VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A PIOR DOR É A DOR DA SOLIDÃO, A DOR DO PECADO...



A PIOR DOR É A DOR DA SOLIDÃO, A DOR DO PECADO...

As aparências enganam...
Vivemos em uma sociedade hedonista...
Que prega o prazer pelo prazer, o estético pelo estético.
E, no entanto, as almas afundam no vazio existencial...
Porque a busca do estrelato, contrasta com dor da solidão,
do anonimato perante Deus...

Muitos vendem a alma por quinze segundos de fama...
Outros expõem o corpo como meio eficaz para atingi-la mais rápido...
Todavia, o voo catapulta rumo ao cume de celebridade...
Só tem aumentado a decadência, subtraindo-lhe a dignidade...
E nesses casos, as aparências que parecia ser tudo, é nada...

De fato, não se medem os homens pelo que aparentam ser ou ter,
Mas pelo viver sem mácula...
Pelos frutos que a árvore dá...
Só que toda árvore recebe seiva de alguma fonte...
E logo sabemos, pela fonte, qual é o fruto produzido...
Então, que fonte está abastecendo a árvore do viver?

Infelizmente, em nossa sociedade, a mídia tem sido a fonte...
E quem tem abastecido a mídia?
Os interesses materiais...
Os status sociais...
O ”Ibope” e seus derivados...
E quem dá mais...

Amparada pelo poder político, jurídico e seus mandatários...
Assim, a bola da vez se chama corrupção,
Sustentada por “bons” advogados e “Habeas Corpus” comprados...
De tal forma, que contraventor é tratado como “digna” celebridade...
E os “justos juízes” que ainda existem e investigam,
emitem mandados que são considerados escutas ilegais
Por isso, são pessoas “non gratas”...

E assim, ninguém pune ninguém...
Tudo fica como está ou “ vai dá em pizza”...
E ai de quem falar da mídia...
Porque isso é censura, e lembram a ditadura,
para assim se defenderem mais facilmente dos ataques adversos aos seus interesses midiáticos...

Então, Tvs podem mentir,
Jornais e revistas podem omitir a verdade...
Porque o importante é que a massa mal informada,
permaneça mal informada...
Pois uma mentira bem contada, torna-se “verdade absoluta”...
Visto que, o que se leva em conta é a surpresa da notícia...
E não a verdade como ela é ou deva ser dita...
Contanto que a maldita da corrupção prevaleça...

E assim, milhares e milhões se ligam na televisão
e outros meios de comunicação...
E o pior de tudo, tem sido a única fonte de informação
e formação do nosso povo...
Que grudado na Globo e outras tantas por ai,
faz aumentar o patamar de desinformação e alienação...
Sem que tenhamos qualquer chance de uma sociedade mais justa e igualitária...

Mas, atenção, muita atenção...
Porque a todos foi dado um tempo...
Para que nesse tempo cultivemos os valores eternos presentes em nossas almas...
Amor, perdão, bondade, fidelidade, obediência, mansidão, simplicidade, honestidade, conversão, etc...
O fato é que esse tempo se esgota a cada instante vivido...

Porém, ai daqueles que nesse tempo,
enveredam pela via da contravenção,
da desonestidade, da malignidade, da perversão...
Esses não terão outro futuro na eternidade,
a não ser a perdição que cultivaram...
Não por falta de aviso,
porque Deus deu a todos o ser, a consciência e a liberdade...
que é o poder de decisão para o bem e não para o mal...
Assim, cada um sentirá o alívio ou dor que causou no tempo que lhe foi dado...
Todavia, a pior dor é a dor da solidão, a dor do pecado...

Dizem os homens: as aparências enganam,
Porque quem vê cara não vê coração...
Isso é verdade, mas não podemos esquecer que,
onde há fumaça também há fogo...
Ora, Deus conhece a essência de cada um de nós...
E por isso, haveremos de ter um juízo justo...

