VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

segunda-feira, 30 de maio de 2011

CONCEBIDOS PELO DIVINO ESPÍRITO


















CONCEBIDOS PELO DIVINO ESPÍRITO

Do Tratado sobre a Trindade, de Dídimo de Alexandria - (Liv. 2,12: PG 39,667-674) (Séc.IV).

O Espírito Santo nos renova pelo batismo

O Espírito Santo, que é Deus juntamente com o Pai e o Filho, nos renova pelo batismo; e do nosso estado de imperfeição, reintegra-nos na beleza primitiva. Torna-nos de tal forma repletos de sua graça, que não podemos admitir em nós qualquer coisa que não deva ser desejada. Além disso, liberta-nos do pecado e da morte. E de terrenos que somos, quer dizer, feitos do pó da terra, nos faz espirituais, participantes da glória divina, filhos e herdeiros de Deus Pai.

Faz-nos ainda conformes à imagem do Filho, seus co-herdeiros e irmãos, destinados a ser um dia glorificados e a reinar com ele. Em vez da terra, dá-nos de novo o céu, abre-nos generosamente as portas do paraíso, honra-nos mais do que os próprios anjos. E com as águas divinas do batismo, apaga as imensas e inextinguíveis chamas do inferno.

Os homens são concebidos duas vezes: uma corporalmente, a outra, pelo divino Espírito. Acerca de um e de outro nascimento, escreveram muito bem os autores sagrados. Citarei o nome e a doutrina de cada um. João diz: A todos que o receberam, deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,12-13).

Todos os que acreditaram em Cristo, afirma ele, receberam a capacidade de se tornarem filhos de Deus, quer dizer, do Espírito Santo, e participantes da natureza divina. E para ficar bem claro que o Deus que gera é o Espírito Santo, acrescenta estas palavras de Cristo: Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (Jo 3,5).

A fonte batismal dá à luz de maneira visível nosso corpo visível, pelo ministério dos sacerdotes; mas o Espírito de Deus, invisível a todas as inteligências, é que batiza e regenera simultaneamente o corpo e a alma, pelo ministério dos anjos. João Batista, historicamente e de acordo com esta expressão: da água e do Espírito, diz a respeito de Cristo: Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo (Mt 3,11; Lc 3,16).

Como um vaso de barro, o homem precisa primeiro ser purificado pela água; em seguida, fortalecido e aperfeiçoado pelo fogo espiritual (Deus, com efeito, é um fogo devorador). Precisamos, portanto, do Espírito Santo para nossa perfeição e renovação. Pois o fogo espiritual sabe também regar, e a água batismal é também capaz de queimar como o fogo.

Responsório Cf. Is 44,3-4; Jo 4,14b

R. Derramarei, diz o Senhor, na terra seca águas correntes e torrentes correrão sobre o solo sequioso; derramarei o meu Espírito, * E crescerão como o salgueiro que é plantado à beira d’água. Aleluia.

V. A água que eu vos der, em vós se tornará uma fonte a jorrar até à vida eterna. * E crescerão.

Oração

Concedei, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Paz e Bem!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

VIVENDO O MISTÉRIO DA FÉ













VIVENDO O MISTÉRIO DA FÉ

Caríssimos, a vida é um dos mistérios mais enigmáticos que existe e que dele  participamos diretamente, mas não o conhecemos plenamente; aliás, mistério é tudo aquilo que nos envolve e que o vivemos de certa maneira, mas não conhecemos sua essência. Desse modo, um dos maiores mistérios que nos envolve é o Mistério da Santíssima Trindade, Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, uma única Natureza em pessoas três; além desse Mistério Divino, temos o mistério da iniquidade; o Mistério da fé; o mistério da salvação e outros tantos mistérios; todavia, o objeto desse artigo é a vivência do mistério da fé que professamos com o nosso ser e estar no mundo.

