VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Convém que Cristo cresça e que eu diminua...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,11-15)(11/12/25)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus revela à humanidade quem é João Batista, qual é a sua missão e a grande importância de sua vinda. João foi enviado por Deus com a mesma missão do Profeta Elias, anunciar que Ele se faz realmente presente no meio do seu povo. 


2. Com efeito, João foi enviado também como o último dos profetas, para anunciar o cumprimento da profecia sobre a vinda do Messias; ele é aquele que fecha o Antigo Testamento e abre o Novo, e foi enviado também como um dos sinais do fim dos tempos.

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3. Escutemos então o que diz o Senhor Jesus sobre a pessoa de João: “Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele." (Mt 11,11). 


4. De fato, as verdades eternas trazidas por João Batista nos leva a aderir prontamente ao Senhor Jesus com todo o nosso coração no desejo de que venha logo o Reino de Deus e a sua justiça. E só não faz esse encontro com o Messias por meio do testemunho de João Batista quem não lhe dá a devida atenção. 

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5. Sem dúvida, vivemos em meio às crises deste mundo e a pandemia passada foi um dos sinais de que a humanidade passou dos limites no que diz respeito às maldades aqui praticadas; pois, como constatamos, está havendo uma profunda inversão de valores, começando pela perseguição generalizada à Cristo e aos cristãos; e tais perseguidores usam todo tipo de artimanhas fazendo questão de exaltar tudo o que é contra a fé e os bons costumes.

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6. Portanto, caríssimos, mantenhamos a nossa fé em nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, presente no meio de nós, como nos ensinou são João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Eu não sou digno nem de desatar as correias de suas sandálias, convém que Ele cresça e que eu diminua."

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7. Destarte, acolhamos humildemente estas palavras de são Paulo: "O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados." (Rm 8,16-17).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,28-30)(10/12/25)

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1. Caríssimos, a humildade é a terra fecunda onde germina todas as outras virtudes, e a mansidão é o equilíbrio que nos mantém serenos diante dos desequilíbrios deste mundo causados pelos pecados dos que abandonaram essas virtudes. 


2. E Deus que tudo criou e tudo governa é quem nos cumula dessas virtudes eternas para que a nossa vida seja uma expressão de Sua Divina Misericórdia em meio as dores deste mundo. Pois, como nos exorta são Paulo: "Vigiai, pois, com cuidado sobre a vossa conduta: que ela não seja conduta de insensatos, mas de sábios que aproveitam ciosamente o tempo, pois os dias são maus." (Ef 5,15-16).

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3. Na primeira leitura de hoje o Profeta Isaías nos mostra que Deus é o Senhor de tudo e de todos e que nada escapa à sua percepção, diz ele: "Então, por que dizes, Jacó, e por que falas, Israel: “Minha vida ocultou-se da vista do Senhor e meu julgamento escapa ao do meu Deus?” Acaso ignoras, ou não ouviste? 


4. O Senhor é o Deus eterno que criou os confins da terra; ele não falha nem se cansa, insondável é sua sabedoria; ele dá coragem ao desvalido e aumenta o vigor do mais fraco. Cansam-se as crianças e param, os jovens tropeçam e caem, mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como as águias, correm sem se cansar, caminham sem parar." (Is 40, 27-31).

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5. O Evangelho desta liturgia de hoje, é a comprovação dessa profecia de Isaías, pois a oração, a participação na vida sacramental da Santa Igreja, a prática das virtudes e das obras de misericórdia são os meios que o Senhor nos concede para permanecermos Nele dando os frutos da redenção em favor daqueles que se desviaram de sua via salvífica.

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6. Meditemos então com esta exortação do monge Hesíquio do Sinai : "Agarremo-nos, pois, à oração e à humildade, à essas duas graças que, juntamente com a sobriedade e a vigilância, nos armam contra os demônios como um gládio de fogo. 


7. Pois se vivermos assim, poderemos fazer de cada dia e de cada hora, no mistério e na alegria, uma festa do coração. Pois, eis o que diz o Senhor:

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Eu sou o bom pastor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,12-14)(09/12/25)


1. Amados irmãos e amadas irmãs, neste mundo inseguro por conta dos pecados nele praticados; e pela falta da prática das virtudes eternas; o que fazer para vencer a insegurança e o medo de perder tudo até mesmo a própria vida? 

2. A única resposta que nos conforta é a atitude de nos entregar nas mãos de Deus que nos enviou o seu Filho, nosso Senhor Jesus, como Pastor de nossas almas, aquele que nos dá a vida eterna. Meditemos com amor e atenção o Pequeno Sermão de hoje. 

3. Caríssimos, existe em nós uma necessidade de nos mantermos seguros, tranquilos sem nos atormentar em nossos pensamentos, mas isso só é possível quando, por meio da fé, nos sentimos protegidos pelo bom Pastor de nossas almas, nosso Senhor Jesus Cristo, pois somos as ovelhas do seu rebanho.

4. Decerto, sem a sua presença e proteção nos sentimos perdidos, sem rumo, mergulhados nos labirintos deste mundo tenebroso. E por mais que tenhamos sob o nosso comando tudo o que diz respeito a nossa existência nem assim nos sentimos seguros; pois tem sempre algo previsível ou imprevisível que tenta nos atormentar.

5. No Evangelho de hoje eis o que disse o Senhor a seus discípulos: "Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos."

6. De fato, quando o Senhor Jesus fala em se perder, significa perder o estado de graça, isto é, viver sem a sua presença em nossa vida, porque Ele é a única Fonte de segurança que temos; fora Dele ninguém neste mundo se sente seguro por si mesmo, porque à medida que o tempo passa temos consciência que perderemos tudo, menos o amor e o bem que Deus nos deu a praticar, e é esse o nosso maior tesouro.

7. Portanto, caríssimos, ser encontrados pelo Senhor Jesus quais ovelhas perdidas do seu rebanho, significa nos converter, mudar as nossas atitudes contrárias à sua Palavra; significa deixar-nos conduzir pela sua Vontade que nos aponta o caminho da verdade e das boas ações que nos conduz ao Reino dos Céus.

8. Escutemos então o Senhor: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um." (Jo 10,27-30).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Homilia do 2°Dom do tempo do Advento

 HOMILIA DO 2°DOM DO ADVENTO (Mt 3,1-12)(07/12/25)

1. Amados irmãos e amadas irmãs, a liturgia deste segundo Domingo do Advento nos convida a preparar o caminho do Senhor, a aplainar a sua estrada para que Ele entre em nossa vida, como entrou na vida da sua mãe, Maria Santíssima, de São José e de todos os santos e santas que o seguiram ao longo de todos os tempos.

2. São João Batista com o seu exemplo de vida e a sua Palavra, foi enviado por Deus a fim de nos preparar para receber na manjedoura de nossas almas, o Filho amado de Deus, como Maria o concebeu no seu ventre por obra e graça do Espírito Santo, e o deu a luz na noite de Natal para a nossa salvação.

3. Comentando esse acontecimento extraordinário, disse o saudoso Papa Francisco: "Deus vem estabelecer o seu senhorio na nossa história, nos dias de hoje, nas nossas vidas; e onde ele é acolhido com fé e humildade, brotam amor, alegria e paz. A condição para fazer parte deste Reino é fazer uma mudança nas nossas vidas, ou seja, converter-se, converter-se todos os dias, um passo em frente todos os dias.

4. É uma questão de deixar os caminhos confortáveis, mas enganadores dos ídolos deste mundo: sucesso a todo o custo, poder à custa dos mais fracos, sede de riqueza, prazer a qualquer preço. E em vez disso, abrir o caminho ao Senhor que vem: Ele não nos tira a liberdade, mas dá-nos a verdadeira felicidade. 