“Então, não julguemos antes do tempo;
esperemos que venha o Senhor.
Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas.
Ele manifestará as intenções dos corações.
Assim, cada um receberá de Deus o louvor que merece”. (1Cor 4,5).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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terça-feira, 26 de junho de 2012

DE ONDE NASCEM OS NOSSOS PENSAMETNOS?



DE ONDE NASCEM OS NOSSOS PENSAMENTOS?

São três as coisas que manifestam e distinguem a vida cristã: a ação, a palavra e o pensamento. Das três, tem o primeiro lugar o pensamento. Em seguida, a palavra, que nos revela o pensamento concebido e impresso no espírito. Depois do pensamento e da palavra vem, na ordem, a ação, realizando por fatos o que o espírito pensou.

Portanto, se alguma coisa na vida nos induz a agir ou a pensar ou a falar, é necessário que o nosso pensamento, a nossa palavra e a nossa ação sejam orientados para a regra divina daqueles nomes que descrevem a Cristo, de modo a nada pensarmos, nada dizermos e
nada fazermos que se afaste do seu alto significado.

Então, o que terá de fazer aquele que se tornou digno do grande nome de Cristo, a não ser examinar diligentemente os próprios pensamentos, palavras e ações, julgando se cada um deles tende para Cristo ou se lhe são estranhos? De muitas maneiras operamos este magnífico discernimento. Tudo quanto fazemos, pensamos ou falamos com alguma perturbação, de nenhum modo está de acordo com Cristo, mas traz a marca e a figura do inimigo, que mistura a lama das perturbações à pérola da alma para deformar e apagar o esplendor da joia preciosa.

O que, porém, está livre e puro de toda afeição desordenada, relaciona-se com o Autor e Príncipe da tranquilidade, o Cristo. Quem dele bebe, como de fonte pura e não poluída, as suas ideias e os seus sentimentos, revelará em si a semelhança com o princípio e a origem, tal como a água na própria fonte é igual à que corre no límpido regato e à que brilha na jarra.

De fato, é uma só e mesma a pureza de Cristo e a que se encontra em nossos espíritos. Mas a pureza de Cristo brota da fonte, enquanto que a nossa dela flui e chega até nós, trazendo consigo a beleza dos pensamentos para a vida. Portanto, a coerência do homem interior e do exterior aparece harmoniosa, quando os pensamentos que provêm de Cristo guiam e movem a modéstia e a honestidade de nossa vida.

Paz e Bem!

Fonte: Do Tratado sobre a verdadeira imagem do cristão, de São Gregório de Nissa, bispo (PG46,283-286) (Séc.IV).

sexta-feira, 22 de junho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A VIRTUDE DA HUMILDADE





CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A VIRTUDE DA HUMILDADE

A humildade não é um simples sentimento, pois tudo o que sentimos naturalmente passa com o tempo, porque naturalmente os sentimentos se sucedem conforme as fases da vida. De fato, quando falo de sentimento, digo daquilo que sentimos psiquicamente, fisicamente, moralmente e espiritualmente.

Na verdade, porém, muito mais que um simples sentimento, a humildade é uma das virtudes do Espírito Santo de Deus presente na alma humana desde o primeiro instante do nosso batismo, pois a partir de então fomos feitos novas criaturas, dotadas de todas as virtudes celestes, para vivermos a vida nova dos filhos e filhas de Deus, isto é, em estado de graça, em plena comunhão com a vontade do Altíssimo.

O contrário da virtude da humildade, é o pecado da soberba ou orgulho, este é de origem espiritual e leva a alma humana a sofrer danos irreparáveis, quando não confessando e perdoado, porque seus efeitos são extremamente graves, tanto a nível pessoal como coletivo, visto que esses efeitos tornam o viver humano um inferno. Eis algumas atitudes do pecado da soberba: desprezo dos outros, ou seja, sentir-se melhor que os outros; oprimir e humilhar os menos favorecidos; achar-se a cima de tudo e de todos; não dar o braço a torcer, isto é, não se arrepender, não reconhecer os próprios erros, etc.