São Paulo nos ensina: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê.” (Heb 11,1). Ora, de que fé fala São Paulo? Da fé dom de Deus que nos foi dada no batismo, para participarmos da Nova Criação como filhos e filhas de Deus. É como está escrito na primeira carta de São Paulo aos Coríntios: “A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito; a outro, a fé, pelo mesmo Espírito, etc., (1Cor 12,7-9). Ou seja, a fé dom do Espírito Santo que nos capacita a vivermos o Mistério de Deus, conforme a Vontade de Deus.

Em que consiste essa fé e o que resulta na vida dos fiéis? Ouçamos São Gregório de Nissa: “Começou o reino da vida e foi dissolvido o império da morte. Apareceu um novo nascimento, uma vida nova, um novo modo de viver; a nossa própria natureza foi transformada. Que novo nascimento é este? É o daqueles que “não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da
vontade do homem, mas de Deus mesmo” (Jo 1,13).

Tu perguntas: como isto pode acontecer? Escuta-me, vou te explicar em poucas palavras.

Este novo ser é concebido pela fé; é dado à luz pela regeneração do batismo; tem por mãe a Igreja que o amamenta com sua doutrina e tradições. Seu alimento é o pão celeste; sua idade adulta é a santidade; seu matrimônio é a familiaridade com a sabedoria; seus filhos são a esperança; sua casa é o reino; sua herança e riqueza são as delícias do paraíso; seu fim não é a morte, mas aquela vida feliz e eterna que está preparada para os que dela são dignos”. (Dos Sermões de São Gregório de Nissa, bispo - (Oratio 1 in Christi resurrectionem: PG 46, 603-606.626-627) (Séc.IV).
Portanto, viver o mistério da fé é viver como nova criatura feita “à imagem e semelhança” de Deus no amor, pois aqui estamos em vista do Reino dos Céus que a cada dia se aproxima; sabemos que a nossa estadia neste mundo é de curta duração, por isso, a cada instante que passa sentimos a proximidade do dia eterno, quando nos apresentaremos ao Senhor de nossas almas para vivermos a plenitude que aqui experimentamos pela fé.

É como nos exortou São Paulo: “Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade”. (1Cor 13,10.12-13).
...
“Eis que sucumbe o que não tem a alma íntegra, mas o justo vive por sua fidelidade”. (Hab 2,4).
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Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


sábado, 21 de maio de 2011

NÃO SÃO CARNAIS AS ARMAS COM QUE LUTAMOS


Caríssimos, de fato, estamos em meio a uma guerra espiritual terrível e o inimigo de nossas almas luta dia e noite com suas armas e táticas sujas a fim de nos destruir, nos afastando completamente de Deus. É como nos escreveu São Pedro: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós.” Ora, São Pedro escreveu isso a fim de não esmorecermos e nos mantemos alertas contra as ciladas do mal. E acrescentou ainda, para nos atermos seguros nessa luta: “O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará.” (1Pd 5,8-10).

Certo dia em uma pregação, em reação a um comportamento inadequado apresentado na assembleia, falei uma palavra fora de contexto, chamando a atenção sobre aquele comportamento; pronto, foi o suficiente para o demônio distorcer o que falei e a partir disso destruir tudo o que estava presente naquela profunda pregação e lançar muitas pessoas daquela comunidade contra mim; foi então que percebi o que o Senhor havia falado em uma de suas parábolas:” Ouvi, pois, o sentido da parábola do semeador: quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do caminho.” (Mt 13,18-19).

Na verdade, o demônio lançou muitas daquelas pessoas contra a Palavra de Deus e contra o seu sacerdote, para afastá-las da comunhão com o Senhor e jogá-las na perdição, por meio de críticas ácidas e até de calúnias; pois ele sabe o que está escrito: “Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado.” (Mt 12,36-37). Por isso, nós pregadores e ouvintes, temos que ter um discernimento apurado, precisamos permanecer atentos para não nos deixar influenciar pelo contexto e desse modo, sabermos como o mal age contra nós e podermos anular imediatamente suas ações.