5. Com o nascimento de Jesus em Belém, é o próprio Deus que toma residência entre nós para nos libertar do egoísmo, pecado e corrupção, destas atitudes que são do diabo: procurar o sucesso a todo o custo; procurar o poder à custa dos mais fracos; ter sede de riquezas e procurar prazer a qualquer preço. 

6. O Natal é um dia de grande alegria mesmo externamente, mas é sobretudo um evento religioso para o qual é necessária uma preparação espiritual. Neste tempo de Advento, guiemo-nos pela exortação de São João Batista: "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas", diz-nos ele (v. 3). 

7. Preparamos o caminho do Senhor e endireitamos os seus caminhos, quando examinamos a nossa consciência, quando examinamos as nossas atitudes, para expulsar estas atitudes pecaminosas que mencionei, que não são de Deus: sucesso a todo o custo; poder à custa dos mais fracos; sede de riqueza; prazer a qualquer preço. 

8. Que a Virgem Maria nos ajude a preparar-nos para o encontro com este Amor superior infinitamente a todos os custos, que é o que Jesus carrega, e que na noite de Natal se tornou minúsculo, como uma semente que caiu na terra. E Jesus é esta semente: a semente do Reino de Deus." (Papa Francisco - Angelus, 4/12/16).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 6 de dezembro de 2025

Tudo o que precisamos é obedece-lo e segui-lo fielmente...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,35–10,1.6-8)(06/12/25)


1. Caríssimos, aos olhos dos incrédulos quem manda neste mundo é o maligno que tenta dominar a tudo e a todos e age impunemente como se não tivesse de prestar contas das maldades que pratica por meio daqueles que o servem; no entanto, tudo tem um tempo definido e depois disso vem o justo juízo de Deus que julgará a todos segundo as suas obras.

2. Decerto, cada um colherá o que plantou e isso desde já, como disse são João Batista: "O machado já está posto à raiz das árvores. E toda árvore que não der fruto bom será cortada e lançada ao fogo." (Lc 3,9). E também como disse o Senhor Jesus: "Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber." (Mt 10,26).

3. São Paulo na Carta aos Efésios escreveu: "Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem. Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção.

4. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo." (Ef 4,29-32).

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus disse aos seus discípulos: “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mt 9,37-38). Com efeito, Deus conhece muito bem todas as nossas necessidades, mas, por que Ele requer as nossas orações para suprir-las? 

6. Porque rezar é amar, é fazer a Sua Vontade, é nos deixar conduzir por Ele que sempre quer a nossa colaboração na obra da salvação. Então, rezar, nesse sentido, é estar a serviço do Reino dos Céus, vivendo a nossa filiação divina gozando da intimidade do nosso Pai celestial.

7. Portanto, caríssimos, estamos a caminho da eternidade, o SenhorJesus caminha conosco e por meio da nossa fé revela o seu poder, como vimos no Evangelho de hoje: "E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade.

8. Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!" Decerto, tudo o que precisamos é obedecê-lo, fazendo o que Ele nos ensina por meio da nossa oração.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Fundamentados na Rocha Viva da Palavra de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 7,21.24-27)(04/12/25)


1. Caríssimos, o tema central desta liturgia de hoje é a prática da vontade de Deus expressa nas palavras e na vida de nosso Senhor Jesus Cristo, também na doutrina dos Apóstolos, na Tradição, no Magistério e Documentos da Igreja; na vida dos santos e santas que a viveram e por isso foram proclamados como tais pelo exemplo e dedicação ao Reino de Deus.
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2. Com efeito, todos nós temos a nossa vontade própria, todavia, sem o auxílio da graça de Deus, facilmente caímos no abismo das tentações e dos vícios que nos levam à prática dos piores pecados; ora, a nossa vida só tem sentido quando a fundamentamos na Rocha da Palavra de Deus que nos sustenta e nos governa quando a Ele nos entregamos e o amamos a cima de todas as coisas
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3. De fato, o Senhor nos ama e não quer que nenhum de nós se perca, porém, não basta sentir-nos amados, é preciso que o amemos vivendo de acordo com os Seus Preceitos, pois, o fazer a sua vontade requer obediência, vida de oração, prática dos Mandamentos, dos Sacramentos e das obras de misericórdia que nos leva a realizar o Seu querer e executar em todo o nosso viver.
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4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos mostra que a fé não é uma teoria nem o viver de aparências, mas é firmada na prática da Vontade do Pai: "Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus." 
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5. Portanto, caríssimos, a Palavra de Deus é a Sua Voz escrita nos falando diretamente, nos comunicando a Sua Vontade, a Sua presença, o seu querer. Decerto, o Senhor está sempre conosco nos conduzindo para o Seu Reino, basta sermos fiéis e perseverantes até o dia da sua vinda gloriosa.
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6. Destarte, escutemos são Paulo a esse respeito: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor... Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar.

7. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas,
a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida." (Fl 2,12-16a). 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Tudo me foi entregue por meu Pai...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,21-24)(02/12/25)

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1. Caríssimos nesse tempo de preparação e espera somos constantemente provados em nossa fé, todavia, como nos ensinou o autor sagrado da Carta aos Hebreus: "Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. 

2. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige?
Os pais humanos nos educaram para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que Deus o faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade. (Hb 12,7.10).
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina a louvar ao Pai pelos humildes de coração, pois, eles compreendem e aceitam a Sua vontade sem questiona-lo, porque agem com a sabedoria do Espírito Santo, uma vez que nada atribuem à si mesmos, mas ao Senhor que se revela em sua pequenez.
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4. Eis o que disse o Senhor: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
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5. E acrescentou: "Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”. 

6. Decerto, com a Sua vinda, por meio da fé, passamos a viver a dimensão eterna no tempo, desse modo, tudo o que diz respeito às coisas de Deus, tornam-se visíveis e sensíveis para nós pelos Sacramentos que revelam a Sua Presença no meio de nós.
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7. Portanto, caríssimos, acolhamos com amor filial todas as graças e bênçãos que nos são derramadas nesse tempo de provação e desafio de nossa fé na certeza de que Deus está sempre conosco e jamais nos abandona. A nossa segurança se encontra na fidelidade e na perseverança até o fim, como o Senhor mesmo nos ensinou: "Aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 10,22).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Senhor Jesus, eu não sou digno...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,5-11)(01/12/25)


1. Caríssimos, examinando a nossa consciência percebemos o quanto somos pecadores e o quanto precisamos da misericórdia de Deus para sermos purificados em todos os sentidos de nossa vida, para nos mantermos em estado graça, e não caírmos na tentação do apego às coisas deste mundo, e de julgarmos uns aos outros.

2. O caminho para a santidade, embora árduo, tem no entanto um objetivo estupendo, pelo qual vale a pena enfrentar qualquer dificuldade e fadiga. Pois, quem nos conduz neste caminho ascendente é o próprio Jesus, que é o fim em si mesmo de todos os nossos desejos, porque Nele habita a plenitude da divindade. 

3. De fato, não há nenhum esforço que possa ser sustentado por muito tempo na ausência de motivações interiores, e estas são representadas pela prontidão de reorientar o nosso viver de acordo com os ensinamentos recebidos do Senhor que nos leva a uma mudança radical de vida.

4. O Evangelho de hoje apresenta-nos um profundo ensinamento sobre a fé: é o episódio da cura do servo do centurião. O centurião de Cafarnaum não esquece o seu criado prostrado numa cama, porque o ama. Embora fosse rico e tivesse mais autoridade do que o seu criado, é grato pelos seus anos de serviço e tem um grande apreço por ele. Por isso, movido pelo amor, volta-se para o Senhor Jesus.

