ESPOSA DAS ESPOSAS
Bem-aventurado João Paulo II
Audiência geral de 1/2/1982
«Sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus»
Enquanto sacramento nascido do mistério da
Redenção e, em certo sentido, renascido do amor nupcial de Cristo e da Igreja
(cf Ef 5,22-23), o matrimônio é uma expressão eficaz do poder salvífico de
Deus, que realiza o Seu eterno desígnio mesmo após o pecado e apesar da
concupiscência oculta no coração de cada ser humano, homem e mulher. [...]
Como sacramento da Igreja, o matrimônio é
indissolúvel por natureza. Como sacramento da Igreja, é também palavra do
Espírito, que exorta o homem e a mulher a modelarem toda a sua vida em comum, haurindo
a sua força do mistério da «redenção do corpo». [...] A redenção do corpo
significa [...] esta esperança que, na dimensão do matrimônio, pode ser
definida como esperança do quotidiano, esperança do temporal [...].
A dignidade dos esposos [...] exprime-se na
profunda consciência da santidade da vida à qual ambos dão origem, participando
─ como fundadores duma família ─ nas forças do mistério da criação. À luz desta
esperança, que está ligada ao mistério da redenção do corpo, esta vida humana
nova, o filho concebido e nascido da união conjugal do seu pai e da sua mãe,
abre-se às «primícias do Espírito» «para participar da liberdade e da glória
dos filhos de Deus».
E se toda a criação, até ao dia de hoje, geme com
as dores do parto, uma esperança particular acompanha a mulher nas dores do
parto: a esperança da «revelação dos filhos de Deus» (Rm 8,19-23), esperança da
qual todo o recém-nascido, ao vir ao mundo, transporta em si mesmo uma
centelha. [...] É a isso que se referem as palavras de Cristo, quando fala da
ressurreição dos corpos [...]: «sendo filhos da ressurreição, são filhos de
Deus».
Paz e Bem!
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