Aprendamos com São Paulo como termos um discernimento apurado, pois sobre isso ele escreveu: “Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever.

Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos. (Ef 6,10-18).

E escreveu também:” Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações. Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e o reduzimos à obediência a Cristo. Estamos prontos também para castigar todos os desobedientes, assim que for perfeita a vossa obediência.” (2Cor 10,4-6).

Por isso: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida. Dessa forma, no dia de Cristo, sentirei alegria em não ter corrido em vão, em não ter trabalhado em vão. Ainda que tenha de derramar o meu sangue sobre o sacrifício em homenagem à vossa fé, eu me alegro e vos felicito. Vós outros, também, alegrai-vos e regozijai-vos comigo.” (Fil 2,14-18).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

DEVOÇÃO MARIANA EM SÃO LUIS MARIA DE MONTFORT


















DEVOÇÃO MARIANA EM SÃO LUIS MARIA DE MONTFORT

Deus, em seu infinito amor, dispõe de seus Mistérios a nosso favor para que compreendamos melhor seus desígnios e vivamos em conformidade com sua vontade neste mundo. Dentre esses Mistérios de Deus, encontra-se o Mistério da Encarnação. Com efeito, o Senhor uniu a natureza divina de seu Filho Jesus à nossa natureza humana em Maria, pela ação do Espirito Santo, nos fazendo participar de sua divindade diretamente, por meio da redenção realizada por Jesus em seu sacrifício de cruz. A união perfeita da natureza divina de Jesus à natureza humana de Maria nos dá a certeza da nossa salvação definitiva, pois nossa carne já está glorificada em Jesus e Maria nos Céus.

Ao longo da história da Igreja, Deus concedeu aos santos e santas a compreensão desse preciosíssimo mistério da união perfeita entre seu Filho Jesus e sua mãe, a Virgem Maria, por isso, suscitou pelo Espírito Santo as devoções que a Igreja tanto recomenda aos seus filhos e filhos a fim de que vivamos como família de Deus. Dentre esses santos encontramos São Luís Maria Grignion de Montfort, grande devoto da Santíssima Virgem e autor do Tratado da Verdadeira Devoção.

O "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem", certamente é a mais importante das obras teológicas sobre a devoção à Virgem Maria. Essa devoção se fundamenta em dois princípios: 1) Deus quis servir-se de Maria na Encarnação, ou seja, o Verbo de Deus se fez homem através de Maria, com o consentimento d'Ela, com a participação d'Ela. O Pai pediu sua anuência; o Filho habitou seu seio; o Espírito Santo a cobriu com sua sombra (cfr. Lc 1,35); 2) Deus quer servir-se de Maria na santificação das almas. Pois sendo Ele invariável em sua conduta, é ainda e sempre através de Maria que forma Jesus Cristo nas almas. Ele continua sendo o "bendito fruto" de seu ventre e "é certo que Jesus Cristo para cada homem que o possui em particular, é tão verdadeiramente fruto e obra de Maria, como o é para todo o mundo em geral" (TVD, 33). Por isso a devoção à Santíssima Virgem é necessária a todos os homens para a salvação e, muito especialmente, àqueles que são chamados a uma perfeição particular". (TVD, 40-43). (*)

A verdadeira devoção à Santíssima Virgem tem, segundo São Luís, cinco características:
1) Ela é interior, ou seja, vem do espírito e do coração, fundamentando-se numa ideia adequada do enorme papel representado por Maria no plano da Redenção, e num amor coerente com essa ideia; 2) Ela é terna, gerando na alma uma grande confiança, que faz recorrer a Maria em todas as suas necessidades, como uma criança recorre a sua mãe; 3) Ela é santa, isto é, faz com que se evite todo o pecado e se imitem as virtudes da Santíssima Virgem; 4) Ela é constante, consolidando a alma no bem e fazendo com que não abandone facilmente o caminho iniciado. 5) Ela é desinteressada, inspirando a alma a buscar mais a glória de Deus que suas próprias vantagens.
Todas essas notas, São Luís as reúne na prática que chama de escravidão de amor à Santíssima Virgem, pela qual se entregam a Maria todos os bens interiores e exteriores, para que de tudo Ela disponha segundo o agrado de Deus. (*)