5. E ao se apresentar ao Senhor, ele faz esta belíssima oração: "Senhor, eu não sou digno". Não sou digno, significa humildade, ou seja, reconhece a sua pequenez, a sua fragilidade. E completa: "Basta que digas uma palavra e o meu criado será curado". 

Eis a fé do centurião, acreditar que Jesus pode fazer tudo com o poder da sua Palavra. Aqui estão então três virtudes que nos prepara para o Natal: amor, fé e humildade. 

6. O que pensamos quando o Senhor Jesus elogiou a fé do centurião? Humildade. A humildade do centurião foi a porta por onde o Senhor entrou na sua vida e na vida do seu servo. Decerto, aproximemo-nos do Senhor Jesus por meio da virtude da humildade, abramos o nosso coração para Ele, como o fez o centurião. 

7. Portanto, caríssimos, esta oração do centurião nós a fazemos em cada missa antes da comunhão: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e eu serei salvo." De fato, essa atitude orante nos faz experimentar a reconciliação, a esperança da salvação e da paz que o Senhor Jesus nos dá.

 Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

Homilia do 1°Dom do tempo do Advento...

 Homilia do 1°Dom do Tempo do Advento (Mt 24,37-44)(30/11/25)

1. Caríssimos, a palavra que traduz o tempo do Advento se chama: Vigiai. Com efeito, ser vigilante na fé, significa aguardar o nosso Criador que virá pessoalmente nos visitar por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e nos preparar para o momento em que seremos um só com Ele no para sempre da sua glória eterna.

2. "Deus vem: na vida humana surge um acontecimento que transforma tudo, lança por terra todas as nossas seguranças e os nossos projetos. Repentinamente Ele se aproxima de nós e faz parte da nossa história; reconhce-o presente aquele que tem os olhos abertos, que espera e prepara um mundo novo.

3. Na espectativa daquele dia é preciso vigiar, ficar preparados, agir com prudência e desapego, mas com determinação, pois no seio da história amadurece o Plano de Deus para a nossa salvação. 

4. O tempo que se estende entre a vinda de Cristo e a sua manifestação na glória, é reservado à conversão dos homens (cf. At 3,19-21) e ao fortalecimento dos que crêem (cf. Ef 6,13; Rm 8,11), um tempo humano contendo em si o tempo de Deus, nos permitindo viver já na eternidade.

5. O ritmo da vida atual, cada vez mais agitado, as engrenagens de um sistema que pretende planejar todos os momentos do homem, mesmo o que há de mais privado, reduzem cada vez mais os limites do imprevisto. Tudo deve ser passado pelo computador, classificado, neutralizado, assegurado. 

6. Mas para o cristão Cristo continua a ser um acontecimento revolucionador: quando irrompe em sua vida, impõe uma mudança radical que quebra e transforma a rotina cotidiana, Cristo não pode ser programado, deve ser esperado; devemos deixar em nossa vida o espaço reservado para sua presença permanente.

7. A vigilância cristã permite ler em profundidade os fatos para neles descobrir a vinda do Senhor. Exige coração suficientemente missionário para ver essa vinda nos encontros com os outros." (Missal Romano).

8. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente esta exortação de São Paulo: "Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.

9. Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo." (Rm 13,11-14a).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 29 de novembro de 2025

Eis que venho em breve...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,34-36)(29/11/25)


1. Caríssimos, olhando o mundo na atual situação que se encontra, percebemos que as pessoas estão mais empenhadas no seguimento das ideologias e na busca de satisfações momentâneas do que no verdadeiro sentido da vida que não tem fim. 

2. De fato, a prática do pecado passou a ser regra de vida nas emissoras de TV, de rádio, na Internet e em quase todos os seguimentos da sociedade; em suma, percebemos que se perdeu de vez o pudor, a prática dos bons costumes, o respeito pelos mais velhos, de tal forma que tudo se encontra banalizado.

3. Com efeito, a sociedade atualmente está pra lá de Sodoma e Gomorra, de modo que tudo está tão banalizado que já não causa mais constrangimento algum, visto que normalizaram todo tipo comportamento esdrúxulo, vergonhoso, despudorado, etc. 

4. O corpo humano foi objetivado, perdeu quase que totalmente a sua sacralidade, passou a ser objeto de exposição e de todo tipo de exploração sexual desordenada; e outras modalidades em nada condizentes com a imagem e semelhança de Deus que somos.

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus alerta seus discípulos e a humanidade para que estejam preparados para o dia da sua Parusia, porque quando menos se esperar Ele voltará; e o que será dos que não se prepararam? 

6. Escutemos então o Senhor: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra." (Lc 21,34-35).

7. Ora, além desse alerta, Ele também mostra como devemos nos preparar: "Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem." Pois, esse dia tenebroso causará a ruína de muitos, principalmente daqueles que fizeram pouco caso das suas palavras e da fé dos que o seguiram fielmente dando por Ele a própria vida.

8. Portanto, caríssimos, convém lembrar que ainda estamos no tempo da misericórdia, tempo de graça, tempo de conversão, porque depois desse tempo virá o dia da ira em que a justiça divina se cumprirá na íntegra e não haverá nenhuma concessão, como se sucedeu com Sodoma e Gomorra que se tornaram um mar de sal também chamado de Mar Morto.

9. Destarte, escutemos atentamente o Senhor: "Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa!" (Mt 18,7). "Disse ele ainda: Não seles o texto profético deste livro, porque o momento está próximo. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras." (Ap 22,10-12).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Estejamos preparados...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,20-28)(27/11/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, para os pessimistas de plantão ou anunciadores do caos, os sermões escatológicos do Senhor Jesus, são tragédias terríveis que se abaterão sobre a humanidade como nunca visto antes. 

2. Não resta dúvida de que a Palavra do Senhor se cumprirá na íntegra; todavia, Ele nos tranquiliza, dizendo: "Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.
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3. São Pedro, na sua segunda Carta, descreve com precisão como se darão estes acontecimentos escatológicos: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém.
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4. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! 

5. Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça." Ou seja, tais acontecimentos são o início das dores, para em seguida vir o dia do Senhor como um ladrão, isto é, para os maus esse dia virá quando menos esperarem. 
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6. Decerto, o temor medo pode até ajudar, mas, em se tratando dos acontecimentos escatológicos, ele se torna mais um impecilho do que uma ajuda; pois, o que nos prepara mesmo para esses acontecimentos, são: a fé, o amor a Deus sobre todas as coisas; as obras de misericórdia e a prática dos Sacramentos que nos leva a seguir fielmente os passos do Senhor, que nos conduz ao Reino dos céus, à vida eterna.
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7. "Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz." Em outras palavras, é o "vigiai e orai" do "já e ainda não" escatológico. Em suma, isto implica um estado de alerta constante, um estar atento às tentações, aos enganos e às fraquezas da natureza humana, para não cairmos nelas.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Sinais do fim dos tempos...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,5-11)(25/11/25)


1. Caríssimos, do paraíso do nosso livre arbítrio somente nós temos a chave, por isso, precisamos cuidar muito bem dela para não deixar entrar nada e ninguém que sejam contrários a vontade de Deus, pois, somente Ele tem livre acesso e pode entrar e sair como lhe convém, para que desse modo, nos mantenhamos livres de todos os males da alma e do corpo. Essa chave se chama obediência a nosso Senhor Jesus, enviado por Deus Pai para nos conduzir ao Reino dos céus.

2. No Evangelho de hoje em resposta àqueles que admiravam a beleza do Templo com seus ornamentos e ofertas votivas, disse o Senhor Jesus: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 

3. Após este anúncio, "eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 

4. Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. De fato, suas palavras se cumpriram na íntegra e até os nossos dias continua se cumprindo como Ele profetizou. 