Santo Agostinho via a soberba como o pecado que levou Satanás a se afastar de Deus. O profeta Isaías assim escreveu sobre a arrogância satânica: “Tu dizias: Escalarei os céus e erigirei meu trono acima das estrelas. Assentar-me-ei no monte da assembleia, no extremo norte. Subirei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altíssimo. E, entretanto, eis que foste precipitado à morada dos mortos, ao mais profundo abismo”. (Is 14,13-15).

A motivação maior do orgulhoso é querer satisfazer o seu próprio ego. Rapidamente, porém, ele esbarra no “paradoxo do hedonismo”: quanto mais se busca o prazer, menos ele é encontrado” (*). E assim, segue a vida na insatisfação e no desespero de nunca encontrar a paz, por isso, procura projetar toda sua frustração em forma de revolta, procurando causar a infelicidade no maior número possível de almas que possa encontrar e atingir, já que não consegue o que quer. Desse modo, abre um abismo de perdição para si mesmo e para aqueles que se submetem às suas chantagens psíquicas e espirituais, ou seja, aqueles que se submetem às suas sugestões pecaminosas e se deixam levar por elas. É como nos ensinou o Senhor Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo”. (Jo 8,34).

Com efeito, assim escreveu Santo Agostinho: “Foi a soberba que transformou os anjos em demônios, mas é a humildade que torna os homens em anjos”. Na verdade, “a virtude da humildade é, talvez, a virtude que mais se distancia do arquétipo pregado pela cultura secular” (*). Porque, enquanto a cultura secular prega o vencer e aparecer a todo custo; a virtude da humildade ensina os humildes a amar a Deus acima de todas as coisas, procurando vencer-se a si mesmos, entregando-se aos seus desígnios de amor, a fim de que seja implantado o Reino de Deus e suas justiça.

Jesus, nas bem aventuranças, descreveu os humildes, assim: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!” (Mt 5,5). Portanto, “Os pobres de coração (os humildes) são chamados “bem-aventurados” não porque sua pobreza lhes conceda alguma condição meritória, mas porque precisamente apesar disso e em meio a sua sempre deplorável condição, o reino dos céus lhes traz a redenção pela graça de Cristo” (*). Porque, por sua humilde obediência amorosa, se submetem ao Senhor em tudo o que lhe apraz. De fato, o céu pertence aos humildes, àqueles que se submetem a Deus e o amam incondicionalmente.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

***
Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros”. (cF. Fil 2,1-8).

***

(*) http://goo.gl/qh1ze


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quarta-feira, 20 de junho de 2012

VERDADES QUE PRECISAMOS OUVIR...




Ø  De fato, a idolatria permanece a mesma... Todavia, o perfeito que achamos nos outros, na verdade é o que desejamos para nós...

Ø  O amor verdadeiro é fundamentado na fidelidade, que goza a liberdade de ser único na vida de quem ama e por quem é amado...

Ø  Palavras são palavras; virtudes são virtudes, porém, precisamos falar com profunda convicção e humildade para que nossas palavras sejam virtuosas e façam um bem enorme aos que as ouvirem...

Ø  A Única Fonte inesgotável do amor é Jesus, presente na Eucaristia; qualquer outra fonte fora dele não convém, porque nenhuma delas gera a vida eterna...

Ø  A vida é bem mais do que tudo o que está fora de nós e que no mais das vezes introjetamos; ora, conhecemos isto pelo aquilo que resulta dessa introjeção; todo conteúdo que não vem de Deus, nos ofende, causa danos à nossa alma, nos faz débeis e dependentes de tais conteúdos...

Ø  Ao contrário, quando introjetamos os conteúdos que veem de Deus, eles geram em nós uma profunda paz, porque nos levam à permanência Nele... Pois tudo o que vivemos e fazemos na presença do Senhor e sob o seu comando, dá certo e gera profunda satisfação vinda do estado de graça que Ele nos dá...