Portanto, “Em Maria e por Maria é que o Filho de Deus se fez homem para nossa salvação. Logo, Jesus Cristo veio ao mundo por meio da Santíssima Virgem, e por Ela deve também reinar no mundo" (TVD). Nessa frase simples se resume todo o programa de São Luís para a aquisição da sabedoria e a consequente instauração do reino de Cristo nas almas e na sociedade. Maria Santíssima, Mãe da Sabedoria Encarnada, é o melhor caminho para encontrar o Filho de Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.





segunda-feira, 16 de maio de 2011

O ESPÍRITO VIVIFICA


















O ESPÍRITO VIVIFICA

O Senhor que nos concede a vida, estabeleceu conosco a aliança do batismo, como símbolo da morte e da vida. A água é imagem da morte e o Espírito nos dá o penhor da vida. Assim, torna-se evidente o que antes perguntávamos: por que a água está unida ao Espírito? É dupla, com efeito, a finalidade do batismo: destruir o corpo do pecado para que nunca mais produza frutos de morte, e vivificá-lo pelo Espírito, para que dê frutos de santidade.

A água é a imagem da morte porque recebe o corpo como num sepulcro; e o Espírito, por sua vez, comunica a força vivificante que renova nossas almas, libertando-as da morte do pecado e restituindo-lhes a vida. Nisto consiste o novo nascimento da água e do Espírito: na água realiza-se a nossa morte, enquanto o Espírito nos traz a vida.

O grande mistério do batismo realiza-se em três imersões e três invocações, para que não somente fique bem expressa a imagem da morte, mas também a alma dos batizados seja iluminada pelo dom da ciência divina. Por isso, se a água tem o dom da graça, não é por sua própria natureza, mas pela presença do Espírito. O batismo, de fato, não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso de uma consciência pura perante Deus.

Eis por que o Senhor, a fim de nos preparar para a vida que brota da ressurreição, propõe-nos todo o programa de uma vida evangélica, prescrevendo que não nos entreguemos à cólera, sejamos pacientes nas contrariedades e livres da aflição dos prazeres e do amor ao dinheiro. Isto nos manda o Senhor, para nos induzir a praticar, desde agora, aquelas virtudes que na vida futura se possuem como condição natural da nova existência.

O Espírito Santo restitui o paraíso, concede-nos entrar no reino dos céus e voltar à adoção de filhos. Dá-nos a confiança de chamar a Deus nosso Pai, de participar da graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz, de tomar parte na glória eterna, numa palavra, de receber a plenitude de todas as bênçãos tanto na vida presente quanto na futura. Dá-nos ainda contemplar, como num espelho, a graça daqueles bens que nos foram prometidos e que pela fé esperamos usufruir como se já estivessem presentes. Ora, se é assim o penhor, qual não será a plena realidade? E, se tão grandes são as primícias, como não será a consumação de tudo?

Paz e Bem!

Responsório

R. Quando emerge nossa carne das águas do batismo, deixando ali sepultos os crimes do pecado... * A pomba do Espírito vem voando para nós e vem do céu, trazendo a paz que Deus nos dá e a Igreja é figurada pela arca. Aleluia.

