

Aconteceu assim com aquele homem que – diz o Evangelho – «retirou-se pesaroso» (10, 22). Ancorara-se aos preceitos e aos seus muitos bens, não oferecera o coração. E, embora tivesse encontrado Jesus e recebido o seu olhar amoroso, foi-se embora triste. A tristeza é a prova do amor inacabado. É o sinal dum coração tíbio. Pelo contrário, um coração aliviado dos bens, que ama livremente o Senhor, espalha sempre a alegria, aquela alegria de que hoje temos tanta necessidade

Paz e Bem!

sábado, 13 de outubro de 2018

OUVINDO A VOZ DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,27-28)(13/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, depois da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, fomos ainda mais fortalecidos pelo seu divino poder no combate contra as forças do mal; se antes, como escreveu São Paulo, éramos regidos pela pedagogia da lei que nos orientava para Cristo, agora pela ação do Santo Espírito, que nos foi dado em Cristo, temos a lei impressa na alma, como Deus prometeu por meio dos santos profetas e o cumpriu plenamente no dia de Pentecostes (cf. Jr 31,31-34; Jl 3,1-5; At 2,1-4.14-21).

Com efeito, Cristo Jesus nos deu a conhecer qual seja a vontade do Pai e também o sentido de sua vinda, reunir em si todas as coisas as que estão no céu e as que estão na terra (cf. Ef. 2,7-12), e nos conduzir para Reino que preparou como herança para todos que o amam, onde não mais existirá o pecado, e onde a felicidade não terá fim. Pois, o Reino de Deus não é uma utopia, mas sim o cumprimento de suas promessas feitas a Abraão e à sua descendência para sempre.

Ora, na sua primeira vinda o Senhor se nos apresentou como Salvador misericordioso que perdoa os nossos pecados nos libertando de suas consequências e de todo mal. Porém, na sua segunda vinda, Ele virá como Justo Juiz para julgar os vivos e os mortos e para dar a recompensa a cada um conforme as suas obras.

Conclusão: no Evangelho de hoje, Jesus nos ensinou a grandíssima importância de se ouvir a Voz de Deus e pô-la em prática, como o fez a Sua Mãe, Maria Santíssima: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." Pois, ouvir a Deus e obedecê-lo significa amá-lo acima de todas as coisas, significa ser fiel e permanecer na Sua presença aqui e eternamente no Seu Reino de amor e de paz.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA APARECIDA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 2,1-11)(12/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, não tem como pensar a história da salvação sem a presença da Mãe de Jesus que o gerou por obra e graça do Espírito Santo, Ele o autor e consumador da nossa fé e da nossa salvação. Nesse sentido Maria é porta por onde o autor da vida entrou neste mundo para nos resgatar da morte e nos conduzir à vida eterna.

Com efeito, Maria Santíssima é a nova Eva, o modelo perfeito, obra prima das mãos de Deus, à quem escolheu para depositar nela todo o seu amor, Cristo Jesus, nosso Senhor. Com isso, entendemos que a nossa devoção a Maria é profunda comunhão com a vontade de Deus, que lhe deu a missão de esmagar a cabeça do inimigo de nossas almas, por meio do seu amado Filho.

Com efeito, celebrar solenemente a presença da Mãe de Deus em nosso meio, é celebrar a sua participação no grande mistério da nossa salvação, pois Maria não só gerou Jesus, mas também o assistiu no últimos instantes de sua imolação na cruz, recebendo dele a missão de ser a mãe da nova humanidade.

Portanto, por todas essas graças sobre nós derramadas, cantemos humildemente esse belo hino em sua honra por ser a Mãe de Deus e nossa Mãe:

Viva a mãe de Deus e nossa
Sem pecado concebida!
Viva a Virgem Imaculada
A Senhora Aparecida!

Aqui estão vossos devotos
Cheios de fé incendida
De conforto e de esperança
Ó, Senhora Aparecida!

Protegei a santa igreja
Ó Mãe terna e compadecida
Protegei a nossa Pátria
Ó, Senhora Aparecida!

Amparai todo o clero
Em sua terrena lida
Para o bem dos pecadores
Ó, Senhora Aparecida!

