O GRANDE
MISTÉRIO DA NOSSA SALVAÇÃO...
Quando tratamos do que chamamos de
mistério, tratamos daquilo que ainda não é conhecido por nós em sua essência,
porque na verdade só Deus conhece essencialmente todas as coisas e não é
conhecido por ninguém (cf. Sl 138;Jo 3,31-35;1Jo 3,19-20;1Cor 2,9-12). Estamos
acostumados a lidar com o que vemos, e podemos até, de certa forma, dominar e manipular
ao nosso bel prazer; mas, quando se trata dos Mistérios de Deus e de sua criação,
tudo foge ao nosso controle, isto porque entramos no campo da fé, e como diz
são Paulo: “Sem fé é impossível agradar a
Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele
existe e que recompensa os que o procuram”. (Hb 11,6).
Ora, sabemos que todos os seres vivos estão
naturalmente condenados à morte, e nós, humanos, temos plena consciência desse
mistério, pois o vemos acontecer na vida dos outros, e o veremos também na
nossa, quando chegar o nosso dia eterno. Com efeito, além do mistério da morte,
temos ciência de tantos outros, como por exemplo, o mistério do universo, do
sistema solar; das leis naturais, das coisas visíveis e invisíveis; o mistério
da iniquidade, ou seja, do mal, etc., são tantos que nem cabe nas nossas
estatísticas. Mas um em particular chama mais à nossa atenção, é o Mistério da
nossa salvação, pois, é o que mais desejamos em meio a este vale de lágrimas que
habitamos. Porém, como entender este Grandíssimo Mistério?
De fato, só é possível pelo entendimento da
fé, ou seja, pela Sabedoria divina advinda da fé, como bem nos ensinou São
Paulo na Primeira Carta aos Coríntios: ”Entretanto,
o que pregamos entre os perfeitos é uma sabedoria, porém não a sabedoria deste
mundo nem a dos grandes deste mundo, que são, aos olhos daquela,
desqualificados. Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus
predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória. Sabedoria que
nenhuma autoridade deste mundo conheceu (pois se a houvessem conhecido, não
teriam crucificado o Senhor da glória). É como está escrito: Coisas que os
olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is
64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo,
mesmo as profundezas de Deus”. (1Cor 2,6-9).
Ou seja, o Mistério
da nossa Salvação passa impreterivelmente pelo Mistério de “Cristo crucificado, escândalo para os judeus
e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -,
força de Deus e sabedoria de Deus. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que
os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens...” (!Cor
1,23-25). “A cruz está estreitamente
ligada à Paixão de Cristo e à nossa salvação. É o símbolo mais eloquente do
amor de Deus por nós. A cruz venceu a morte e nos deu a vida eterna. Por esse
motivo é justo que seja celebrada, exaltada e venerada por todos nós”. (http://goo.gl/twSWd2).
Na sua Carta aos Romanos, São Paulo,
discorre sobre este Grande Mistério: “Com
efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo morreu pelos ímpios. Em
rigor, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem de bem, quiçá se
consentiria em morrer. Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por
nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais
agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.
(Rm 5,6-9).
E continua: “Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos
batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo
batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim
nós também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por uma
morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição”.
(Rm 6,3-5).
“Sabemos
que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que seja reduzido à
impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do
pecado. (Pois quem morreu, libertado está do pecado.) Ora, se morremos com
Cristo, cremos que viveremos também com ele, pois sabemos que Cristo, tendo
ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele.
Morto, ele o foi uma vez por todas pelo pecado; porém, está vivo, continua vivo
para Deus! Portanto, vós também considerai-vos mortos ao pecado, porém vivos
para Deus, em Cristo Jesus”. (Rm 6,6-9).
Deste modo, afirma São Paulo: “De agora em diante, pois, já não há nenhuma
condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. A lei do Espírito de Vida me
libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte”. (Rm 8,1-2). E
ainda: “Justificados, pois, pela fé temos
a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por ele é que tivemos
acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de
possuir um dia a glória de Deus. Não só isso, mas nos gloriamos até das
tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência
prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a
esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Rm 5,1-5).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.

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