V. Bendito sacramento da água batismal pelo qual somos capazes de entrar na vida eterna. * A pomba.

 ...
Oração: Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei de santa alegria os vossos filhos e filhas que libertastes da escravidão do pecado e concedei-lhes a felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
...
Fonte: Do Livro Sobre o Espírito Santo, de São Basílio, bispo - (Cap 15,35-36: PG 32,130-131) - (Séc.IV) (http://goo.gl/7rDak ) 16/05/2011.

sábado, 14 de maio de 2011

A ÚLTIMA PALAVRA


















A ÚLTIMA PALAVRA

Amor incondicional...
É a verdade latente em nossa vida...
Pelo que somos naturalmente...
e pelo que havemos de ser eternamente...
Certo é que ninguém pode contra o que Deus quer...
Porque o saber e o agir humano sem a graça de Deus, não é nada...
É só uma estada sem rumo...
perdida no confuso mundo em meio ao qual Cristo foi sacrificado...

Mas, a ressurreição do Senhor...
confundiu e aniquilou os intentos do mal...
que nada entendeu porque pensou que a morte era o seu triunfo...
E, no entanto, o amor prevaleceu...
Venceu a dor por meio de seu sacrifício de cruz...
E assim Jesus tornou possível o ser humano redimido...
Iluminado, amado e querido por Deus Pai...

Portanto, é Jesus o preço da nossa redenção...
Por Ele alcançamos o perdão dos pecados...
E nos tornamos filhos e filhas de Deus,
a caminho do Reino dos Céus,
morada definitiva dos eleitos,
agora feitos santos para sempre...

Vem, Senhor Jesus, estamos a tua espera...
Cumpre plenamente o plano de nossa salvação...
Realiza com tua santa mão a justiça de Deus,
o Pai de nossas almas...
Porque sabemos que é tua a última palavra...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

REVESTI-VOS DA ARMADURA DE DEUS


















REVESTI-VOS DA ARMADURA DE DEUS

Quem possui índole tão pura e humana que queira tomar a cruz por causa de Jesus Cristo, nosso Salvador, morto no campo de batalha para nos vivificar, precisa antes de tudo assumir para tal combate as armas necessárias, e principalmente as que seguem, por ordem. Primeiro, diligência; segundo, desconfiança de si mesmo; terceiro, confiança em Deus; quarto, lembrança da paixão; quinto, pensamento de sua própria morte; sexto, recordação da glória de Deus; sétimo, a autoridade da Sagrada Escritura.

A alma munida do anel valiosíssimo da boa vontade, isto é, do amor a Deus, e que ambiciona servir a Deus em espírito e verdade, sobretudo há de emendar-se por confissão pura e íntegra dos pecados, e ter a resolução firme de nunca mais pecar gravemente, preferindo sofrer mil mortes, se fosse possível. Na verdade, quem está emaranhado em pecado mortal, não é membro de Cristo; acha-se despojado dos bens da santa Igreja, e não pode fazer o que é útil para a vida eterna.

Por isso, como foi dito, para servir fielmente a Deus, é necessário o propósito de evitar pecados graves. Mas, observe que, mesmo se tiveres incorrido em pecado mortal, jamais deves desesperar da bondade divina, nem desistir, quanto possível, de agir bem, para te libertares do pecado. Apoiado em tal esperança, fazer o bem sempre, em qualquer condição de vida.

Ademais, o fiel servo de Cristo deve estar pronto a seguir o caminho da cruz, porque todos os que servem a Deus têm de lutar contra os adversários do mesmo Deus, e esperar deles vários e acerbos ferimentos. São, portanto, exigidas ótimas armas para se combater com valor contra os inimigos.