Velai por nossas famílias
Pela infância desvalida
Pelo povo brasileiro
Ó, Senhora Aparecida!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

DE UMA MESMA FONTE NÃO PODE SAIR ÁGUA PODRE E ÁGUA PURA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,5-13)(11/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, o único caminho seguro para chegarmos ao Reino dos Céus é o seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo conduzidos pelo Seu Santo Espírito, bem como nos ensinou São Paulo: "Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para paixões desordenadas. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade. Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne."

De fato, essa liturgia de hoje reflete bem o momento atual que estamos vivendo, pois as paixões desordenadas infundidas nas almas pelo maligno, está surtindo seus efeitos maléficos em forma de violência e todo tipo de atrocidades como calúnias, difamação, maledicências, preconceitos, mentiras, etc., talvez nunca visto antes em nosso país desde os dias macabros da ditadura militar que foi implantada usando o medo e os mesmos argumentos de hoje.

Caríssimos, cuidado com os discursos políticos, pois muitos deles não passam de armadilhas sutis para se chegar ao poder. E, quando seus autores são impossados, revelam, de fato, o que tramaram nos bastidores de suas almas. Bem nos advertiu São Paulo: "Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente. Porque as coisas que tais homens fazem ocultamente é vergonhoso até falar delas."

Dito isto, afirmo sem medo de cometer erro algum: nunca um discurso de ódio eivado de preconceitos e desrespeito ao ser humano resultou em algum bem, pelo contrário, as almas enganadas por tais discursos foram trucidadas impiedosamente, pois de uma mesma fonte não pode sair água podre e água pura. Portanto, cuidado com as falácias políticas, porque elas são veneno para as almas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

SENHOR, ENSINA-NOS A REZAR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,1-4)(10/10/18).

Caríssimos, o dom da oração sempre foi o meio mais eficaz do nosso encontro com Deus, pois é um dom do Espírito Santo que nos une diretamente a Ele. Todavia, esse encontro com o Senhor se dá no coração de nossa alma, isto é, em nossa mente, em nossa consciência livre de todos os vãos pensamentos, onde Deus responde às nossas súplicas e as nossas boas intenções.

Por isso, se pôr em oração, é se pôr em comunhão com o Senhor, é fazer o encontro espiritual mais significativo de nossa vida, pois nele nossa alma em estado de graça ou não se entrega ao nosso Pai criador num profundo diálogo de amor e comunhão na espectativa de receber suas graças e bênçãos.

Desse modo, entendemos que a oração é um relacionamento interpessoal e não uma lista interminável de pedidos. Aliás, quando a oração não é um encontro que resulta num diálogo que tudo transforma, ela é só um emaranhado de palavras ou quem sabe uma prática espiritual cansativa, uma espécie de obrigação, e não uma iluminação do Espírito Santo que nos leva à perfeita comunhão com o Senhor.

No Evangelho de hoje Jesus ensina os Apóstolos como exercitar o dom da oração rezando com eles o Pai nosso. Primeiro aproximar-se de Deus como Pai amoroso que sempre nos ouve e nos atende; honra-lo com profundo respeito revelando quão santificado é o seu nome pela prática de nossa fé; pedir a vinda de Seu Reino; querer sempre o que é do seu agrado; suplicar para todos o necessário, livrando-nos do acúmulo indevido; pedir perdão pelas ofensas pessoais cometidas, perdoando as praticadas contra nós; pedir a graça de não cometê-las mais, e a proteção contra as investidas do mal. Eis a mais perfeita oração que brota do coração em nosso encontro e diálogo com Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

EM CASA DE MARTA E MARIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,38-42)(09/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, a vida humana é um dom precioso de Deus, entretanto, no mais das vezes nos atormentamos à nós mesmos com vãs preocupações como se isso tivesse algum sentido ou nos causasse algum bem; na verdade essa atitude de preocupação inadequada não passa de ativismo estéril, infecundo que em nada nos ajuda, mas só serve para atrapalhar o bem viver e o convívio fraterno.