5. Santa Catarina de Sena, discorrendo sobre este "cuidado para não serdes enganados", escreveu: "Deus Pai, movido pelo fogo da sua caridade, enviou o Verbo, seu Filho único, que veio como que num carro de fogo, difundindo as chamas do amor inefável e da eterna misericórdia do Pai, ensinar-nos a doutrina da Verdade, mostrando-nos o caminho do amor que temos de seguir.

6. Disse Ele: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida»; «quem Me segue não anda nas trevas, mas tem a luz da vida» (Jo 14,6; 8,12). E é assim, porque quem segue este caminho em verdade recebe a vida da graça e caminha à luz da santa fé; e, com esta luz, chega à visão eterna de Deus.

7. Temos, pois, de ser-Lhe fiéis e de O amar em verdade, não por temor da pena que sofre quem não O ama, nem pela utilidade e o prazer que a alma tem no amor, mas apenas porque o Soberano Bem é digno de ser amado. Foi esse o caminho que Ele nos ensinou, dando-nos a doutrina da humildade, da obediência, da paciência, da força, da perseverança." Que fecha a porta do paraíso do nosso livre arbítrio para não deixar entrar nele o inimigo de nossas almas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Quem a Deus tem nada lhe falta, só Deus basta...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,1-4)(24/11/25)


1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos convida a olharmos as situações, os acontecimentos e exemplos bíblicos vividos para melhor compreendermos a vontade de Deus e po-la em prática, certos de que a sua divina proteção realmente se faz presente na vida dos que o amam e vivem fielmente segundo os seus preceitos, pois, a graça é de Deus, porém, cabe a nós recebe-la e pô-la em prática.

2. O Evangelho de hoje nos mostra o exemplo da pobre viúva que depositou no tesouro do Templo tudo o que possuía para a sua sobrevivência, por isso, tornou-se um exemplo vivo de abnegação, de confiança inabalável na providência divina e também exemplo de vida a ser seguido por todos os que vivem acumulando os bens deste mundo, esquecendo-se de os acumular no tesouro do céu pela prática da caridade fraterna da qual nos pedirá contas o Senhor.

3. Com efeito, o que nos ensina ainda essa pobre viúva? A entrega total da sua vida nas mãos de Deus, nos leva à contemplação do Senhor Jesus pregado na cruz, confiante de que jamais será abandonado pelo Pai. 

4. De fato, seu exemplo nos mostra o desapego da própria vontade para realizar a vontade de Deus, que aos olhos dos homens parece loucura, mas que na verdade trouxe a salvação eterna para todos que a Ele se entregam confiantes como fez o seu Filho amado. 

5. Portanto, caríssimos, façamos um exame de consciência e vejamos que tipo de oferta fazemos a Deus: a pobre viúva ofereceu tudo que possui, simbolizado por duas pequenas moedas, o que representou sua vida, o tempo vivido para Deus, o seu amor a Ele e ao ao próximo, o desprezo da própria vontade em busca da vontade Divina.

6. Por outro lado, todos os outros depositaram, como oferta a Deus, aquilo que lhes sobrava, ou seja, as sobras da vida, do tempo, da própria vontade e do acúmulo que possuiam; a prática aparente da fé, o orgulho advindo dessa prática; enfim, um viver estéril como a figueira, sem fruto algum.

7. Destarte, sigamos o exemplo do Senhor Jesus na Santa Eucaristia que se doa totalmente como alimento para as nossas almas que se tornam sacrários vivos da sua presença neste mundo. Decerto, quem a Deus tem nada lhe falta; quem não tem a Deus lhe falta tudo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 23 de novembro de 2025

Solenidade de Cristo Rei do Universo...


 Solenidade de Cristo, Rei do Universo(Lc 23,35-43)(23/11/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a Igreja hoje celebra a Solenidade de Cristo Rei do Universo; com efeito, o que mais nos chama a atenção nessa solenidade é a diferença de como Ele se apresenta em sua realeza, isto é, claramente diferente dos reis deste mundo, humilde, coroado de espinhos e pendorado numa cruz. 

2. Entre os homens o poder dos reis e outros governantes sobrepõe a tudo e a todos; enquanto que o poder de Cristo se revela totalmente por sua fragilidade ao assumir a condição humana, menos o pecado, pois é Deus e em Deus não existe pecado.
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3. Certa feita, os Fariseus perguntaram a Jesus quando viria o Reino de Deus, ao que Ele respondeu: "O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós." (Lc 17,20-21).

4. Ora, isso significa que pelo fato de tudo pertencer a Deus, nosso Pai, a criação natural não lhe passa despercebida, mesmo que os homens tenham se afastado Dele pelo pecado; mas, nem tudo está perdido, pois o Senhor veio para renovar todas as coisas e nos levar à perfeita comunhão filial com o nosso Pai Celestial. (cf.1Cor. 15,20-28).
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5. Portanto, caríssimos, proclamemos o Reinado de Cristo em nossas vidas com a mesma obediência com a qual Ele obedeceu ao Pai, com o mesmo amor com o qual Ele o amou, com a mesma entrega com a qual Ele se entregou totalmente; bem como nos ensinou são Paulo: "Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor.
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6. Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
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7. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor." (Fl 2,5-11).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 22 de novembro de 2025

Creio na ressurreição dos mortos, na vida eterna... Amém!


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 20,27-40)(22/11/25)


1. Caríssimos, a fé na ressurreição nos faz romper a barreira da morte com nosso Senhor Jesus Cristo, porque somente Ele é quem nos faz vence-la. Ora, a morte entrou na natureza humana por causa do pecado, como nos ensinou são Paulo: "Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Rm 6,23).

2. No Evangelho de hoje os Saduceus que não acreditavam na ressurreição, dasafiaram o Senhor Jesus para desacredita-lo quanto a ressurreição dos mortos; para isto contaram-lhe a estória de uma mulher que casou com sete irmãos consecutivamente porque nenhum deles ao morrer havia deixado descendente, conforme exigia a lei, por fim, ela morreu também, e perguntaram-lhe: "Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.

3. Jesus respondeu: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram."

4. Com efeito, todas as questões que nascem dos critérios limitados dos homens, quando não corresponde à busca da verdade, por se fundamentarem na incredulidade, os levam ao fechamento em si mesmos, tornando-os incapazes de acolher a sabedoria eterna de Deus. 

5. De fato, todos nós temos consciência de que a morte natural é inevitável, pois, à medida que o tempo passa a experimentamos aos poucos, todavia, como nos ensinou são Paulo: "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" (2Cor 5,17). 

6. Decerto, isso quer dizer que "Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova." (Rm 6,4).

7. Porquanto, segundo os critérios humanos não sabemos como será a vida eterna, todavia, seguindo os critérios da fé, são João nos ensina na sua primeira carta: "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.

8. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro." (1Jo 3,1-3).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A nossa filiação divina...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(21/11/25)

1. "Quem são minha mãe e meus irmãos?" Assim perguntou Jesus no Evangelho de hoje e logo em seguida Ele mesmo respondeu: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que fazem a vontade do Pai." Ora, o Senhor sempre diz o que precisamos ouvir e não o que queremos ouvir, ou seja, suas palavras são tão precisas que não dão margem à interpretações, cabe a nós escuta-lo humildemente com a mesma intenção com a qual Ele nos fala.

2. E assim, por meio dessa passagem, Ele nos conduz à compreensão do que seja a nossa filiação divina, isto é, somos filhos e filhas de Deus, à medida que expressamos essa nossa filiação por meio de nossa obediência à vontade do nosso Pai celestial, realizando todo o bem para o qual Ele nos criou por amor.

