VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 25 de março de 2025

Solenidade da Anunciação do Senhor...


 Solenidade da Encarnação do Senhor (Lc 1,26-38)(25/03/25).


1. Caríssimos, a nossa participação no mistério da salvação é única e direta, porque é realização da vontade de Deus que nos chama, como chamou Maria Santíssima e lhe deu as evidências que pedira confirmando o seu sim, para que se cumprisse nela todas as suas promessas. 

2. De fato, é maravilhoso contemplar o mistério da presença de Deus entre nós, pela ação direta do Espírito Santo no seio da Virgem Mãe.
No credo que recitamos na missa domenical, seguindo a liturgia, nos ajoelhamos ou inclinamos a cabeça ao rezarmos: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós por obra e graça do Espírito Santo no seio da Virgem Maria." 

3. Decerto, fazemos esse gesto porque Deus escondido e inacessível se faz realmente presente no meio de nós, por isso, o chamamos Emanuel, Deus conosco. Desse modo, encarnação do Senhor Jesus é a concretização do plano de Deus para a nossa salvação. 

4. De fato, a partir do sim de Maria, se tornou possível a realização do Mistério da Encarnação do Verbo de Deus; pois, como o mistério da iniquidade entrou na criação por conta da participação dos nossos primeiros pais; com muito mais razão o mistério da nossa salvação teve na cooperação de Maria a participação necessária para vinda do Filho de Deus, o qual obedeceu em tudo ao Pai, para nos fazer participantes da sua natureza divina (cf. 2Pd 1,3-4).

5. Desse modo, Maria Santíssima se tornou morada permanente do Deus conosco, o Emanuel; e pela ação do Espírito Santo, Ele é carne de sua carne e sangue do seu sangue, por isso, ninguém neste mundo se iguala à perfeição que Dele recebeu por sua participação direta nesse Mistério, que nos trouxe a vida eterna. De fato, pelo seu sim Deus fez nova todas as coisas (cf. Ap 21,14). 

6. Portanto, caríssimos, não tem como contemplar Jesus sem ver Nele Maria, nem tem como olhar para Maria sem ver Jesus presente nela. Por isso, todos os acontecimentos que se deram a partir da sua Encarnação, tem no sim incondicional de Maria o fundamento e a realização, ou seja, a vontade de Maria nada mais é do que a vontade de Deus nela.

7. Oremos: "Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Amém! 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 23 de março de 2025

Homilia do 3°Dom da Quaresma...


 Homilia do 3°Dom da Quaresma  (Lc 13,1-9)(23/03/25)

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1. Carissimos, essa liturgia de hoje está repleta de lições de vida que o Senhor nos ensina para atingirmos a perfeição das virtudes eternas do Seu Reino. Na primeira leitura Moisés ao contemplar a presença do Senhor que lhe apareceu na sarça ardente, entendeu que tudo muda em nossa história de vida quando damos ao Senhor o lugar que lhe é devido nela. 

2. Nesse encontro o Senhor revelou que tudo o que comporta a Sua Presença é santo, em especial a nossa vida. Pois, carregamos o seu DNA em nosso corpo e em nossa alma, porque nos criou "à sua imagem e semelhança". Por isso, em seus desígnios de amor, mediante o batismo, nos tornou seus filhos e filhas. 
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3. Na segunda leitura São Paulo faz uma analogia entre os acontecimentos do Êxodo do povo eleito e Cristo, dizendo que aqueles acontecimentos eram prefiguração da vinda do Senhor e que era Deus mesmo que os conduzia por meio de Moisés. 

4. Também nós hoje estamos em pleno êxodo, isto é, atravessando o deserto deste mundo à caminho do Reino dos Céus, e é o Senhor quem nos conduz no seio da Sua Santa Igreja, por meio do santo Padre, o Papa Francisco.
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5. Todavia, muita atenção, ao que nos exorta São Paulo ainda na segunda leitura: "Esses fatos aconteceram para servirem de exemplos para nós, a fim de que não desejemos coisas más, como fizeram aqueles no deserto. 

6. Não murmureis, como alguns deles murmuraram, e, por isso, foram mortos pelo anjo exterminador. Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair." Ou seja, "Deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne." A carne significa a própria vontade.
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7. No Evangelho de hoje, algumas pessoas trouxeram ao Senhor Jesus a notícia do assassinato de alguns galileus por parte do governante Pôncio Pilatos, ao que o Senhor respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? Eu vos digo que não. Mas, se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo."
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8. Sem dúvidas, as tragédias e as injustiças que aqui presenciamos são para nós motivo de arrependimento e de conversão, para voltarmos ao estado de graça, isto é, a comunhão com o Senhor. Por isso, precisamos nos converter urgentemente, caso contrário, iremos morrer. De fato, o pecado é a maior causa de morte que existe. Deus, porém, tem tudo sob controle, e nada foge ao seu juízo. Por isso, quem morre e ressuscita com Cristo tem Nele a vida eterna. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria, OFMConv.

sábado, 22 de março de 2025

Somos filhos pródigos que estamos voltando para Deus, nosso Pai celestial...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 15,1-3.11-32)(22/03/25)


1. Caríssimos, Deus é Deus, e Nele não há mudança alguma (cf. Tg 1,18). E mesmo que os homens pequem, Ele continua a nos amar, porque é misericordioso e tem compaixão de nossas misérias. Todavia, como o filho mais novo da parábola contada por Jesus, precisamos nos arrepender de coração e voltar para Ele que está sempre disposto a nos perdoar e nos receber no aconchego da sua misericórdia e do seu amor.

2. Com isso, entendemos que arrepender-se e converter-se é voltar ao seu convívio e Nele permanecer sob Sua proteção. Por isso, esforcemo-nos para não perdermos o estado de graça por nada deste mundo, isto é, nunca nos deixemos escravizar pelo pecado, pois, como disse o Senhor: "Todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo." (Jo 8,34b). 

3. Então, quais lições que tiramos desta parábola para pormos em prática e vivermos em comunhão com o Senhor? O pecado é uma brutalidade contra Deus e contra próximo; porém, atinge primeiramente a quem o comete; e depois aos que sofrem por causa dele.

4. No entanto, para o pecador que se arrepende de coração, e se converte, existe o Sacramento da penitência ou reconciliação, para que perdoado volte a usufruir dos bens eternos que havia perdido ao se afastar de Deus pelo mal praticado. De fato, o pecado é tão maléfico que foi preciso o Sangue de Cristo para apaga-lo (cf. Hb 9,13-14).

5. Portanto, caríssimos, a Parábola do filho pródigo revela quem somos quando vivemos na presença de Deus, nosso Pai, usufruindo de todos os seus bens; mas também mostra o que nos tornamos quando o abandonamos para viver a falsa liberdade que os prazeres deste mundo oferece, e que não passam de ilusões momentâneas. 

6. Destarte, o arrependimento é uma porta aberta que nos leva a experimentar a Infinita misericórdia de Deus que nos ama, nos perdoa e nos liberta de todos os nossos pecados. Rezemos então com verdadeiro arrependimento, esta oração do filho pródigo: 'Meu pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho'. Trata-me como a um dos teus empregados'." Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 20 de março de 2025

O TEMPO E A ETERNIDADE DA VIDA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,19-32)(20/03/25)


1. Amados irmãos e irmãs, a vida humana neste mundo se comparada à vida eterna, é mesmo que nada. Entretanto no viver nosso de cada dia estamos sempre interagindo com nós mesmos, com os outros, as coisas deste mundo, com Deus, e com as tentações que chegam a nossa mente. Todavia, como nós lidamos com isso?

2. O fato é que não vivemos somente para nós mesmos, mas para Deus que nos criou por amor; e também para aqueles que encontramos no nosso dia a dia; ou então para o maligno quando deixamos que ele entre em nossa vida pelos pecados que praticamos contra Deus, contra os outros, e contra nós.

3. Por isso, não podemos esquecer que o primeiro lugar em nosso viver pertence somente a Deus e a mais ninguém, e se damos a Ele o primeiro lugar é porque o amamos sobre todas as coisas, como Ele nos ensinou no primeiro mandamento.

