VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

sexta-feira, 31 de março de 2023

POR QUE SOMOS PERSEGUIDOS MESMO FAZENDO O BEM?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 10,31-42)(31/03/23) 


Caríssimos, todos os homens de todos os tempos travaram um confronto consigo mesmos a fim de responder sobre qual o verdadeiro sentido da vida e de como vivê-la em toda a sua plenitude para o bem e a felicidade de todos. Respostas nunca faltaram, mas sempre incompletas, devido às provações e os desafios de fé que as tentações e os pecados se nos impõem, tornando-nos como que impotentes por conta de nossa finitude. 

No entanto, em Seu infinito amor, aprove a Deus reconciliar o mundo consigo, por meio do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que encontrássemos as respostas que somente Ele pode-nos dar. Bem como nos ensina são Paulo: "Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. 

A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus." (Gl 4,4-7). Decerto, essa resposta revela que como filhos e filhas de Deus em Seu Filho Jesus Cristo, estamos neste mundo para testemunhar essa verdade eterna. 

No Evangelho de hoje, vemos o quanto o Senhor Jesus foi perseguido e humilhado pelo fato de ter revelado que era o Filho de Deus e que foi enviado como o nosso Salvador, conforme Deus prometera à Abraão, o nosso pai na fé. Por isso, se perseguiram o Senhor Jesus, também perseguirão à nós que o seguimos, como nos ensina são Paulo: "Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição." (2Tm 3,12).

Portanto, caríssimos, o tempo presente é uma espécie de julgamento com uma pergunta precisa tirada do Salmo 14, cuja resposta o próprio Salmo nos dá: "Senhor, quem morará em vossa casa e em vosso Monte santo habitará? 

É aquele que vive na inocência e pratica a justiça fielmente, o que pensa o que é reto no seu coração, cuja língua não calunia; o que não faz mal a seu próximo, e não ultraja seu semelhante." Ou seja, todos os filhos e filhas de Deus que fazem parte do Corpo de Cristo, a Igreja, e que vivem de acordo com a sua santa vontade.

Destarte, de uma coisa fiquemos certos: não é que Deus não nos defende quando somos perseguidos injustamente, ao contrário, Ele sofre em nós e conosco para nos fortalecer na certeza de que grande será a nossa recompensa, como o Senhor mesmo nos ensina: 

"Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós. (Mt 5,11-12).

Paz e Bem! 

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 29 de março de 2023

CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,31-42)(29/03/23)


Caríssimos, quando não se vive em comunhão com a vontade de Deus expressa em Sua Palavra, na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos exemplos de Sua Santa Mãe e de todos os santos, tudo se torna motivo de preocupação, medo, murmuração e outras coisas semelhantes, exatamente porque nos falta o essencial, isto é, a intimidade com o Senhor. Ora, Deus não está distante de nós; nós é que nos afastamos Dele por conta das nossas futilidades.

De fato, vivemos tempos difíceis em que para muitos a tecnologia está ocupando o lugar da fé; hoje em dia quase tudo se pode fazer pelo celular, por isso, muitos já não têm tempo, por exemplo, para participar da Santa Missa, para ter vida de recolhimento e oração; muito menos para fazer uma profunda reflexão ouvindo a voz do Senhor e dialogando com Ele por meio das Sagradas Escrituras.

E o resultado nefasto disso tudo é um mundo stressado, mergulhado num barulho infernal, no hedonismo que é a busca do prazer instintivo; mas também nas vãs preocupações e incertezas, gerando incredulidade e a hipocrisia do nosso tempo, isto é, viver de aparências; carentes das virtudes do amor e da paz que somente em Deus encontramos. Infelizmente o mundo virtual tem sido trágico, por tornar insensível aqueles que nele vivem.

No Evangelho de hoje disse o Senhor Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. Portanto, Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (Jo 8,34-36).

Portanto, caríssimos, atenção, muito cuidado, porque a Internet, o celular e as redes sociais são os principais ídolos de nossa geração querendo ocupar o lugar de Deus em nossas almas, tirando todo o tempo que deveríamos dar ao Senhor e não à eles. Ora, sem dúvida as distrações são tentações cujo único objetivo, é nos afastar da prática da nossa fé, a ponto do Senhor Jesus dizer: "Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Lc 18,8b).

Destarte, os exercícios espirituais que disciplina as nossas almas para permanecermos fiéis ao Senhor pela vivência da fé, são estes: a prática frequente dos sacramentos, em especial a confissão e a Santa Eucaristia; a perseverança na vida de oração; a meditação e prática diária da Palavra, e por fim a participação nas atividades paroquiais. Quanto a Internet e às redes sociais, entremos nelas sempre com o propósito de Evangelizar e ser evangelizados.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 28 de março de 2023

FÉ, ARREPENDIMENTO E PERSEVERANÇA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,21-30)(28/3/23)


Caríssimos, é Deus quem nos dá a vida, todos os dons e todas as condições para vivermos em paz. No entanto, precisamos crer como o Senhor Jesus nos ensinou: "Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna." Será que custa ao ser humano acreditar na Verdade, logo ele que é filho da Verdade?

O fato é que, em hipótese alguma, não podemos e nem devemos acreditar na mentira, pois por menor que seja o pecado, ele é sempre uma mentira ou um engano, e não se pode contestar isso pelos efeitos negativos que ele causa na sociedade como um todo.

Com efeito, escrevo isso não para nos sintirmos culpados, mas para evitarmos todo tipo de pecados. Desse modo, os que foram cometidos no passado e que foram confessados já estão perdoados, apagados, não existem mais; porém, se ainda não foram confessandos, estamos dentro do tempo da Divina Misericórdia, basta confessá-los arrependidos, por meio do Sacramento da Reconciliação, para obtermos o perdão que nos liberta deles e de seus efeitos maléficos.

Com efeito, a primeira leitura de hoje traz o episódio da serpente de bronze que Moisés fincou numa haste, como um símbolo e seus efeitos. Primeiro, quando mordidos pelas serpentes ardentes aqueles homens lembravam do pecado que haviam cometido contra o Senhor e seu servo Moisés; olhavam, então, para ela arrependidos e eram salvos pelo olhar da obediência e fidelidade devidas à Deus.

Segundo, compreendiam que ao pecar deixavam de confiar no Senhor para cair na tentação da murmuração, onde até o Maná caído do céu, era para eles, "uma comida nojenta, um alimento miserável". De fato, assim também acontece com todos aqueles que se afastam do Senhor, por meio dos pecados mortais que cometem, nunca têm sossego são sempre atormentados.

Então, quais lições aprendemos desse episódio? A resposta está no Evangelho que hoje meditamos. O Senhor perdoa sempre, porque nos ama e não quer ver a nossa ruína, basta olharmos para Ele e seguirmos o exemplo de obediência e fidelidade dos Israelitas na provação do deserto.

Segundo, o Senhor veio até nós como um de nós, e mesmo ofendido pelos nossos pecados não nos rejeita, mas aceita prontamente os corações contritos, arrependidos e humilhados que deixam a prática do pecado para carregar com Ele a cruz que lhes faz vencer as tentações e evitar os danos causados pelo pecado.

Portanto, caríssimos, o Senhor tem sempre para conosco uma eterna compaixão, como eterno é o seu amor e a sua misericórdia para todos que se arrependem. Todavia, cabe à nós a devida atenção que precisamos lhe outorgar, caso contrário, cavamos a nossa cova eterna nas trevas dos pecados mortais consentidos e praticados, pois o pecado só existe quando nós o consentimos e praticamos.

Bem como nos ensina são Tiago: "Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam. Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém.

Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados. (Tg 1,12-16).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

NEM EU TE CONDENO, VAIS E NÃO PEQUES MAIS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,1-11)(27/03/23)


Caríssimos, vivemos em meio à finitude humana, todos nós em algum momento de nossa vida por alguma razão ou tentação cometemos faltas, ou seja, desvio de reta conduta, e desse modo, prejudicamos à nós mesmos e aos outros; por isso, precisamos do verdadeiro arrependimento com as devidas desculpas e as reparações dos danos causados, para voltarmos ao estado de graça e à paz que perdemos por conta de tais atos.