3. Desse modo, compreendemos que a filiação divina não é um título adquirido, mas uma expressão da vontade do Pai pela qual existimos, bem como meditamos no Evangelho de são João: "Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 

4. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus." (Jo 1,11-13).

5. De modo que, por essas palavras o Senhor revela que Maria Santíssima é a perfeita filha de Deus, e por sua obediência concebeu no seu ventre o Verbo de Deus que se fez carne pela ação direta do Espírito Santo. 

6. Portanto, caríssimos, Maria Santíssima, é o protótipo perfeito da filiação divina; à toda pura, sem mácula alguma. Quem dera a nós viver essa mesma dimensão de obediência e pureza de alma da nossa mãe, para sermos intocáveis pelas tentações do maligno. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

A fé em Cristo, alcança todas as graças...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,41-44)(20/11/25)


1. Caríssimos, a fé é o dom do Espírito Santo que nos faz aderir incondicionalmente à vontade de Deus, todavia, isso acontece ao recebermos o influxo da graça divina que tudo pode até mesmo transportar montanhas para o mar se essa for a vontade de Deus para nossa salvação, como nos ensinou o Senhor Jesus: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23b).

2. Com efeito, não existe no mundo uma só pessoa que não acredita, uma vez que a fé é inata, pois já nascemos com ela; entretanto, quando alguém afirma que não crê em Deus, crê na própria afirmação incrédula que expressa, e isso o afunda no abismo do egoísmo onde não existe felicidade alguma, muito embora queira provar o contrário disso.

3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus chora sobre a cidade de Jerusalém por não acreditar que Ele é o Messias enviado pelo Pai. E por isso disse: “Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos!" 

4. E previu a sua ruína que se cumpriu na íntegra: "Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

5. Decerto, olhando para esse nosso mundo infestado pela incredulidade, afundado na lama fétida da corrupção e da mentira, dilacerado por todo tipo de comportamento totalmente contrários à vontade de Deus, atingido pela violência desenfreada, por enfermidades, catástrofes naturais e tantos outros males; só nos resta pedir: Senhor Jesus, tende piedade de nós, porque tudo isso é fruto dos nossos pecados; misericórdia, Senhor, misericórdia.

6. Portanto, caríssimos, quando a fé, dom do Espírito Santo, não encontra espaço no coração humano, esse perde a capacidade de conhecer e amar a Deus tal qual Ele se revela no Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, é urgente a conversão de todos os seres humanos, pois ainda estamos no tempo da Sua Divina Misericórdia, porém, esse tempo está prestes a findar para dar lugar à sua Justiça Divina que punirá os culpados e salvará os justos, como se separa o joio do trigo.

7. Destarte, a ruína deste mundo atormentado pelo pecado é inevitável, no entanto, para todos os que creem surgirá a nova civilização do amor, em que a justiça e a paz se abraçarão, e nela reinará eternamente Cristo, o Cordeiro imolado que tira para sempre o pecado do mundo. Então, se dará o triunfo do Imaculado Coração de Maria unido ao Sagrado Coração de Jesus, para a maior Glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Sirvamos ao Senhor, servindo uns aos outros...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,11-28)(18/11/25)


1. Amados irmãos e irmãs, não podemos perder para o medo os talentos que de Deus recebemos para multiplica-los e partilha-los uns com os outros; neste sentido tudo o que temos e vivemos não apenas em termos materiais, mas principalmente os bens espirituais: amor, misericórdia, bondade, mansidão, justiça, caridade e todas as outras virtudes eternas, para a salvação de todos.

2. Ora, quem vive neste mundo sem um objetivo eterno a única coisa que espera é a morte, por isso, muitos seguem este pensamento egoísta: "A vida é curta, tiremos dela o máximo proveito que podemos." E no entanto, esse "máximo proveito" não passa de comodismo e frustração. 

3. Por outro lado, quem firma as bases da sua vida nas Palavras do Senhor Jesus, tem motivo de sobra para testemunha-lo, multiplicando os talentos recebidos, e jamais os enterrando por conta da própria inércia.

4. Sem dúvida alguma a vida vivida sem a prática da caridade fraterna e as obras de misericórdia, se torna um peso difícil de carregar por conta do comodismo, da ambição, e do querer tirar proveito de tudo e de todos; e com isso, termina-se caíndo no pecado das "facilidades" que este mundo oferece, mas que depois cobra um preço muito alto, como vimos com o servo mau e preguiçoso da parábola contada por Jesus no Evangelho de hoje.

5. De fato, estamos acostumados 
a receber, e isso nos alegra muito; no entanto, são Paulo nos ensina: "Que há maior alegria em dar do que em receber". (At 20,35). E quando descobrimos isso na prática percebemos que nada possuímos, porque tudo o que somos e temos recebemos para multiplica-los em favor de muitos, como nos ensinou o Senhor: "Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos." (Mc 10,45).

6. Portanto, caríssimos, podemos concluir esta meditação de hoje com as palavras de são Paulo aos Efésios: "Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos." (Ef 2,8-10).

7. Destarte, lebremos que, ou somos providência de Deus para os outros ou eles são para nós em nossas necessidades, de modo que nenhum ser humano pode dizer que nunca precisou de ajuda, e por isso, jamais pode se omitir em ajudar quando for preciso (cf. Tg 4,17), no entanto, façamos isso com discernimento para evitarmos todo tipo de exploração indevida. (cf. Gl 6,7-10). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

O que seria da humanidade sem a Misericórdia Divina?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,1-10)(18/11/25)

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1. Caríssimos, a morte para os justos, isto é, para os que vivem em estado de graça, é o meio pelo qual alcançam a plenitude da vida que Deus lhes reserva como herança eterna por testemunharem a sua misericórdia, o seu amor. Mas, aos olhos dos insensatos, parece uma disgraça; basta olhar a cruz. 
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2. De fato, são inúmeros os que se perguntam o por quê dos sofrimentos dos justos já que nada fizerem de mal para merecerem tamanha injustiça. Na verdade, a única explicação para o sofrimento e a morte, advém dos pecados aqui praticados por aqueles que os cometem causando todo tipo de desequilíbrio que vemos na face da terra.
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3. No entanto, compreendamos que os sofrimentos dos justos, denunciam os seus carrascos para que se convertam e deixem a prática da maldade; mas, ao mesmo tempo, clamam para que se cumpra a justiça divina e não exista mais nenhuma maldade na criação. 

4. Para o mundo, Cristo crucificado é um derrotado; mas, para Deus, esse seu sacrifício é o único que apaga os nossos pecados e nos comunica a vida eterna por sua ressurreição.
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5. O Evangelho de hoje narra a conversão do publicano Zaqueu. Esse episódio é muito interessante pelos detalhes que apresenta: Zaqueu, para os escribas e fariseus, era baixo não somente fisicamente; mas, também moralmente e espiritualmente, pois era o chefe dos cobradores de impostos, inimigo do povo eleito. No entanto, para Jesus, ele era um filho de Abraão que precisava ser amado e perdoado, e foi exatamente isso que o levou à conversão.
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6. "Com efeito, [disse o Senhor], o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. "Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece." 

