VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

IMEDIATAMENTE DEIXARAM TUDO E O SEGUIRAM...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 4,18-22)(30/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, a Igreja hoje celebra a Festa do Apóstolo Santo André, "nascido em Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Batista; seguiu a Cristo e levou à presença deste Pedro. 

Junto com Filipe, apresentou a Cristo os pagãos e indicou o rapaz que levava pães e peixes. Narra-se que, depois de Pentecostes, pregou o Evangelho em muitas regiões e foi crucificado na Acaia." (Liturgia das Horas).

Caríssimos, muito temos ouvido falar de vocação em geral, pois, não estamos neste mundo por acaso ou simplesmente existimos por existir. Não podemos esquecer que a nossa existência é um chamado de Deus não somente à vida natural, mas também à vida eterna, por isso mesmo, todos temos uma resposta a ser dada e uma missão a se cumprir.

Com efeito, a nossa resposta ao seu chamado deve ser dada diariamente com amor e fidelidade, entregando-nos totalmente ao seus desígnios a nosso respeito a fim de cumprirmos a nossa missão. Mas, qual é a missão? A mesma dos primeiros discípulos, anunciar a Cristo, o Reino de Deus e a sua justiça que se cumprirá na íntegra quando da sua segunda vinda.

No Evangelho de hoje "quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram." (Mt 14,18-19). 

De fato, aparentemente é um chamado comum, mas, porque vem de Deus, é um chamado eterno. Decerto, o Senhor Jesus poderia ter chamado religiosos versados nas Escrituras, ou então homens dotados de conhecimentos filosóficos com capacidades intelectuais para divulgar mais facilmente os seus ensinamentos. 

No entanto, Ele escolheu pescadores, homens pobres que pouco conheciam das habilidades da comunicação. Com isso, nos ensina que a obra da salvação eterna dos homens pertence somente a Deus, e Ele mesmo capacita os seus escolhidos com os dons do Espírito Santo e as graças necessárias para realizar os seus desígnios de amor em favor de todos.

Portanto, caríssimos, "ainda hoje o Senhor volta ao mar dos nossos dias enquanto cada um de nós, no seu estado particular de vida, se dobra para refazer as redes, curvados sobre as dores e fadigas de cada dia, e de repente ouvimos o mesmo imperioso convite de então: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”.  

Destarte, assim como os Apóstolos deixaram tudo e imediatamente o seguiram, também nós façamos o mesmo, pois, quando Deus entra em nossa vida, não devemos faze-lo esperar. Nem temos que medir nossas habilidades. Se é Ele quem chama, será Ele quem nos tornará capazes de responder ao seu chamado." (Mons Angelo Spina)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

VER A DEUS FACE A FACE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,21-24)(29/11/22)


Caríssimos, vivemos em meio ao mistério da criança vinda das mãos de Deus para o nosso bem e o louvor de sua glória. Decerto, não conhecemos ainda os detalhes do viver eterno, mas, ao contemplar a imensidão da criação natural e o quanto nos sentimos felizes por tudo de bom que vivemos, logo imaginamos que a felicidade eterna que Deus preparou como herança para os seus filhos e filhas é incomparável.

No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado." Sem dúvida alguma existe em nós um grandíssimo desejo de ver a Deus face a face, e esse desejo se realiza à medida que obedecemos aos seus santos mandamentos.

Com efeito, o Senhor Jesus nos ensina como realizar esse desejo: "Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Ou seja, ver a Deus face a face só é possível mediante o seguimento do seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo.

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "No futuro do mundo e nas esperanças da Igreja há sempre os "pequenos": aqueles que não se consideram melhores do que os outros, que estão conscientes das suas limitações e dos seus pecados, que não querem dominar sobre os outros, que, em Deus Pai, se reconhecem como irmãos e irmãs.

Então, perguntemos: a quem pertence o louvor, a nós ou a Deus? Um texto da liturgia eucarística convida-nos a rezar a Deus desta forma: "Não tendes necessidade do nosso louvor, mas através de um dom do vosso amor chamais-nos a dar-vos graças; os nossos hinos de louvor não aumentam a vossa grandeza, mas obtêm por nós a graça que nos salva". (Missal Romano, Prefácio Comum IV). 

Ao louvar a Deus, somos salvos. A oração de louvor serve-nos. O Catecismo define-a assim: "uma participação na bem-aventurança dos corações puros, que amam a Deus na fé antes de o verem na glória" (N.º 2639). Paradoxalmente, deve ser praticada não só quando a vida nos enche de felicidade, mas especialmente em tempos difíceis, em momentos escuros, quando o caminho é uma subida. 

Este é também o momento de louvor, como Jesus que, no momento de escuridão, louva o Pai. Porque aprendemos que através daquela subida, daquele caminho difícil, daqueles degraus desafiantes, vemos um novo panorama, um horizonte mais aberto. Louvar é como respirar oxigénio puro: purifica a nossa alma, faz-nos olhar para a frente, não nos deixa aprisionados no momento difícil e escuro das dificuldades." (Audiência Geral, 13/01/21).

Amados irmãos e amadas irmãs, quem só olha para as dificuldades deixa de enchergar a Deus nos ajudando a supera-las. Por isso, escutemos humildemente o que nos ensina a Carta aos Hebreus: "Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado. 

Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo." (Hb 12,1-3).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

SENHOR, EU NÃO SOU DIGNO DE QUE ENTREIS EM MINHA MORADA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,5-11)(28/11/22)


Caríssimos, examinando a nossa consciência percebemos o quanto somos pecadores e o quanto precisamos da misericórdia de Deus para sermos purificados em todos os sentidos de nossa vida, para assim nos mantermos em estado graça, e não caírmos na tentação do apego às coisas deste mundo, e de julgarmos uns aos outros.

O caminho para a santidade, embora árduo, tem no entanto um objetivo estupendo, pelo qual vale a pena enfrentar qualquer dificuldade e fadiga. Pois, quem nos espera neste caminho ascendente é o próprio Jesus, que é o fim em si mesmo de todos os nossos desejos, porque Nele habita a plenitude da divindade. 

De fato, não há nenhum esforço que possa ser sustentado por muito tempo na ausência de motivações interiores, e estas são representadas pela prontidão de reorientar o nosso viver de acordo com os ensinamentos recebidos do Senhor Jesus que nos leva a uma mudança radical de vida.

O Evangelho de hoje apresenta-nos um profundo ensinamento sobre a fé: é o episódio da cura do servo do centurião. O centurião de Cafarnaum não esquece o seu criado prostrado numa cama, porque o ama. Embora fosse rico e tivesse mais autoridade do que o seu criado, é grato pelos seus anos de serviço e tem um grande apreço por ele. Por isso, movido pelo amor, volta-se para Jesus.

E ao se apresentar a Jesus, ele diz esta belíssima oração: "Senhor, eu não sou digno". Não sou digno, significa humildade, ou seja, reconhece a sua pequenez, a sua fragilidade. E completa: "Basta que digas uma palavra e o meu criado será curado". Eis a fé do centurião, acreditar que Jesus pode fazer tudo com o poder da sua Palavra. Aqui estão então três virtudes que nos prepara para o Natal: amor, fé e humildade. 

O que pensamos quando o Senhor Jesus elogiou a fé do centurião? Humildade. A humildade do centurião foi a porta por onde o Senhor Jesus entrou na sua vida e na vida do seu servo. Decerto, aproximem-nos do Senhor Jesus por meio da virtude da humildade, abrindo o nosso coração para Ele, como o fez o centurião. 