Com efeito, esta liturgia de hoje é como um bálsamo para as almas que realmente cultivam o bem para o qual fomos criados; por outro lado, ela também nos mostra o mal que somos capazes de fazer quando não buscamos uma vida de justiça e santidade, pela prática dos mandamentos da Lei de Deus, porém, isentos de todo tipo de legalismo, que tem afastado a muitos da fé verdadeira.

Na primeira leitura de hoje o Profeta Daniel foi enviado por Deus em defesa de uma das filhas do seu povo que estava prestes a ser lapidada em praça pública pelo falso juízo de dois magistrados perversos que acusaram-na injustamente de atos jamais praticados. Ora, como a justiça divina se cumpre na íntegra, a contradição de tais juízes pervertidos os levou à própria condenação.

De fato, um dos piores pecados que se comete na face da terra é o falso juízo, e por incrível que pareça é o que mais constatamos neste mundo. Quem dera vermos a prática constante dos atos de misericórdia, de amor e de bondade, certamente se evitaria a condenação de inocentes; e por outro lado, ajudaria os perversos a reverem os seus atos maléficos e não tornar a pratica-los.

No Evangelho de hoje vemos que todo pecador carrega a culpa dos seus pecados gravada em sua alma e por isso frequentemente tenta projeta-la julgando e condenando os outros, porém, quando confrontados com a justiça divina, recuam de tais atos para dar lugar à misericórdia e à bondade do Senhor que sempre perdoa e nos ensina à não mais pecar, como vimos neste episódio da mulher adúltera.

"Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu, também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. Ou seja, o verdadeiro sentido da Lei de Deus é a salvação de todos que encontram o Senhor Jesus na sua prática.

Portanto, caríssimos, esse episódio nos revela que Jesus veio ao mundo para que conhecêssemos quem Deus é realmente, como Ele age libertando à todos que Dele se aproximam mesmo aqueles que lhe querem por à prova para acusa-lo e condena-lo. E assim o Senhor nos dá a conhecer o seu infinito amor e a causa da sua vinda: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância." (Jo 10,10).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMCinv.

domingo, 26 de março de 2023

"EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA"


 Homilia do 5°Dom da Quaresma (Jo 11,19-27)(26/03/23)


Caríssimos, este mundo jaz sob o maligno (cf. 1Jo 5,19), porém, isso é válido somente para aqueles que se submetem ao seu jugo, ou seja, para aqueles que o seguem em seus malefícios; por isso, quem testemunha as maravilhas de Deus será sempre perseguido, porque não se submete aos caprichos do inimigo. Ora, de uma coisa fiquemos certos, Deus é sempre fiel aos Seus Santos propósitos, e por isso, não permite que os seus filhos e filhas sejam vencidos pelo diabo; mesmo que estes às vezes sofram até o martírio.

O Evangelho de hoje relata o doloroso encontro entre o Senhor Jesus e Marta e Maria, que choravm a morte do seu irmão Lázaro, como vemos a seguir: "Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. Em outras palavras, mesmo sofrendo a dor pela perda do seu irmão, Marta manteve-se fiel ao Senhor e confiante na sua oração.

E continua o relato: "Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. Ora, essa resposta de Marta se chama esperança, mas a fé não é feita somente de esperança, mas sim da confiança inabalável de que Deus tudo pode e por isso atende as nossas orações.

Então disse Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. Sem dúvida, essa profissão de fé de Marta, significa a sua adesão incondicional e definitiva a Jesus, nosso único Senhor, e isso é amor à toda prova.

Portanto, caríssimos, por graça de Deus fomos dotados dessa fé inabalável que vimos neste relato, pois, como escreveu o Profeta Isaías: "Mas os que esperam no Senhor, renovarão as suas forças; subirão com asas como águias, correrão e não se casarão, caminharão e não se fatigarão." (Is 40,31).

Destarte, o mal por si mesmo se destrói e nem precisa ser explicado, pois, conhece-se a árvore pelos frutos que ela dá. Basta aos filhos e filhas de Deus continuar a sua profissão de fé em Jesus Cristo, o Filho amado de Deus, que foi enviado a este mundo para nos libertar do pecado, da morte e do inferno, como vimos nesse episódio.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 25 de março de 2023

O ANJO DO SENHOR ANUNCIOU A MARIA...


 Solenidade da Anunciação do Senhor (Lc 1,26-38)(25/03/23)


Caríssimos, o Anúncio do nascimento de Jesus, o Filho de Deus, é o acontecimento mais esperado de todos os tempos, pois significa que Deus se fez homem para nos fazer participantes de sua natureza divina. E tudo isso com a participação direta da Virgem Maria que ao receber a visita do Anjo Gabriel escutou com profunda devoção e surpresa o divino convite e o aceitou dizendo o sim mais esperado pela humanidade, porque nesse momento o Espírito Santo gerou Jesus no seu ventre e assim se cumpriu todas as profecias à respeito de sua vinda.

Meditemos, então, a grandeza de tão sublime revelação: Jesus Cristo é Deus conosco, como profetizou Isaías (cf. Is 7,14), ou seja, é Deus porque nasce de Deus, gerado pelo Espírito Santo; é humano porque nasce de Maria, a mulher escolhida por Deus para ser a Mãe do Seu Filho. Assim, o Senhor une a sua natureza divina à nossa natureza humana para nos libertar para sempre do pecado e do resultado do pecado, a morte, e assim nos dar a vida eterna.

Comentando esta Solenidade escreveu são Leão Magno: "A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza, pela força, a mortalidade, pela eternidade. Para saldar a dívida de nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à natureza passível. 

Deste modo, como convinha à nossa recuperação, o único mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, podia submeter-se à morte através de sua natureza humana e permanecer imune em sua natureza divina.

Por conseguinte, numa natureza perfeita e integral de verdadeiro homem, nasceu o verdadeiro Deus, perfeito na sua divindade, perfeito na nossa humanidade. Por “nossa humanidade” queremos significar a natureza que o Criador desde o início formou em nós, e que assumiu para renová-la. 

Mas daquelas coisas que o Sedutor trouxe, e o homem enganado aceitou, não há nenhum vestígio no Salvador; nem pelo fato de se ter irmanado na comunhão da fragilidade humana, tornou-se participante dos nossos delitos."

Oremos: "Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Amém!

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos à vós e por todos quanto à vós não recorrem de modo especial pelos inimigos da Santa Igreja e por aqueles que a vós estão recomendados.” Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 24 de março de 2023

CONHECER O SENHOR JESUS É AMA-LO E SEGUI-LO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 7,1-2.10.25-30)(24/03/23) 


Caríssimos, somos filhos e filhas de Deus e se alguém se põe na vida contra nós, é contra Deus que se põe, ferindo o princípio do amor e da Sua vontade que é o bem viver de todos. De modo que, tudo o que é contra a boa convivência e o bem de todos, é ação maléfica que tenta destruir a unidade divina que se encontra em nossas almas. Por isso, é impossível haver um pai amoroso, mesmo humano, que não defenda os seus filhos e filhas das ciladas de seus inimigos.

Com efeito, Deus nos ama com tamanha intensidade que ofereceu Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, em sacrifício para nos libertar do pecado e de todos os nossos inimigos visíveis e invisíveis. Por isso, fiquemos atentos a este ensinamento de São Francisco de Assis: "O pior inimigo do homem é ele mesmo; vence-te a ti mesmo e vencerás todos os inimigos visíveis e invisíveis."

Ora, isso significa dizer que precisamos viver de tal modo em Cristo e com Cristo, que nunca nos separemos Dele por nada deste mundo. Porque esse é o jeito perfeito de vencer a si mesmo em toda e qualquer dificuldade que se nos impõe os inimigos de nossas almas. Escutemos, então, o Senhor para vencermos por sua graça essa intensa batalha: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Mt 16,24)

No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos ensina a não nos expormos, mas ao mesmo tempo nos exorta à continuar o nosso testemunho da presença do Pai em tudo o que vivemos nesse tempo que nos foi dado, porque um dia ele nos será tirado permanecendo somente as obras que realizamos pelas quais seremos julgados. Bem como está escrito no Livro de Apocalipse: "Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras." (Ap 22,12).

