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1. Caríssimos, existem dois caminhos que os seres humanos podem trilhar neste mundo; seguir por um deles depende das escolhas e decisões que tomamos. No Antigo Testamento Moisés elertou o povo escolhido sobre isso: "Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição.
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2. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele." (Dt 30,19-20a). De fato, não existe liberdade em nós enquanto não formos fiéis à liberdade que Deus nos dá no seguimento do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
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3. Com efeito, a liturgia de hoje trata especificamente da conduta dos homens entre si e diante do Senhor; e a reconciliação é fundamental para manter a paz, a comunhão fraterna e a unidade que torna possível o nosso culto a Deus, caso contrário, não podemos agrada-lo.
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4. Decerto, pelo que estamos vendo, infelizmente, grande parte da humanidade continua escolhendo o caminho da desobediência que leva à morte e à perdição eterna. No entanto, ainda é tempo de conversão, de recomeçar andando nos caminhos do Senhor que por seu infinito amor nos perdoa e nos salva.
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5. Com efeito, depois do pecado dos nossos primeiros pais, a humanidade conheceu o quanto é triste e doloroso viver sem comungar com a vontade de Deus, como o constatamos atualmente; pois, o pecado nada mais é do isto, perder a graça santificante que nos leva à perfeita comunhão com o Senhor.
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6. Todavia, como vimos na primeira leitura desta liturgia, o Profeta Ezequiel nos mostra que mediante o arrependimento dos pecados praticados é possível voltar o Senhor e usufruir da sua divina misericórdia e do seu amor, pois Ele nos perdoa sempre.
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7. No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que o nosso estado de graça depende sempre do amor com que amamos a Deus e ao próximo como a nós mesmos, pois, a prática dos mandamentos e de seus ensinamentos não pode ser comparada com a prática farisáica, ou seja, uma prática meramente externa, que julga, critica e condena os outros.
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8. Portanto, caríssimos, a regra de ouro da nossa fé para o relacionamento com Deus e entre nós, é esta: "Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes." (Mt 25,40).
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9. Amados irmãos e amadas irmãs, cem por cento do nosso relacionamento com o próximo depende cem por cento do nosso relacionamento com Deus. Sem isso nos sentimos como que perdidos; decerto, ou nos deixamos mover por essa graça obtida na intimidade da oração; ou seremos causa de desentendimentos, falta de misericórdia e perdão.
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10. Comentando o Evangelho de hoje, escreveu o Card. Ângelo Comastri: "Jesus diz: "Se alguém pretende aproximar-se de Deus com ressentimento, rancor, e malícia contra um irmão, saiba que não encontrará Deus disponível para o encontro. Em Deus, de fato, não pode existir nenhuma forma de ódio e, por isso, quem cultiva o ódio exclui-se da comunhão com Ele.
11. Quem de nós já se deu conta de que toda "comunhão" com Cristo deve ser sempre acompanhada de uma comunhão também com o próximo? Recordemos sempre esta verdade que é a pedra angular do cristianismo: o nosso amor ao Senhor será medido na mesma medida do nosso amor ao próximo. Não nos esqueçamos disso!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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