4. Com efeito, não estamos neste mundo como juízes uns dos outros, mas como irmãos que nos amamos como o Senhor nos ensinou; pois somente Deus é o único juiz de todos; Justo, Santo, Eterno, e os critérios pelos quais nos julgará são Dele e não nossos; desse modo, diante de Deus ninguém poderá se justificar, porque Ele nos conhece totalmente. 

5. É bem como nos ensina a Carta aos Hebreus: "Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas." (Hb 4,12-13).

6. Todavia nos perguntemos diante de Deus. Senhor quem levamos aos nossos irmãos e irmãs? Levamos a ti e as tuas Palavras eternas ou levamos a nós mesmos e os nossos pecados? As Palavras que dizemos levam as pessoas a Ti ou as afastam de Ti?

7. Será que somos capazes de afirmar como São Paulo: "Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo." E ainda: "O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco." (Fl 4,9)?

8. Portanto, caríssimos, não pensemos que a eternidade que esperamos acontecerá somente depois da morte natural; na verdade, a nossa eternidade já vivemos no tempo que Deus nos deu para fazermos em tudo a sua Santa Vontade, porque para Ele tudo é eterno, por isso, ninguém pode parar ou apagar tempo.

9. Destarte, não percamos o tempo que Deus nos deu, ao contrário, consagremos todo o nosso tempo a Ele; porque tempo é vida e quem perde tempo com as distrações deste mundo, perde também a vida e todas as graças recebidas para vivermos na sua presença.

10. Em suma, pensando bem, nós somos as pessoas mais felizes deste mundo, porque vivemos por Cristo, com Cristo e em Cristo, conduzidos pelo Espírito Santo para fazermos a vontade de Deus, nosso Pai; e a vontade de Deus é amor, bondade, justica, santidade, misericórdia, perdão e todas as outras virtudes presentes em nossas almas. 

11. De fato, Deus não nos pede o impossível para segui-lo, mas apenas o que está ao nosso alcance para obedece-lo. Peçamos a Santíssima Virgem Maria e a seu esposo são José que nos ajude a seguir o seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, no caminho que nos leva ao céu.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 19 de março de 2025

Glorioso São José, rogai por nós...

Solenidade de São José esposo da Virgem Maria. (Mt 1,16.18-21.24a)(19/03/25).

1. Caríssimos irmãos e irmãs, celebrar a Solidariedade de São José se reveste de uma imensa alegria porque de todos os santos bíblicos, creio que São José seja o mais silencioso; dele só vemos o serviço prestado numa simplicidade única, feita de profunda escuta e obediência perfeita à vontade de Deus. 

2. Por isso, São José, foi sempre agradável a Deus por sua fé oblativa e humilde disposição, como seu próprio nome diz: "Deus cumula de bens". De fato, o Senhor o cumulou de todos os seus bens para que realizasse seu plano de amor e salvação para toda humanidade.

3. Ora, ao contemplarmos a vida de São José, vemos nele o homem oblativo e silencioso que escuta o anjo do Senhor e obedece sua orientação na certeza de que estava ali para cumprir a vontade de Deus a respeito do Messias esperado e de sua missão salvífica.

4. Desse modo, depois de Maria Santíssima, São José foi o primeiro a conhecer o Messias, e prontamente assumir a sua paternidade terrena, guardando esse Segredo com sua esposa até o dia em que toda Jerusalém ficou sabendo por meio da visita dos reis magos. 

5. Imaginemos as dificuldades de deslocamento da Sagrada Família indo de Nazaré à cidade de Belém a fim de cumprir o decreto de recenseamento das autoridades políticas daquele tempo, com Maria prestes a dar a luz o seu Filho unigênito, Jesus Cristo, rei e Senhor do universo. 

Não foi fácil cobrir essa enorme distância em cima de uma mula, pois era o meio de transporte daquele tempo. 

6. De fato, a atuação de São José nesse e em todos os outros episódios da vida de Jesus e de Maria foi primordial. Realmente a Sagrada Família teve um fiel e justo condutor neste mundo. 

7. Vejamos, então, as vitudes divinas postas à disposição de São José para que cumprisse sua missão de pai adotivo do Filho de Deus: a oração perseverante, o silêncio sagrado, a perfeita obediência, a prudência e todas as outras virtudes necessárias ao serviço do Reino de Deus. Pois, são essas graças que o Senhor concede aos seus filhos e filhas à caminho de sua Glória Eterna. 

8. Oremos: "Deus todo-poderoso, pelas preces de São José, a quem confiastes as primícias da Igreja, concedei que ela possa levar à plenitude os mistérios da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Amém! 

Paz e Bem! 

Frei Fernando Maria OFMConv. 
 

segunda-feira, 17 de março de 2025

CUIDADO COM O FERMENTO FARISAICO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,1-12)(18/03/25)


1. Caríssimos, desde a criação do mundo que Deus nos deu a obediência como meio de vivermos unidos a Ele e desse modo participarmos da Sua Natureza Divina, como seus filhos e filhas. Ocorre que ao quebrar essa aliança de amor com o Senhor pela desobediência, nossos primeiros pais, perderam o estado de graça e a plena amizade com Ele, e isso causou os desequilíbrios que vemos assolar toda a criação.
2. No entanto, porque Deus nos ama desde toda eternidade, não levando em conta a desobediência dos nossos primeiros pais, enviou o Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, para nos libertar da maldição do pecado. Bem como disse o Profeta Isaías: "Ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos". (Is 53,4a)
3. Em outras palavras, carregou as consequências da nossa desobediência, para unir a nossa natureza humana decaída à Sua natureza divina redentora, e assim voltarmos à perfeita obediência que os nossos primeiros pais haviam perdido.
4. Então, como entender tão Sublime amor de Deus por nós? Basta olharmos Cristo crucificado para compreender que foi por seu sofrimento e morte cruenta que Ele nos libertou das cadeias do pecado, do poder do maligno e do inferno, ao custo do derramamento do Seu preciosíssimo Sangue.
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5. Desse modo, ao permanecermos unidos a Ele pela obediência à Sua Palavra, pela vivência dos Sacramentos, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, nos tornamos seus discípulos e percorremos com Ele a via da perfeição eterna que nos leva ao céu.
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos faz uma alerta: “Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 

7. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a move-los, nem sequer com um dedo.” (Mt 23,2-4). Ou seja, a prática da fé se traduz pelo exemplo de vida, e não pela aparência ou superficialidade estéril. 

8. Vejamos, pois, o que escreveu são Paulo a esse respeito: "Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco." (1Cor 11,1; Fl 2,9).
9. Portanto, caríssimos, muito cuidado com o fermento farisáico, pois ele não passa de uma armadilha traiçoeira. Destarte, busquemos viver interiormente as graças e bênçãos que de Deus recebemos, pois é isso que nos faz unidos a Ele, para sermos santos como Ele é Santo.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv

SEDE MISERICORDIOSOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,36-38)(17/03/25)

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1. Caríssimos, a obediência é o fundamento de nossa permanente comunhão com o Senhor; é isso o que nos ensina a primeira leitura de hoje onde o Profeta Daniel reconhece que foi por causa da desobediência do povo eleito que o exílio se abateu sobre eles. 
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2. Eis a sua oração: "Senhor, temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo o povo do país."
3. De fato, a obediência ou a desobediência se faz presente em todos os sentidos de nossa vida, de modo que quando não obedecemos ao Senhor, seguimos o maligno em sua desobediência e nos tornamos seus escravos, porque ele se esconde nos pecados praticados e o resultado disso é sempre doloroso uma vez que no pecado nada de bom existe.
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4. Ora, as tentações nada mais são do que a voz do maligno falando espiritualmente por meio dos maus pensamentos que chegam à nossa mente; de uma coisa, porém, fiquemos certos, todas as tentações dependem sempre das escolhas e decisões do nosso livre arbítrio. 
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5. De forma que, se dissermos não a elas, estaremos dizendo sim a Deus que nos fala por meio da verdade que se encontra gravada em nossas almas desde a nossa concepção, pois fomos criados à imagem e semelhança de Deus para vivermos em permanente comunhão com Ele. 
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6. Portanto, caríssimos, uma das tentações mais frequentes que chega à nossa mente é o julgamento do próximo, ou seja, o juízo que se faz dos outros seja por preconceitos morais ou ideológicos. Ora, essa é a via que o maligno usa para destruir a paz interior de nossas almas, porque as põe contra a misericórdia divina, como vimos no Evangelho de hoje. 
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7. Destarte, quando uma alma não é misericordiosa ela perde de imediato a comunhão com o Senhor que é misericordioso e sempre nos perdoa. O fato de julgarmos uns aos outros, revela a ausência da graça de Deus em nós, e com isso deixamos da amar para cultivar rancores e máguas que é um castigo que damos a nós mesmos quando julgamos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 16 de março de 2025

Precisamos deixar este mundo e o seu barulho...