Ø  Agora, se perguntarmos ao Senhor, é possível viver neste mundo sem pecado? Certamente ouviremos Dele: decida...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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terça-feira, 19 de junho de 2012

O PECADO EXISTE E PRECISAMOS VENCÊ-LO





Desde que o homem pecou pela primeira vez,
que a condição pecaminosa ou a inclinação para o mal,
passou a fazer parte de sua vida...
Deste modo, o pecado se tornou não apenas um enorme peso, 
mas também sinônimo de todo tipo de tragédia, de morte, e de perdição temporal e eterna...
E isto acompanha a humanidade em sua trajetória existencial, rumo ao desfecho definitivo que se dá com a morte temporal...

Pela revelação divina, sabemos que o homem conheceu o pecado quando decidiu pela desobediência a Deus, aceitar a sugestão satânica de ser como Deus, a partir de suas próprias decisões sem a participação da graça divina...
Assim, cedeu ao mal sua liberdade e tudo o que tinha recebido de Deus; e o mal passou a querer dominá-lo a todo custo e a mantê-lo sob jugo de seu maléfico poder, mediante à escravidão das paixões desordenadas...

E então, como se libertar de tudo isto?
O que fazer para reconquistar a liberdade,
perdida pela desobediência e o subjugo das concupiscências?
Só existe um meio de sermos livres do pecado,
do poder do inferno e da morte eterna...
Esse meio se chama Jesus Cristo,
o Filho de Deus vivo e está presente no meio de nós...
E é por sua obediência agindo em nós que nos reconciliamos com Deus, nosso Pai e Senhor de nossa vida...

Com efeito, assim escreveu São Paulo:
“Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção.
A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4,4-5).

Por isso: “De agora em diante, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo [pelo batismo que recebemos].
A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte. O que era impossível à lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus o fez. Enviando, por causa do pecado, o seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça, prescrita pela lei, fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito”. (Rm 8,1-4).
       
“Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne.        De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai! (Rm 8,12-15).

(Cf. 2Cor 5,12-21.6,1-2).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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sábado, 16 de junho de 2012

MARIA CONSERVAVA TUDO EM SEU CORAÇÃO



MARIA CONSERVAVA TUDO EM SEU CORAÇÃO

Maria refletia consigo mesma em tudo quanto tinha conhecido, através do que lia, escutava e via; assim, progredia de modo admirável na fé, na sabedoria e em méritos, e sua alma se inflamava cada vez mais com o fogo da caridade! O conhecimento sempre mais profundo dos mistérios celestes a enchia de alegria, fazia-lhe sentir a fecundidade do Espírito, a atraía para Deus e a confirmava na sua humildade. Tais são os efeitos da graça divina: eleva do mais humilde ao mais excelso e vai transformando a alma de claridade em claridade.

Feliz o coração da Virgem que, pela luz do Espírito que nela habitava, sempre e em tudo obedecia à vontade do Verbo de Deus. Não se deixava guiar pelo seu próprio sentimento ou inclinação, mas realizava, na sua atitude exterior, as insinuações internas da sabedoria inspiradas na fé. De fato, convinha que a Sabedoria de Deus, ao edificar a Igreja para ser o templo de sua morada, apresentasse Maria Santíssima como modelo de cumprimento da lei, de purificação da alma, de verdadeira humildade e de sacrifício espiritual.

Imita-a tu, ó alma fiel! Se queres purificar-te espiritualmente e conseguir tirar as manchas do pecado, entra no templo do teu coração. Aí Deus olha mais para a intenção do que para a exterioridade de tudo quanto fazemos. Por isso, quer elevemos nosso espírito à contemplação, a fim de repousarmos em Deus, quer nos exercitemos na prática das virtudes para sermos úteis ao próximo com as nossas boas obras, façamos uma ou outra coisa de maneira que só a caridade de Cristo nos impulsione. É este o sacrifício perfeito da purificação espiritual, que não se oferece em templo feito por mão humana, mas no templo do coração onde Cristo Senhor entra com alegria.

