AS SETE VIRTUDES, ARMAS DE COMBATE CONTRA OS PECADOS
CAPITAIS...
Segundo a Doutrina da Igreja Católica, as Virtudes "são perfeições habituais e estáveis da
inteligência e da vontade humanas, que regulam os nossos atos, ordenam as
nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. Adquiridas e
reforçadas por atos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas
pela graça divina". (https://goo.gl/S9fTS8).
Com efeito, essas Virtudes que se contrapõem aos pecados capitais, são
graças inefáveis recebidas no nosso batismo, e que são potencializadas pelo
Espírito Santo, a fim de que vençamos todo o mal que nos induz ao pecado por
meio das tentações, que são tendências maléficas, que de certa forma, o ser
humano se deixa levar por elas, quando não se mantêm vigilante, como nos ensina
o Senhor: ”Vigiai e orai para que não
entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt
26,41).
Aliás, a esse respeito, São João nos ensina o seguinte: “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se
alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo
- a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não
procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas
quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.” (1Jo 2,15-17).
Então, vamos às virtudes necessárias para combater os pecados capitais, pois
elas são as qualidades divinas ou valores eternos que Deus infundiu no ser
humano quando o criou “à sua imagem e semelhança”, a fim de que, por sua
prática, permanecêssemos em plena comunhão com Ele, e assim, fizessêmos a sua
vontade em todo o nosso modo de ser.
1. Ao pecado da soberba ou ourgulho, se contrapõe a Virtude da Humildade.
Ao escrever sobre esta virtude São Paulo assim se referiu: “Se me é possível, pois, alguma consolação em
Cristo, algum caridoso estímulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e
compaixão, completai a minha alegria, permanecendo unidos. Tende um mesmo amor,
uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou
vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a
vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os
dos outros.”
“Dedicai-vos mutuamente a estima que
se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua
igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de
escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como
homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de
cruz.” (Fil 2,1-8). Ao meditarmos este texto percebemos o poder dessa
virtude para manter a unidade do Corpo de Cristo que é a Igreja (cf. Col 1,18);
pois o orgulhoso nunca se submete, ao contrário, quer pisar sempre naqueles
que, de algum modo, tem cesso; e com isso, se torna causa de discórdia e
divisão aonde se encontra.
2. Ao pecado da Avareza, se contrapõe a Virtude da Generosidade, que é irmã
gêmea da solidariedade; esposa e mãe de todo bem que há. Liberta dos apegos e
dos medos das percas materiais. Liberta da avareza, vileza que leva muitos à
idolatria do dinheiro. Uma alma generosa é rica em satisfação, porque é alento
para os necessitados e porta aberta de salvação para quem a pratica...
3. Ao pecado da inveja, se contrapõe a Virtude da Caridade, que se alegra
sempre com as dadivas dos semelhantes e reconhece que tudo pertence a Deus que
dota os filhos seus de graças inefáveis para o próprio bem e o bem de todos.
Essa virtude reconhece ainda a presença de Deus nos dons exercidos pelos seus
filhos como auxílio na missão que receberam de o testemunharem por meios de
tais talentos. Na sua Carta aos Éfesios, são Paulo, escreveu o seguinte: “Porque é gratuitamente que fostes salvos
mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não
provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus
Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as
praticássemos.” (Ef. 2,8-10). Ou seja, a Caridade é humilde e por isso
reconhece que, “Toda dádiva boa e todo
dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem
mesmo aparência de instabilidade.” (Tg. 1,17).
4. Ao pecado da Ira se contrapõe a virtude da Mansidão. Quem vive
cultivando essa virtude tem seu coração em Deus, que nos ensina por seu Filho
amado, a nunca nos alterarmos em meio aos desequilíbrios dos homens (cf. Mt
11,28-30). Essa virtude vem também acompanhada de uma promessa, os mansos
possuirão a terra, indício da posse do céu, terra eterna prometida por Deus aos
filhos seus (cf. Mt 5,5; 2Ped 3,11ss).
5. Ao pecado da luxúria ou impureza se contrapõe a virtude da Catidade
também chamada de pureza de alma. A Pureza de coração ou Castidade, nos leva à
visão de Deus: “Bem aventurados os puros
de coração, porque eles verão a Deus”. Ora, todos nós cristãos sabemos
disso. Mas por que nem todos a praticam? Por causa do imediatismo da impureza,
que faz a carne experimentar o que a alma rejeita. E porque a alma rejeita?
Porque a impureza leva ao precipício do egoísmo, mesmo assim milhares e milhões
caem nas chantagens psíquicas dos egoístas de plantão e se tornam também escravos
do imediatismo como eles.
São Paulo referindo-se a essa luta entre a carne e o espírito, escreveu: “Os que vivem segundo a carne gostam do que é
carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito.
Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida
e a paz. Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete
à lei de Deus, e nem o pode. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a
Deus.
Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que
vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de
morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois
todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Rm 8,5-8.12-14).
6. Ao pecado da gula se contrapõe a Virtude da Temperança. “A Temperança (ou Moderação) "modera a
atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e
proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", por isso, é descrita
como sendo a prudência aplicada aos prazeres.” (https://goo.gl/S9fTS8). Ou seja, ela é o equilíbrio perfeito entre os desejos da carne e os do
Espírito, porque nunca se excede.
7. Ao pecado da Preguiça se
contrapõe a Virtude da Diligência. Uma alma diligente é uma alma atenta à
missão que Deus lhe confiou, é como está escrito no Livro da Sabedoria: “Amai a justiça, vós que governais a terra,
tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do
coração, porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que
não lhe recusam sua confiança; com efeito, os pensamentos tortuosos afastam de
Deus, e o seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos. A Sabedoria não
entrará na alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado; o Espírito
Santo educador (das almas) fugirá da perfídia, afastar-se-á dos pensamentos
insensatos, e a iniquidade que sobrevém o repelirá.” (Sab 1,1-5).
De fato, Deus nos deu o governo de
nossa vida, para a governarmos de acordo com a sua Vontade, caso contrário,
seremos tragados pelo pecado da Preguiça, que esfacela a vida de quem o comete,
fazendo com que fique estagnado, desleixado, sem ânimo, sem vida, em total
vazio existencial.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.

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