No Evangelho de hoje, Marta convida Jesus para uma refeição em sua casa, mas não tem tempo para Ele, pois, mesmo no anseio de bem servir-lo junta a isso uma ácida crítica à sua irmã Maria por ela sentar-se aos pés do Senhor para o escutar e não se prestar de imediato aos afazeres da casa. Ora, a resposta de Jesus a Marta nos mostra que o muito ou o pouco fazer sem o devido sentido da fé, perde a espontaneidade da boa convivência, a plena disposição em servir e a generosidade de bem acolher, tornando-se assim uma espécie de obrigação estéril eivada de insatisfação e aborrecimento.

De fato, sem unidade em meio à diversidade dos dons não existe paz, mas somente conflito de interesses ou de aparência. Ora, somos parte do Corpo Místico de Cristo, a Igreja. Porém, esse Corpo é Santo, por isso, tudo em nosso viver precisa transparecer a santidade do Senhor à quem somos unidos e a quem servimos, caso contrário, não passamos de galhos secos, esturricados que só servem para serem incinerados.

Caríssimos, quando o nosso viver tem como base o amor fraterno e o bem de todos, isso é infinitamente superior à tudo que se concebe a partir do ativismo estéril que só gera críticas, conflitos e divisões. Na verdade, quem busca a paz e o bem comum sabe escutar o Senhor para agir com a sua sabedoria, e assim fazer a sua vontade em tudo, como Ele nos ensinou: "Uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O BOM SAMARITANO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,25-37)(08/10/18).

Caríssimos, a vida em estado de graça consiste em permanecer fiéis à nossa filiação divina, isto é, amar a Deus como seus filhos e filhas nascidos no batismo em total comunhão com a sua vontade. Às vezes escuto alguns dizerem que é muito difícil seguir o Senhor, à estes digo, difícil é seguir o mal, pois ele nada tem para nos dar a não ser a condenação eterna que recebeu depois de ser julgado e condenado (cf. Jo 16,7-11).

Não resta dúvida que a maior luta que travamos é espiritual e se dá dentro de nós mesmos, em especial no coração de nossas almas, isto é, em nossa mente, em nossa consciência. Por isso, precisamos escutar a voz do Senhor que nos diz: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26,41).

Com efeito, muitos são aqueles que usam a última parte deste versículo para querer justificar que pecou porque a carne é fraca. À estes digo, não existe pecado sem tentação, sem permissão e sem o ato praticado ainda que seja mentalmente; por isso, ninguém é fraco antes do pecado, mas só depois que peca. Dito isto, escutemos a primeira parte deste versículo para nos manter em comunhão com o Senhor, pois, como escreveu São João: "Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu." (1Jo 3,6).

Caríssimos, meditando o evangelho de hoje, percebemos que os mestres da Lei se aproximavam de Jesus só para pô-lo à prova. De fato, quem não tem argumento para expressar o bem, usa a astúcia como arma para poder condenar os outros e não amá-los. Ora, a Sabedoria divina revelada nas Palavras de Jesus, nos ensina que o amor supera todas as barreiras que os homens criaram para não viverem unidos e em paz. Disse Ele: "Vai e faze a mesma coisa [que o bom samaritano fez]."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 7 de outubro de 2018

A FAMÍLIA É O MAIOR TESOURO DA HUMANIDADE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 10,2-16)(07/10/18).

Caríssimos irmãos, Deus criou todas as coisas como expressão do seu amor e para permanecer no seu amor, pois somente assim elas subsistem; caso contrário, tudo tende ao caos, porque só Deus é Absoluto, só Ele existe em Si e por Si mesmo e sustenta todas as coisas. Todavia, ao criar o homem à sua imagem e semelhança, fez com ele uma aliança perene para que administrasse a obra da criação em comunhão com Ele. É isso o que nos ensina a primeira leitura que meditamos nessa liturgia.

No Evangelho de hoje, Jesus responde a pergunta capciosa dos escribas e fariseus a respeito do matrimônio, mostrando quão duro se tornou o coração dos homens depois do pecado, por isso, não abriu mão da sacralidade deste Sacramento, dizendo: "O que Deus uniu o homem não separe." Ou seja, a união entre um homem e uma mulher é sagrada, pois é Deus mesmo quem os une com a sua bênção por meio da Igreja.

Com efeito, algo também nos chama a atenção nesse Evangelho, é o encontro de Jesus com as crianças. A princípio os discípulos as impediam que se aproximassem do Senhor, mas Jesus os censurou dizendo: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos."