Paz e Bem!

Fonte: Dos Sermões de São Lourenço Justiniano, bispo (Sermo 8, in festo Purificationis B.M.V.: Opera 2, Venetis1751,38-39)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: POR QUE A CRUZ? SERÁ QUE ELA É NECESSÁRIA?




CRÔNICAS DE MINHA ALMA: POR QUE A CRUZ? SERÁ QUE ELA É NECESSÁRIA?

Para nós que contemplamos Jesus crucificado, a cruz é o selo da perfeita obediência. Não podemos esquecer que a queda do homem se deu pela desobediência, e o que resultou depois da queda foi a tragédia que se estabeleceu no seio da criação e até hoje sofremos as consequências do primeiro pecado e de todos os pecados que se sucedem a este. Mas Deus em sua infinita bondade jamais se esqueceu de agir com misericórdia para conosco, afastando de nós o mal, e nos fazendo experimentar sua misericórdia cada vez que a buscamos de todo o coração.

Sendo assim, não há dúvida de que a misericórdia do Senhor prevalece sobre todos os pecados da humanidade. Por sua vez, sabemos que entre nós tudo tem limite, até mesmo os nossos pecados, mas misericórdia e a paciência divina para conosco, não tem limite; no entanto, o Senhor por seu poder e governo, está passando a limpo tudo e todos, para que prevaleça sua justiça, e todos os justos que se deixaram justificar por Jesus Cristo, seu Filho amado. Ele se submeteu livremente ao sofrimento de cruz por puro amor e obediência ao Pai, para reparar o pecado da desobediência humana que tanto sofrimento traz à toda criação.

Assim, quem nasce da água e do Espírito Santo, pelo batismo, e decide seguir livremente o Filho de Deus, sofre, não porque pecou, mas, porque espera a manifestação da plenitude do Reino de Deus, como nos ensinou São Paulo: “Sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia. Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou, o pecado humano), todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. (Rom 8,22-23.20-21).

Portanto, Cristo Jesus foi enviado pelo Pai para nos libertar do pecado e das consequências do pecado; no entanto, tudo aquele que decide permanecer no pecado, terá como quinhão o sofrimento e a morte que o pecado traz. ”Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rom 6,23).

Paz e Bem!

***
Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?... Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras”. (Mt 16,24-27).
***


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terça-feira, 5 de junho de 2012

A IGREJA É COMO UMA GRANDE BARCA QUE NAVEGA PELO MAR REVOLTO DESTE MUNDO



A IGREJA É COMO UMA GRANDE BARCA QUE NAVEGA PELO MAR REVOLTO DESTE MUNDO

A Igreja é como uma grande barca que navega pelo mar deste mundo. Sacudida nesta vida pelas diversas ondas das tentações, não deve ser abandonada a si mesma, mas governada. Na Igreja primitiva temos o exemplo de Clemente, Cornélio e muitos outros na cidade de Roma, de Cipriano em Cartago, de Atanásio em Alexandria. Sob o reinado dos imperadores pagãos, eles governaram a barca de Cristo, ou melhor, a sua caríssima esposa, que é a Igreja, ensinando-a, defendendo-a, trabalhando e sofrendo até ao derramamento de sangue.

Ao pensar neles e noutros semelhantes, fico apavorado; o temor e o tremor me penetram e o pavor dos meus pecados me envolve e deprime! (Sl 54,6); gostaria muito de abandonar inteiramente o leme da Igreja, se encontrasse igual precedente nos Padres ou na Sagrada Escritura.

Mas não sendo assim, e dado que a verdade pode ser contestada, mas nunca vencida nem enganada, nossa alma fatigada se refugia nas palavras de Salomão: Confia no Senhor com todo o teu coração, e não te fies em tua própria inteligência; em todos os teus caminhos, reconhece-o, e ele conduzirá teus passos (Pr 3,5-6). E noutro lugar: O nome do Senhor é uma torre fortíssima. Nela se refugia o justo e será salvo (cf. Pr 18,10).