Portanto, caríssimos, os que agem perversamente em nome de suas convicções, geralmente não percebe o mal que estão fazendo por estarem cegos pelo ódio que os devora. Por isso, o Senhor pediu perdão por aqueles que o estavam crucificando: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem." (Lc 23,34). 

Destarte, por esse seu exemplo, o Senhor Jesus nos mostra que o amor é infinitamente superior ao ódio cultivado para àqueles que fazem da cultura de morte o seu trampolim de vitória.

Peçamos humildemente ao Senhor, perdão e misericórdia por tudo aquilo que praticamos e que não foi do Seu agrado: SenhorJesus Cristo, Filho de Deus vivo, tende compaixão de nós, pecadores, perdoa Senhor os nossos pecados e por amor do teu Nome, nos conduza à vida eterna. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 23 de março de 2023

O VERDADEIRO TESTEMUNHO EVIDENCIA A PRESENÇA DE DEUS NO MUNDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,31-47)(23/03/23)


Caríssimos, o que torna Deus visível aos olhos da humanidade por meio de nossas obras, é a fé inabalável no seu amor e na sua Divina Providência; por outro lado, a incredulidade revela a presença perceptível do maligno, porque é fechamento em si mesmo não deixando espaço para a graça de Deus agir livremente, como vimos na primeira leitura.

De fato, a cegueira espiritual leva os incrédulos e os não praticantes da fé, às trevas da ignorância e da dureza de coração tornando-os insuportáveis a si mesmos e aos outros. Por isso, o Profeta Jeremias nos alerta: "Nada mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração. Quem o poderá compreender? Eu, porém, que sou o Senhor, sondo os corações e escruto os rins, a fim de recompensar a cada um segundo o seu comportamento e os frutos de suas ações." (Jr 17,9-10).

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus fala do testemunho do Pai a seu respeito, nos ensinando que veio a este mundo para salva-lo, começando pelo o seu povo, no entanto, por conta da incredulidade deles na foi aceito como Messias mesmo que suas obras testifiquem que o Pai o enviou. Daí percebemos quão difícil é entrar num coração incrédulo que não aceita a verdade mesmo que a tenha diante dos seus olhos.

Comentando esse Evangelho disse o Papa Bento XVI: "Os cristãos devem tornar visível ao mundo o Deus vivo, testificá-lo e conduzi-lo a Ele. Quando falamos de nossa tarefa comum, por sermos batizados, isso não é motivo para nos gabarmos. Mas sim, uma pergunta que tanto nos alegra como nos incomoda: somos realmente o santuário de Deus no mundo e para o mundo?  

Abrimos aos homens o acesso a Deus ou o escondemos? Não somos nós - o povo de Deus - um povo em grande parte incrédulo e distante de Deus? Não é verdade que no Ocidente, os países centrais do cristianismo, estão cansados ​​de sua fé e, entediados com sua própria história e cultura, não querem mais viver a fé em Jesus Cristo? [Semelhante ao povo da Antiga Aliança na primeira leitura?] 

Decerto, temos motivos para clamar a Deus nesta hora: “Não permita que nos tornemos um não-povo! Deixe-nos reconhecê-lo novamente! Com efeito, ungiste-nos com o teu amor, puseste sobre nós o teu Espírito Santo. Deixa que a força do teu Espírito volte a atuar em nós, para que testemunhemos com alegria a tua mensagem!" (Bento XVI - Missa Crismal, 20/04/2011).

Portanto, caríssimos, no final do Livro do Apocalipse o Senhor Jesus nos adverte sobre a preparação para a sua segunda vinda: "Disse ele ainda: Não seles o texto profético deste livro, porque o momento está próximo. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. 

Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras." (Ap 22,10-12). Decerto, para bom entendedor meia palavra basta.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 22 de março de 2023

A BREVIDADE E A ETERNIDADE DA VIDA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,17-30)(22/03/23)


Caríssimos, temos consciência de que a nossa existência dia após dia tende para o seu fim natural e não tem como deter esse acontecimento, ou seja, a morte é certa como é certa a vida que vivemos. Aliás já nos acostumamos com o pensamento de que somos apenas um sopro de vida e nada mais, no entanto, não somos satisfeitos com isso, justamente porque Deus nos criou para a eternidade. Por isso, tudo aqui passa, cumprindo esta lei escrita na nossa natureza.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus faz uma belíssima exortação revelado quem é o Pai, como Ele age e lhe dá a autoridade para agir do mesmo modo, porém, em nossa natureza assumida por Ele, e que por isso chama a si mesmo Filho do Homem e Filho de Deus, revelando as duas naturezas, a humana e a divina, que determina quem Ele é, ou seja, Deus conosco, Emanuel, como profetizou Isaías (cf. Is 7,24).

Com efeito, como nos ensinou são Paulo (cf. At 17,28a), vivemos dentro do Mistério Divino que pouco a pouco é disvendado à medida que acreditamos e praticamos a Vontade do nosso Pai celestial, no seguimento do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, conduzidos pelo Espírito Santo que nos dar a conhecer tudo o que Ele determinou em seus desígnios de amor para conosco.

Todavia, prestemos atenção à nossa prática de vida, para não sermos insensatos, pois é aqui que projetamos o nosso devir eterno, seja em plena comunhão com Deus ou separados Dele. Por isso, é sumamente importante a prática da fé como correspondência à sua justiça, bem como nos ensinou são Tiago: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento." (Tg 2,12-13).

Portanto, caríssimos, prestemos então muita atenção nesta exortação de são Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." ((Gl 6,7-10). 

Por fim, meditemos com estas palavras do Cardeal Comastri: "A vida após a morte está lá: acreditem ou não, a vida após a morte está à vossa frente. Uma vida em que a alegria e a tristeza dependerão exclusivamente do coração: do coração bom ou do coração mau, do coração aberto a Deus ou fechado para Ele; do coração libertado e curado de qualquer infecção de orgulho e egoísmo ou voluntariamente aprisionado no orgulho e egoísmo que são eles próprios o castigo e a privação da felicidade. 

O paraíso está dentro do homem: está no bom coração. Tal como o inferno está dentro do homem: está no seu mau coração. Preparemo-nos para esse momento multiplicando a bondade e sentiremos uma antecipação do Paraíso a partir daqui."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 21 de março de 2023

A FÉ NÃO É UMA PRÁTICA RÍGIDA DE VIDA, MAS SIM CORRESPONDÊNCIA AO AMOR DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,1-16)(21/3/23)


Caríssimos, as profecias são acontecimentos vindouros que Deus nos antecipa, por meio dos seus santos profetas, antes que aconteçam, para assim nos prepararmos a fim de que não sejamos surpreendidos por eles. Com efeito, elas sempre nos apontam para as atitudes e comportamentos que precisamos mudar em nosso viver, exatamente porque não estão de acordo com os seus desígnios de amor para a nossa salvação.

Discorrendo à esse respeito, disse São Pedro: "Assim demos ainda maior crédito à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender, como a uma lâmpada que brilha em um lugar tenebroso até que desponte o dia e a estrela da manhã se levante em vossos corações. Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." (2Pd 1,19-21).

No Evangelho de hoje, Jesus nos dá um profundo ensinamento sobre a impotência da alma que vive em estado de pecado mortal, representado pelo homem que jazia enfermo há trinta e oito anos. Porém, não obstante sua compaixão e misericórdia para com os pecadores, Ele nos mostra que nem sempre é correspondido por aqueles que recebem as suas graças, mesmo que lhas conceda sem a devida solicitação; representado ainda pelo enfermo curado que não o obedeceu e ainda o entregou aos judeus que começaram a persegui-lo tramando a sua morte, por curar os enfermos em dia de sábado.