Portanto, caríssimos, esta oração do centurião nós a fazemos em cada missa antes da comunhão: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e eu serei salvo." De fato, essa atitude orante nos faz experimentar a reconciliação, a esperança da salvação e da paz que o Senhor Jesus nos dá.

 Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 27 de novembro de 2022

HOMILIA DO 1°DOM DO TEMPO DO ADVENTO....


 Homilia do 1°Dom do Tempo do Advento (Mt 24,37-44)(27/11/22)


Caríssimos, a palavra que traduz o tempo do Advento se chama: Vigiai. Com efeito, ser vigilante na fé, significa aguardar o nosso Criador que virá pessoalmente nos visitar por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e nos preparar para o momento em que seremos um só com Ele no para sempre da sua glória eterna.

"Deus vem: na vida humana surge um acontecimento que transforma tudo, lança por terra todas as nossas seguranças e os nossos projetos. Repentinamente Ele se aproxima de nós e faz parte da nossa história; reconhce-o presente aquele que tem os olhos abertos, que espera e prepara um mundo novo.

Na espectativa daquele dia é preciso vigiar, ficar preparados, agir com prudência e desapego, mas com determinação, pois no seio da história amadurece o Plano de Deus para a nossa salvação. 

O tempo que se estende entre a vinda de Cristo e a sua manifestação na glória, é reservado à conversão dos homens (cf. At 3,19-21) e ao fortalecimento dos que crêem (cf. Ef 6,13; Rm 8,11), um tempo humano contendo em si o tempo de Deus, nos permitindo viver já na eternidade.

O ritmo da vida atual, cada vez mais agitado, as engrenagens de um sistema que pretende planejar todos os momentos do homem, mesmo o que há de mais privado, reduzem cada vez mais os limites do imprevisto. Tudo deve ser passado pelo computador, classificado, neutralizado, assegurado. 

Mas para o cristão Cristo continua a ser um acontecimento revolucionador: quando irrompe em sua vida, impõe uma mudança radical que quebra e transforma a rotina cotidiana, Cristo não pode ser programado, deve ser esperado; devemos deixar em nossa vida o espaço reservado para sua presença permanente.

A vigilância cristã permite ler em profundidade os fatos para neles descobrir a vinda do Senhor. Exige coração suficientemente missionário para ver essa vinda nos encontros com os outros." (Missal Romano).

Portanto, caríssimos, escutemos atentamente esta exortação de São Paulo: "Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.

Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo." (Rm 13,11-14a).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

COMO SERÁ A PARUSIA?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 21,5-11)(22/11/22)


Caríssimos, a liturgia de hoje é uma exortação escatológica, pois trata do juízo final, que acontecerá como no tempo da colheita em que as sementes maduras estão prontas para serem colhidas. "Saiu do Templo outro anjo, gritando em alta voz para aquele que estava sentado na nuvem: “Lança tua foice, e ceifa. Chegou a hora da colheita. A seara da terra está madura!” (Ap 14,15).

Com efeito, existe um grande desejo por parte dos que crêem para que se cumpra a justiça divina que em nada se compara à nossa justiça. Todavia, precisamos estar preparados, porque o dia de nossa morte é também o dia do nosso juízo pessoal, bem como está escrito na Carta aos Hebreus: "Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo." (Hb 9,27).

No Evangelho de hoje "algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. De fato, no ano 70 depois de Cristo essa sua profecia se cumpriu na íntegra e até hoje do Templo de Jerusalém só resta a lembrança e nada mais.

De igual modo, o mesmo acontecerá com tudo o que vemos sobre a face da terra, como nos revela São Pedro: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. (2Pd 3,10).

E ele acrescenta: "Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados!

Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz." (2Pd 3,11-14).

Destarte, "o momento do juizo não é tanto um dia de vingança, se bem que é também isso, para quem perseverou no mal; mas sim, o dia do amor gratuito, o dia da misericórdia infinita a nós concedida por nosso Irmão, amado e esperado; dia de plena e total justiça feita a nós por Ele que nos conhece bem, por nos ter amado, por ter morrido por nós. 

Deus não pode destruir a justiça, pois criaria outra injustiça; julgar-nos-á, porém, o Amor e julgar-nos-á sobre o amor. O melhor modo para esperar Cristo Juiz é chama-lo e deseja-lo, como faziam os primeiros cristãos: "Vem, Senhor Jesus (Maranatha)". (Missal Romano).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

NÓS SOMOS DA SUA FAMÍLIA DIVINA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(21/11/22)


Caríssimos, o Senhor Jesus é a Fonte inesgotável do amor de Deus Pai, e Ele traduz esse amor por palavras e ações e nos ensina a fazer o mesmo: "Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (Jo 13:34-35)

No Evangelho de hoje: "Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Com efeito, se interpretarmos essas palavras do Senhor Jesus a partir do parentesco meramente humano, corremos o risco de pensar que Ele trata com indiferença a presença de sua mãe e seus irmãos, para dar mais importância aos seus discípulos. Na verdade, Ele nos revela que para além do parentesco natural existe um parentesco divino que nos torna filhos e filhas de Deus, membros da sua família. 

"O ser homano precisa de uma pertença que lhe dê a sua própria identidade, o seu próprio valor. Tudo o define, mas o que é mais decisivo é saber porquê e para quem vivemos; é descobrir que pertencemos Àquele que mergulhou na nossa humanidade ao ponto de partilhar carne e sangue conosco sem ter vergonha de nos chamar de irmãos. Este é o parentesco que nos enobrece imensamente e nos torna imortais. 

No nosso tempo, muitas pessoas são atingidas pelas garras da solidão e da angústia, e se sentem profundamente inseguras. Todavia, 
que remédio é mais eficaz do que este: acreditar e acolher a vontade d'Aquele que nos fala, que é bom e fonte de salvação, e desse modo sermos seus irmãos, irmãs e mães, com a certeza de que Ele está conosco até o fim do mundo?" (Anna Maria Cànopi). 
 
Portanto, caríssimos, vivamos a nossa filiação divina tendo Maria Santíssima como nossa mãe, Deus como nosso Pai celestial e nosso Senhor Jesus Cristo como nosso irmão e Salvador, com a firme convicção de formarmos a sua família divina com todos os anjos e santos que se encontram na sua glória à nossa espera.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 20 de novembro de 2022

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO...


 SOL. JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO (Lc 23,35-43)(20/11/22)


Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Solenidade de Cristo Rei do Universo; de fato, devido à desordem que existe neste mundo, pode até parecer que o Senhor Jesus não reina, mas na verdade o seu reinado é consolidado, como nos ensina são Paulo: "Porque é necessário que Cristo reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés." (1Cor 15,25-26).

Com efeito, existe no mundo as autoridades constituídas para governarem a todos para o bem de todos. Tadavia, se tais governantes não seguem a ordem estabelecida e o propósito constituído pelas leis positivas, isto é, criadas pelos homens com base na lei natural; a isso chamamos usurpação, tirania ou abuso de poder. 

A liturgia de hoje nos mostra que se o poder exercido pelos homens não corresponde às leis de Deus, isso se chama transgressão que leva à perca do estado de graça, ou seja, da comunhão com Deus, e por isso está destinado ao fracasso e ao caos total. Com isso, vemos claramente que existem dois tipos de poderes: o poder do bem; e o poder do mal. 

Decerto, na obra da criação, Deus determinou leis naturais e divinas para que não haja desordem, de modo que, tudo siga o seu propósito de amor e unidade para que as suas criaturas se mantenham em perfeita harmonia entre si. Quando, porém, é quebrada essa unidade, gera-se uma divisão destrutiva que leva à violência e à morte. Ou seja, é o cúmulo do egoísmo e da soberba humana.