 Homilia do 2°Dom da Quaresma (Lc 9,28b-36)(16/03/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a aliança de Deus com Abraão é a aliança de Deus com a humanidade, selada com o selo da fé, dom do Espírito Santo, dado a Abraão no seu encontro com o Senhor como vimos na primeira leitura. 
2. Decerto, hoje nós temos a fé que temos porque Abraão a transmitiu à todas as gerações por meio de sua decedência que tornou-se portadora do Espírito Santo e de todas as graças necessárias para a nossa salvação. 
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3. Com efeito, todas as graças recebidas até hoje pela humanidade tem na experiência da fé abraamica seu fundamento isso porque por meio da fé tudo é possível alcançar, como o Senhor mesmo nos ensinou (cf. Mc 9,23). 
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4. Sem dúvida, o verdadeiro entendimento das coisas de Deus só é possível aos que creem e seguem fielmente os seus mandamentos, porque é pela obediência da fé amamos o Senhor e Dele recebemos a purificação dos nossos pecados e a santificação das nossas almas.
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5. A vivência da fé passa pela experiência mística que é um abandonar-se em Deus numa entrega total; é vê naturalmente o invisível Divino; mas isso é dom, é graça concedida aos que o Senhor escolhe com essa finalidade, como vimos no Evangelho de hoje; eram doze os Apóstolos, porém, somente Pedro, João e Tiago alcançaram essa graça, no entanto, permaneceram em silêncio para depois da ressurreição do Senhor transmiti-la aos demais.
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6. Desse modo, compreendemos que a dinâmica do encontro com Deus tem no seguimento de Cristo a sua plenitude, pois é Ele que nos conduz ao Pai, como vimos nesse episódio da Transfiguração. Primeiro precisamos subir com o Senhor o Monte Tabor, isto é, deixar o mundo e seu barulho, para encontrar Deus no silêncio sagrado da oração. 
7. Segundo, tomar consciência da grandeza desse encontro como Pedro quando viu Jesus transfigurado, pleno de alegria, disse: "Senhor, é bom estarmos aqui"; terceiro, escutar à Voz do Pai: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!” "Escutai aquele que vos abre o caminho do Céu e, através do suplício da cruz, vos prepara os degraus para ascenderdes ao Reino.
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8. Nestes três apóstolos, a Igreja inteira aprendeu tudo o que eles viram com os seus olhos e ouviram com os seus ouvidos (cf 1Jo 1,1). Que a fé de todos seja, pois, fortalecida pela pregação do Santo Evangelho e que ninguém se envergonhe da cruz de Cristo, pela qual o mundo foi redimido." 
(São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja). 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 15 de março de 2025

Convicção, perseverança, desejo do céu...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,43-48)(15/03/25)

1. Caríssimos, a virtude da oração está sempre presente em todas as atividades do Senhor Jesus, e Ele a recomenda com o seu exemplo para todas as situações da nossa vida. De fato, a oração é como o ar que respiramos, ou seja, é a graça permanente que nos sustenta na prática da fé. 

2. É bem como meditamos no Evangelho segundo Lucas: "Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo. (Lc 18,1). E ainda: "Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus." (Lc 6,12). 

3. Decerto, a oração é o lugar sagrado onde encontramos o Senhor e com Ele interagimos; felizes são aqueles que o encotram, o escutam e agem conforme lhes ensina, é bem como vimos nestas instruções que Moisés deu ao povo eleito na primeira leitura: 

4. “Hoje, o Senhor teu Deus te manda cumprir esses preceitos e decretos. Guarda-os e observa-os com todo o teu coração e com toda a tua alma... a fim de que sejas o povo santo do Senhor teu Deus, como ele prometeu”.

5. Então, quais virtudes nos ajudam a crescer nesse dom do Espírito Santo e que precisamos pedi-las insistentemente? A convicção de que estamos na presença de Deus, de que Ele nos ouve e nos respode; a perseverança na busca da sua vontade que nos leva a um viver santo; e o profundo desejo de que venha o seu reino de amor, justiça e paz.

6. Decerto, o sentido de toda oração é a perfeita comunhão com Deus aqui e por toda a eternidade. Como seria bom se puséssemos Deus no centro da nossa vida e das nossas decisões, como fez o seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (Jo 5,30). 

7. Acontece que muitos se ocupam de tantas coisas, muitas das quais inúteis, e se esquecem da oração que nos leva à perfeita convivência com Deus; e com isso, passam a cultuar os ídolos que lhes convém. E o resultado nefasto desse desvario são as tragédias que vemos à todo instante, todos os dias. Sem dúvida, na mente em que não existe espaço para Deus, sobra espaço para o pecado, e os males que ele causa às almas.

8. Portanto, caríssimos, é por meio do dom da oração, que falamos com Deus e o escutamos; expomos nossas intenções e desejos e somos atendidos por Ele; desse modo, a nossa oração se torna portadora de todas as graças e bênçãos do Senhor, e chega a todos os lugares e pessoas por quem oramos, até mesmo àquelas que nos odeiam e nos perseguem.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 14 de março de 2025

A caridade fraterna revestida de reconciliação...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,20-26)(14/03/25)

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1. Caríssimos, o exercício que nos é proposto nesta liturgia quaresmal de hoje é a caridade fraterna revestida de reconciliação no trato com o próximo. De fato, precisamos aprender que, se falhamos e cometemos pecados, não podemos em hipótese alguma julgar, criticar ou condenar os outros. 
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2. Porque, como disse São Paulo, quem somos nós para julgarmos uns aos outros? "Assim, és inescusável, ó homem, quem quer que sejas, que te arvoras em juiz. Naquilo que julgas a outrem, a ti mesmo te condenas; pois tu, que julgas, fazes as mesmas coisas que eles." (Rm 2,1).
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3. De fato, um dos pecados mais cometidos é o julgamento do próximo, porque é uma das tentações mais frequentes. O fato é que esse pecado traz em si um veneno mortífero que atinge diretamente quem o comete tirando-lhe a paz e a alegria de viver. 
4. Todo vez que caímos nessa tentação, trazemos para as nossas almas os pecados que julgamos, a imagem negativa daqueles que julgamos, e isso ocupa o espaço da misericórdia divina em nossa vida, de modo que castigamos a nós mesmos com falta de paciência, raiva, críticas e tantas outras coisas nevativas. 
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5. Comentando este Evangelho, disse o Papa Francisco: "Jesus era prático, falava sempre com exemplos para se fazer compreender, pondo em confronto a Lei antiga e o que Ele nos diz. Começa pelo quinto mandamento do decálogo: «Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás”. Eu, porém, vos digo que qualquer um que, sem motivo, se encolerizar contra o seu irmão, será réu de juízo» (vv. 21-22). 
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6. Com isso, Jesus recorda-nos que também as palavras podem matar! Quando se diz que uma pessoa tem língua de serpente, o que significa? Que as suas palavras matam! Portanto, não só não se deve atentar contra a vida do próximo, mas nem sequer fazer cair sobre ele o veneno da ira e da calúnia. Nem sequer falar mal dele.
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7. A quem o segue, Jesus propõe a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, é ir além de qualquer cálculo. O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus chega a afirmar que a nossa relação com Deus não pode ser sincera se não quisermos fazer as pazes com o próximo. 
8. E diz assim: «Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta» (vv. 23-24).
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9. Portanto, caríssimos, quem ama a Deus sobre todas as coisas, transborda esse amor pela prática do perdão e da misericórdia para com o proximo. "Por isso, disse São Paulo, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece." (1Cor 4,5).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 13 de março de 2025