Decerto, não corresponder com a devida obediência às graças que do Senhor recebemos a todo momento, se constitui um pecado grave de ingratidão e injustiça, por não reconhecer com devoção que tudo o que somos e temos são dádivas do Senhor que por seu infinito amor nos sustenta e nos governa e nada nos deixa faltar quando Nele depositamos a nossa confiança.

Também convém lembrar que a prática da fé, é comunhão com a vontade de Deus para expressamos a sua misericórdia e o seu amor para com todos, e por isso, não deixa margem para falsas interpretações, pois caso isso aconteça, tal prática religiosa torna-se um instrumento de perseguição e morte usando o nome de Deus, como vimos no Evangelho de hoje.

Portanto, caríssimos, felizes são aqueles que praticam a fé com a firme convicção de que estão realmente fazendo acontecer a vontade de Deus por meio das obras de misericórdia e compaixão para com todos principalmente os mais necessitados. De fato, os que vivem assim reconhecem e agradecem por tudo o que o Senhor lhes concede por Sua Divina Providência.

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA

"Ó Maria Santíssima, Mãe da Divina Providência, nossa mãe e advogada, intercedei junto ao vosso Filho Jesus Cristo, por nós, pobres pecadores. Ajudai-nos a colocar todos os dons recebidos de Deus à serviço dos pobres, sofredores e marginalizados. Fazei com que sejamos incansáveis no Vosso serviço. Consegui de Vosso amado Filho a remissão de nossos pecados, para alcançarmos a bem-aventurança eterna. Amém!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.  

FÉ E ESPERANÇA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 4,43-54)(20/03/23)


Caríssimos, a esperança é um gozo antecipado da plenitude eterna que nos espera; digamos que ela é uma visão que o Senhor nos dá de nosso viver eterno na sua presença. Desse modo, compreendemos que ela é uma graça especial que reforça a nossa fé, para permanecermos firmes até o fim em nosso propósito de santidade, pois ela é como que nosso passaporte para entrarmos na sua glória, no Reino dos Céus.

Na primeira leitura de hoje o Profeta Isaías alimenta as nossas almas com a esperança que o Senhor nos proporciona ao prometer-nos novos céus e uma nova terra; em outras palavras isso quer dizer: "Eis que eu renovo todas as coisas." (Ap 21,5a). De fato, este mundo está passando por um processo de renovação, e por isso, todos precisam se converter, isto é, deixar a via do pecado para retornar ao estado de graça, à comunhão com o Senhor; caso contrário, nada de bom se pode esperar, visto que o pecado é a raiz de todos os males que se abatem sobre a humanidade.

Com efeito, perder a esperança, é perder com ela o sentido da vida, é não crescer na fé, é se desligar do Senhor para viver sem rumo certo no deserto deste mundo tenebroso. No Evangelho de hoje um funcionário real procurou Jesus com a esperança da cura de seu filho, o Senhor o advertiu: “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais”. Porém, lhe disse: “Podes ir, teu filho está vivo”. Ele acreditou no Senhor e recebeu a graça que tanto desejava, e ainda a conversão de toda a sua família.

Portanto, caríssimos, como vimos nesse episódio que acabamos de meditar, o dom da fé se faz presente em todos os seres humanos, pois todos somos obras das mãos de Deus, e Jesus confirma isso, dizendo: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23b). Desse modo, a fé e a esperança que Dele recebemos nos faz seguros de suas promessas, de forma que por elas, Ele nos conduz à plenitude da vida eterna.

Destarte, como meditamos na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). E depois de uma série de testemunhos bíblicos de fé o hagiógrafo conclui: "Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado. 

Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado." (Hb 12,1-4).

Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 19 de março de 2023

HOMILIA DO 4°DOM DA QUARESMA...


 Homilia do 4°Dom da Quaresma (Jo 9,1-41)(19/03/23)


Caríssimos, o tema da liturgia deste quarto domingo da Quaresma é a luz de Deus que ilumina as nossas almas e nos arranca das trevas do pecado que nos mantinha fechados em nós mesmos nos impedindo de enxergar a luz de Cristo. Sem dúvida, diariamente convivemos com a realidade cruel que se abate sobre a humanidade por conta da violência advinda dos pecados praticados neste mundo.

Com efeito, esse tema está na raiz do anúncio profético da vinda do Messias como profetizou Isaías: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz." (Is 9,1.5). 

Na primeira leitura de hoje o Profeta Samuel sofreu a tentação de escolher o ungido do Senhor pela aparência. "Mas o Senhor disse-lhe: Não olhes para a sua aparência nem para a sua grande estatura, porque eu o rejeitei. Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”. (1Sm 16,7). Samuel, então, seguiu as suas instruções e assim escolheu Davi que depois tornou-se rei e o progenitor do Messias. 

De fato, se tem algo que não falta neste mundo diria que são as tentações. Mas, por que elas existem? Porque a graça da felicidade eterna já nos foi dada por Cristo no batismo, Ele é o Messias prometido que veio ao mundo para nos salvar. Por isso, não somos mais escravos do pecado e nem do maligno que gerou o pecado. 

No entanto, não basta ser batizado, é necessário manter o diálogo interior com o Senhor Jesus para obedece-lo em tudo, e não ceder às tentações e ao pecado, que nos leva à perca da graça da felicidade eterna, amargando com isso o vazio e a tristeza que o pecado gera.

No Evangelho de hoje Jesus cura um cego de nascença, e assim realiza a vontade do Pai; mas, por realizar esse sinal divino em dia de sábado, foi equivocadamente julgado pelos fariseus como um pecador por não obedecer a Lei. Por outro lado, o homem que foi curado, quando interrogado, deu uma verdadeira lição de teologia e de humildade ao acreditar no Senhor; no entanto, foi expulso da Sinagoga pela cegueira da soberba e do preconceito daqueles que deviam acreditar e acolher o Senhor Jesus, e não rejeita-lo.

Portanto, caríssimos, prestemos atenção na conclusão deste Evangelho: "Então, Jesus disse: 'Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem, vejam, e os que veem se tornem cegos.' Alguns fariseus, que estavam com ele, ouviram isto e lhe disseram: 'Porventura, também nós somos cegos?' Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como dizeis: 'Nós vemos', o vosso pecado permanece." (Jo 9,39-41). Ou seja, o pecado do orgulho e soberba cega aqueles que o comete. 

Destarte, não sabemos quanto tempo ainda temos neste mundo até que venha a plinitude do Reino de Deus, como disse o Senhor; todavia, de uma coisa fiquemos certos, a justiça divina se cumprirá na íntegra; e, quem ficará de pé quando este dia chegar? O salmo 14 responde: "É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua. Jamais vacilará quem vive assim!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

SÃO JOSÉ, HOMEM FORTE NAS ADVERSIDADES COTIDIANAS...


 SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ (Mt 1,16.18-21.24a)(18/03/23)


Caríssimos, hoje a Igreja celebra antecipadamente a Solenidade de São José, esposo virginal da Santíssima Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. Homem repleto das virtudes que Deus lhe concedeu para acolher, cuidar, dar atenção e afeto ao seu amado Filho, que se fez homem gerado pela ação do Espírito Santo no seio virginal de Maria. Com efeito, em José, descendente do rei Davi, Deus cumpriu a promessa que havia feito ao seu pai de perpetuar o seu reino por meio da sua descendência.

Vejamos então algumas virtudes pelas as quais Deus conduziu José no cumprimento da sua missão. Como descreveu são Mateus no Evangelho de hoje: "José era um homem justo," ou seja, cumpridor da Lei de Deus, por isso, vivia em constante sintonia com Ele; de modo que, quando a situação pareceu-lhe embaraçosa com a gravidez inexplicavel da sua noiva, mesmo sem entender, não a repudiou, mas, recolheu-se em oração para ouvir a Deus, por isso, foi visitado pelo seu anjo que o tranquilizou quanto ao que estava acontecendo.