No Evangelho de hoje são Lucas nos apresenta Jesus como um rei que se deixa sacrificar como se não tivesse nenhum poder, com isso, nos ensina que o verdadeiro poder nunca gera violência, mas sofre violência, porém, vence sempre, porque é o poder de Deus em ação. 

De fato, esse seu poder se revela nas pessoas puras de coração, mansas e humildes; na bondade e misericórdia com que vivem, e "na caridade até o sacrifício". Ou seja, o poder de Deus vence sempre mesmo que perca aparentemente, como é o caso de Cristo crucificado, e dos seus seguidores mártires que são sacrificados por sua causa e do anúncio do Evangelho para a salvação de todos.

Portanto, caríssimos, o Senhor Jesus nos ensina que nada acontece sem que o nosso Pai celestial o saiba, e que até mesmo os fios de cabelos da nossa cabeça estão todos contados. E finaliza dizendo: "Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino." (Lc 12,32).

Oremos: "Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de novembro de 2022

SERÃO COMO OS ANJOS DE DEUS POR TODA ETERNIDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 20,27-40)(19/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, para nós que somos simples mortais, acreditar na ressurreição dos mortos e na vida eterna é realmente uma grande dádiva dos céus, é puro dom de Deus. De fato, sem essa verdade de nada adiantaria a nossa existência, é como se tudo o que construímos fora em vão.

No entanto, após o nosso batismo ressuscitamos com Cristo e com Ele seguimos para a sua glória imortal, como nos ensina são Paulo: "Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova." (Rm 6,3-4).

No Evangelho de hoje se aproximaram do Senhor Jesus, alguns Saduceus, que não acreditam na ressurreição dos mortos, e fizeram-lhe uma pergunta para o conduzir a uma armadilha. Uma mulher, durante a sua vida, foi casada com sete irmãos: tendo morrido um após o outro, na ressurreição de quem será esposa?

Jesus responde imediatamente com total clareza: "Os filhos deste mundo tomam esposa e marido; mas aqueles que são julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos, não tomam esposa nem marido: pois já não podem morrer, pois são iguais aos anjos, e como são filhos da ressurreição, são filhos de Deus."

Ou seja, a ressurreição é a nova condição, é a eternidade, é o para sempre dos filhos e filhas de Deus que aqui no tempo só conhecemos mediante a fé que professamos. Decerto, essa é uma graça toda especial que nasce da Palavra de Cristo, o Filho de Deus vivo:"Eu sou a ressurreição e a vida.

Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto? Marta respondeu: Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo." (Jo 11,25-27).

Portanto, caríssimos, é essa a nossa grande esperança, que nasce do amor de Deus por nós que nos deu o seu Filho amado para que Nele tenhamos a vida eterna, como Ele nos garantiu: "Não se perturbe o vosso coração. 

Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais." (Jo 14,1-3). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

"HOJE A SALVAÇÃO ENTROU NESTA CASA!"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,1-10)(15/11/22)

Caríssimos, os sofrimentos que vemos neste mundo resulta dos pecados nele cometidos. De fato, os homens estão perdendo o temor de Deus, o senso do sagrado e por isso, têm usado uns aos outros como se não fossem "imagem e semelhança de Deus" e assim estão caíndo no abismo da perdição como nunca visto antes. 

A liturgia de hoje nos mostra que a única solução para se evitar tal perdição em larga escala é a conversão em massa. E qual a probabilidade dessa conversão? Se depender dos homens afundados na lama fétida do pecado, essa probabilidade é praticamente nula, porém, se depender da fé dos buscam o Senhor Jesus, como Zaqueu, aí sim, haverá muitas e muitas conversões.

Na primeira leitura São João evangelista a mandado do Senhor Jesus se dirige às comunidades de Sardes e Laodicéia que se encontram mergulhadas numa prática de fé sem compromisso com a verdade, olhando tão somente para a prosperidade material deixando de lado a prática das virtudes eternas.

Ao responsável da Comunidade de Sardes diz o Senhor: "Conheço a tua conduta. Tens fama de estar vivo, mas estás morto. Acorda! Reaviva o que te resta, e que estava para se apagar! Pois não acho suficiente aos olhos do meu Deus aquilo que estás fazendo. Lembra-te daquilo que tens aprendido e ouvido. Observa-o! Converte-te!" (Ap 3,2-3).

Ao responsável pela Comunidade de Laodicéia diz: "Conheço a tua conduta. Não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca. Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo." (Ap 3,15-16.19-20).

No Evangelho de hoje Zaqueu procura ver Jesus, mesmo sendo considerado pela população um pecador público, muito rico, chefe dos cobradores de impostos. No entanto, enquanto o julgam um grande pecador; ao contrário, o Senhor o chama filho de Abraão capaz de se converter, deixando o apego ao dinheiro para amar o próximo como a si mesmo.

Portanto, caríssimos, sigamos as pegadas do Senhor como as seguiu Zaqueu que o recebeu em sua casa, mas, já como um homem convertido: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. (Lc 19,9-10).

Destarte, Deus nos conhece por dentro e sabe o quanto precisamos da sua divina misericórdia, porque somente mediante o perdão dos nossos pecados é que somos salvos. Evitemos, pois, cair em tentação por uma vida de penitência, oração e a prática das obras de misericórdia como o fez Zaqueu.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

QUE QUERES QUE EU TE FAÇA?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,35-43)(14/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem, sejam bem vindos à nossa meditação diária, o nosso aprendizado da vivência da fé se dá à medida que vemos como agem aqueles que encontram o Senhor Jesus e interagem com Ele, como é o caso do cego de Jericó no Evangelho de hoje.


Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão. 

Caríssimos, no Evangelho de são João, disse o Senhor Jesus: "Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo." (Jo 16,33). De fato, estamos num mundo muito perigoso em todos os sentidos da vida, de modo que o único que nos salva é o Senhor Jesus que por seu sacrifício de cruz venceu o pecado, a morte e o maligno, para nos dar a salvação eterna.

Todavia, precisamos cooperar com Ele, pela obediência à Sua vontade expressa por seus ensinamentos para que venha habitar em nossas almas (cf. Jo 14,23) e assim nos conduzir à santidade sem a qual não podemos ver a Deus (cf. Hb 12,14). É certo que ainda estamos neste vale de lágrimas, mas, somente por um tempo determinado, para em seguida entrarmos na sua glória celeste.

No Evangelho de hoje: "Quando Jesus se aproxima de Jericó, um cego, sentado à beira da estrada a mendigar, pede para ser curado e começa a gritar: 'Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim'. Ele tem de levantar a sua voz para ser ouvido, não só para superar o barulho, mas também a indiferença do povo. A multidão repreende-o, mesmo severamente, obriga-o a manter-se calado.

Mas há uma centelha de amor que se acende, quando Jesus, o Nazareno, passa, e o cego grita novamente: 'Jesus filho de Davi, tem piedade de mim'. Ele reza a Jesus, chamando-o pelo nome. Jesus significa: Deus salva. Nos Atos dos Apóstolos lemos: 'Quem invocar o nome do Senhor será salvo' (At. 2,21); "Em nenhum outro há salvação: pois não há nenhum outro nome sob o céu dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At, 4,12).

A salvação é experimentar em primeira mão o amor gratuito de Deus que nos perdoa. Jesus é a revelação deste amor do Pai. Perante o cego que grita, Jesus pára e ordena que o levem até ele. O diálogo é belo: "O que queres que eu faça por ti? A resposta é imediata: "Senhor, que eu possa ver de novo". Jesus muda a sua vida ao dizer-lhe: "Volta a ter visão! A tua fé te salvou". 