Oração, o dom mais praticado pela humanidade...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 7,7-12)(13/03/25)

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1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos conduz a um dos exercícios quaremais mais praticado em todos os tempos na história da humanidade, trata-se da oração; esse dom é uma graça especial que nos é dada para vivermos em permanente comunhão com Deus nosso Pai celestial praticando atos de piedade e misericórdia conforme a sua santa vontade. 
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2. Em outras palavras, do limite em que estamos adentramos na sua eternidade conduzidos pelo Espírito Santo por meio do dom da oração. Aliás, a fé e a oração são como asas que nos elevam ao céu mesmo estando neste mundo, porque quem reza com fervor ultrapassa os limites da nossa natureza e das intempéries que tentam nos destruir. 
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3. De fato, o inferno estremece quando uma alma contrita e plena de devoção se une a Deus em oração. É isso o que vimos na primeira leitura de hoje que conta o episódio da rainha Ester em extrema aflição por seu povo que está prestes a ser eliminado pelos seus inimigos. 
4. Então, quais lições aprendemos com a rainha Ester nesse episódio? Primeira, a nossa extrema necessidade se transforma em total confiança quando ao Senhor recorremos em humilde oração. Segunda, quando dependemos de Deus totalmente, é sinal de que o amamos sobre todas as coisas e que Nele confiamos incondicionalmente para que se cumpra a sua santa vontade em nossa vida.
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5. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos ensina que a oração tem o poder de alcançar todas as graças necessárias para o bem estar das nossas almas e a nossa salvação. Disse Ele: "Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra; e a quem bate, a porta será aberta. (Mt 7,7-8).
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6. O que isso quer dizer? Quer dizer que a fé aliada à oração nos leva à perfeita união com Deus e entre nós, e Ele que tem todo poder sobre o céu e a terra nos faz vencer todas as dificuldades que os inimigos naturais e sobrenaturais nos impõem, porque Ele é o único Senhor de todas as coisas e está sempre pronto a nos ajudar.
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7. Portanto, caríssimos, prostremo-nos diante do Senhor com esta oração de ação de graça do Salmo responsorial de hoje: "Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes.
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8. Naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma. Por isso, vos suplico: Completai em mim a obra começada; não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos! Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Vosso amor é fiel eternamente." (Sl 137).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 11 de março de 2025

A CRUZ DE CRISTO É O GRANDE SINAL DA NOSSA SALVAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,29-32)(12/03/25)

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1. Caríssimos, este mundo tornou-se um vale de lágrimas por causa dos pecados nele praticados, e não haverá mudança alguma enquanto homens e mulheres não se converterem e voltarem para Deus de todo coração com preces, jejuns e penitências, como aconteceu com os ninivitas ao ouvirem a pregação do Profeta Jonas como meditamos na primeira leitura.

2. De fato, fora da verdadeira conversão não existe nenhuma segurança, isto porque toda prática contrária à caridade de Cristo, é engano, é ilusão, pois, só quando nos voltamos para Ele de todo coração é que temos a graça do seu amor, a paz e a segurança que tanto precisamos; porque fora de Cristo nada e ninguém neste mundo poderá nos salvar.
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3. Decerto, o mais evidente sinal da presença de Deus neste mundo não são as coisas criadas, mas sim, o Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, nascido do seio virginal de Maria, por obra e graça do Espírito Santo, e que caminha conosco presente na Santa Eucaristia e sua Palavra viva nos conduzindo ao reino dos céus.
4. Desse modo, tudo o que quisermos conhecer a respeito de Deus, somente em Cristo adquirimos tal conhecimento, como Ele mesmo disse: "Quem me vê, vê o Pai, eu e o Pai somos um." (cf. Jo 10, 30; 14,11). 
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5. "Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscita-lo no último dia. Está escrito nos profetas: Todos serão ensinados por Deus (Is 54,13). Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim." (Jo 6,44-45).
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6. Portanto, caríssimos, os homens buscam sinais exteriores para crer, no entanto, o único sinal mais que evidente à toda humanidade é a Paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, bem como está escrito: "E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim." (Jo 12,32).
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7. De fato, "Quem olhar para Ele com fé, isto é, quem acreditar que Cristo crucificado é o Filho de Deus, o Salvador, terá a vida eterna. Acolhendo n´Ele o dom do amor do Pai, os homens passam da morte do pecado à vida eterna." Em outras palavras, passa da fria incredulidade, para o calor da fé, para o aconchego do Seu infinito amor.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 10 de março de 2025

PAI-NOSSO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(11/03/25)

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1. Caríssimos, a oração é o dom preciosíssimo do Espírito Santo que age em nós nos ajudando a encontar Deus Pai e seu amado Filho, presente em nossas almas para termos um diálogo filial e obtermos todas as graças necessárias para nos manter em plena comunhão de amor com a Santíssima Trindade. 
2. De fato, a oração do "Pai-nosso" ensinada por nosso Senhor Jesus Cristo, é uma oração trinitária que realiza a perfeita comunhão entre Deus e seus filhos e filhas unindo o céu e a terra. Ora, rezar é amar a Deus sobre todas as coisas, ser amados por Deus e cheios do seu amor, amar-nos uns aos outros como a nós mesmos. 
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3. Comentando este Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: “Quando orardes, dizei: ‘Pai...’. Esta palavra é o «segredo» da oração de Jesus, é a chave que Ele mesmo nos oferece a fim de podermos entrar também nós na relação de diálogo confidencial com o Pai que acompanhou e amparou toda a sua vida.
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4. Ao apelativo «Pai» Jesus associa duas solicitações: «santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino». Portanto, a oração de Jesus — a oração cristã — é antes de tudo dar lugar a Deus, deixando que ele manifeste a sua santidade em nós, fazendo com que se aproxime o seu reino, a partir da possibilidade de exercer o seu senhorio de amor na nossa vida.
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5. Outros três pedidos completam esta oração que Jesus ensina, o «Pai-Nosso». Três solicitações que exprimem as nossas necessidades fundamentais: o pão, o perdão e a ajuda contra as tentações. Não podemos viver sem pão, sem perdão, sem a ajuda de Deus contra as tentações. 
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6. O pão que Jesus nos ensina a pedir é o necessário, não o supérfluo; o pão dos peregrinos, o justo, um pão que não se acumula nem se desperdiça, que não pesa durante a nossa marcha.
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7. O perdão, antes de tudo, é aquele que nós mesmos recebemos de Deus: só a consciência de sermos pecadores perdoados pela infinita misericórdia divina pode tornar-nos capazes de realizar gestos concretos de reconciliação fraterna. Se uma pessoa não se sente pecadora perdoada, nunca poderá fazer um gesto de perdão nem de reconciliação. Começa-se pelo coração, onde nos sentimos pecadores perdoados.
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8. O último pedido, «não nos deixeis cair em tentação», exprime a consciência da nossa condição, sempre exposta às insídias do mal e da corrupção. Todos sabemos o que é uma tentação!" É uma ação manifesta do inimigo tentando nos tirar do estado de graça, isto é, da comunhão com Deus. E a oração é a arma espiritual que o Senhor nos dá para vencermos todas as insídias do maligno. 
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9. Portanto, caríssimos, "a oração é o primeiro e principal «instrumento de trabalho» nas nossas mãos! Insistir com Deus não serve para o convencer, mas para fortalecer a nossa fé e a nossa paciência, isto é, a nossa capacidade de lutar juntamente com Deus pelo que deveras é importante e necessário. Na oração somos dois: Deus e eu, lutando juntos pelo que é importante."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 9 de março de 2025

Como encontramos o Senhor Jesus?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,31-46)(10/03/25)

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1. Caríssimos, o Evangelho de hoje narra a parábola do juízo final na qual o Senhor Jesus, justo juiz, se identifica com os necessitados de alguma ajuda, dizendo: "Pois, eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’."
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2. Com efeito, diante destes critérios, o Senhor considera justos aqueles que sem pretensões ou interesses pessoais praticam essas obras de misericórdia, encontrando-o naqueles que delas necessitam. Por outro lado, são reprovados os que mesmo podendo, se fecharam em si mesmos e nada fizeram para ajudar aqueles que deles precisaram.
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3. Comentando este Evangelho, disse o Papa Bento XVI: "Jesus, o Filho do Homem, juiz supremo das nossas vidas, quis assumir o rosto dos que têm fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou prisioneiros, em suma, de todos os que sofrem ou são postos de lado; o comportamento que tivermos para com eles será, portanto, considerado como o comportamento que teremos para com o próprio Jesus. 