De fato, José é o homem do silêncio e da escuta; com ele aprendemos a escutar a Deus e nos deixar conduzir por Ele para cumprirmos a missão à qual nos chama conforme os seus desígnios de amor. De certo, normalmente vemos a realidade a partir da nossa naturalidade, mas quando nos deixamos conduzir pelo Senhor, passamos a enxerga-la a partir da sua vontade, e assim realizamos o seu querer e agir para a salvação de todos.

Com efeito, José é o homem da fé inabalável e da prudência, e isso o demonstra nos momentos mais difíceis da sua vida, como por exemplo, na situação da gravidez inexplicável de Maria; pois, não a julgou e nem duvidou do que o anjo lhe revelou, mas, deixou-se envolver pelo mistério de Deus pondo em prática o que lhe fora recomendado, como o fez Abraão quando foi visitado por Deus ao confiar totalmente nas suas promessas.

Por fim, José é um homem simples, pobre e trabalhador, embora fosse descendente do grande rei Davi, não possuía bens, pois, era um simples carpinteiro da Aldeia de Nazaré. No entanto, sua riqueza se encontrava nas virtudes eternas com as quais cumpria os desígnios de Deus. Por isso, aprendeu muito bem a renunciar a si mesmo e abrir-se inteiramente à Sua Santa Vontade dia após dia cuidando de realiza-la inteiramente, tornando-se para nós um exemplo a ser seguido no cumprimento dos desígnios do Altíssimo.

Portanto, caríssimos, façamos com amor e devoção esta oração pedindo a intercessão de são José: "Salve, guardião do Redentor e esposo virginal da Santíssima Virgem Maria. Deus te confiou o seu Filho Jesus; em ti Maria depositou a sua confiança; e sob tua custódia, o Cristo se fez homem. Ó Beatíssimo são José, mostra-te pai também para nós e guia-nos no caminho da vida. Obtém-nos graça, misericórdia e coragem, e defende-nos de todo mal," como defendeste a Sagrada Família de Nazaré. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 17 de março de 2023

TU NÃO ESTÁS LONGE DO REINO DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 12,28b-34)(17/03/23)


Caríssimos, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos efetua a sua obra redentora quando ocupa o centro da nossa vida e de nossas ações. Mas, alguém poderá perguntar: como amar os que vivem ofendendo, perseguindo e maltratando o próximo? Basta olharmos a cruz de Cristo e vermos que o único motivo do seu sofrimento e morte foi a nossa salvação.

Todavia, nos perguntemos ainda: como pode um Deus único, soberano, que tem todo o poder sobre céu e a terra, permitir que o seu amado Filho fosse sacrificado numa cruz por aqueles que Ele criou por amor? Somente o resultado deste amor explica isso, porque nenhuma explicação racional cabe no nosso conceito de justiça. 

Daí entendemos que mesmo com toda maldade existente, nada disso pode impedir a vitória do amor de Deus ao ressuscitar o seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e nos fazer ressuscitar com Ele mediante o batismo que recebemos. Decerto, no dia eterno todos verão o fim definitivo do mal e de toda maldade causada por ele; enquanto que o amor Redentor de Cristo permanecerá para sempre conosco.

No Evangelho de hoje um mestre da lei depois de interpelar o Senhor Jesus sobre qual o maior mandamento e receber dele a resposta, tratou de comenta-la: "Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios'.

Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: 'Tu não estás longe do Reino de Deus." (Mc 12,32-34) Ou seja, do seu Reino de amor, de justiça, paz e felicidade eterna. De fato, quem ama assim é feliz por já participar do Reino de Deus mesmo estando ainda neste mundo, porque esta participação se dá no Corpo de Cristo, a Sua Santa Igreja, que é a parte visível do Seu Reino neste mundo. 

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "Tomemos como exemplo o Evangelho de hoje: não basta lê-lo e compreender que devemos amar Deus e o nosso próximo. É necessário que este mandamento, que é o "grande mandamento", ressoe dentro de nós, seja assimilado, se torne a voz da nossa consciência. 

Então não permanece letra morta na gaveta do coração, porque o Espírito Santo faz germinar em nós a semente da Palavra. E a Palavra de Deus trabalha, está sempre em movimento, é viva e eficaz (cf. Heb 4,12). Assim, cada um de nós pode tornar-se uma "tradução" viva, diferente e original. Não uma repetição, mas uma "tradução" viva, diferente e original, da única Palavra de amor que Deus nos dá."

Portanto, caríssimos, somente um amor tão grande como esse pode vencer todo orgulho, ódio e rancor que existe neste mundo, por isso, não podemos perder tempo buscando explicação para o mal que existe, mas sim, aproveitar todo tempo que temos para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, como o Senhor Jesus nos ensinou, certos de que somente em Deus, nosso Pai celestial, somos capazes de amar assim.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 14 de março de 2023

QUANTAS VEZES DEVO PERDOAR?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,21-35)(14/03/23)


Caríssimos, a liturgia de hoje nos apresenta o tema do Perdão como condição "sine qua non", para a nossa salvação, ou seja, sem o qual não há salvação. De fato, o perdão é o cancelamento total das ofensas e do mal praticado, e é isso o que Deus faz conosco por meio do Seu Filho amado, como nos ensinou são Paulo: "Com efeito, todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus, e são justificados gratuitamente por sua graça; tal é a obra da redenção, realizada em Jesus Cristo." (Rm 3,22-24).

Com efeito, no Evangelho de hoje Pedro faz uma pergunta ao Senhor Jesus apresentando o máximo que para ele seria possível ao ser humano perdoar: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete." (Mt 18,21-22). Ou seja, o perdão é tão precioso e tão essencial para o bem estar de nossas almas que jamais podemos limita-lo. 

Em seguida o Senhor contou uma Parábola fazendo uma analogia entre o perdão que de Deus recebemos e o perdão que devemos dar àqueles que nos ofendem; e no exemplo dessa Parábola, o empregado não perdoou o seu devedor que pouco lhe devia, mesmo tendo sido perdoado de sua enorme dívida. Por isso, foi condenado. E o Senhor concluiu: "É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão." (Mt 18,35).

Portanto, caríssimos, eis que o Senhor nos dá o entendimento preciso deste seu ensinamento: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também." (Lc 6,36-38).

Destarte, ao seguirmos esse ensinamento do Senhor Jesus, aprendemos que perdoar é amar, é fazer a vontade de Deus decididamente, por isso, quem ama perdoa sempre e é inatingível pelas ofensas sofridas, porque não as carrega na alma e nem a imagem negativa de seus algozes, mesmo que seja pregado numa cruz.

Uma vez que Deus nos criou por amor e somente para amar, por isso, não existe paz num coração que não perdoa; porque perdoar é uma decisão da alma fortalecida pela graça da misericórdia divina que a preenche em todos os sentidos, não deixando espaço para os ressentimentos e mágoas advindas da falta de perdão.

Amados irmãos e amadas irmãs, como estamos constatando este mundo vive mergulhado no ódio e por consequência na violência e na morte; e tudo isso por falta de amor e perdão, pois uma alma que vive sem a graça do perdão nela, é uma alma destruída, sem vida, que se encaminha para o caos.

Mas, como mudar tudo isso? Só é possível mediante a conversão, ou seja, a volta ao estado de graça amparados pelo perdão e a misericórdia divina que apaga todos os nossos pecados para assim voltarmos a paz interior, de modo que, livres de todas os ressentimentos, sejamos o regaço da misericórdia do Senhor para aqueles que nos ofendem.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 13 de março de 2023

O PROFETA É O PORTA VOZ DE DEUS NO MUNDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,24-30)(13/03/23).


Amados irmãos e irmãs, a beleza e a delicadeza da liturgia diária está em que por ela escutamos a Deus e aprendemos as lições que Ele, como Pai amoroso, nos dá. Na liturgia de hoje, o Senhor nos ensina a grandeza da obediência à sua Palavra, que é sua voz escrita nos falando diretamente para nos comunicar sua vontade e as graças necessárias para a nossa salvação.