7. Portanto, caríssimos, o que seria da humanidade sem a misericórdia divina? Aliás o que seria de nós se Deus não tivesse compaixão e não nos livrasse das garras do inimigo de nossas almas? "No entanto, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 16 de novembro de 2025

A certeza da vida natural, é também a certeza da morte, e da ressurreição para a vida eterna


 Homilia do 33°Dom do tempo comum (Lc 21,5-19) (16/11/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, assim como temos plena certeza da vida, porque a vivemos naturalmente; também temos a plena certeza da morte, visto que ela se abate sobre nós à todo instante, ou seja, naturalmente morremos pouco a pouco por mais saudáveis que sejamos, e isso é inegável, incontestável; pois temos consciência que não passamos de um sopro que se esvai.
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2. Decerto, nenhuma criatura existe em si e por si mesma; na verdade, somos dependentes cem por cento uns dos outros e prencipalmente de Deus. Ora, isso nos faz compreender que não existimos por acaso, pelo contrário, fomos criados à "imagem e semelhança de Deus" para servirmos à Ele, servindo-nos uns aos outros; pois sem esse princípio fundamental, a vida perde todo o sentido de ser.
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3. As leituras desta liturgia nos mostra que haverá um dia eterno onde todos seremos julgados; e que esse julgamento se faz presente em nosso modo de ser e estar no mundo. Como vimos na primeira leitura, facilmente se pode constatar a presença do bem ou do mal nas ações humanas; e isso depende de nossas escolhas e decisões.
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4. De fato, o desequilíbrio e o mal existente em meio a criação, sem dúvida alguma, é fruto da perversão humana, que deixando o estado de graça, violam constantemente os santos mandamentos e as Bem-aventuranças, tornando-se com isso presa fácil do maligno.
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5. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus revela os acontecimentos que antecederão a Sua segunda vinda: falsos cristos; guerras entre nações; pestes e fenômenos naturais catastróficos, e por fim, uma ferrenha perseguição aos cristãos. 

6. Porém, em meio a tudo isso, Ele nos garante que o Seu Santo Espírito estará sempre conosco e nada nem ninguém poderá nos separar do seu amor. Por isso, nos exorta: "Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 15 de novembro de 2025

Os frutos da perseverança na oração...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,1-8)(15/11/25)


1. Caríssimos, a verdade e a fé se encontra no amor com que amamos a Deus para obedece-lo e amar-nos uns aos outros para assim darmos o amor com o qual somos amados por Ele. Pois, o amor é comunicação da vida que não tem fim, porque o amor é o próprio Deus, que nos fez por amor para permanecermos Nele por toda eternidade.

2. Decerto, quem ama assim é feliz mesmo quando passa por diversas provações como vimos no exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo e de todos os santos e santas que o seguiram com sua cruz de cada dia, e até deram a vida por Ele. 

3. No Evangelho de hoje são Lucas introduz a parábola da viúva e do juiz incrédulo, dizendo: "Contou-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo." 

4. De fato, quem reza com fervor encontra Deus no espaço sagrado de sua alma, e isso o faz para ama-lo e ser amado por Ele, e ao perseverar nessa aliança de amor, logo experimenta os frutos da justiça divina como o Senhor Jesus diz no final do seu relato.

5. E ainda nessa mesma Parábola, o Senhor faz uma belíssima comparação entre o juiz injusto que faz justiça, à viúva perseverante e Deus: "Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai faze-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa." Todavia, nos alerta: "Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”

6. De fato, só podemos responder a essa pergunta do Senhor Jesus pondo em prática a Sua Palavra, caso contrário, passaremos por este mundo sem darmos os frutos da fé, da oração perseverante e da salvação que Dele recebemos. Decerto, o Senhor Jesus está sempre nos salvando a todo momento contanto que permaneçamos não Sua Presença pela perseverança na oração.

7. Portanto, caríssimos, não rezamos para mudar a vontade de Deus, mas, para mudar a nós mesmos em relação à sua vontade, porque a vontade de Deus é sempre amor e salvação. Não rezamos para obtermos coisas ou vantagens pessoais, mas, para buscarmos em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, porque assim nos será acrescentada todas as graças. (cf. Mt 6, 33-34).

8. Destarte, escutemos esta exortação de santo Agostinho que nos ensina a rezar com o desejo: "O desejo reza sempre mesmo se a língua se cala. Se tu desejas sempre, rezas sempre." Então, que a nossa oração seja elevada a Deus com o desejo de ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros, pois, quem ama nunca ofende a ninguém, mesmo que seja ofendido.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Infeliz de quem não reconhece Deus nas suas obras....


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,26-37)(14/11/25)

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1. Caríssimos, é infeliz e insensato todo aquele que não reconhece Deus em suas obras; é infeliz e insensato todo aquele que faz dessas obras seu deus se apegando à elas, ignorando que somente Deus é o autor de tudo e que a Ele devemos prestar todo louvor e adoração. É essa a mensagem da primeira leitura de hoje.
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2. Ora, quando os homens inventam suas teorias com o propósito de negar o Criador ao invés de reconhecê-lo, caem no abismo da própria ignorância e vivem uma vida medíocre e vazia aumentando ainda mais a sua perdição eterna. 

3. Por outro lado, felizes são os humildes de coração que não atribuem à si mesmos nenhum pensamento ou bem que possam fazer; mas que os reconhecem como dons de Deus e lhe agradecem por tais dádivas concedidas.
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4. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus, através da comparação que faz entre os acontecimentos do tempo de Noé e de Lot e o nosso; trata de como será a sua segunda vinda e de como precisamos está preparados para Ela. 

5. Aliás, São Pedro em sua segunda carta também trata desse acontecimento, disse ele: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém."
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6. Ora, "Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! 

7. Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz." Ou seja, precisamos passar pela porta estreita para entrarmos no Reino dos céus."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

O Reino de Deus já está no meio de vós...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 17,20-25)(13/11/19)

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1. Caríssimos, são Paulo na Carta aos Gálatas, escreveu: "Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis." E completa o pensamento na Carta aos Romanos: "Pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus."
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2. Com efeito, a primeira leitura de hoje nos revela quem é e como age a Sabedoria do Espírito Santo: "Ela é um sopro do poder de Deus, uma emanação pura da glória do todo-poderoso; por isso, nada de impuro pode introduzir-se nela; ela é um reflexo da luz eterna, espelho sem mancha da atividade de Deus e imagem da sua bondade. 

3. Sendo única, tudo pode; permanecendo imutável, renova tudo; e comunicando-se às almas santas de geração em geração, forma os amigos de Deus e os profetas."
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4. No Evangelho de hoje os fariseus perguntam a Jesus quando virá o reino de Deus, e a resposta de Jesus os surpreende, exatamente porque não era a que eles esperavam, disse o Senhor: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”.
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5. Em outras palavras, Jesus é o Reino de Deus, porque, como Ele mesmo disse: "Todo poder me foi dada no céu e na terra." Mas, o que significa esse todo poder? Significa o que Ele disse a São Paulo: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força." 

6. Ou seja, os fariseus e os mestres da lei esperavam um Messias que esmagasse seus inimigos; no entanto, Deus enviou Seu Filho que foi esmagado por eles; todavia, o fez triunfar por sua morte e ressurreição para assim nos perdoar e nos dar a vida eterna.
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7. Portanto, caríssimos, estamos dentro do Reino de Deus; e o Reino de Deus está dentro de nós, como o Senhor Jesus nos ensinou: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada." (Jo 14,23). Ou seja, no seio da Sua Santa Igreja, seu Corpo Místico, do qual Ele é a cabeça e nós somos os membros. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Toda autoridade pertence somente a Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,11-19)(12/11/25)


1. Caríssimos, a liturgia de hoje trata especificamente do governo da nossa existência e também da grande importância de sermos agradecidos. Na primeira leitura o Senhor nos mostra que toda autoridade lhe pertence e que todo poder dado aos homens necessariamente é um serviço, e quem o exerce contrariando essa finalidade será julgado severamente por seus atos perversos.

2. A palavra "autoridade" significa "fazer crescer e amadurecer". Ora, todos nós em plena consciência a exercemos em nossa vida e de outros, porém, sem esquecer que já fomos governados, cuidados e protegidos por nossos pais, catequistas, professores, autoridades constituídas, etc. No entanto, o testemunho autêntico que damos da vontade de Deus, é a mais perfeita autoridade que exercemos.

