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“E QUANDO EU FOR
LEVANTADO DA TERRA, ATRAIREI TODOS OS HOMENS A MIM”. (Jo 12,32).
É preciosa e vivificante a cruz de Cristo
Ó preciosíssimo dom da cruz! Vede o esplendor de
sua forma! Não mostra apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela
árvore do Paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar. É
uma árvore que não gera a morte, mas a vida; que não difunde as trevas, mas a
luz; que não expulsa do Paraíso, mas nele introduz. A esta árvore subiu Cristo,
como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder
da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano.
Sobre esta árvore o Senhor, como um valente
guerreiro, ferido durante o combate em suas mãos, nos pés e em seu lado divino,
curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela
serpente venenosa. Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela árvore, recuperamos
a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados, agora, pela árvore, repelimos a
astúcia da serpente. Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças! Em vez da
morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, a incorrupção; em lugar da
vergonha, a glória.
Não é sem razão que o Apóstolo exclama: “Quanto a
mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o
mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo”. (Gl
6,14). Pois aquela suprema sabedoria que floresceu na cruz, desmascarou a
presunção e a arrogante loucura da sabedoria do mundo; toda a espécie de bens maravilhosos
que brotaram da cruz, extirparam inteiramente a raiz da maldade e do pecado.
Já desde o começo do mundo, houve figuras e
alegorias desta árvore que anunciavam e Indicavam realidades verdadeiramente
admiráveis. Repara bem, tu que sentes um grande desejo de saber: Não é verdade
que Noé, com seus filhos e esposas, e os animais de toda espécie, escapou da morte
do dilúvio, por ordem de Deus, numa frágil arca de madeira?
E o que dizer da vara de Moisés? Não era figura da
cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes
dos magos, quando separou as águas do mar como poder do seu golpe, quando as
fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que
eram o povo de Deus? Símbolo da cruz foi também a vara de Aarão, quando se cobriu
de folhas num só dia para indicar quem devia ser o sacerdote legítimo. Abraão
também prenunciou a cruz, quando colocou seu filho amarado sobre o feixe de
lenha.
Pela cruz, a morte foi destruída e Adão recuperou
a vida. Pela cruz, todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires
coroados e todos os que creem, santificados. Pela cruz, fomos revestidos de
Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos
reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes.
Paz e Bem!
Fonte: Dos Sermões de São Teodoro Estudita - (Oratio
inadorationem crucis: PG99,691-694.695.698-699) (Séc.IX)
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