Na primeira leitura, um pagão de nome Naaman se aproximou do Senhor, para receber a cura da lepra que carregava no corpo e na alma; todavia, ao receber as instruções do Profeta Eliseu, a princípio se recusou a obedecer por conta da lepra do preconceito que trazia na alma, mas o conselho humilde de seus servos o fez recuar e isso foi o seu bem maior, pois, ao obedecer as instruções do Profeta, ficou curado e por sua conversão entrou para a história da salvação.

Com efeito, vivemos num mundo onde a maioria das pessoas se deixa contaminar pela lepra das ideologias de um mundo sem Deus, e pelos chamados fazedores de opiniões midiáticos que outra coisa não têm em suas mentes além do lucro que seus súlditos lhes dão. Por isso, pouco se importam com o destino eterno das almas que manipulam; para eles o importante é se manterem no poder, custe o que custar. Estes são os famosos ídolos midiáticos, que constitui uma das cabeças do poder satânico neste mundo. 

No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus denuncia a prática de violência daquele povo contra os Profetas que Deus envia, dentre eles o próprio Senhor, e logo a Palavra anunciada foi comprovada pelo mal que tentaram fazer contra Ele, mas foram rechaçados pela mansidão intocável com que o Senhor os venceu, isto é, passou entre eles sem sofrer nenhum dano.

Desse modo, confirma exatamente o que havia dito: "O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai." (Jo 10,17-18). Ou seja, ninguém tem nenhum poder contra o Ungido de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo.

De fato, tudo o que o Senhor diz e faz é vontade do Pai, por isso, não o precipitaram no abismo como era a intenção deles, pois, Deus não se submete aos caprichos humanos, porque nos ama e nos perdoa, contanto que nos convertamos, caso contrário, morreremos em estado de pecado mortal por falta de arrependimento e conversão.

Portanto, caríssimos, a vida é um dom de Deus e só a Ele pertence, por isso, não podemos nos achar donos dela, mas sim, reconhecermos e agradecermos a Deus o grande privilégio de pertencemos a Ele, e assim vivermos todos os dias como dons preciosos do seu amor.

Amados irmãos e amadas irmãs, escutemos humildemente estas palavras de são Paulo: "Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas também a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição." (2Tim 4,6-8).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 12 de março de 2023

Homilia do 3 °Dom do Tempo da Quaresma...


 Homilia do 3° Dom da Quaresma (Jo 4,5-42)(12/3/23)


Caríssimos, a vida naturalmente depende da água e de outros elementos naturais para existir, no entanto, não podemos esquecer que tudo está ligado a Deus, que é o nosso Criador, de modo que sem Ele a vida é impossível. Por isso mesmo, não vivemos por viver, uma vez que Deus tudo criou somente para o nosso bem, e se algo nos falta, é por não correspondermos aos seus desígnios de amor para conosco.

De fato, se tem algo que mais nos identifica naturalmente isso se chama necessidade, assim, nenhuma criatura existe que não necessite de algo para sobreviver, a começar pelo ar que respiramos de quem dependemos cem por cento. Porém, em se tratando da fé, ela é o dom do Espírito Santo que nos mantém em constante comunhão com Deus por meio do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. De modo que "Sem fé é impossível agradar a Deus."

Com efeito, "a água viva de uma fonte exprime também o milagre renovado da vida. Fazendo brotar a água da rocha, Deus se manifesta como salvador do seu povo e o põe em condições de prosseguir a viagem até a terra prometida, como vimos na primeira leitura. No Novo Testamento a água exprime simbolicamente o dom do Espírito Santo para a geração de uma nova humanidade.

Cristo, sobre quem desceu o Espírito no momento do batismo, anuncia um renascimento da água e do Espírito, prometendo àqueles que Nele crêem a abundância da água do Espírito que jorra para a vida eterna. Sua pessoa se identifica, pois, com a Rocha (como observa são Paulo recapitulando os "sinais" do deserto, 1Cor 10,4), o novo Templo, a Fonte que sacia a sede de vida eterna." (MR).

Portanto, caríssimos, "Encontramo-nos diante da sede de um povo no deserto, da sede de uma mulher no poço. A sede é simbolo de uma necessidade intima, vital, torturante. Além da sede fisiológica há uma sede mais profunda em todo homem, em toda sociedade, em toda comunidade do nosso tempo: buscamos cada vez mais "coisas" para saciá-la; nada nos basta, nada nos satisfaz. 

Nossa civilização só nos oferece "bens de consumo", não valores espirituais. Convida-nos ao oportunismo, ao mais fácil, mais seguro, mais cômodo. Os ideais de coerência, de sinceridade, de amor, que existem em todos os homens, são em geral frustrados, traídos por quem os propugna ou pelo individuo incapaz de resistir à pressão dos que o cercam.

Todos falam do valor da colaboração, todos reconhecem que somos globalmente responsáveis pelo caminho da humanidade; no entanto, o que encontramos é insensatez, orgulho, instintos de domínio, grandeza, inclinação para a agressividade, para um prazer às vezes exacerbado, incontrolado e irracional." É triste, mas essa é a realidade de um mundo sem Cristo. 

Amados irmãos e amadas irmãs, a pergunta que o Senhor Jesus nos faz é esta: "Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Lc 18,8). Examinemos a nossa consciência e a nossa prática de vida, para que realmente respondamos ao Senhor com uma fé viva, humilde, confiante, que seja do seu agrado. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A FACE DA MISERICÓRDIA DIVINA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 15,1-3.11-32)(11/03/23)


Caríssimos, o que é a Misericórdia Divina? É o amor incondicional de Deus pelos pecadores arrependidos e humilhados, pois Deus não nos olha a partir dos nossos pecados, mas sim, a partir do arrependimento com que retornamos à Sua casa, isto é, à Sua Santa Igreja, onde somos revestidos da dignidade da filiação divina, perdida pelo pecado consentido e praticado. 

Assim, por Seu amor incondicional, o Senhor nos livra de nossas culpas e de todo mal, fazendo brilhar em nós a sua glória como nossa herança eterna em sua companhia. Isso significa que ao sermos perdoados voltamos reconciliados ao convívio com o nosso Pai celestial e com os nossos irmãos e irmãs, de quem nos afastamos por conta dos nossos pecados.

Vejamos, então, as maravilhas da Divina Misericórdia presentes na primeira leitura: "Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados." (Mq 7,18-19).

Com efeito, vivemos em meio uma guerra espiritual, como que permanente, contra as tentações e as forças do mal que se esconde nelas. E por essa guerra ser espiritual, ela é travada, não fora de nós, mas sim, no coração das nossas almas, isto é, em nossas mentes. Todavia, por nossa oração, o Senhor nos assegura a superação das insídias malignas, nos dando a graça do seu perdão e o poder de vencer todas as tentações (cf. 1Cor 10,13). 

Convém aqui lembrar que toda tentação precisa de nossa permissão para se tornar pecado; por isso, não podemos derrotar à nós mesmos nessa guerra, dando ao inimigo a permissão para entrar e se apossar do nosso livre arbítrio, tornando-se, com isso, senhor de nossas decisões e de nossas ações. Pois, caso isto aconteça, perdemos o domínio sobre nós mesmos e sobre o poder do mal.

Por isso, se faz necessário sair do campo dos porcos, isto é, da prática pecaminosa, por meio do verdadeiro arrependimento, da confissão de nossas culpas e do perdão sacramental, e desse modo retornar, como o filho pródigo, à casa de nosso Pai celestial, que é Deus e nos acolhe com o abraço de sua misericórdia nos concedendo tudo o que havíamos perdido, especialmente o nosso livre arbítrio.

Amados irmãos e amadas irmãs, a túnica com que o pai da Parábola veste o filho pecador ao voltar arrependido, é a inocência perdida por haver se distanciado dele para buscar as satisfações carnais nas quais encontrou somente a miséria e a insatisfação da sua condição pecaminosa.