3. De fato, quando a autoridade é exercida, mas não tem como fundamento a verdade, nunca será um serviço que faz crescer e nos tornar livres; ao contrário, torna-se domínio autoritário, abuso de poder, sobre os quais paira o severo juízo de Deus, como vimos na primeira leitura: "Por isso, ele cairá de repente sobre vós, de modo terrível, porque um julgamento implacável será feito sobre os poderosos." (v5).

4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus passando pela região de Samaria e Galileia, se dirigia para Gerusalém, dez leprosos vieram ao seu encontro, gritando: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. 

5. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano."

6. Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”. Ou seja, a obediência à Palavra de Jesus os levou à cura, mais somente um recebeu a salvação pelo reconhecimento, pela fé e o agradecimento que fez ao Senhor.

7. Portanto, caríssimos, não basta receber a graça da saúde física, como vimos, mas se faz necessário o reconhecimento, a fé e o retorno ao Senhor Jesus com o coração agradecido por todo bem que Dele recebemos especialmente a salvação eterna de nossas almas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Servos por amor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,7-10)(11/11/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia diária que meditamos é plena de ensinamentos que nos preparam para a vida presente, mas também para o devir eterno, contanto que sirvamos o Senhor Jesus pondo em prática o que Ele nos ensina para colhermos os frutos da sua vontade divina à qual realizamos a cada passo dado para a glória do seu Reino.
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2. Ora, quem vive sem um sentido para viver, vive a esmo, isto é, sem um fundamento, sem um horizonte que lhe aponte um futuro promissor e feliz. Todos nós que recebemos o batismo, seguimos nosso Senhor Jesus Cristo, é Ele o nosso único sentido de ser, é Ele o nosso presente e o nosso futuro, enfim, para nós Ele é tudo.
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3. Decerto, viver para servir, é um dos ensinamentos mais frequentes nas Sagradas Escrituras. De fato, ocupar-se do bem que Deus nos dá para multiplica-lo ao infinito, é sentir-nos livres, é termos a mesma postura dos "servos inúteis" do Evangelho de hoje, os quais não buscam vantagens, nem grandezas ou reconhecimentos, mas apenas a alegria de servir sem pretensões, porque é ao Senhor a quem servem humildemente. 
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4. Portanto, caríssimos, "qualquer que seja a tarefa, pequena ou grande, que tivermos empreendido, em corrida incessante e num desejo inextinguível dos bens eternos, suportemos todas as coisas com valentia e bom humor. 

5. Destarte, realizemos todas as coisas por inspiração divina, perdoando-nos mutuamente (cf Ef 4,32; Col 3,13), cheios de ternura uns pelos outros, a ponto de cada um desejar dar a própria vida (cf 1Tess 2,8) pelo seu irmão, no espírito e na carne.
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6. E, se o Filho único de Deus nos convida e nos persuade a agir desta maneira - Ele que, por obediência a Deus Pai, Se aniquilou a um grau infinito de abaixamento, a ponto de ter passado de senhor a escravo, Ele que conheceu a morte, e morte de cruz (cf Fil 2,8). 

7. Que grande alegria para nós, pecadores, que satisfação inesgotável e inefável!" (São Teodoro Estudita) Servi-lo neste mundo junto àqueles com quem caminhamos ao seu encontro na vida eterna, de fato, nada mais salutar que isso.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

A morte natural revela a nossa condição definitiva...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 17,1-6)(10/11/25)


1. Caríssimos, como tudo neste mundo também nós com o tempo vamos passando, digamos que estamos numa viagem sem retorno, e é nela que nos preparamos para o destino final que é eterno, por isso, é definitiva, sem volta. A pergunta que se nos impõe é esta: estamos preparados, a quem seguimos e como seguimos?

2. Decerto, se seguimos o Senhor Jesus como único caminho e verdade que nos leva à vida eterna, jamais tropeçamos nem causamos escândalos; porque quem o segue sabe que sem Ele nada somos, nada temos e nada podemos por nós mesmos. Aliás, é o Senhor quem nos ensina isto: "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5).

3. Com efeito, todos os pecados e escândalos praticados neste mundo revelam quem são os inimigos de Cristo, embora muitos digam que o seguem e o proclamam, mas, na verdade, o profanam e desonrram pelos atos praticados; a estes diz o Senhor: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!" (Mt 7,22-23).

4. Na primeira leitura do Livro da Sabedoria, diz o hagiógrafo (escritor sagrado): "Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração. Ele se deixa encontrar pelos que não exigem provas, e se manifesta aos que nele confiam. Pois os pensamentos perversos afastam de Deus; e seu poder, posto à prova, confunde os insensatos. (Sab 1,1-2)

5. Por isso, muito atenção à estas palavras: "Sim, a Sabedoria é um espírito que ama os homens, mas não deixará sem castigo o blasfemador pelo crime de seus lábios, porque Deus lhe sonda os rins, penetra até o fundo de seu coração, e ouve as suas palavras." Sb (1,4.6).

6. Portanto, caríssimos, para vivermos em perfeita harmonia e comunhão com a vontade de Deus, sigamos esta exortação do Profeta Miquéias: "Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus." (Miq 6,8).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 9 de novembro de 2025

Dedicação da Basílica de São João de Latrão...


 Dedicação da Basílica de São João de Latrão(Jo 2,13-22)(09/11/25)


1. Caríssimos, hoje a Igreja celebra a "dedicação da Basílica de São João do Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de Rito romano, com o fim de honrar a Basílica que é chamada “mãe e cabeça de todas as igrejas da Urbe e do Orbe e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia, “preside a assembleia universal da caridade”. (Liturgia das Horas).

2. Com efeito, a liturgia de hoje nos dá o perfeito entendimento de que o Templo é um lugar sagrado onde Deus habita com seus filhos e filhas numa convivência plena de graças e bênçãos, por isso, não podemos permitir que ele se torne uma casa de comércio ou lugar de interesses mesquinhos tirando-lhe o verdadeiro sentido que é o encontro com Deus, por Seu Filho, Jesus Cristo, na graça do Espírito Santo.

3. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos ensina que somos Templos vivos de Deus, e pela obediência à Sua Divina Palavra, o recebemos em nossas almas, o adoramos e o glorificamos de todo o nosso coração, e Nele permanecemos até que nos conduza à vida eterna aonde o veremos face a face (cf. 1Jo 3,1-3).

4. De fato, os judeus não entenderam porque o Senhor Jesus fez um chicote de cordas e expulsou os vendilhões do templo e seus apetrechos; no entanto, Ele foi bem claro no seus gestos e palavras: "Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 

5. Decerto, a Igreja é a casa de Deus, e por ela, Ele nos deu o santo batismo que nos tornou seus filhos e filhas; e todos os outros Sacramentos; e nos deu também todos os ensinamentos para nos preparar para o encontro definitivo com Ele no Seu Reino.

6. Portanto, caríssimos, a Igreja é o Corpo Místico de Cristo e nós somos os seus membros, por isso, não podemos falar da Igreja como uma mera instituição humana, pois, se assim o fosse ela certamente não existiria mais; também não podemos falar da Igreja como se não fôssemos seus membros, mas, que tipo de membros somos? Santos como ela é Santa?

7. Destarte, a Igreja é Cristo e Cristo é a Igreja, por isso, ela é Santa; todavia, depois de recebermos dela todas as graças e bênçãos se não formos santos, nós seremos os únicos culpados, pois o sentido eterno da sua instituição e da redenção nela operada, é a vinda do Reino de Deus, da sua justiça e a santificação dos seus filhos e filhas. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 8 de novembro de 2025

Não podemos servir a dois senhores...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,9-15)(08/11/25)


1. Caríssimos, no caminho que percorremos rumo a eternidade existem muitas armadilhas e assaltos do inimigo de nossas almas tentando nos desviar do propósito divino à nosso respeito, ou seja, tentando nos separar de nosso Senhor Jesus Cristo, o único tesouro que Deus Pai nos deu para chegarmos ricos no Reino dos céus.