Permaneçamos firmes na justiça e preparemos nossas almas para a provação; suportemos as demoras de Deus, e lhe digamos: Vós fostes um refúgio para nós, Senhor, de geração em geração (Sl 89,1). Confiemos naquele que colocou sobre nós este fardo. Por não podermos carregá-lo sozinhos, carreguemo-lo com o auxílio daquele que é onipotente e nos diz: O meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11,30).

Fiquemos firmes no combate, no dia do Senhor, porque vieram sobre nós dias de angústia e de tribulação (cf. Sl 118,143). Se Deus assim quiser morramos pelas santas leis de nossos pais (cf. 1Mc 2,50), a fim de merecermos alcançar junto com eles a herança eterna.

Não sejamos cães mudos, não sejamos sentinelas caladas, não sejamos mercenários que fogem dos lobos, mas pastores solícitos, vigilantes sobre o rebanho de Cristo. Enquanto Deus nos der forças, preguemos toda a doutrina do Senhor ao grande e ao pequeno, ao rico e ao pobre, e todas as classes e idades, oportuna e inoportunamente, tal como São Gregório escreveu em sua Regra Pastoral.

Paz e Bem!

Fonte: Das Cartas de São Bonifácio, bispo e mártir (Ep.78:MGH, Epistolae, 3,352.354) (Séc.VIII)

domingo, 3 de junho de 2012

GLÓRIA A DEUS QUE É UNO E TRINO



GLÓRIA A DEUS QUE É UNO E TRINO

Luz, esplendor e graça na Trindade e da Trindade

Não devemos perder de vista a tradição, a doutrina e a fé da Igreja católica, tal como o Senhor ensinou, tal como os apóstolos pregaram e os Santos Padres transmitiram. De fato, a tradição constitui o alicerce da Igreja, e todo aquele que dela se afasta deixa de ser cristão e não merece mais usar este nome.

Ora, a nossa fé é esta: cremos na Trindade santa e perfeita, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo; nela não há mistura alguma de elemento estranho; não se compõe de Criador e criatura; mas toda ela é potência e força operativa; uma só é a sua natureza, uma só é a sua eficiência e ação. O Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo; e deste modo, se afirma a unidade da Santíssima Trindade. Por isso, proclama-se na Igreja um só Deus, que reina sobre tudo, age em tudo e permanece em todas as coisas (cf. Ef 4,6). Reina sobre tudo como Pai, princípio e origem; age em tudo, isto é, por meio do Verbo; e permanece em todas as coisas no Espírito Santo.

São Paulo, escrevendo aos coríntios acerca dos dons espirituais, tudo refere a Deus Pai como princípio de todas as coisas, dizendo: Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos (lCor 12,4-6).

Os dons que o Espírito distribui a cada um vêm do Pai por meio do Verbo. De fato, tudo o que é do Pai é do Filho; por conseguinte, as graças concedidas pelo Filho, no Espí­rito Santo, são dons do Pai. Igualmente, quando o Espírito está em nós, está em nós o Verbo, de quem recebemos o Espírito; e, como o Verbo, está também o Pai. Assim se cumpre o que diz a Escritura: Eu e o Pai viremos a ele e nele faremos a nossa morada (Jo 14,23). Pois onde está a luz, aí também está o esplendor da luz; e onde está o esplendor, aí também está a sua graça eficiente e esplendorosa.

São Paulo nos ensina tudo isto na segunda Carta aos coríntios, com as seguintes palavras: A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós (2Cor 13,13). Com efeito, toda a graça que nos é dada em nome da Santíssima Trindade, vem do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Assim como toda a graça nos vem do Pai por meio do Filho, assim também não podemos receber nenhuma graça senão no Espírito Santo. Realmente, participantes do Espírito Santo, possuí­mos o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do mesmo Espírito.

Paz e Bem!