Caríssimos, a família humana é o maior tesouro da humanidade, destruir a unidade familiar é o mesmo que destruir nossa comunhão com Deus, pois Ele se faz presente na unidade da família. Por isso, uma família dividida é uma família destruída, porque não tem a presença de Deus nela. E só entende isso quem tem um coração de criança, ou seja, quem não perde sua inocência para o pecado da divisão que não deixa vivermos em paz.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 6 de outubro de 2018

E LHES ENVIOU COM O PODER DE EXPULSAR OS DEMÔNIOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,17-24)(06/10/18).

Caríssimos, a realidade da presença do mal na história da humanidade remonta nossos primeiros pais que foram tentados e cederam à tentação do maligno e assim se rebelaram contra Deus. Todavia, a misericórdia infinita do Senhor não os deixou desamparados, mas os libertou por meio do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. Bem como escreveu São João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."

E escreveu ainda: "Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu. Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio. Todo o que é nascido de Deus não peca, porque o germe divino reside nele; e não pode pecar, porque nasceu de Deus."

Com efeito, no Evangelho de hoje, Jesus enviou os 72 discípulos com o poder de expulsar os demônios em seu nome. Aliás, a palavra demônio significa aquele que divide; de fato, ele é um anjo decaído que se arrogou querer ser como Deus, no entanto, por sua arrogância, foi precipitado no profundo abismo da ruína e da perdição, como revelou o Profeta Isaías (cf. Is 14,13-14).

Conclusão: caríssimos, a Igreja hoje formada pelos atuais discípulos de Cristo, o anuncia como o enviado do Pai para derrotar definitivamente o poder do mal. E assim permanece firme no Senhor com a autoridade de expulsar os demônios por meio da oração com o poder de sua Palavra, libertando as almas atormentadas do poder desses espíritos malignos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

A FÉ É UM CRITÉRIO DIVINO, É UM DOM DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,13-16)(05/10/18).

Caríssimos irmãos e irmãs, os critérios de Deus para crermos Nele são justos e santos, rejeitá-los significa crer no inimigo de nossas almas, se afastar de Deus, e nunca mais ver a Sua Face. O problema da humanidade é querer impor a Deus os critérios para crer, e com isso, deixar de transparecer Sua imagem e semelhança que somos.

Com efeito, contemplar a Deus em sua benevolência é um dom para todos, mas poucos são aqueles que o fazem; e por que não o fazem? Porque não o amam acima de tudo quanto existe, e por isso idolatram coisas, situações e pessoas. Que o digam os times de futebol, os cantores e cantoras, as TVs, as salas de cinema, a Internet e tantos outros eventos semelhantes, que tomam todo o tempo vago dos homens tirando deles a piedade, a vida de oração, o encontro com Deus.

E qual é o resultado? É a multiplicidade do pecado, as mortes violentas, as cadeias superlotadas, os hospitais abarrotados, os cemitérios cheios. De certo, no dia que os homens deixarem de escutar a voz do inferno para escutar a voz de Deus, se converterão e terão a proteção divina e com ela a vida eterna; caso contrário, serão como as cidades que Jesus mencionou no Evangelho de hoje, que, por não ouvirem Sua voz, perderam a chance de serem redimidas.

Caríssimos, ainda estamos no tempo da Divina Misericórdia, antes que se manifeste o justo juízo de Deus sobre toda humanidade. De fato, o melhor a fazer é se converter, isto é, reconhecer os pecados, confessa-los, receber o perdão Sacramental e fazer penitência. "Pois, eis o que diz o Senhor: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O SEGUIMENTO DE CRISTO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,57-62)(03/10/18).

Caríssimos, Santa Teresinha do Menino Jesus, escreveu que a "vida é um brevíssimo segundo"; de fato, se comparada com a eternidade, ela é um pequeníssimo grão de areia na extensão do imenso mar; todavia, pergunto, mas à quem estamos dando esse "brevíssimo segundo", esse minúsculo grão de areia? Porque mesmo pequeníssimos, temos da parte de Deus a liberdade de decidir à quem queremos seguir.