Paz e Bem!
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“Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo. Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus apareça em nossa carne mortal”. (2Cor 4,8-11).
...
Fonte: Da obra De Septem Armis Spiritualibus, de Santa Catarina de Bolonha (Ed. P. Puliati, Modena 1963, p. 6-7).

sábado, 7 de maio de 2011

O PLANO DIVINO DA SALVAÇÃO



O PLANO DIVINO DA SALVAÇÃO

Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4); por isso muitas vezes e de muitos modos falou outrora aos nossos pais, pelos profetas (Cf. Hb 1,1). Quando se completou o tempo previsto, enviou o seu Filho (Cf. Gl 4,4), a Palavra que se fez carne, ungido pelo Espírito Santo, para anunciar a boa-nova aos pobres e curar os contritos de coração, como médico dos corpos e das almas, mediador entre Deus e os homens. Sua humanidade, na unidade da pessoa do Verbo, foi o instrumento de nossa salvação. Deste modo, em Cristo realizou-se perfeitamente a nossa reconciliação com Deus e nos foi dada a plenitude do culto divino.

Esta obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus, prefiguradas pelas obras maravilhosas que ele operou no povo da Antiga Aliança, foi realizada por Cristo, principalmente pelo mistério pascal de sua bem-aventurada paixão, ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão. Por este mistério, morrendo destruiu nossa morte e, ressuscitando, restituiu-nos a vida. Foi do lado de Cristo adormecido na cruz, que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja.

Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma enviou os apóstolos, repletos do Espírito Santo, não apenas para pregarem o evangelho a toda criatura, anunciando que o Filho de Deus, por sua morte e ressurreição, nos libertou da morte e do poder de Satanás e nos introduziu no reino do Pai, mas também para realizarem a obra da salvação que anunciavam, por meio do sacrifício e dos sacramentos, ao redor dos quais se desenvolve toda a vida litúrgica.

Pelo batismo, os homens são incorporados no mistério pascal de Cristo: mortos com ele, sepultados com ele e com ele ressuscitados, recebem o Espírito de adoção filial no qual todos nós clamamos: Abá – ó Pai! (Cf. Rom 8,15), transformando-nos assim nos verdadeiros adoradores que o Pai procura.

Do mesmo modo, todas as vezes que comem a ceia do Senhor, anunciam a sua morte até que ele venha. Por isso, no próprio dia de Pentecostes, quando a Igreja se manifestou ao mundo, os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo (Cf. At 2,41). Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. (Cf. At 2,42.47).

Desde então, nunca mais a Igreja deixou de se reunir para celebrar o mistério pascal lendo todas as passagens da Escritura que falavam dele (Cf. Lc 24,27), celebrando a Eucaristia na qual se tornam presentes a vitória e o triunfo de sua morte e, ao mesmo tempo, dando graças a Deus, pelo seu dom inefável (Cf. 2Cor 9,15) em Cristo Jesus, para o louvor de sua glória (Cf. Ef 1,12).

Paz e Bem!

Fonte: Da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, do Concílio Vaticano I - (N.5-6)     (Séc.XX)


sexta-feira, 6 de maio de 2011

"E QUANDO EU FOR LEVANTADO DA TERRA, ATRAIREI TODOS OS HOMENS A MIM" (Jo 12,32).

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“E QUANDO EU FOR LEVANTADO DA TERRA, ATRAIREI TODOS OS HOMENS A MIM”. (Jo 12,32).

É preciosa e vivificante a cruz de Cristo

Ó preciosíssimo dom da cruz! Vede o esplendor de sua forma! Não mostra apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela árvore do Paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar. É uma árvore que não gera a morte, mas a vida; que não difunde as trevas, mas a luz; que não expulsa do Paraíso, mas nele introduz. A esta árvore subiu Cristo, como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano.

Sobre esta árvore o Senhor, como um valente guerreiro, ferido durante o combate em suas mãos, nos pés e em seu lado divino, curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela serpente venenosa. Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela árvore, recuperamos a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados, agora, pela árvore, repelimos a astúcia da serpente. Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças! Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, a incorrupção; em lugar da vergonha, a glória.

Não é sem razão que o Apóstolo exclama: “Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo”. (Gl 6,14). Pois aquela suprema sabedoria que floresceu na cruz, desmascarou a presunção e a arrogante loucura da sabedoria do mundo; toda a espécie de bens maravilhosos que brotaram da cruz, extirparam inteiramente a raiz da maldade e do pecado.