4. Não se trata aqui de uma simples fórmula literária, de uma simples imagem! Toda a existência de Jesus é uma demonstração disso mesmo. Ele, o Filho de Deus, se fez homem, partilhou a nossa existência, até nos pormenores mais concretos, fazendo-se servo do mais pequeno dos seus irmãos. 
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5. Ele, que não tinha onde reclinar a cabeça, foi condenado a morrer numa cruz. Sem dúvida que isto nos pode parecer estranho! Ainda hoje, como a mais de 2000 anos, somos habituados a ver os sinais da realeza no sucesso, no poder, no dinheiro; temos dificuldade em aceitar um rei assim, um rei que se faz servo dos mais pequenos, dos mais humildes, um rei cujo trono é uma cruz. 
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6. No entanto, dizem-nos as Escrituras, é assim que se manifesta a glória de Cristo: é na humildade da sua existência terrena que Ele encontra o poder de julgar o mundo. Para Ele, reinar é servir! E o que Ele nos pede é que o sigamos neste caminho, que sirvamos, que estejamos atentos ao grito dos pobres, dos fracos, dos marginalizados. 
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7. O batizado sabe que a sua decisão de seguir Cristo pode levá-lo a grandes sacrifícios, por vezes até o da própria vida. Mas, como nos recorda São Paulo, Cristo venceu a morte e arrasta-nos atrás de si na sua ressurreição. Ele conduz-nos a um mundo novo, um mundo de liberdade e de felicidade. Ainda hoje, temos tantos laços com o velho mundo, tantos medos nos prendem e nos impedem de viver livres e felizes. 
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8. Deixemos que Cristo nos liberte deste mundo velho! A nossa fé n'Ele, que vence todos os nossos medos, todas as nossas misérias, conduz-nos a um mundo novo, um mundo em que a justiça e a verdade não são utopia; um mundo de liberdade interior e de paz conosco mesmo, com os outros e com Deus."

9. Portanto, caríssimos, supliquemos ao Senhor Jesus que nos conduza durante o tempo que ainda temos neste mundo nos dando o discernimento e a graça de poder ajudar aqueles nos quais ele se faz presente de uma forma totalmente diferente daquela que aos olhos dos incrédulos, dos indiferentes e dos que buscam as vantagens deste mundo, jamais ele poderia estar.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 8 de março de 2025

Homilia do 1°Dom da Quaresma...


 Homilia do 1°Dom da Quaresma (Lc 4,1-13)(09/03/25)

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1. Caríssimos, a tentação é uma ação do maligno que, como vimos, não poupa ninguém nem mesmo o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, por que o maligno detem esse poder? Porque não tem nada à perder, uma vez que já foi julgado e condenado eternamente (cf. Jo 16,11). 
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2. Por isso, faz de tudo para distilar seu ódio contra Deus, atirando-se contra as suas criaturas; porém, seu tempo já está se esgotando e lhe resta muito pouco para perder seu poder de sedução e engano contra nós que ainda estamos neste vale de lágrimas. 
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3. Não resta dúvida que estamos na batalha final contra os poderes do mal; decerto, esses poderes não suportam a verdade, o amor, a humildade, a misericórdia, a obediência, a santidade e a justiça, porque todas essas virtudes eternas são atributos divinos que Deus derrama como graças nas almas que o amam pela obediência ao seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
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4. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus, cheio do Espírito Santo, foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo; ora, o deserto é sinônimo de morte, pois quase nada subexiste nele sem que receba a devida adaptação da lei natural que Deus pôs nas criaturas para resistirem e sobreviverem às intempéries.
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5. Com efeito, se pensarmos espiritualmente veremos que as condições adversas das tentações nos leva à total dependência do Senhor para que por seu poder vençamos todos os dardos inflamados do maligno. De fato, se o inimigo pudesse já teria destruído a criação e todos nós. Porém, o Senhor o detém com o poder infinito da sua Palavra Eterna.  
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6. São Lucas em sua narrativa apresenta três tipos de tentações mais frequentes: a tentação do prazer advindo das criaturas; a tentação do poder advindo do maligno; e a tentação da idolatria advinda da falsa fé, ou seja, contra nós mesmos, contra o próximo, e contra Deus. 
7. Em todas essas tentações o Senhor Jesus nos ensinou que a arma invencível contra o maligno é a Palavra de Deus, obedecida e praticada fielmente. E como constamos o Senhor nunca dialoga com o inimigo, mas o detém e o expulsa com o poder da sua obediência à Palavra do Pai. 
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8. Portanto, caríssimos, escutemos, então, esta exortação de São Tiago sobre a utilidade das tentações, sabendo que quanto mais tentados mais amados e protegidos por Deus para não sucumbirmos à elas. 
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9. "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma." (Tg 1,2-4).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 7 de março de 2025

É este o jejum que agrada a Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-15)(07/03/25)

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1. Caríssimos, existe algo em nossa existência cujo fundamento sustenta o edifício da nossa vida, e a isso chamamos autenticidade; ora, essa virtude revela a verdadeira intenção do coração, e a presença de Deus em nossas ações, por fazermos tudo por amor a Ele e ao próximo como a nós mesmos.
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2. Com efeito, quando os exercícios quaresmais da oração, do jejum e da esmola são autênticos, afasta a incoerência e a hipocrisia de nossas ações, tornando-nos verdadeiramente santos ou pelo menos a caminho da santidade. Porque quem se une ao Senhor e se deixa conduzir por Ele, se torna autêntico em tudo o que faz.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus é questionado pelos discípulos de João Batista, sobre o porque dos seus discípulos não jejuarem, uma vez que eles e os fariseus o fazem com frequência; ao que o Senhor respondeu: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”. (Mc 9,15).
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4. Desse modo, o Senhor nos ensina que o jejum não é uma prática superficial distante das boas intenções e dos bons propósitos; mas, uma necessidade da alma que busca o seu Senhor nas provações e deseja se unir a Ele para vencer as adversidades que tentam impedir a prática da verdadeira piedade.
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5. Escutemos então o Senhor e ponhamos em prática esta Sua Palavra: “Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á." (Mt 6,17-18).
6. Com isso, entendemos que o jejum não é um esforço aparente, mas um exercício espiritual que fazemos para encontrar o Senhor e Nele parmanecer, e assim darmos os frutos da Sua presença em nossa vida. Ou seja, não se trata apenas de mortificação dos santidos, mas da mudança de propósito em relação ao convívio fraterno.
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7. Bem como nos ensinou o Profeta Isaías: "Acaso o jejum que prefiro não é outro: - quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne."
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8. "Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: 'Eis-me aqui' ". (Is 58,6-8.9a).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 6 de março de 2025

"Eis que eu renovo todas as coisas." (Ap 21,5).


