EM BUSCA DA
SANTIDADE
“Sede santos, assim
como o vosso Pai do céu é Santo”. (Mt 5,48).
Às vezes pensamos que é muito difícil
atingir esse grau de santidade que Jesus nos propõe; achamos que a santidade é
própria dos santos e santas que já estão no céu. De fato, olhando a nossa
condição de seres contingentes (limitados) perguntamos: Senhor, como ser santos
num mundo como o nosso? Pois, eis como São Paulo o descreve: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias
haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos,
fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados,
desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores,
insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a
aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2Tm
3,1-5).
Creio ser essa resposta do Senhor: “Meus filhos
e filhas, não tenham como base de suas vidas os maus exemplos e os falsos
testemunhos que vedes; pois quando olhais os pecados alheios e ficais só nisso,
eles não servem para nada, mas se tirais daí uma lição, vereis que estou
presente em todos os acontecimentos, porém, para vos ajudar a não cometerdes os
mesmos delitos, mas sim para vos fazer crescer na graça e no conhecimento de
minha misericórdia e do meu amor a fim de vos comunicar a minha santidade, “porque sem mim não podeis fazer”.” (Jo
15,5).
Ora, meditando sobre este imperativo divino:
“Sede santos, assim como o vosso Pai do céu é Santo”, compreendemos que Jesus
está nos dizendo que a santidade é própria de todos os filhos e filhas de Deus,
renascidos “da água e do Espírito Santo”,
quando fomos batizados. Aliás, essa verdade São João também nos deu a conhecer
em sua Primeira Carta: “Considerai com
que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o
somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.
Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que
havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a
Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança
torna-se puro, como ele é puro”. (1Jo 3,1-3).
Logo, ser santos é sermos aquilo que já
somos por fazermos parte do Povo de Deus, a Santa Igreja, Corpo de Cristo (cf.
Cl 1,18), parte visível do Reino de Deus neste mundo. Para isto o Senhor nos pede
que vivamos como ele viveu (cf. 1Jo 2,3-6); ou ainda, como escreveu São Paulo
na sua Carta aos Efésios: “Sede, pois,
imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o
exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e
sacrifício de agradável odor”. (Ef 5,1-2).
Por isso, precisamos deixar de lado tudo o
que não nos convém, como ele acrescenta: “Quanto
à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se
faça menção entre vós, como convém a santos. Nada de obscenidades, de conversas
tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de
graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento -
verdadeiros idólatras! - terá herança no Reino de Cristo e de Deus. E ninguém
vos seduza com vãos discursos. Estes são os pecados que atraem a ira de Deus
sobre os rebeldes. Não vos comprometais com eles”. (Ef 5,3-7).
Por fim, meditemos com São Pedro sobre
santidade de nossa vida quando dos últimos acontecimentos desta vida: “Entretanto, virá o dia do Senhor como
ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se
dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. Uma
vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a
santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia
de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de
fundir os elementos abrasados! Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos
novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto,
caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem
mácula e irrepreensíveis na paz”. (2Pd 3,10-14).
Destarte, a santidade é a plenitude de
todas as virtudes, ela é o nosso passaporte para o céu, pois Cristo Jesus, o
Filho de Deus, veio para nos comunicar sua Santidade, porque “sem ela ninguém poderá ver a Deus” (cf
Hb 12,14). Desse modo, ser santo é a vocação primordial de todos os filhos e
filhas de Deus. Porquanto: “Cingi,
portanto, os rins do vosso espírito, sede sóbrios e colocai toda vossa
esperança na graça que vos será dada no dia em que Jesus Cristo aparecer. À
maneira de filhos obedientes, já não vos amoldeis aos desejos que tínheis
antes, no tempo da vossa ignorância. A exemplo da santidade daquele que vos chamou,
sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: ‘Sede
santos, porque eu sou santo’ (Lv 11,44)”. (1Pd 1,13-16).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.

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