Decerto, "Mantemos a nossa veste quando conservamos no espírito os preceitos da inocência, [submissão amorosa; caridade operosa, humildade a toda prova]; mas, se alguma falta nos obriga a comparecer diante do justo juiz, recuperemos a inocência perdida e a penitência devolve-nos a nossa veste." (São Gregório Magno).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 10 de março de 2023

A UNIDADE DO CORPO DE CRISTO, A SUA SANTA IGREJA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 21,33-43.45-46)(10/3/23)


Caríssimos, a vinha da Santa Igreja continua dando frutos mesmo se muitos dos vinhateiros não forem fiéis, pois ela é a vinha do Senhor. De fato, muitos desses vinhateiros infiéis tentaram usurpar a sua vinha, plantando outras vinhas fora dela, e o resultado nefasto é este: milhares de denominações cujo objetivo é o enriquecimento ilícito dos seus fundadores, desviando com isso, o sentido do Evangelho de Cristo. 

De fato, a vinha da Santa Igreja permanecerá para sempre mesmo em meio a rejeição daqueles que traíram o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, fundando tais denominações, e para isso usando o seu nome, com a vil intenção de dividir o Seu Corpo; mas, são João nos dá a conhecer quem eles são:

"Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos. (Jo 2,18-19).

Decerto, o Senhor Jesus já havia anunciado que isso aconteceria: "Cuidai que ninguém vos seduza.
Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a muitos. Levantar-se-ão muitos falsos profetas e seduzirão a muitos. E, ante o progresso crescente da iniqüidade, a caridade de muitos esfriará. Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 24,4-5,11-13).

Portanto, caríssimos, não basta botar uma Bíblia debaixo do braço e dizer-se cristão, se os frutos dessa atitude não alimenta à unidade do Corpo de Cristo, a Sua Santa Igreja. Decerto, muitos que usam desse artefício têm consciência do mal que estão fazendo, mas não se arrependem porque se deixaram dominar pelo maligno que os seduz e os leva a permanecerem divididos, sem a graça da unidade do Espírito Santo.

Destarte, vendo a multiplicidade dessas denominações e a deformação que causam ao verdadeiro anúncio do Evangelho, percebemos que na verdade esse fenômeno revela o cumprimento das Palavras do Senhor Jesus: "Então se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos. Eis que estais prevenidos." (Mt 24,23-25).

Amados irmãos e amadas irmãs, as Palavras do Senhor são eternas, como Ele mesmo disse: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão (Mt 24,35). Assim como estas pronunciadas quando do fundamento da Sua Santa Igreja: "Jesus então lhe disse: 'Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.

E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." (Mt 16,17-19). Ou seja, qualquer afirmação contrária à estas Palavras, não se sustenta, porque é pura heresia.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 9 de março de 2023

PARÁBOLA DO POBRE LÁZARO E DO RICO EPULÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,19-31)(09/03/23)


Caríssimos, vivemos num mundo marcado pela tragédia do pecado humano, um mundo repleto de contradições em que o apego aos bens transitórios tem sido uma pedra de tropeço para a perdição de muitas almas que enganadas pela cobiça cometem as maiores injustiças contra os seus semelhantes. Quanta fome, quanta miséria, quanta dor e sofrimento causam aqueles que são ricos para si mesmos, mas não para Deus.

Com efeito, tudo pertence somente a Deus que é eterno e por sua benevolência a todos os seus filhos e filhas; no entanto, muitos não enxergam essa verdade e por isso usam de todos os meios nefastos para se apossarem do que não lhes pertencem pensando que estão tirando alguma vantagem disso. A estes sentenciou o Profeta Amós: "Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito." (Am 6,7).

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a Parábola do pobre Lázaro e do rico epulão que se banqueatva com suas iguarias, mas não levava em conta a fome e a miséria do feridento Lázaro. Porém, ao chegar o dia do julgamento eterno, morreu primeiro o pobre e feridento Lázaro que nada possuía além do próprio nome que significa: "Deus vem em meu socorro". "E os anjos o levaram para junto de Abraão".

Morreu também o rico epulento e logo seu viu nos tormentos do inferno repleto das chamas da cobiça e do prazer hedonista que cultivava com a sua opulência, esquecendo-se do faminto Lázaro que passava despercebido aos seus olhos. E quando se deu conta do mal que havia praticado por seu viver nefasto, recorreu a Abraão pedindo que o pobre Lázaro o socorresse em sua sede, justo ele que não o socorreu quando devia.

Portanto, caríssimos, como estamos nos preparando para o nosso devir eterno? Quem realmente estamos sendo, o pobre Lázaro necessitado ou o rico epulento repleto de bens transitórios e dos prazeres fugazes advindo deles? Essa é uma resposta que todos precisamos dar; aqui não se trata de se fazer de vítima, mas sim, de não vitimar a nós mesmos nem àqueles que encontramos na via da eternidade que estamos trilhando.

Destarte, "às vezes, os fatos da vida parecem contra Deus, contra sua bondade, contra sua justiça. Mas o mundo não acabou, a história ainda não findou: é preciso esperar, dar tempo a Deus! Essa parábola nos lembra que o cristão vive o hoje olhando para o último dia, em que a justiça de Deus prevalecerá para todos, será misericórdia para aqueles que escolheram a misericórdia, e condenação para aqueles que recusaram a misericórdia." (Cardeal Ângelo Comastri).

Amados irmãos e amadas irmãs, meditemos com o salmista esta antífona de entrada que se encontra no Salmo 138: "Provai-me, ó Deus, e conhecei meus pensamentos: vede se ando pela vereda do mal e conduzi-me no caminho da eternidade." (Sl 138,23s).

Oremos: "Ó Deus, que amais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos e filhas, para que, renovados, pelo vosso Espírito, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."

Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 8 de março de 2023

QUEM QUISER SER O PRIMEIRO SEJA O SERVO DE TODOS, DIZ O SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 20,17-28)(08/03/23)


Amados irmãos e amadas irmãs, rezar não é só pedir algo a Deus, uma vez que Ele conhece todas as nossas necessidades e tudo dispõe a nosso favor; com efeito, rezar é pôr-nos disponíveis à sua vontade em vista da salvação de todos. Ocorre que, com frequência as nossas orações se resume em pedidos, como se Deus não soubesse do que estamos precisando, por isso, elas muitas vezes são inoportunas e inadequadas aos propósitos de Deus a nosso respeito.

De fato, nós estamos tão acostumados a pedir que esquecemos que há mais alegria em dar do que em receber, como cantamos na oração de São Francisco: "Ó Mestre fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado, pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna."

No Evangelho de hoje vemos um paradoxo, enquanto o Senhor Jesus anuncia o seu sofrimento e morte de cruz; os discípulos estão preocupados quais dentre eles serão os primeiros no Reino de Deus, o exemplo disso é o pedido da mãe de Tiago e João. No entanto, com profunda paciência e humildade o Senhor lhes ensina que o primeiro lugar consiste em servir e não ser servido, desprovidos de interesses pessoais.

Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Bento XVI: "O critério de grandeza e primazia segundo Deus não é domínio, mas serviço; diakonia é a lei fundamental do discípulo e da comunidade cristã, e da-nos um vislumbre de algo, isto é, do 'Senhorio de Deus'. 

E Jesus também indica o ponto de referência: o Filho do Homem, que veio para servir; isto é, ele sintetiza a sua missão na categoria de serviço, entendido não no sentido genérico, mas no sentido concreto da Cruz, do dom total da vida como 'resgate', como redenção para muitos, e ele indica isto como condição para o seguimento. 

Essa mensagem é válida para os Apóstolos, para toda a Igreja, e especialmente para aqueles que têm tarefas de liderança no Povo de Deus. Não é a lógica da dominação, do poder segundo os critérios humanos, mas a lógica da inclinação para lavar os pés, a lógica do serviço, a lógica da Cruz que subjaz a todo exercício da autoridade. 

Em cada época, a Igreja está empenhada em conformar-se com esta lógica e testemunhá-la para fazer brilhar o verdadeiro "Senhorio de Deus", o do amor." (Bento XVI - Consistório para a criação de novos cardeais, 20/11/ 2010).