2. Todavia, para acolhermos esse tesouro se faz necessário o desapego de nós mesmos e das coisas deste mundo, porque sem essa atitude interior, cuntinuaremos divididos querendo servir a dois senhores. Por isso, disse Jesus: "Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

3. Ainda neste mesmo Evangelho, enquanto o Senhor Jesus continuava exortar os seus discípulos quanto ao perigo do apego às riquezas deste mundo: "Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. Então Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

4. Ou seja, tudo o que existe neste mundo não passa de poeira que o vento leva; o que conta mesmo é sermos ricos das virtudes eternas, pois, estas são tesouros que "nem a traça nem os vermos corroem, nem a ferrugem destrói e nem os ladrões roubam."

5. Portanto, caríssimos, quem vive para Deus neste mundo faz da sua vida uma constante expressão da Sua presença, desse modo, torna-se testemunha fiel da Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo e sacrário vivo que o transporta a todos que encontra a caminho da vida eterna.

6. Destarte, quando falhamos no nosso testemunho, a Palavra do Senhor revela as nossas atitudes nefastas, pois, estas nunca agradam a Deus, por isso, felizes são os que se deixam corrigir por Ele, como nos revela a Carta aos Hebreus: 

7. "Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho." (Pr 3,11s). (Heb 12,5b-6). Ou seja, melhor ser corrigidos por Deus que por sua correção nos liberta dos pecados e de suas consequências, do que nos perder como filhos rebeldes.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Servir com disponibilidade, humildade e precisão...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,1-8)(07/11/25)

1. Caríssimos, pelo fato de sermos batizados tudo o que falamos e fazemos deve ser sempre para a salvação de todos, porém, isso só é possível quando cooperamos com o Espírito Santo, como nos ensina são Paulo:

2. "Tenho, pois, esta glória em Jesus Cristo no que se refere ao serviço de Deus: Não ouso falar senão daquilo que Cristo realizou por meu intermédio, para trazer os pagãos à obediência da fé, pela palavra e pela ação, por sinais e prodígios, no poder do Espírito de Deus."

3. De fato, estas palavras de são Paulo veem reforçar ainda mais a nossa fé e o nosso modo de vive-la, certos de que, como observa o Apóstolo das gentes: "Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar." (Fil 2,13). Ou seja, ao cooperarmos com as ações do Espírito Santo, é Ele mesmo que age por nossas palavras e ações sempre em vista da nossa salvação e daqueles a quem anunciamos nosso Senhor Jesus Cristo.

4. Com efeito, para bem servirmos ao Senhor em nosso modo de ser, de falar e viver, são Paulo também nos ensina como procedermos: "Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida." (Fil 2,14-16a).

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus faz uma analogia entre um administrador desonesto e o serviço que prestamos, porém, com um elogio ao servidor desonesto; ora, talvez isso seja um pouco de difícil compreensão, todavia, tal dúvida é dissipada com as suas palavras conclusivas: "Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.

6. De fato, os que servem a este mundo são tão ousados e espertos em seus negócios, que causa espanto em nós pela inércia e a falta de ousadia em cumprirmos a nossa missão de fazer o bem que de Deus recebemos. Por isso, peçamos ao Senhor a graça da disponibilidade para servi-lo humildemente e com precisão, caso contrário, o nosso serviço será estéril, ou seja, pouco ou nada eficaz.

7. Portanto, caríssimos, tenhamos em conta que Deus tudo dispôe a nosso favor para bem servi-lo com amor e devoção, mantendo-nos unidos ao Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da Eucaristia e da unção do Espírito Santo que age em nossas almas para realizarmos em tudo a Sua Santa Vontade.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Por isso eu vos digo...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 15,1-10)(06/11/25)

1. Caríssimos, o que seria da vida natural sem a esperança da vida eterna? O fato é que, muitos por sua prática existencial negam a felicidade eterna, mas bem no fundo de suas almas sentem a necessidade de serem encontrados pelo Bom Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo; e isto, porque, por mais que tenham fama, poder, prazer ou os bens deste mundo, sabem que um dia perderão tudo até mesmo a própria vida.

2. São Paulo na primeira leitura exorta a comunidade dos fiéis em Roma à firmarem sua esperança em Cristo ressuscitado, para assim eliminar as disputas e divisões, pois, somente o Senhor os liberta de tudo o que os impede de viver a liberdade dos justos, a felicidade dos eleitos, ou seja, daqueles que ressuscitaram com Cristo.

3. Por isso, pergunta: "E tu, por que julgas o teu irmão? Ou, mesmo, por que desprezas o teu irmão?" De fato, essa exortação é atualíssima, dada as divisões e disputas que existe no seio das nossas comunidades.

4. Por isso, não basta dizer que cremos em Cristo, é necessário vivermos o amor que nos identifica como seus discípulos: "Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (Jo 13,34-35).

5. No Evangelho de hoje vemos como o preconceito e o falso juízo é motivo de crítica e condenação por parte dos fariseus e mestres da lei, contra Jesus e os publicamos e pecadores que Dele se aproximavam para o escutar: 

6. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. No entanto, o Senhor ao contar a parábola da ovelha e da moeda perdidas, e que foram encontradas, nos mostra o quanto Deus ama cada ser humano ainda que estejam afastados Dele.

7. Portanto, caríssimos, sigamos o exemplo de santo Agostinho que ao ser criticado por conta dos pecados cometidos antes da sua conversão, respondeu: "Caríssimos, tais acusações só demonstram o quanto é eficiente o médico eterno, que cuida da minha alma, para que eu não volte a pecar."

8. Destarte, escutemos humildemente o Senhor Jesus que sempre nos trata com amor e compaixão: "Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.”

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
 

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

A perfeição da caridade...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 14,25-33)(05/11/25)

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1. Caríssimos, a primeira leitura de hoje trata dos mandamentos que fundamentam a nossa fé e iluminam a nossa prática de vida. Nela são Paulo nos mostra o que os mandamentos se resumem neste: "Amarás a teu próximo como a ti mesmo". O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei."

2. Certa feita, os Fariseus perguntaram a Jesus : "Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito (Dt 6,5). Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18). Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas."
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3. Com efeito, bastaria que a humanidade pusesse em prática esses dois mandamentos para fazermos deste mundo um verdadeiro paraíso, pois, quem ama é incapaz de fazer o mal à quem quer que seja. Bem como vimos na primeira leitura: "Irmãos, não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo – pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei."
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4. São Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, assim descreve o amor: "A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará."
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5. Decerto, não existe amor sem renúncia, isto porque o amor é entrega total e quem se entrega totalmente não se apega à nada e a ninguém; pelo contrário, tudo realiza a partir do amor com que ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. 
Ou seja, o seguimento de Cristo é feito de renúncia e sacrifício para amarmos como Ele nos ensinou no Evangelho de hoje.

6. Comentando este Evangelho disse o domenicano Jean Tauler: "Vê-se que muitos seguem este mundo a troco de honrarias insignificantes, e para tal renunciam ao conforto físico, ao seu lar, aos seus amigos, expondo-se aos perigos da guerra – tudo isto para adquirirem bens exteriores! E nós não haveremos de praticar a renúncia total para adquirir o puro bem que é Deus, seguindo o nosso Mestre?"

7. Portanto, caríssimos, quem ama tem sempre Deus no comando de sua vida, porque, como nos ensinou São João: "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele." (1Jo 4,16b).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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