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,22-25)(06/03/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a nossa vida é dom de Deus, por isso, pertence somente a Ele; é isto o que constatamos nesta liturgia de hoje, em que na primeira leitura Moisés diz ao povo eleito: “Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade; a morte e a desgraça. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes, amando ao Senhor teu Deus." (Dt 30,15a.19b.20a).
2. Ora, a vida ou a morte são realidades que dependem da nossa livre escolha como vimos, cabe a nós decidirmos. A vida consiste em seguir a Cristo portando a nossa cruz, porém, com a firme esperança da ressurreição. Enquanto a morte consiste em negar a Cristo por uma vida pecaminosa muito distante da sua santa vontade. 
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3. Com efeito, viver a vida como dom de Deus, é obedecer aos seus santos mandamentos, como caminho de perfeição que nos leva ao céu. Por outro lado, escolhe a morte quem vive na desobediência aos seus preceitos, uma vez que deixa de ouvir a Sua Voz, para escutar a voz do maligno, expressa nas tentações e sugestões maléficas que chegam à mente dos que o seguem.
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4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos dá a conhecer o que nos faz permanecer em estado de graça, isto é, em comunhão com Ele, para vencermos o maligno e as suas maléficas tentações. “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perde-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará." (Lc 9,23-24).
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5. Ora, o caminho da cruz, é o mesmo da porta estreita pela qual o Senhor Jesus nos conduz ao Reino dos céus, à vida eterna. Fora desse caminho nada temos além das coisas visíveis que um dia se tornarão pó, cinzas, ou seja, retornão ao caos, ao nada. 
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6. Todavia, antes que isto aconteça o Senhor Jesus passará a limpo a triste condição deste mundo decaido. Por isso, disse: "Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
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7. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. (Ap 21,5; Ap 22,11-12 ). 
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8. Portanto, caríssimos, mesmo vivendo neste paraíso em ruínas, carregamos em nossas almas a esperança da ressurreição dos mortos, à qual renovamos a cada momento no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo. É bem como Ele disse: "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (Jo 8,12).
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9. Neste sentido a quaresma é o tempo favorável para o renovamento da nossa fé por meio dos exercícios espirituais que empreendemos, certos de que o Senhor nos acompanha neles para que os façamos bem feitos e assim vencermos todas as astúcias do maligno.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Convertei-vos e crede no Evangelho...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,1-6.16-18)(05/03/25)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, hoje a Santa Igreja dá início ao Tempo da Quaresma com a quarta-feira de cinzas; é um tempo de graça em que nos exercitamos nas virtudes da oração, do jejum e da esmola, tidos como os pilares que nos sustentam na luta contra o pecado em busca da Santidade que o Senhor concede à todos os seus filhos e filhas.
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2. O primeiro deles, a oração, é um diálogo que fazemos com Deus no mais íntimo de nossas almas no qual apresentamos nossas intenções, súplicas e ações de graça, para assim superarmos as tentações e evitarmos todo tipo de pecado. 
3. Ora, e como todo diálogo, precisamos fazer silêncio em nossos pensamentos, pois o silêncio dos pensamentos são os ouvidos da nossa alma que escuta o que o Senhor nos fala no mais íntimo do coração para pôrmos em prática com a nossa fé ajudados pela sua graça. 
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4. O segundo trata da penitência ou jejum penitencial, uma espécie de mortificação física e espiritual a fim de apaziguar nossas inclinações instintivas e espirituais, que são portas por onde o inimigo de nossas almas tenta entrar para nos desviar dos bons propósitos e da prática das virtudes que nos levam a viver em comunhão com o Senhor e entre nós.
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6. E o terceiro e último pilar, diz respeito ao exercício da caridade por meio da esmola, cujo termo derivado do grego significa precisamente «misericórdia». "Por conseguinte, a esmola deve conter em si toda a riqueza da misericórdia. E dado que a misericórdia tem numerosos caminhos, múltiplas modalidades, também a esmola se expressa de tantas maneiras, para aliviar o mal-estar de quantos estão em necessidade." (Papa Francisco).
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7. Portanto, caríssimos, renovemos nossa fé por meio destes exercícios quaresmais pelos quais nos preparamos para celebrarmos o Mistério que ultrapassa todos os outros mistérios: trata-se da Páscoa de nosso Senhor Jesus, que é o ápice da nossa salvação, por meio de Sua Paixão, morte e ressurreição.
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8. Destarte, vivamos esse período da quaresma como um remédio que o Senhor nos dá para a purificação de nossas almas por meio das boas obras, do jejum, e da oração, para assim vivermos na Sua Presença até que Ele venha na sua parusia. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 2 de março de 2025

Por que julgamos tanto uns aos outros?

 Homilia do 8°Dom do tempo comum (Lc 6,39-45)(02/03/25)

1. Amados irmãos e irmãs, a vida como um todo está ligada diretamente à palavra tal como meditamos no Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito." (Jo 1,1-3).

2. São Paulo na Carta aos Colossenses escreveu: "Jesus é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele." (Cl 1,15.16a-17).

3. Na primeira leitura de hoje, meditamos: "O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem." Ou seja, a palavra revela quem somos e o desfecho final a que tendemos quando falamos, por isso conclue: "Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar; pois é no falar que o homem se revela." 

4. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos ensina que estamos na vida não como juízes uns dos outros, mas sim como irmãos que reconhecem as próprias fraquezas e por isso, perdoam sempre os que se encontram afastados da fé, e mergulhados na prática pecaminosa. 

5. Todavia, para os que ainda se arvoram em juízes uns dos outros, perguntamos: Quem de nós nunca pecou na vida? Eis a resposta que o Senhor nos dá: "Por que vês o cisco que está no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 

6. Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão."

7. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente esta exortação de São Francisco de Assis: "Irmãos, somos o que somos aos olhos de Deus e nada mais." Ou seja, aos olhos de Deus somos seus filhos e filhas, e somente Ele nos julga com justiça, porque nos criou e conhece a nossa essência; fora disso, todos somos réus e seremos julgados como tais.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Tudo o que é autêntico, justo e verdadeiro tem Deus como Fonte...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,38-40)(26/02/25)

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1. Amados irmãos e irmãs, viver a liberdade dos filhos de Deus significa sermos conduzidos pelo seu Santo Espírito, bem como ensinou São Paulo: "Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm 8,14).
2. "Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade." (2Cor 3,17). Por isso, na vivência da fé somos simples operários que trabalhamos na vinha do Senhor em conformidade com a sua vontade, porque Dele dependemos cem por cento.
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3. No Evangelho de hoje São João, demonstrando demasiado zelo, disse ao Senhor: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. Ao que Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor”. (Mc 9,39-40).
4. De fato, tudo o que é autêntico, justo e verdadeiro tem Deus como Fonte, por isso, o revela e Nele permanece, porque é obra de suas mãos. Desse modo, quem faz o bem que vem de Deus, faz a vontade de Deus no bem feito. Pois, "Aquele que souber fazer o bem, e não o faz, peca." (Tg 4,17).
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5. Por isso, todo zelo excessivo é nocivo para a alma, pois lhe falta a temperança fruto do Espírito Santo; e em se tratando da vivência da fé, todo excesso conduz ao radicalismo infrutífero, à rigidez moralista e à hipocrisia, que em tudo encontra motivos para julgar e condenar os outros mesmo que sejam inocentes. 
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6. Portanto, caríssimos, não podemos esquecer que a salvação dos homens é obra das mãos de Deus e que Ele faz muito bem a sua obra, nós somos apenas servos e como tais devemos nos comportar, pois, o servo só faz o que o seu Senhor lhe ordena e sente-se muito feliz com isso. 
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7. Destarte, escutemos então o Senhor: "Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer." (Lc 17,10). Ou seja, não fezemos o que fazemos por méritos ou recompensa, mas porque amamos a Deus, porque Ele nos amou primeiro.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

Nada se oculta aos olhos de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,41-50)(27/02/25)

