AS NOVAS COMUNIDADES...
As novas comunidades são espaços da fé eclesial
onde a vida no Espírito tem sido trabalhada e vivida por cada alma que delas
participam. Como outrora, a Igreja vive hoje esse novo sopro do Espírito, em
meio a essas novas comunidades. Nelas a presença de Deus é de tal forma
experimentada, quer pela explosão de dons e carismas; formação espiritual, catequética
e missionária; consagração leiga, religiosa e sacerdotal; quer pelos inúmeros
grupos de evangelização leigos, colaboradores e consagrados de aliança, criados
e sustentados nelas, que é impossível viver em seu meio e não sentir
palpavelmente a força dessa graça que o Senhor concedeu à Sua Igreja.
São crianças, jovens, adultos e anciãos em busca
de alimento espiritual para suas almas famintas e sequiosas do conhecimento e
do amor do Senhor. De fato, tenho visto nestes anos que acompanho essas novas
comunidades, o crescimento e a maturidade na fé de muitos filhos e filhas de
Deus que se aventuram no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo a fim de terem
uma vida mais justa e santa, e assim poderem testemunhar a obra que o Senhor
tem realizado pela transformação de suas existências.
Confesso, vi bem de perto o nascimento de várias
dessas novas comunidades e estive presente no nascente de algumas delas; desse
modo, dou testemunho do que vi e vivi, pois foram anos de muita alegria por
perceber a obra que o Espírito Santo realizava em minha vida e na vida de cada
irmão e irmã que comigo se lançava no seguimento do Senhor Jesus Cristo, com
aquele mesmo entusiasmo dos primeiros discípulos do Senhor, relatado nas
Sagradas Escrituras.
As Novas Comunidades são hoje, no seio Igreja do
Senhor, o retrato mais fiel e autêntico das primeiras comunidades cristãs que
nasceram em Pentecostes sob a égide de Pedro e os demais apóstolos em comunhão
com Maria, a Mãe de Jesus e nossa mãe. Nelas vemos a renovação de nossa fé
católica por um fervor e doação incondicionais, fundamentados na unidade da
mesa da Palavra e da Eucaristia; da Tradição e do Magistério da Igreja, pensada
e querida pelo Senhor que se faz presente constantemente no meio de nós até a
consumação dos séculos.
Creio firmemente que esse novo sopro que o
Espírito Santo suscitou no seio da Igreja, as novas comunidades, faz parte da
preparação da “Noiva do Cordeiro” para a festa do banquete de suas núpcias
eternas. “Os sinais dos tempos” tem demostrado isso. Pois, à medida que cresce
a iniquidade fora da Igreja e até mesmo dentro dela; cresce, em maior
proporção, a graça de Deus nos corações de seus filhos e filhas fiéis ao seu
chamado; como que, nos preparando para a perseverança da batalha final que se
aproxima. Não resta dúvida que a vinda do Senhor é iminente, pois, como disse
são Paulo: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os
homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos
pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis,
inimigos dos bons, traidores,
insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a
aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!”
(2Tim 3,1-5).
Ora, isto que acabamos de ler em São Paulo, é um
alerta para nós que esperamos no Senhor a sua segunda e definitiva vinda. Por
isso afirmamos que as novas comunidades é o novo modelo de Igreja que nasceu
com o propósito divino da unidade permanente para nos desvencilharmos das
cadeias da divisão que tem destruído tantas comunidades ditas “evangélicas”. Na
verdade, essas comunidades não passam de meras denominações, dirigidas ao bel
prazer por líderes afeitos, não à unidade de “uma só fé, um só batismo e um só
Espírito”, mas aos interesses pessoais e às riquezas que ostentam como símbolo
de uma teologia dita da prosperidade.
“Sem dúvida, escreveu São Paulo, grande fonte de
lucro é a piedade, porém quando acompanhada de espírito de desprendimento.
Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. Tendo
alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam tornar-se
ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos,
que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. Porque a raiz de
todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram
da fé e se enredaram em muitas aflições.” (1Tim 6,6-10).
Por fim, chamo a atenção para um ponto importante,
percebido nas Novas Comunidades nascidas no seio da Igreja Católica; pela graça
de Deus, elas dependem da Providência Divina e se sustentam dela, porque creem
e experimentam que a Providência Divina nunca falha. Com isso, elas procuram
seguir o Senhor em sua divina exortação: “Buscai em primeiro lugar o Reino de
Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos
preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas
preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.” (Mt 6,33-34).
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
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