SEM A
FAMÍLIA, A SOCIEDADE SE ESFACELA, TORNA-SE UMA TRAGÉDIA...
O Sacramento do Matrimônio é uma instituição
divina, pois foi Deus quem fez o primeiro Matrimônio no Jardim do Éden: ”Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à
imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: "Frutificai,
disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. (Gn 1,27-28a).
Ele vem acompanhado do amor esponsal e da fidelidade como fontes da união que
Deus faz, é daí que advém a grandíssima importância desse sacramento, pois, é
dele que depende o futuro da humanidade. Logo, ele precisa de harmonia e
solidez para que a prole que dele nascer seja uma prole santa e digna dessa
vocação. Na verdade, este sacramento é uma profunda aliança de amor entre um
homem e uma mulher e Deus, por isso, o Senhor, diz: “Aquilo Deus uniu o homem
não separa”.
Quando há separação, isto se dá porque a aliança
de amor feita entre o casal e Deus foi rompida por falta de cultivo do amor a
Deus e do amor conjugal, arrefecimento da fé e da piedade, a falta de
participação nos sacramentos, infidelidade, traição, etc. Isto porque, o
Sacramento do Matrimônio e em sua ajuda, os sacramentos da confissão e da
Eucaristia são a trincheira-fortaleza onde essa aliança de amor com Deus se
mantém e se sente amparada, protegida e guardada pela fidelidade, virtude excepcional,
que faz crescer o amor conjugal, a manutenção e a unidade da família; ninguém
pode deixar essa trincheira pela porta da infidelidade e se sentir seguro ou
apto para a salvação eterna de sua alma ou de sua família, pois o abandono da
comunhão sacramental com Deus deixa a família exposta ao mal e em total
abandono ou em frangalhos quase que totalmente. Aliás, nunca vimos um traidor
ou traidora ser feliz ou morrer em paz; pelo contrário vivem no inferno de sua
traição e só morre na desgraça, isto quando não se arrepende e não repara o seu
pecado.
Ora, onde não há fidelidade, há desarmonia;
onde não há comunhão com Deus, há desordem de toda espécie. Pois, a destruição
da família gera seres egoístas, perversos, assassinos, desonestos, cruéis, e
uma sociedade profundamente violenta, sem rumo; sociedade formada por seres
irreconhecíveis que só visam os bens materiais e o poder temporal; ou ainda o
sucesso malfadado da fama repentina posta pelos meios transitórios, meros
cabedais de ilusões; seres que buscam o prazer hediondo em lugar do prazer da
alma; e, desse modo, a morte e a perdição imperam em todos os recônditos desse
mundo estranho e desumano. Porque, o que mais o mal quer é destruir a família e
os sacramentos que a mantêm, pois assim fica mais fácil destruir também, no
coração humano, a fé em Deus e no seu poder salvador que é Cristo Jesus, o
Senhor de toda a vida. Ora, sem a família sacramental e a fé em Deus que a
nutre e sustenta, a sociedade se esfacela, a vida torna-se uma tragédia, um
inferno abismal. Porque sem a unidade familiar, a coletividade dá lugar à
subjetividade, ao individualismo egoísta e aos mais hediondos crimes, sem
contar os vícios e todos os malefícios da desobediência humana. E, o que se
pode esperar de uma sociedade assim?
Por outro lado, a grande maioria das famílias
desfeitas tenta se refazer em uma segunda união, para ver se quem sabe dará
certo, ou ainda, buscando se recompor da tragédia da má escolha ou da queda da
boa escolha. E assim vão tentando, buscando, se recompondo, atravessando o caudaloso
mar revolto deste estado tenebroso; onde a fidelidade foi atraiçoada, onde Deus
foi posto de lado; onde o pecado deu as cartas para jogar o jogo da morte
sacramental e espiritual de seres criados para a santidade, mas que agora se
encontram mergulhados num abismo colossal de torturas psíquicas, causadas pelas
mágoas, decepções e as angustias das separações em que se encontram envolvidas.
Às vezes conseguem voltar e obter alguma vitória, mas isto quando há conversão
e encontro com Deus; porém, não totalmente como antes devido à falta dos sacramentos.
Todavia, os incentivo e exorto, a nunca desistirem da misericórdia divina; Deus
é fiel e justo e conhece o coração de cada um de seus filhos, sejam eles
ingratos ou não, e está sempre pronto a perdoar a todos, desde que haja um
profundo arrependimento de coração, para voltarem ao convívio do Senhor na
esperança de uma reconciliação deveras sólida por toda a vida.
Portanto, se faz necessário que os casais
de segunda união não percam a santa Missa, mesmo sem acesso direto ao
sacramento da Eucaristia, todavia em compasso de espera no Senhor que a todos
conhece muito bem e não deixa de os assistir em suas próprias necessidades;
também não deixem de se fazer presentes nas pastorais e nos trabalhos
voluntários em favor dos mais necessitados, pois assim aumentam, pela caridade
e vida fraterna, o favor divino para o bem de suas almas e de todas de suas
famílias. O que há mais importante nesta vida é servir e amar a Deus e se
deixar amar e conduzir por Ele, pois a quem a Deus se confia, sabe que o Senhor
não falha nunca, e que esperando em sua misericórdia, o seu dia da graça
chegará.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.
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