O cego é verdadeiramente a imagem eficaz dos que buscam a Deus: uma vez recuperada a visão, torna-se discípulo, segue Jesus, e louva a Deus. O cego não só vê de novo, como vê na sua vida a novidade que o encontro com Jesus lhe trouxe, e assim segue-o porque Ele é tudo e dá tudo, a vida, e uma nova visão. 

Deus passa frequentemente muito perto de nós: aprendamos a lição do cego de Jericó e clamemos em oração com fé, para que ao passar o Senhor por nós, o percebamos."
(Mons. Angelo Spina).

Amados irmãos e amadas irmãs, "o sofrimento do cego de Jericó atrai o Senhor Jesus imediatamente por entre o barulho da multidão. O sofrimento do Senhor é o maior amor", como Ele mesmo disse: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois os meus amigos se fazeis o que vos mando."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 13 de novembro de 2022

HOMILIA DO 33DOM TEMPO COMUM...


 Homilia do 33°Dom do Tempo Comum (Lc 21,5-19)(13/11/22)


Caríssimos, por mais que digamos que a segunda vinda de Cristo é iminente, dado os acontecimentos adversos e todo tipo de catástrofe natural ou causada pelos homens, nenhum de nós tem essa certeza, pois, o Senhor não nos deu uma data precisa, mas disse apenas que está reservado somente a Deus Pai: "Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai." (Mt 24,36).

Com efeito, vivemos em meio a todo tipo de violência e agressões, e ao que parece a capacidade humana recebida de Deus para fazer o bem, está sendo usada na prática de todo espécie de maldade, é como se a vida não tivesse nenhum sentido de ser; como se tudo o que vivemos se resumisse ao tempo natural que temos e nada mais, é como se para muitos não houvesse a eternidade após a morte.

De fato, "a existência humana é marcada pelo senso de finitude. Às vezes, isso é apresentado como uma catástrofe iminente que causa consternação; mais frequentemente é percebido como um presságio sombrio que já pinta o nascer do sol com as cores do pôr do sol. 

O fim do mundo vai acontecer, mas como e quando não podemos saber. O próprio Jesus não prevê um prazo preciso, mas nos convida a esperar, comprometendo-nos a manter viva a fé, apesar dos muitos obstáculos e provações dolorosas que cada geração de crentes terá que enfrentar. 

O cristão não pode e não deve tornar-se pessimista, porque sabe que precisamente em tais situações de conflito o Reino de Deus vem e se realiza. De Cristo temos o ensinamento e o exemplo incomparável a que nos conformamos, mas sobretudo temos nele a fonte da graça para viver cada situação de prova como evento de salvação. 

Toda a autoridade lhe foi dada sobre o céu e a terra, por isso, se o ouvimos caminhamos para a vida e a alegria. Se as buscamos Nele, já temos um antegozo delas, e na vida eterna, as possuiremos plenamente." (Ir Anna Maria Cànopi).

Portanto, caríssimos, quando o Senhor Jesus vier na sua glória, "Deus concederá ao seu povo a plinitude prometida. Uma promessa de vida tal que nada mais haverá de comum entre o mundo presente e o novo paraíso. Uma nova terra, novos céus. Um coração novo tornará o homem sensível a ação do Espírito Santo." (MR).

Destarte, estamos no tempo da Igreja que é a parte visível do Reino de Deus neste mundo; e quando esse tempo acabar, conforme determinado por Deus Pai, então, o seu Filho Jesus Cristo virá na sua glória com os seus anjos e tudo será consumado de acordo com os seus desígnios, bem como rezamos no creio: "Cristo virá para julgar os vivos e os mortos e o seu Reino não terá fim."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 12 de novembro de 2022

MAS O FILHO DO HOMEM ENCONTRARÁ FÉ QUANDO VOLTAR À TERRA?

 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,1-8)(12/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, "Feliz o homem que conhece a própria fraqueza. Porque esse conhecimento é nele o fundamento, a raiz, o princípio de toda a bondade. Quando um homem se sente desprovido do socorro divino, reza muito. 

E, quanto mais reza, mais o seu coração se torna humilde. Tendo compreendido realmente isto, guarda a oração na sua alma como um tesouro. E, sendo a sua alegria tão grande, faz da oração uma ação de graças. 

Então, guiado por este conhecimento e admirando a graça de Deus, eleva a voz para O louvar e glorificar, exprimindo a sua gratidão nos píncaros do seu maravilhamento." (Isaac, o Sírio (Sec. VII)

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão de hoje.

Caríssimos, no viver nosso de cada dia quase sempre nos deparamos com perguntas e respostas que fazemos ou damos, desse modo, revelamos quem somos e o sentido que damos a nossa existência. Decerto, isso também acontece na prática da fé, que nada mais é do que a nossa convivência com Deus, e é dessa convivência que depende o nosso amor ao próximo como a nós mesmos.

No Evangelho de hoje São Lucas introduzindo a Parábola contada por Jesus sobre uma viúva que pede para um juiz injusto lhe fazer justiça, disse: "Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir." (Lc 18,1). 

Com efeito, nessa Parábola, o Senhor Jesus nos ensina que a oração é o dom do encontro com Deus por excelência, por isso, deve ser acompanhada da perseverança e da fé para obter todas as graças necessárias para nossa salvação. No entanto, no final dessa Parábola Ele faz uma pergunta enigmática: "Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8).

De fato, com o que estamos contrastando na face da terra, é profundamente pertinente essa sua pergunta dado a crise de fé que estamos vivendo, porque nunca se falou tanto de Cristo, mas também nunca se viveu tão pouco o Ele nos ensinou. Decerto, este mundo está precisando ser passado a limpo, porque somente assim a fé voltará a ser praticada como sempre foi ensinada pelo Senhor, os Apóstolos e a sua Santa Igreja.

Portanto, caríssimos, escutemos atentamente São Paulo: "Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos." (Ef 4,3-6).

De fato, sem a unidade do Espírito Santo, sobra espaço para o espírito de divisão que está levando muitos "cristãos" ao ódio, à discórdia, à violência e à perdição. Então, como vencer essa batalha? São Paulo também nos ensina: "Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem.

Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo." (Ef 4,29-32)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

COMO SERÁ O JUÍZO FINAL?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,26-37)(11/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, se tem algo que de certa forma nos inquieta é o silêncio de Deus frente à tantas injustiças e aberrações cometidas por aqueles que as fomentam; no entanto, se prestarmos atenção percebemos que o resultado da prática de vida de cada um se revela por seu estado de alma. 

Desse modo, quem não caminha na doutrina de Cristo, como afirma São João na primeira leitura, não tem Deus, e quem não tem Deus também não tem amor e nem sequer um pingo de paz, vive num tormento infernal, e por isso, multiplica a maldade que planta por palavras e ações, e o resultado nefasto do que plantou é a violência e a confusão. É por isso que este mundo está parecendo um inferno.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus faz um prenúncio de sua segunda vinda baseado em duas escalotogias - acontecimentos finais - do Antigo Testamento, o dilúvio e a destruição de Sodoma e Gomorra, e conclui dizendo: "O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado." Ou seja, haverá uma semelhante destruição em massa, por conta dos pecados cometidos neste mundo que atraem o cumprimento da justiça divina.

Com efeito, "o Evangelho de hoje é um convite para estarmos sempre preparados para o encontro definitivo com Deus. O juízo que nos espera é a revelação daquilo que realmente somos; a morte nos mostrará toda a verdade. 