Portanto, caríssimos, todos nós que fomos batizados ao pôr-nos disponíveis nas mãos de Deus para servi-lo e ama-lo em cada ser humano que encontramos neste mundo, no dia do juízo Dele ouviremos: "Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo.

Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes." (Mt 25,34-36.40). 

Destarte, "Onde o homem se disponibiliza a servir como Jesus e em nome de Jesus, a salvação de Deus se realiza na história." (Mons Angelo Spina).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 7 de março de 2023

AS PALAVRAS CARREGAM O CONTEÚDO DAS NOSSAS ALMAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,1-12)(07/03/23)


Caríssimos, somos filhos da verdade, por isso, Ela é a nossa única defesa; sabemos comprovadamente que este mundo está infestado de mentiras, falsas notícias, juízos de valor, calúnias e todo tipo de impropérios, de modo que, somente a verdade vence esta guerra na qual estamos lutando bravamente, e somente permanecendo em Cristo e com Cristo somos capazes de vencer o maligno e seus sequazes.

Na primeira leitura o Profeta Isaías exorta o povo eleito à conversão, isto é, a deixar a prática pecaminosa pela prática da justiça e da caridade, para assim prestar um culto que realmente agrade a Deus: "Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva." (Is 1,16-17). Ou seja, a fé sem coerência, sem a prática da verdade e da justiça, é morta em si mesma.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: “Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo." 

Como vemos, não basta anunciar a verdade, é preciso vive-la tal como anunciamos, e isso se chama coerência, bem como nos ensina o Senhor: "Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno." (Mt 5,37). Ou seja, as palavras carregam o conteúdo de nossas almas, e se este é verdadeiro, não precisa de outros argumentos fora da verdade vivida e professada.

Portanto, caríssimos, "nós somos o que somos aos olhos de Deus e nada mais," disse são Francisco de Assis; e aos olhos de Deus nós somos seus filhos e filhas, irmãos e irmãs uns dos outros, é assim que devemos nos comportar todos os dias de nossa vida neste mundo, desse modo, o céu que almejamos na eternidade começa aqui em cada atitude, em cada gesto repleto de humildade.

Destarte, quem pensa pregar o Evangelho sem viver o Evangelho, cai no pecado farisaico de praticar uma fé aparente, repleta de incoerência e contradições, e contra isso disse o Senhor Jesus: "Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”. E com ele corrobora são Paulo: "Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisa modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos." (Rm 12:16).

Amados irmãos e amadas irmãs, tentações não faltam, mas como disse são Paulo: "Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça." (Rm 5,20). Ou seja, o justo vive por sua fidelidade, e isso significa viver a fé autenticamente.

De fato, Deus não nos chama para uma missão sem antes nos dar a graça de cumpri-la, cabe a nós acolhe-la e sermos fiéis até o fim.

Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 6 de março de 2023

AMOR, MISERICÓRDIA E SACRIFÍCIO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,36-38)(06/03/23)


O amor lança fora o temor... 

Amados irmãos e amadas irmãs, o amor e a misericórdia divina são dádivas eternas que nos mantém na vida. Com efeito, Deus criou tudo por amor, e mesmo que os homens tentem destruir a obra de suas mãos, pelos pecados que cometem, são eles que sofrem os prejuízos danosos que causam, sem em nada mudar os desígnios de Deus em vista da salvação de todos. 

De fato, o sacrifício do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, não foi em vão. Porém, como entender um amor assim, que por mais ofendido que seja, não se vinga, não maltrata, só deseja que todos se convertam e vivam a partir do Sacrifício de Seu amado Filho? Desse modo, o amor, a misericórdia e o sacrifício se entrelaçam dando aos homens a graça do perdão dos pecados e a felicidade eterna. 

Decerto, no dia eterno depois do juízo final todos os que não se arrependeram e não se converteram no tempo que lhes foi dado, baterão no peito e dirão: "Ó Deus quantas ofensas cometemos contra ti e o teu amado Filho, mesmo sabendo que nunca ofendeste nenhuma das tuas criaturas; e mesmo quando agiste duramente em defesa dos teus filhos e filhas, tiveste compaixão dos condenados."

No Evangelho de hoje disse o Senhor Jesus: "Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos." (Lc 6,36-38).

Então, será que realmente temos consciência do seja a Misericórdia Divina? Quando Deus nos pede para sermos misericordiosos Ele o faz dando-nos a Sua Divina Misericórdia para que experimentando-a nos sintamos livres de todo o mal causado ou que causamos. É isso o que significa amar incondicionalmente, deixando-nos conduzir por seu amor. Pois, quem não ama e mantém essa postura, não pode ser feliz nunca.

Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Francisco: “Devemos perdoar, ser misericordiosos, viver nossa vida no amor. Este amor permite que os discípulos de Jesus não percam a identidade d'Ele recebida e se reconheçam como filhos e filhas do mesmo Pai. No amor que praticam na vida ressoa aquela Misericórdia que nunca se acaba (cf. 1Cor 13,1-12).  

Mas não se esqueçam disto: misericórdia, é dom; perdão, é dádiva. Assim quando amamos o coração se expande, e se expande no amor. Ao contrário, o egoísmo, a raiva, tornam pequeno o coração, que endurece como uma pedra. O que, então, preferimos? Um coração de pedra ou um coração cheio de amor? Se preferimos um coração cheio de amor, isso significa sermos misericordiosos!”.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 5 de março de 2023

"ESTE É O MEU FILHO AMADO, ESCUTAI O QUE ELE DIZ"


 Homilia do 2°Dom da Quaresma (Mt 17,1-9)(05/03/23)

Caríssimos, a fé é o dom da visão sobrenatural de Deus, de modo que enquanto aqui estivermos precisamos desse dom para vivermos na sua presença e em perfeita comunhão com a sua vontade, como vimos na primeira leitura em que Abraão acreditou em Deus e na sua promessa seguindo fielmente tudo o que lhe foi indicado para que cumprisse a sua missão e assim aconteceu.

Todavia, a fé tem seus riscos isso por conta dos receios que temos de perder o controle da segurança que criamos com o que possuímos para embarcar na aventura de Deus, que embora evidente por suas obras, não o vemos pessoalmente face a face. "A vocação de Abraão é um exemplo eficaz à proposta de Deus: por isso ele é chamado o nosso pai na fé. Ele deixou tudo e seguiu a Deus confiante, certo de que Ele é fiel e cumpre sempre as suas promessas.

Nós cristãos somos chamados por uma vocação santa a seguir Cristo em sua vida de obediência a Deus, com a qual "venceu a morte e fez resplandecer a vida e a imortalidade por meio do Evangelho", como disse são Paulo na segunda leitura. O "Filho bem amado" torna os batizados semelhantes a si, associando o seu destino de sofrimento e de glória os que ouvem com fé a sua Palavra" e a põem em prática. (MR).

No Evangelho de hoje o Senhor "Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus." (Mt 17,1-3). 

Com efeito, "a transfiguração garante aos discípulos que Cristo é o Filho de Deus, aquele que veio completar a história da salvação prometida aos patriarcas e predita pelos profetas representados por Moisés e Elias, a shekiná, isto é, a verdadeira tenda, a verdadeira habitação de Deus entre os homens (cf. Jo 1,14). Desse modo, escutar a Cristo é obedecer ao Pai e caminhar na fé." (MR).

Portanto, caríssimos, não tenhamos medo de encontrar a Deus, porque Ele nos fala por seu próprio Filho, que se fez homem e habita no meio de nós, como meditamos na Carta aos Hebreus: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. 

Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus." (Hb 1,1-3).

Destarte, "peçamos humildemente a Deus nosso Pai celestial para que todos os homens possam encontrar o Senhor Jesus e responder-lhe com a fé de Abraão e dos Apóstolos; peçamos também para que não procuremos separar a promessa da felicidade eterna feita por Deus, do caminho da cruz que a ela nos conduz." (MR).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
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