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1. Caríssimos, vivemos num mundo mergulhado no barulho das palavras malditas e dos pecados que elas geram, fazendo com que muitíssimas almas percam totalmente o sentido da vida. 
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2. De fato, vivemos na era da comunicação sem precedentes, e no entanto, o vazio existencial e a solidão são marcas registradas nas almas torturadas por esse barulho infernal. 
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3. Quando as almas não param para escutar Deus em Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, vivem em perene conflito consigo mesmas e com todos, porque fecharam seus ouvidos para a verdade que as podia salvar. 
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4. Escutam tantas vozes, e por conta de tal barulho não escutam a voz de Deus. Em outras palavras, fecharam-se em si mesmas e o pior de tudo nos próprios pecados, por isso, sentem-se atormentadas, perturbadas como se o inferno já fosse aqui. 
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5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina a via de perfeição que nos leva à felicidade eterna onde não mais existirá nenhuma maldade. Todavia, para se chegar a isso, é preciso compreender que este tempo que o Senhor nos dá é tempo de conversão e de espera, e principalmente tempo de preparação para a sua segunda vinda em que Ele há de julgar os vivos e os mortos.
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6. Então, prestemos bem atenção a estas exortações: “Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. E se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 
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7. Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa! Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, ‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’. 
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8. Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. Porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados." Ou seja, "Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas." (Hb 4,13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o que serve a todos...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,30-37)(25/02/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, estamos à caminho da eternidade e a fronteira que separa a eternidade do tempo se chama sopro de vida. Com efeito, no tempo de vida que temos neste mundo nos deparamos com uma clara divisão entre bem e mal. 
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2. Ora, essa dicotomia nos questiona, nos levando à tomar decisões que influenciam nossa permanência aqui e no devir eterno para o qual se destina toda humanidade. Decerto, os acontecimentos do nosso viver passam primeiro pelo crivo nosso livre arbítrio e depois que decidimos, praticamos com o nosso modo ser e estar no tempo; é isso que determina o nosso estado de alma e prepara o nosso devir.
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3. A liturgia de hoje nos ensina que o Bem de Deus em nós é infinitamente superior a todo o mal que existe no mundo, por isso, quando decidimos seguir o Senhor Jesus a nossa recompensa é imediata, traduzida pelo estado de graça que Ele nos dá permanecendo conosco em meio às tribulações que sofremos neste mundo.
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4. Por isso, atentos escutemos o que o Senhor nos diz na Primeira leitura: "Filho, se decidires servir ao Senhor, permanece na justiça e no temor e prepara a tua alma para a provação. Mantém o teu coração firme e sê constante, inclina teu ouvido e acolhe as palavras de inteligência, e não te assustes no momento da contrariedade. 
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5. Suporta as demoras de Deus, agarra-te a ele e não o deixes, para que sejas sábio em teus caminhos. Tudo o que te acontecer, aceita-o, e sê constante na dor; e nas contrariedades de tua pobre condição, sê paciente. Pois é no fogo que o ouro e a prata são provados e, no cadinho da humilhação, os homens agradáveis a Deus." (Eclo 2,1-5)
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina como devemos percorrer com perfeição o caminho da vida eterna: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos! 
7. Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas aquele que me enviou”. (Mc 9,35-37).
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8. Portanto, caríssimos, o Reino de Deus pertence àqueles que se mantém na inocência e na humildade tal qual uma criança; ora, isso significa acolher o Senhor Jesus como aquele que o Pai enviou, para vivermos na sua presença em santidade e justiça todos os dias de nossa vida.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

O MALIGNO TEM OS SEUS DIAS CONTADOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,14-29)(24/02/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a Sabedoria Divina é o Espírito Santo que emana do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, é Ele que falou pelos profetas, como meditamos no livro de Sabedoria: "É ela uma efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus, e uma imagem de sua bondade. 
2. Embora única, tudo pode; imutável em si mesma, renova todas as coisas. Ela se derrama de geração em geração nas almas santas e forma os amigos e os intérpretes de Deus." (Sb 7,26-27).
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3. Com efeito, a nossa alma é eterna, única e intransferível, lugar sagrado, habitação do Espírito Santo, por isso, qualquer outro espírito que nela entre pelo consentimento humano, é uma das piores ofensas cometidas contra Deus, porque Ele nos criou à sua imagem e semelhança para sermos a sua santa morada. 
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4. Eis o que escreveu São Paulo a esse respeito: "Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos prodigalizou. Pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (1Cor 2,12; Rm 8,14).
5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus expulsa o demônio de uma criança e com isso nos ensina que a fé e a oração são as armas espirituais com as quais se expulsa o maligno que quer ocupar nas almas um espaço que não lhe pertence. 
6. Por isso, muito atenção, o maligno se revela pelas tentações, e, depois da queda, se esconde no pecado praticado, escravizando aqueles que a ele se submete. Desse modo, toda maldade existente na face da terra é obra do maligno que a realiza por meio dos pecados praticados pelos homens.
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7. É bem como o Senhor nos ensinou: "Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo." (Jo 8,34). Portanto, só existe liberdade nas almas que vivem em estado de graça, porque são conduzidas pelo Espírito de Deus. (cf. Sb 1,4-5; 2Cor 3,17). 
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8. Com efeito, Deus nos ama infinitamente e não permite que sejamos tentados além de nossas forças naturais, mas, com a tentação Ele nos dá os meios de suportá-la e sairmos dela (cf. 1Cor 10,13); para isso, nos deu o livre arbítrio que é o seu poder em nossas almas para dizermos sempre não ao maligno; e dizermos sempre sim Ele que nos livra do pecado, do maligno e de todos os males físicos, psíquicos, morais e espirituais. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Se amais somente os que vos amam que recompensa tereis?


 Homilia do 7°Dom do tempo comum(Lc 6,27-38)(23/02/25)

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1. Caríssimos, a vida em estado de graça nos leva à reagir às provocações externas de maneira pacífica e benfazeja; na liturgia de hoje o Senhor Jesus nos ensina a permanecer com a mesma paz que Ele nos dá, mesmo quando somos perseguidos ou hostilizados, pois, o maligno nos tenta sempre interna e externamente ao mesmo tempo. 
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2. No entanto, eis o que nos diz o Senhor: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós." (Mt 5,11-12).
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3. Por isso, nunca permita que o seu estado de alma dependa dos acontecimentos externos adversos e de suas reações internas malfadadas, mas dependa sempre da permanente presença do Senhor Jesus que nos consola em todas as nossas tribulações.
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4. São Paulo, na segunda leitura de hoje fala do homem natural e do homem espiritual; frequentemente as reações adversas procedem do homem velho que procura justificar-se dizendo que reagiu ardilosamente porque é humano. E com isso mantêm o desequilíbrio da situação que está vivendo.
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5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus assim nos exorta: “A vós, que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam." 

6. Ou seja, cada um só dá o que tem, por isso, todo aquele que permanece no Senhor tem em sua Palavra a graça para se manter em paz mesmo quando é odiado, caluniado e perseguido por causa do seu nome. Desse modo, Ele nos ensina que a oração é a melhor arma de combate espiritual.
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7. Portanto, caríssimos, a oração é o espaço sagrado em que amamos o Senhor e somos amados por Ele para amarmos uns aos outros como a nós mesmos. Em vista disso nos ensina São Paulo: "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. 
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8. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus." (Fl 4,4-7).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja... Promessa feita, promessa cumprida...


 FESTA DA CÁTEDRA DE SÃO PEDRO (Mt 16,13-19)(22/02/25)

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1. Caríssimos, é este o sentido da Festa da Cátedra de São Pedro: "E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." (Mt 16,18-19). 
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2. Com efeito, a Palavra de Deus é a Sua voz escrita nos falando diretamente e não tem como duvidar; por isso, jamais Sua Palavra será revogada; porque se o Senhor não nos tivesse dado a garantia do primado de Pedro à frente de Sua Igreja, nossa fé não se sustentaria por falta de um fundamento seguro. 
3. De fato, a Palavra pronunciada por Cristo, é Palavra Eterna, como Ele mesmo disse: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão." (Mt 24,35). Ora, é em vista do cumprimento de Sua Palavra, que o Senhor mantém a Sua Igreja Santa, Católica, Apostólica, Romana fundamentada na Sua Rocha inabalável sobre à qual pôs o Apóstolo Pedro e seus sucessores. 
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4. São Leão Magno narra assim a escolha de Pedro: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu (Mt 16,16-17). Quer dizer, és feliz, porque o meu Pai te ensinou, e a opinião humana não te iludiu, mas a inspiração do céu te instruiu; não foi um ser humano que me revelou a ti, mas sim aquele de quem sou o Filho unigênito."
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5. Desse modo, "A profissão de fé de Pedro não é apenas confirmada por Jesus, mas é acompanhada por uma promessa de capital importância: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". Não é Pedro quem constrói a Igreja, mas sim Cristo Jesus. Pedro é apenas uma pedra, não a Rocha. Ele é apenas um humilde instrumento nas mãos de Deus." (Mons. Ângelo Spina)
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6. Portanto, caríssimos, louvemos o Senhor Jesus por dissipar toda nuvem de dúvida sobre a autenticidade de Sua Igreja, à qual Ele conduz até o fim dos tempos em cumprimento à Sua Palavra, por meio de Pedro, atualmente o Santo Padre, o Papa Francisco.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Se alguém me quer seguir...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,34–9,1)(21/02/25)