Sua vinda nos detém no ponto em que nos encontramos no relacionamento com Deus e com os homens: ódio e amor; bondade e malícia; egoísmo e generosidade ficam imobilizados no instante em que cessa a nossa vida.

O encontro com Deus será de alegria ou de infinito desespero, conforme o sentido que cada um tiver dado à própria existência. Então, tantas conquistas realizadas à custa de sacrifícios e humilhações serão computadas como perdas; tantas alegrias e prazeres que havíamos renunciado serão considerados como lucro. 

Por isso, o Senhor Jesus nos exorta a dar tudo, até a própria vida, porque, "quem procura salvar a sua vida vai perdê-la, e quem a tiver perdido, vai salvá-la." (Lc 17,33)(MR). "Com isso, o Senhor Jesus descreve o seu caminho pessoal, que através da cruz o leva à ressurreição: o caminho do grão de trigo que cai na terra e morre, para assim dar muitos frutos. Partindo do centro do seu sacrifício pessoal e do amor que nele alcança a sua realização, descreve também com essas palavras a essência do amor e da existência humana em geral." (Bento XVI - Encíclica Deus Caritas Est, no. 6).

Amados irmãos e amadas irmãs, "o amor divino engloba a totalidade da existência em todas as suas dimensões, incluindo a do tempo. Não poderia ser de outra forma, porque a sua promessa visa o definitivo: o amor visa a eternidade." (Bento XVI - Encíclica Deus caritas est, no. 6) 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

QUANDO VIRÁ O REINO DE DEUS E A SUA JUSTIÇA?


 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,20-25)(10/11/22).

Caríssimos, a liturgia de hoje nos proporciona um lastro luminoso de esperança principalmente neste tempo tão difícil que estamos atravessando; trata-se do maior desejo da humanidade, a vinda do Reino de Deus e do cumprimento da sua justiça.

No Evangelho de hoje "os fariseus perguntaram ao Senhor Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Ao que o Senhor respondeu: 'O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: 'Está aqui' ou 'Está ali', porque o Reino de Deus está entre vós.' Ou seja, a presença de Cristo perpassa o tempo e preenche o universo, e é Ele que representa o Reino de Deus entre nós. 

Com efeito, quantas gerações já se passaram desde a primeira vinda do Senhor Jesus, até os nossos dias? Ou seja, quantas pessoas nasceram e morreram sem que acontecesse sua tão desejada Parusia (sua vinda gloriosa)?

São Pedro na sua segunda carta nos recorda isso: "Sabei antes de tudo o seguinte: nos últimos tempos virão escarnecedores cheios de zombaria, que viverão segundo as suas próprias concupiscências. Eles dirão: Onde está a promessa de sua vinda? Desde que nossos pais morreram, tudo continua como desde o princípio do mundo.

Esquecem-se propositadamente que desde o princípio existiam os céus e igualmente uma terra que a palavra de Deus fizera surgir do seio das águas, no meio da água, e deste modo o mundo de então perecia afogado na água. Mas os céus e a terra que agora existem são guardados pela mesma palavra divina e reservados para o fogo no dia do juízo e da perdição dos ímpios." (2Pd 3,3-7).

Portanto, caríssimos, escutemos humildemente o Senhor Jesus: "Sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á. Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem." (Lc 12,36-37.40).

Amados irmãos e amadas irmãs:
"O Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam. Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão.

Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade." (Pd 3,9-11).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

PELA GRAÇA DE DEUS, SOMOS SUA IGREJA VIVA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 2,13-22)(09/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, somos templos vivos de Deus por nossa obediência e nosso amor incondicional a Ele, como nos ensinou o Senhor Jesus: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada." (Jo 14,23). Vivamos, pois, em conformidade com essa sua Palavra.

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão de Cada Dia.

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa da dedicação da Basílica do Latrão. Inicialmente foi uma festa exclusiva da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de Rito romano, com o fim de honrar a Basílica que é chamada “mãe e cabeça de todas as igrejas da Urbe e do Orbe e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia, “preside a assembleia universal da caridade”. (Liturgia das Horas).

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus expulsa os vendilhões do templo: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” E quando questionado com que autoridade fazia isso, respondeu: “Destruí este Templo, e em três dias o levantarei”. Ou seja, ao mesmo tempo se revela como Templo de Deus.

O Papa Emérito, Bento XVI, comentando essa Festa disse: "O templo de tijolos é símbolo da Igreja viva, da comunidade cristã, que os Apóstolos Pedro e Paulo, em suas cartas, concebia como um "edifício espiritual", construído por Deus com as "pedras vivas" que são os cristãos, sobre o único fundamento que é Jesus Cristo, comparado por sua vez à "pedra angular".

Beleza e harmonia algumas igrejas, destinados a louvar a Deus, convidam também nós, seres humanos, limitados e pecadores, a nos convertermos para formar um "Templo", um edifício bem ordenado, em íntima comunhão com Jesus, que é o verdadeiro Santo dos Santos.  

Isto culmina na liturgia eucarística, na qual a "ecclesia", isto é, a comunidade dos batizados, se encontra unida para ouvir a Palavra de Deus e alimentar-se do Corpo e Sangue de Cristo. Em torno desta mesa dupla a Igreja de pedras vivas se constrói na verdade e na caridade e é moldada internamente pelo Espírito Santo transformando-se naquilo que recebe, conformando-se cada vez mais ao seu Senhor, Jesus Cristo.  

Ela mesma, se vive em unidade sincera e fraterna, torna-se assim um sacrifício espiritual agradável a Deus que quer construir no mundo um templo espiritual, uma comunidade que o adore em espírito e em verdade. (cf. Jo 4,23-24).  

Mas este aniversário lembra-nos também a importância dos edifícios materiais, nos quais as comunidades se reúnem para celebrar os louvores de Deus, pelo que cada comunidade tem o dever de guardar cuidadosamente os seus próprios edifícios sagrados, que constituem um precioso patrimônio religioso e histórico." (Bento XVI - Angelus, 9 de novembro de 2008).

Amados irmãos e amadas irmãs, reconhecer-se como templos vivos de Deus é se deixar conduzir pelo Espírito Santo; para não cair na tentação de fazer desse templo uma casa de comércio, porque esse não é o verdadeiro sentido do nosso ser e estar no mundo.

Destarte, escutemos o que São Paulo nos ensinou: "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." (Rm 12:1-2).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

SOMOS SERVOS INÚTEIS, CHEIOS DE GRAÇA E ALEGRIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,7-10)(08/11/22).


Amados irmãos e amadas irmãs, "hoje o Senhor Jesus disse algo que pode não nos agradar, porque vai contra o nosso orgulho, nossa sensibilidade: nos diz para nos considerarmos servos inúteis. 

Mas na verdade isso é uma coisa muito bonita porque, de fato, se fazemos o que o Senhor nos diz, simplesmente fazemos o que corresponde à nossa identidade de servos, o que nos faz sentir bem, por cumprirmos a sua vontade, os seus desígnios." (Pe Frabrizio Centofanti).

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão.

Caríssimos, a liturgia de hoje nos lembra que nós batizados estamos a serviço do Reino de Deus para a conversão e a salvação de todos, quer pelo anúncio do Evangelho, quer pelo nosso testemunho de fé, quer ainda pela prática das obras de misericórdia, mas sempre com a certeza de esta obra salvífica é puro dom de Deus (cf. Ef 2,8-10). 

Por isso, depois de fazermos tudo o que nos foi ordenado digamos, como o Senhor nos recomendou: "somos servos inúteis nada fizemos além do que devíamos fazer." Ou seja, os méritos são todos da sua graça que atua em nossas almas para realizarmos a sua Santa Vontade.

Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Francisco: "Ir, dar frutos e permanecer. Este é o chamado a que não podemos escapar quando encontramos o Senhor e se nos deixamos conquistar pelo seu Evangelho.

É claro que Jesus não disse aos discípulos que eles iriam ver os frutos do seu trabalho de imediato. Ele apenas lhes assegurou que os frutos permaneceriam. Esta promessa também se aplica a nós. 

É humano pensar que depois de tanto trabalho gostaríamos de ver o fruto do nosso trabalho; no entanto, o Evangelho nos impulsiona noutra direção. De fato, Jesus não fez uma desfeita aos seus discípulos quando falou da radicalidade com que o devemos seguir. Ele disse-lhes: "Quando tiverem feito tudo o que vos foi ordenado, digam: 'Somos servos inúteis. Fizemos o que tínhamos de fazer." (Lc 17,10).

Contudo, se o nosso esforço para proclamar o Evangelho for total e nos encontrar sempre prontos, então a perspectiva muda. E isto é recordado noutra parábola, quando Jesus diz: "Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á." (Lc 12,37). 

Desse modo, tocamos com as nossas próprias mãos como é grande e infinito o amor de Deus por nós! Se formos fiéis e vigilantes, então, Ele também nos permite ver os frutos do nosso trabalho."

Amados irmãos e amadas irmãs, tudo o que somos e temos nos foram dados pela benevolência divina, é por isso que quando partimos deste mundo levamos conosco os bens eternos que aqui cultivamos e que nos acompanham como frutos de uma vida irrepreensível repleta de virtudes.

Peçamos ao Senhor Jesus a graça de servi-lo sempre com disponibilidade e amor na certeza de que é com o auxílio do Espírito Santo que o servimos. Amém! assim seja! 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

OS ESCÂNDALOS SÃO INEVITÁVEIS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,1-6)(07/11/22)


Caríssimos, a nossa relação com o próximo depende da nossa relação com Deus; as perguntas que fazemos são estas: como está o nosso relacionamento com Deus? Como o encontramos na nossa oração? Fazemos silêncio para ouvi-lo ou só o buscamos para pedir algo? De fato, o que nos faz viver na sua Presença? 

Decerto, as respostas à todas essas perguntas, se resume nesta: viver em estado de graça, isto é, sem pecados. Mas, como é possível uma vida sem pecados neste mundo infestado de tentações e práticas pecaminosas? 

A responde a essa pergunta se encontra na primeira Carta de São Paulo aos Coríntios: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela." (1Cor 10,13). 

E são Tiago acrescenta: "Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam." (Tg 1,12). De fato, não precisamos do pecado pra nada, porque ele é sempre uma ofensa contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus disse aos seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos." (Lc 17,1-2). 

Ou seja, o escândalo nada mais é do que a falta de autenticidade na vivência da fé; deixa-se a verdade pela mentira; deixa-se o amor pelo ódio; a castidade pela prática da impureza. E o resultado nefasto dessa troca é a condenação eterna de quem faz de tais práticas sua regra de vida.

Também nesse mesmo Evangelho o Senhor Jesus trata do perdão e da fé, que são dons de Deus que nos faz viver sempre em paz. Com efeito, o perdão é um dom de proteção que nos é dado para não deixarmos entrar em nossas almas as ofensas e a imagem negativa dos que tentam nos ofender. 

Quando perdoamos, é Deus quem perdoar por meio de nós e apaga todo o mal feito contra nós; quem não perdoa, deixa entrar na alma a maldade dos ofensores e isso causa rancor, mágoa, ressentimento, ódio e desejo de vingança, que corrói por dentro os que praticam esses pecados mortais. Por isso, nunca devemos dar atenção ao mal praticado, pois, o mal por si mesmo se destrói. 

Amados irmãos e amadas irmãs, o ato de perdoar traz inúmeros benefícios para a nossa salvação, e um deles é o estado de graça, que nos faz viver na presença de Deus gozando da sua amizade. Com isso, evitamos intrigas, fofocas, maldades e enganos; pois uma alma em estado de graça se torna invensível.

Decerto, ao ensinar a oração do "Pai nosso", disse o Senhor Jesus: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6,14-15). Ou seja, o perdão é uma fonte inesgotável de libertação e de paz.

Existe uma frase famosa de Blaise Pascal que diz: "Se conhecesseis os teus pecados, ficarias desesperado, mas teus pecados só serão revelados quando forem perdoados". 

Por isso, é fundamental buscar com uma certa frequência o Sacramento da Reconciliação, onde Deus, por meio do confessor, perdoa os nossos pecados, apaga as nossas culpas e nos dá viver em comunhão com Ele e entre nós.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 6 de novembro de 2022

"SEDE SANTOS COMO O VOSSO PAI CELESTE É SANTO."


 Solenidade de Todos os Santos e santas (Mt 5,1-12a)(06/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, a Santa Igreja no Brasil hoje celebra a Solenidade de todos os santos e santas, que são nossos intercessores no céu onde gozam a felicidade eterna na presença de Deus contemplando a Sua Divina Face. Com efeito, nesta liturgia de hoje o Senhor Jesus nos aponta o caminho da perfeição percorrido por eles sob o impulso da Sua graça, pela prática das Bem-aventuranças.

Mas, afinal, quem são os bem-aventurados? São todos os filhos e filhas de Deus que seguiram fielmente nosso Senhor Jesus Cristo neste mundo dando por Ele a própria vida; ora, todos nós temos conhecimento do nosso livre arbítrio, e aqui neste mundo, ele é o nosso paraíso; e dele temos a chave que o abre e fecha, trata-se da fidelidade, obediência e o amor incondicional ao nosso Senhor.

De fato, a santidade é a vontade de Deus realizada em todos os sentidos da vida, como o Senhor Jesus nos ensinou: "Sede santos como o vosso Pai celeste é Santo." (Mt 5,48). Ora, na Palavra que o Senhor nos fala já está o poder de se cumpri-la; Sua Palavra é criadora, redentora e realizadora da Sua vontade, quem a obedece se torna morada da Santíssima Trindade; quem não a obedece, não o segue, porque não o ama.(cf. Jo 14,23-24)

Meditando o Evangelho de hoje vemos que Jesus nos ensina a via da perfeição que nos leva ao céu: "Bem-aventurados os pobres de coração, porque deles é o Reino dos Céus». Podemos perguntar-nos como pode ser feliz uma pessoa pobre de coração? Ora, ela é aquela cujo único tesouro que possui é o Reino dos Céus.

"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados." Como podem ser felizes, aqueles que choram? São os que têm a capacidade de se comover, de sentir no coração a dor que existe na sua própria vida e na dos outros. Eles serão felizes, uma vez que a mão terna de Deus Pai os consolará e acariciará." E assim são as outras bem-aventuranças.

Portanto, caríssimos, escutemos com atenção esta exortação de são Teodoro Estudita (séc. VIII): "Rejubilai, peço-vos, cidadãos dos Céus, embora exilados neste mundo; habitantes da Jerusalém celeste (cf Gal 4,26), embora banidos dos assuntos deste mundo; herdeiros do reino dos Céus, embora deserdados e não tendo parte nos prazeres terrenos!

Sim, meus filhos, reunidos por Deus, alimentai-vos do alimento do Espírito e bebei a água dada pelo Senhor; quem vier a possuir esta água nunca mais terá sede, pois ela será para ele uma fonte que jorra para a vida eterna (cf Jo 4,14). Mais um pouco e teremos vencido. E seremos felizes, como felizes serão chamados os locais, os pais e as pátrias que vos terão gerado (cf Lc 11,27-28).