Caríssimos, viver não é somente ser e estar no mundo; viver é traduzir o que somos em ações que nos levam a um destino eterno. De certo, estamos no tempo, mas já com a certeza de seu fim, todavia, é aqui que definimos nosso devir. E se o nosso devir tem como fundamento o seguimento de Cristo, nada temos a temer, pois tudo o que se fundamenta em suas Palavras tem a garantia da felicidade eterna.

O Evangelho de hoje apresenta três casos de chamados para o discipulado de Cristo: o primeiro, é o daquele que deseja seguí-lo, mas tendo em vista os valores temporais; ao qual o Senhor respondeu: "As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.

O segundo, é um chamado direto: "Segue-me." Mesmo assim ele queria pôr os projetos pessoais acima do discipulado; ao que, disse o Senhor: "Deixa que os mortos, enterrem seus mortos, mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. O último caso, é daquele que dá desculpas por causa do apego aos afetos familiares; à esse Ele respondeu: "Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus."

Conclusão: A disponibilidade é uma das principais virtudes daqueles que são chamados, os humildes de coração; pois reconhecem que os critérios para crer e seguir Jesus não são humanos mais divinos, por isso, não impõem condições para segui-lo, simplesmente o seguem porque ouvem e obedecem à sua voz.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

SANTO ANJO DO SENHOR MEU ZELOSO E GUARDADOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,1-5.10)(02/10/18).

Caríssimos, as graças de Deus chegam até nós por diversos meios, dentre eles temos a intercessão dos santos, em especial a intercessão de Nossa Senhora; elas também nos chegam por meio da proteção dos anjos, de modo especial, nossos anjos de guarda, que são nossos protetores nas mais diversas situações de nossa vida.

É bem como meditamos hoje no Livro de Êxodo: "Assim diz o Senhor: Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários." De fato, "O anjo do Senhor acampa em redor dos que o temem, e os salva." (Sl 33,8).

São Bernardo Abade disse em um de seus sermões: “Sejamos, pois, devotos e agradecidos àqueles guardiães tão exímios; correspondamos o seu amor, honremo-los quanto possamos e conforme devemos. Eles nos guiam nos nossos caminhos, não podem ser vencidos nem enganados e menos ainda podem nos enganar. São fiéis, prudentes, poderosos. Basta que os sigamos, que estejamos unidos a eles, e viveremos assim, à sombra do Onipotente”.

Santa Francisca Romana, certa feita recebeu do Senhor a graça da visão do seu anjo da guarda e assim o descreveu: “Era de uma beleza incrível, com uma pele mais branca que a neve e um rubor que superava a vermelhidão das rosas. Seus olhos, sempre abertos olhando para o céu, o cabelo comprido e cacheado cor do ouro. Sua túnica era comprida até os pés e era branca um pouco azulada e, outras vezes, com brilhos avermelhados. Era tal a irradiação luminosa que o seu rosto emanava, que podia ler as matinas em plena meia noite."

Rezemos, então, ao nosso anjo da guarda, pedindo-lhe a graça de sua proteção: "Santo anjo do senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine. Amém!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A VIA DA SANTIDADE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,46-50)(01/10/18)

Caríssimos, ao que parece a via da santidade é uma via a princípio por demais dolorosa, não sem que tenhamos as divinas consolações que o Senhor nos concede, por meio de sua visita, a fim de que não desfaleçamos antes que cheguemos ao porto seguro da nossa salvação.

Ora, para entendermos melhor essa via, temos o exemplo do povo da Antiga Aliança que precisou passar pela provação do deserto para que se cumprisse os desígnios do Senhor à seu respeito, viverem no paraíso da terra prometida. Temos também um outro exemplo que muito nos edifica, é o do antigo patriarca Jó, que mesmo passando pelas intempéries da provação, disse: “Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou: como foi do agrado do Senhor, assim foi feito. Bendito seja o nome do Senhor!”

Com efeito, caríssimos, ninguém padeceu mais que o Filho de Deus para nos salvar, como relata a Carta aos Hebreus: "Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade. Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem."

Portanto, proclamemos o louvor do Senhor quando passarmos pelas mais diversas provas na via de santidade que Ele nos indica, pois, assim escreveu São Tiago a esse respeito: "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...