CRÔNICAS DE
MINHA ALMA: QUEM É DEUS?
Quem pode responder essa pergunta? Jesus e o
Espírito Santo, somente, ninguém mais. Qualquer outro que responda, não é,
nunca foi e nunca será. Nós podemos, sim, por graça de Deus, viver, interagir e
dizer Dele, mas todas as nossas ações ou respostas, não são suficientes e nunca
haverão de ser, porque Deus não se prende à conceitos humanos ou à qualquer
conceito; Deus É infinitamente Além de tudo que há, e tudo o que existe, só
existe porque Deus É. Então, conhecer e amar a Deus como Deus É, constitui
nosso maior desejo ou tarefa.
Entretanto, a partir da convivência com o Senhor,
por meio do Seu Filho Jesus Cristo, e do Espírito Santo que habita em nós,
podemos ensaiar algumas respostas à pergunta posta. Vamos primeiro aos exemplos
de relacionamentos com Deus ao longo da história da salvação, para assim, podermos
atualizar nossa convivência com o Senhor e obtermos as respostas que mais se aproxima
satisfatoriamente de nossos anseios do conhecimento de Deus.
Sem dúvida todos os nossos antepassados na fé,
conviveram com Deus; a única coisa que os separava do Senhor era o pecado,
porque em Deus não há pecado. Logo, entendemos que conviver com Deus é viver em
Deus e Deus viver em quem com Ele convive, em uma união humano-divina e que
chamamos união mística, isto é, união espiritual de nossa alma com Deus; é por
isso que nossa alma é imortal e infinita. Pois bem, tudo isso faz parte do
conhecimento do Mistério de Deus e é insondável à razão humana em si e por si
mesma, porque conhecer a Deus neste sentido significa experimentar quem Deus é,
mas não em toda a sua Plenitude, porque isto é impossível nesta nossa condição
existencial, ou seja, sujeitos à morte temporal.
A primeira experiência real de Deus, o primeiro
contato direto, teve o homem quando de sua criação; passou a ser e a conviver
com Deus num paraíso cheio das delícias do amor do Senhor, mas em sua condição
de criatura dependente, isto para nunca ficar ausente da presença divina; e
quando essa ausência aconteceu, aconteceu porque o homem se escondeu no pecado
deixando de experimentar as delícias da presença e da convivência divina. Ora, esta
foi e é a maior tragédia humana e consistiu e consiste em o homem, por causa do
pecado, não mais se alimentar diretamente da Fonte Inesgotável de Vida que
alimenta toda criatura que existe.
Deus, porém, em sua Bondade Infinita, em Seu
designío de Pai Criador, traçou seu Plano de salvação, dando ao homem as
condições de arrependimento e perdão, enviando para isto o Seu Unigênito Filho,
Jesus Cristo, Árvore da Vida, Fonte Infinita de Amor; que por Seu Sacrifício de
Cruz, nos concedeu o perdão dos pecados, a remissão pelo seu Sangue, a
ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir e que desde aqui
permanece naqueles que Ele redimiu e que Nele vivem por meio da Eucaristia, que
é Seu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade, memorial permanente de nossa
redenção.
Paz e Bem!
QUEM É DEUS?
CONTINUAÇÃO...
Vejamos alguns exemplos bíblicos de conhecimento e
convivência de Deus, pois, são dessas experiências acumuladas e transmitidas
por nossos antepassados, que se fez a história da salvação humana. Porque tudo
o que conhecemos de Deus vem de sua revelação divina, vivida e transmitida por
aqueles que Deus escolheu para que por eles chegasse até nós a mesma graça que
tinham recebido. Então, nos detenhamos nesses exemplos e os sigamos como fonte
de inspiração da revelação divina.
O exemplo de
Abraão
Um exemplo vivo que fez Deus conhecido no meio dos
homens é Abraão. Abraão acreditou, isto é, se uniu ao Senhor e nele permaneceu
até o fim dos seus dias neste mundo; e nunca, por nada, quis outra vida fora da
vida de fé que Deus lhe concedeu. E foi assim que Abraão conviveu com o Senhor
e a partir dessa sua convivência, conviveu também com os homens testemunhando
que é possível viver em conformidade com a vontade de Deus neste mundo, por
isso, ficou conhecido na história humana até o fim dos tempos como o pai da fé.
O exemplo de
Moisés
Moisés é aquele que falava com Deus “face a face”
como relata a Sagrada Escritura. Tudo em sua vida e em sua missão de conduzir
os filhos de Abraão, da terra da escravidão até a terra prometida, nasceu
sempre do seu convívio permanente com Deus. Homem de oração, penitência,
humildade, profunda obediência e temor do Senhor, procurou ouvi-lo sempre para
depois agir, impulsionado pelo Espírito Santo e assim poder cumprir os
desígnios do Senhor para com seu povo.
Moisés é aquele homem que ficou na história como alguém
que nunca quis fazer sua vontade própria, porque sabia que a obra da redenção
humana não era sua, mas de Deus. Por isso, pôs a vida integralmente a serviço
do Senhor, para que tudo o que vivesse ou ordenasse fosse de fato plena vontade
de Deus e nada mais fora dela. Com isso, nos deu o belo exemplo do que é ser um
homem conduzido pelo Espírito Santo em todos os sentidos da vida.
O exemplo de
Maria de Nazaré, a mãe de Jesus
Creio que ninguém mais aqui neste mundo conheceu
Deus como a Virgem Maria; esposa do Espírito Santo, Mãe carnal de Jesus Cristo;
Sacrário vivo da Santíssima Trindade. Maria viveu em tudo a Vontade do Senhor, disse
sim ao Seu querer e agir e se tornou desse modo, a serva humilde do Altíssimo
Pai Criador; a primeira e única humana a conceber Deus e tornar-se uma só com
Ele em sua humanidade, ou seja, a primeira e única que foi divinizada ainda em
nossa naturalidade pelo Filho que concebeu pela ação do Espírito.
Em Maria, a primeira redimida, Deus por seu Filho,
realizou a redenção de toda humana criatura, nascida da água e do Espírito
Santo, na ordem da graça. Assim como Eva é a mãe de todos os viventes, Maria é
a mãe de todos os redimidos por Cristo seu Filho amado. Por isso, ela é a nova
Eva, sem a mancha do pecado, ou seja, imaculada, porque, de fato, convinha que
a mãe do Filho de Deus tivesse essa dignidade, em vista do Seu Filho, segunda
Pessoa da Trindade Santa, e da redenção dos homens como primeira redimida.
Por isso, Maria se encontra agora em corpo e alma
na glória da Santíssima Trindade, e por essa graça que de Deus recebeu, todas
as gerações a proclamam, Bem-aventurada, porque o Senhor fez grandes coisas por
sua serva, que jamais a mente humana poderá compreender, a não ser por uma
revelação direta do Senhor.
Paz e Bem!
***
“Virgem Imaculada, minha mãe Maria Santíssima, eu
renovo hoje e sempre a consagração a ti de todo o meu ser para que disponhas de
mim para o bem de todos, somente te peço que eu poça, minha Rainha e Mãe da
Igreja, cooperar fielmente com a missão de construir o Reino do teu Filho Jesus
no mundo, para isso eu te ofereço minhas orações, meus sacrifícios e minhas
ações”.
“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que
recorremos a vós e por todos quantos a vós não recorrem, de modo especial pelos
inimigos da Santa igreja e por aqueles que a vós estão recomendados. Amém”!
***
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.
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