Amados irmãos e amadas irmãs, por vezes somos tentados a pensar que a santidade é um privilégio de poucos, quem sabe daqueles que a Santa Igreja já proclamou; mas estes foram proclamados como modelos de perfeição por seguirem fielmente o Senhor Jesus, como por exemplo são Francisco de Assis, santa Clara, e todos os outros santos e santas que se encontram no céu. Decerto, isso significa que nós também estamos fazendo o mesmo percurso que eles fizeram.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 5 de novembro de 2022

QUEM É FIEL NAS PEQUENAS COISAS TAMBÉM SERÁ FIEL NAS GRANDES...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,9-15)(05/11/22).


Amados irmãos e amadas irmãs, "o Evangelho de hoje nos põe numa encruzilhada: a quem queremos servir? A Deus ou ao dinheiro? O dinheiro não é ruim em si mesmo, mas Jesus nos ensina que deve ser usado somente para o bem de todos." (Mons. Angelo Spina).

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão de Cada Dia.

Caríssimos, estamos tão acostumados com o poder de compra do dinheiro que muitas vezes entramos em pânico só em pensar que ele nos vai faltar; digamos que esse é um péssimo sinal, porque é pôr a confiança no que não nos dar real segurança, pelo contrário, quem o possui tem medo de perde-lo, e isso gera desconforto.

Na primeira leitura são Paulo expressa com precisão o que significa viver da Divina Providência: "Não é por necessidade minha que vos digo, pois aprendi muito bem a contentar-me em qualquer situação. 

Sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando saciado ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. Tudo posso naquele que me dá força." (Fl 4,11-13). De fato, esse comportamento de São Paulo demonstra o quanto precisamos, nós e os demais penitentes, viver da Divina Providência. 

Com efeito, este mundo está se perdendo porque os homens fizeram do dinheiro um deus que os está disruindo pela ganância que os corrói por dentro, tirando-lhes a sensibilidade para com os mais necessitados, de modo que, milhões morrem de fome por conta do monstro do egoísmo que não para de crescer. 

Decerto, não é por menos que disse o Senhor Jesus: "É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus." (Mt 19,24). Com isso, percebemos o perigo a que estão se expondo os vivem acumulando indevidamente, enquanto milhões de pessoas morrem de fome diariamente. 

No Evangelho de hoje disse o Senhor: "Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. (Mt 16,10-13).

De fato, todo apego é maléfico principalmente o apego ao dinheiro que não passa de papel timbrado que ninguém leva consigo quando parte deste mundo. Por isso, escutemos o Senhor Jesus: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado." (Mt 6,33-34).

Amados irmãos e amadas irmãs, "Muitos pensam que com dinheiro podem comprar tudo, mas não é bem assim, existem coisas que não se podem comprar, simplesmente porque não estão à venda. 

O amor, por exemplo, não é algo que se compra. Na sociedade de hoje, as pessoas vivem por dinheiro e fazem grandes esforços para conseguir mais dinheiro. Também pode acontecer que alguém venda sua alma ao diabo para ficar "rico".

Todavia, se queremos ser verdadeiros discípulos de Cristo, somos chamados a buscar um tesouro que nenhuma traça pode corroer, esse tesouro é o Reino Deus, é Deus mesmo." (Mons. Angelo Spina) 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

FAZEI AMIGOS PARA O CÉU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,1-8)(04/11/22).


Amados irmãos e amadas irmãs, "o Evangelho de hoje nos mostra como discernir entre a busca dos bens temporais e dos bens eternos, também nos ensina como usar o tempo presente em vista da eternidade, para fazermos a escolha certa. 

Jesus conta a parábola de um administrador desonesto que, ao ser acusado, tem a astúcia de resolver a situação adversa beneficiando os devedores de seu senhor; ao fazê-lo, reduz de alguma forma seu déficit em relação ao seu patrão, uma vez que adquire a gratidão dos que beneficiou.  

No entanto, esta não é a lógica do cristão. Jesus usou este exemplo para nos fazer entender que, se aqueles que buscam as coisas deste mundo são astutos em resolver os problemas a seu favor, quanto mais devemos ser para os bens futuros que o Senhor nos dá para administrar neste mundo." (Anna Maria Cànopi).

Meditemos com amor e atenção o Pequeno Sermão de hoje. 

Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra a preciosidade da vivência da fé por aqueles cujo único interesse é a salvação de todos, porque têm consciência de que tudo neste mundo tem fim, por isso, não se apegam a nada. Pelo contrário, por depender da Providência Divina, mantém a serenidade e a confiança, convictos de que Deus nunca falha. 

"O Evangelho faz-nos compreender como a vida terrena é sempre uma escolha: entre a honestidade ou a desonestidade, entre o bem ou o mal, entre a fidelidade ou a infidelidade. Tudo o que temos recebemos de presente e fazemos crescer com o nosso empenho e determinação. 

Perguntemo-nos: como gerimos os bens que recebemos? Existem duas maneiras. Uma mundana que se manifesta por atos de corrupção, engano, opressão e constitui o caminho mais errado, o caminho do pecado. A outra maneira, revela o espírito do Evangelho que exige um estilo de vida sério e exigente, baseado na honestidade, na justiça, no respeito pelos outros e sua dignidade, no cumprimento do dever. 

No silêncio e na vida cotidiana, há muitas pessoas que não tentam embelezar sua casa com objetos luxuosos, mas tentam embelezar sua alma, tentam eliminar as coisas supérfluas que nada fazem além de acumular poeira, para ajudar os outros. 

Há muitas pessoas que usam as riquezas que Deus lhes confiou e as fazem frutificar sem explorar ninguém, compartilhando seus dons, habilidades e riquezas materiais e espirituais com os demais. Tem muita gente que não faz bullying, que não grita, que não se impõe, que não quer vencer a todo custo destruindo os outros. 

São muitos os santos que ao longo da história criaram mil maneiras para alimentar os pobres abandonados por todos, para proteger os humilhados e pisoteados, para amparar os doentes nos dias de contágio. São sábios administradores, os quais entenderam que no final desta vida seremos acolhidos pelos amigos que fizemos aqui na terra dia após dia com os dons recebidos e o exercício da partilha. 

Então, não estaremos sozinhos, mas seremos uma comunhão de amigos, se tivermos exercido a amizade aqui e agora, dando e aceitando os dons recebidos de Deus." (Mons. Angelo Spina). E é isso o que o Senhor Jesus nos ensina nesta Parábola.

Amados irmãos e amadas irmãs, "cada um recebe talentos naturais e espirituais, e deve administra-los inteligentemente em vista do Reino dos Céus. De fato, o mundo luta por riquezas e bem-estar; o Senhor, no entanto, nos convida a não buscar o que se perde, mas sim o que permanece para sempre." (Anna Maria Cànopi).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

DEUS NOS SALVA POR SUA DIVINA MISERICÓRDIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 15,1-10)(03/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, nós precisamos da misericórdia de Deus como do ar que respiramos e é essa dependência que nos liga à fonte inesgotável do seu infinito amor que nos sacia por toda a eternidade.

Meditemos com amor e devoção o Pequeno Sermão de hoje. 

Caríssimos, tudo na vida natural tem um início e um fim, mas em Deus não é assim, pois Ele nos criou para a vida eterna mesmo nos tendo criado no tempo, envolto pela eternidade. De fato, isso faz parte do seu mistério de amor que nos deu a conhecer por seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, mediate a sua vinda a este mundo para perdoar os nossos pecados e nos conduzir para o Reino dos céus.

Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Francisco: "Jesus quer deixar claro que Deus Pai é o primeiro a ter uma atitude acolhedora e misericordiosa para com pecadores. Deus tem essa atitude. Na Parábola da ovelha perdida, Deus é apresentado como um pastor que deixa as noventa e nove ovelhas para ir em busca da perdida." Ou seja, a sua misericórdia não tem limite.

No segundo momento, Ele é comparado a uma mulher que perdeu uma moeda e a procura até encontrá-la. Um elemento comum a essas parábolas é aquele expresso pelos verbos que significam regozijar-se juntos, celebrar. Não se fala em luto. Nós nos alegramos, nós celebramos. A ênfase está na alegria tão irreprimível que deve ser compartilhada com "amigos e vizinhos".

Jesus nos apresenta o verdadeiro rosto de Deus: um Pai de braços abertos, que trata os pecadores com ternura e compaixão. Seu perdão apaga o passado e nos regenera no amor. Esquecer o passado: esta é a fraqueza de Deus: quando nos abraça e nos perdoa, perde a memória do nosso passado pecaminoso." Ou seja, nos dando uma nova vida por sua Divina Misericórdia. 

Quando nós pecadores nos convertemos e nos deixamos encontrar por Deus, nenhuma censura e dureza nos esperam, porque Deus nos acolhe de volta em sua casa com alegria e festa. Isso nos dá uma grande esperança, porque não há pecado em que tenhamos caído do qual, com a graça de Deus, não possamos ressuscitar. 

Não existe pessoa irrecuperável, ninguém é irrecuperável! Porque Deus nunca deixa de nos querer, mesmo quando pecamos! Neste caminho, podemos dar alegria a Deus, e sua alegria pode se tornar a sua e nossa festa." (Papa Francisco - Angelus, 11/9/16).

Amados irmãos e amadas irmãs, rezemos com o Frei Ludolfo de Saxe, frade domenicano (sec. XIV).

"Vem, Senhor Jesus, à procura do teu servo, à procura da tua ovelha errante e extenuada. Vem, Esposo da Igreja, à procura da dracma perdida. Vem, Pai de misericórdia, receber o filho pródigo que retorna a Ti. Vem, Senhor, porque só Tu podes chamar a ovelha que se extraviou, reencontrar a dracma perdida, reconciliar o filho que partiu. 

Vem, para que haja salvação na Terra e alegria no Céu! Converte-me a Ti e concede-me cumprir uma verdadeira e perfeita penitência, de modo que seja ocasião de alegria para os anjos. Meu doce Jesus, a quem amo exclusivamente e acima de tudo, eu, pecador, rogo-Te pela imensidade do teu amor que seja apenas consolado por Ti, meu tão doce Deus!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

HOMILIA DA CELEBRAÇÃO DO DIA DE FINADOS...


 CELEBRAÇÃO DO DIA DE FINADOS (Lc 12,35-40)(02/11/22)


Amados irmãos e amadas irmãs, a vida vivida a cada momento é uma viagem que estamos fazendo do tempo para a eternidade; mas atenção, porque não a fazemos sozinhos, uma vez que estamos indo ao encontro definitivo com Deus afim de recebermos o seu abraço de Pai, isto significa que seguimos em comunhão uns com os outros vivendo o amor fraterno rumo ao Reino dos Céus. 

Na primeira leitura "Jó tomou a palavra e disse: ”Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros”. (Jó 19,1.23-27a). Ou seja, essas são palavras de vida eterna. 

De fato, estamos ainda na região dos mortos, e com plena consciência de que da morte ninguém escapa; decerto, lutamos todos os dias contra ela e essa batalha só findará quando a sua sentença se cumprir, porém, como Jó nos ensinou, o nosso Redentor a venceu e nos deu a graça de vence-la também, assim o que antes era uma tragédia agora tornou-se esperança de vida eterna.

"No dia 2 de Novembro, a Igreja convida-nos a comemorar a partida dos fiéis, a trazer à nossa mente e ao coração os entes queridos que passaram desta peregrinação terrena para a vida eterna. Recordar, significa trazer de volta ao coração. Qualquer pessoa que tenha experimentado a morte de um ente querido - um pai, uma mãe, um filho, um amigo - sabe bem o que significa trazer um ente querido de volta ao coração. 

A morte rasga muitos afetos, dilacera muitos sentimentos, retira relações intensas, causa muita dor. Mas, o Senhor Jesus permite-nos superar toda a tristeza e medo, como Ele mesmo disse: "Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora." (Jo 6,37). 

O cristão é aquele que vai a Jesus todos os dias, mesmo que a sua vida seja feita de contradições, pecados, infidelidade, e quedas. Ainda assim Jesus não o rejeita, mas, se há conversão, Ele o abraça, perdoa os seus pecados e leva-o à vida eterna, dizendo: 'Porque esta é a vontade do meu Pai, que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia'."

Portanto, caríssimos, rezemos por nossos entes queridos que já partiram antes de nós, pois a oração é o meio pelo qual Deus derrama sobre eles as graças necessárias para aliviar as suas pernas e prepará-los para o céu.

Destarte, rezemos com esta oração do prefácio da missa na intenção dos nossos falecidos: Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo poderoso, em Cristo brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. 

Senhor, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus, um corpo imperecível."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

HUMILDADE E DISPONIBILIDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 14,15-24)(01/11/22).


Amados irmãos e amadas irmãs, a virtude da humildade é como uma terra fértil onde cresce as sementes das graças de Deus dando frutos abundantes que saciam a todos que deles se deleitam. De fato, como é agradável a convivência com quem faz a vontade de Deus, transparecendo sua presença na convivência mútua.

Com efeito, são Pedro na sua primeira carta escreveu: "Todos vós, em vosso mútuo tratamento, revesti-vos de humildade; porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes (Pr 3,34). Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo oportuno. (1Pd 5,5-6). 

Decerto, na virtude da humildade se encontra a disponibilidade que generosamente se dá a Deus para que Ele realize a sua obra salvífica em nossas almas. O contrário da humildade é a perversa arrogância que com sua truculência tenta atrapalhar o plano de Deus para a nossa salvação.

São Paulo na primeira leitura nos ensina: "Irmãos, tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus. Ele, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas esvaziou-se a si mesmo assumindo a condição de escravo, tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz." 

Em outras palavras, o Senhor Jesus é Deus conosco e quiz rebaixar-se à nossa condição, menos no pecado, e o fez porque muito nos amou. Ora, se Deus agiu assim para a nossa salvação, o que será de nós se rejeitarmos o seu convite para seguir os passos do Seu Filho que padeceu os tormentos da cruz que lhe foram infringidos sem que tivesse culpa alguma?

A resposta a esta pergunta se encontra no Evangelho de hoje: “Um homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: ‘Vinde, pois tudo está pronto’. Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. Por isso, eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete”.

Portanto, caríssimos, o Senhor Jesus é a humildade em pessoa e nos convida ao seu banquete celestial; e nós o atendemos ou damos desculpas para não aceitar o Seu convite? Examinemos a nossa consciência, isto é, o nosso coração, porque é dessa resposta que depende a nossa entrega total a Ele, a nossa salvação.

Destarte, aprendamos com a humildade e disponibilidade de Maria Santíssima, uma vez que sua existência foi toda pautada sobre a vontade de Deus, como ela mesma disse ao anjo: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." (Lc 1,38). De fato, somente os humildes de coração têm tal disposição para aceitarem o convite do Senhor, com o fez a sua Santíssima Mãe.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
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