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1. Caríssimos, a confusão das línguas, vista na primeira leitura no episódio da torre de Babel, é hoje traduzida pela era tecnológica em que os homens, pelo domínio desse conhecimento, pretendem ser como Deus. 
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2. Em outras palavras, a Internet e toda sua tecnologia nada mais é do que a Torre de Babel atualizada, em que os homens se acreditam tão autossuficientes que não precisam de Deus para nada. E com a Inteligência Artificial já pensam até que podem tudo.
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3. No entanto, basta um Black-out mundial para que a Grande Torre de Babel Cibernética desmorone e volte à estaca zero da comunicação; então a confusão se espalhará com todo o seu poder de dispersão se estendendo aos quatro cantos da terra. 
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4. De fato, os que pensam que têm todo poder; na verdade não passam de simples mortais; porque todo poder somente a Deus pertence e Ele o deu a seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, como Ele mesmo disse: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra." (Mt 28,18b).
5. No Evangelho de hoje "Jesus chamou a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salva-la." (Mc 8,34-35). 
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6. Ora, isto significa que nenhuma criatura se sustenta por si mesmo, pois todos somos dependentes e somente o Senhor Jesus preenche a nossa vida quando renunciamos a nós mesmos, e aos pecados de desobediência e autossuficiência, porque são a causa de todos os outros pecados. 
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7. Portanto, caríssimos, esta é a grande lição que a liturgia de hoje nos ensina: todos estamos a caminho da eternidade e a morte faz parte deste percurso, de modo que a qualquer momento ela acontecerá, no entanto, quem segue nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, com Ele vence o demônio, o pecado, a morte e o inferno; renunciando a si mesmo para fazer em tudo a vontade do Pai. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Cuidado com o fermento moderno dos Fariseus e Herodes...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,14-21)(18/02/25)

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1. Caríssimos, a folia carnavalesca se aproxima e infelizmente milhões de almas se perdem por causa das ilusões e falsas alegrias que as escravisa; por isso, nada melhor do que escolher o recolhimento interior e exterior para encontrar o Senhor Jesus e Nele buscar refúgio, amor, paz e tranquilidade de coração. 
2. De fato, muitos dedicam o seu tempo à "folia", e sem dúvida nela aflora todo tipo de fantasias, que os entorpece levando-os à perdição, por deixarem de lado a piedade e o santo temor do Senhor. Então, muito cuidado, pois o pecado além de ser uma ofensa contra Deus, é a arma que o inimigo usa para aniquilar aqueles que o comete. 
3. Por isso, tenhamos o máximo de atenção com as armadilhas do inimigo de nossas almas, porque tempo é vida, e quem tira o tempo de Deus da sua vida, para da-lo ao Carnaval e outras distrações, perde não somente a tempo, mas também a própria vida, como acontece com muitos que vão para a "folia" e não voltam mais.
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4. São Tiago na sua carta nos ensina que não existe pecado sem permissão, sem consentimento e a prática nefasta do mesmo; pois, é isso que leva às almas à morte espiritual. Com efeito, diz ele: "Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. 
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5. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados." (Tg 1,13-16).
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus alerta os discípulos para não se deixarem contaminar pelo fermento dos Fariseus e de Herodes; mas, eles não entenderam o sentido das palavras do Senhor. No entanto, Ele não se referia ao elemento químico natural; mas, à hipocrisia, à arrogância, à maldade, à malícia e todo tipo de falcatruas e perversões que são os ingredientes desse malígno fermento.
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7. Portanto, caríssimos, nesta sociedade tecnológica em que vivemos, são tantos os que se deixam contaminar pelo fermento das distrações, da Internet, das redes sociais e tantos outros malefícios, como ideologias políticas, de gênero, religiosas; e à pesadíssima influência da televisão que tem roubado de seus telespectadores o precioso tempo que deveria ser dado somente a Deus. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Sem respeito e temor não se pode ver a Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,11-13)(17/02/25)

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1. Caríssimos, o sinal mais evidente de todos os sinais que Deus nos deu de si mesmo, é o Seu próprio Filho, nosso Senhor Jesus Cristo; bem como o descreveu são Pedro ao ser interrogado pelas autoridades religiosas de então: "Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. 
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2. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos." (At 4,11-12). Ou seja, o Senhor Jesus é a maior evidência da Presença Divina no seio da humanidade e não tem como duvidar disso, porque Ele está vivo no meio de nós operando os mesmos prodígios de antes.
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3. Como também vemos descrito na Carta aos Hebreus: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. 
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4. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus." (Hb 1,1-3).
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5. Com efeito, como vimos na primeira leitura de hoje, desde os primórdios da história humana até os nossos dias, as evidências do encontro com Deus foram sempre motivo de disputas e lutas fratricidas. 
6. No entanto, o Senhor jamais deixou de revelar-se aos que o buscaram de coração sincero, por meio das boas obras. E mesmo os que agiram com perversidade não deixou de os visitar a fim de que se arrependessem do mal que haviam praticado.
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7. Portanto, caríssimos, analisando esse nosso mundo, nas atuais circunstâncias, perguntemos: por que tantas disputas e contendas? Por que tanta maldade? Afinal, que vantagem existe na maldade? Nenhuma, pois tudo o que é mal já tem o seu fim determinado, porque o mal já foi julgado e condenado (cf. Jo 16,11).
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8. Destarte, o dia do juízo final se aproxima e todos haveremos de prestar contas a Deus por todos os nossos atos praticados neste mundo. "Por isso, disse, são Paulo: não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece." (1Cor 4,5).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 16 de fevereiro de 2025

As BEM-AVENTURANÇAS...


 Homilia do 6°Dom do tempo comum (Lc 6,17.20-26)(16/02/25)

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1. Caríssimos, só existem duas vias para se chegar à eternidade; uma é a via da Verdade, Cristo Jesus, caminho de santidade que nos leva à salvação eterna; a outra é a via da mentira, comandada pelo príncipe das trevas, e trilhada por aqueles que o seguem em sua desobediência rumo à perdição eterna. 
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2. Com efeito, ao examinarmos a história da humanidade vemos claramente esses dois princípios presentes nas ações daqueles que se decidiram por uma dessas duas vias. Os que seguem Cristo não vivem para si mesmos, mas tão somente para a realização dos seus desígnios de amor e salvação. Ao contrário, os que seguem o maligno tornam-se maus como ele.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos revela quem são os viandantes destas vias e quais os resultados de suas escolhas e decisões. De modo que, para cada Bem-aventurança existe um contraste: "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! 
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4. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados! Ai de vós, que agora tendes fartura, porque passareis fome!Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir! Ai de vós, que agora rides, porque tereis luto e lágrimas. 
5. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem! Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas”. 
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6. Portanto, caríssimos, como vimos a cima mesmo vivendo em meio às constantes provações deste mundo os filhos e filhas de Deus continuam assistidos e consolados por Ele até chegarmos à Glória do Seu Reino onde receberemos em plenitude tudo o que nos foi prometido nas Bem-aventuranças. 
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7. É bem como nos assegurou o SenhorJesus: "Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu." Decerto, a narrativa das Bem-aventuranças e seus contrastes, é como que a descrição do juízo final e o seu resultado. 
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8. Em suma, como nos ensinou são Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna." (Gl 6,7-8).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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