Já desde o começo do mundo, houve figuras e alegorias desta árvore que anunciavam e Indicavam realidades verdadeiramente admiráveis. Repara bem, tu que sentes um grande desejo de saber: Não é verdade que Noé, com seus filhos e esposas, e os animais de toda espécie, escapou da morte do dilúvio, por ordem de Deus, numa frágil arca de madeira?

E o que dizer da vara de Moisés? Não era figura da cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes dos magos, quando separou as águas do mar como poder do seu golpe, quando as fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que eram o povo de Deus? Símbolo da cruz foi também a vara de Aarão, quando se cobriu de folhas num só dia para indicar quem devia ser o sacerdote legítimo. Abraão também prenunciou a cruz, quando colocou seu filho amarado sobre o feixe de lenha.

Pela cruz, a morte foi destruída e Adão recuperou a vida. Pela cruz, todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados e todos os que creem, santificados. Pela cruz, fomos revestidos de Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes.

Paz e Bem!

Fonte: Dos Sermões de São Teodoro Estudita - (Oratio inadorationem crucis: PG99,691-694.695.698-699) (Séc.IX)

domingo, 1 de maio de 2011

A MAIS SUBLIME VERDADE SOBRE A VIDA














A MAIS SUBLIME VERDADE SOBRE A VIDA

Caríssimos irmãos e irmãs, nós que aqui estamos, celebramos a vitória do Senhor Jesus sobre o pecado, sobre a morte e sobre todo mal, pois, Deus nos criou unicamente para o louvor de sua glória e é por essa vitória de Seu Filho amado que nos faz participar dela desde já. De fato, a humanidade conheceu pela ressurreição de Cristo, a mais sublime verdade sobre a vida, a imortalidade, que concretiza a realização da firme esperança alimentada por todas as gerações que se depositaram em Deus, a começar por Abraão, o pai da fé. Ora, essa graça infinita nos é concedida por Deus mediante a ação do Espírito Santo quando de nosso batismo, pois, a primeira experiência que temos ao recebermos este sacramento é a nossa participação na natureza divina (Cf. 2Pd 1,4), isto é, na ressurreição de Jesus, o Senhor da vida.

Foi isso que nos ensinou São Paulo, na sua carta aos Romanos: “Por acaso, ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição”. (Rom 6,3-5).

De fato, nós que convivemos em meio à experiência da morte natural diariamente, precisávamos ter, da parte de Deus, a certeza da ressurreição de Cristo e da nossa ressurreição em Cristo, pois, sem essa convicção só teríamos uma certeza, a de que estamos vivos e haveremos de morrer; e o pior, sem esperança alguma. No entanto, com a graça da ressurreição gravada em nossas almas, passamos à uma nova condição existencial, a de ressuscitados com Cristo, formando com Ele um só Corpo, a Igreja, para darmos testemunho da Obra da Redenção, realizada por Ele definitivamente  no patíbulo da cruz, em expiação dos nossos pecados.

Com efeito, é o que nos ensina São Paulo na carta aos Efésios: “Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência. Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade, para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos nossas esperanças para Cristo. Nele também vós, depois de terdes ouvido a palavra da verdade, o Evangelho de vossa salvação no qual tendes crido, fostes selados com o Espírito Santo que fora prometido, que é o penhor da nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor da sua glória”. (Ef 1,7-8.11-14).

Portanto caríssimos, podemos afirmar com toda certeza que a nossa alegria é completa, pois, Aquele que nos redimiu está conosco e nos alimenta com o seu Pão de vida eterna, nos fazendo participar diretamente do grande Mistério da salvação, por meio de sua submissão amorosa à vontade do Pai. Assim, com ele ressuscitados, somos por ele conduzidos à plenitude de Sua Glória no Reino dos Céus, a Nova Criação.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.
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Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória”. (Col 3,1-4).
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