Fonte: Das Cartas de Santo Atanásio, bispo - (Ep. l ad Serapionem, 28-30: PG 26,594-595.599) (Séc. IV).

sábado, 2 de junho de 2012

AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA



AS INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA

Virgem prudentíssima

A virtude da prudência sempre foi a mãe e guarda de todas as virtudes a ponto de o nosso salvador no-la recomendar: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas”. (Mt 10,16). São Paulo entendeu perfeitamente esse ensinamento de Jesus, e baseado nele nos exortou: “Quero que sejais prudentes no tocante ao bem, e simples no tocante ao mal. (Rom 16,19b). De fato, a virtude prudência nos faz evitar precipitações, nos dá o discernimento preciso para evitarmos o mal e o direcionamento seguro para que aconteça somente a vontade de Deus em nossa vida.

Maria santíssima sempre trouxe consigo esta virtude em grau máximo, por isso é chamada Virgem prudentíssima, porque tinha o seu refúgio no Senhor e agia sempre conforme o seu Conselho. Vemos o exercício desta virtude por parte da Virgem nos seguintes episódios do Evangelho: o nascimento de Jesus (cf. Lc 2,1-21); a apresentação de Jesus no templo (cf. Lc 2,22-40); a fuga da Sagrada Família para o Egito (cf. 2,13-23); a perca e o encontro do menino Jesus no templo (cf. Lc 2,41-52); e nas bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12).

Virgem venerável

Veneração é um ato sublime de reconhecimento das virtudes dos santos e da importância que esses santos tiveram e têm diante de Deus, por sua escolha, por sua dedicação a Deus e por tudo o que viveram para que o Plano da Salvação se realizasse plenamente no meio de nós. Quando dizemos: “Veneração dos santos, dizemos de uma especial devoção aos santos, que são considerados modelos de vida cristã e que gozam no Céu da vida eterna, podendo interceder pelos fiéis, sendo a veneração uma forma de prestar-lhes respeito”.

“O Culto Divino está devidamente reservado apenas para Deus (latria) e nunca para os santos. Embora o termo "veneração" ou "culto" seja frequentemente utilizado, verdadeiramente significa apenas prestar honra ou respeito (Dulia) aos santos. Veneração não deve ser confundida com idolatria”. (Wikipédia).

Por que veneramos Maria, a Mãe de Jesus? Porque em nenhum outro ser humano se deu a graça de Deus como seu deu nela. Serva fiel do altíssimo teve a honra de receber em seu ventre o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo, e que permaneceu com ela desde a concepção até sua morte de cruz e subida ao céu. Ora, em ninguém deste mundo ou do outro esse acontecimento se dará novamente. A carne do Salvador é carne da Virgem, o Sangue Redentor é sangue da Virgem, ou seja, Maria está sempre presente em Jesus e Jesus sempre presente em Maria e isto é único, não se repetirá mais. Então, quando veneramos a Virgem Mãe, estamos reconhecendo nela as sublimes virtudes que o Senhor lhe concedeu, como ela mesma nos revelou: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo”. (Lc 1,46-49).

Virgem louvável

O louvor é próprio dos filhos e filhas de Deus, porque, conduzidos pelo Espírito Santo, são receptores e condutores das graças que Deus nos prodigalizou, para o louvor de Sua Glória. Ora, assim como o Senhor, por meio do seu Espírito, nos dá a graça de reconhecermos as sublimes virtudes de sua e nossa Mãe, de igual modo, Ele também nos dá a graça de emitirmos o louvor que Ela merece, nada mais justo, pois, qual o filho que amado por sua mãe até o heroísmo de sua entrega, não a louva?

Grandíssimo mérito tens, ó Virgem louvável, por teres vivido neste mundo como morada definitiva de Deus. E ao partires daqui para os céus, continuas a nos assistir por tuas preces junto ao teu amado Filho Jesus, para que recebamos em toda a sua plenitude as graças que Ele nos prometeu. Ó Mãe amável, recebe o nosso louvor e admiração, pois somos os teus filhos e filhas, ó Mãe santíssima da nossa redenção.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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