SÉRIE MEDITAÇÕES
O QUE É O NATAL?
Para o mundo é uma festa de grandes
proporções onde damos e ganhamos presentes, comemos, bebemos e nos divertimos;
inventaram até um velhinho chamado papai Noel, de barba branca e comprida,
barrigudo, vestido de roupas vermelhas, sorridente, que deixa presentes para as
crianças na noite de natal. É um tempo onde os comerciantes enfeitam lojas,
avenidas, e até cidades inteiras, contanto, que comprem presentes, que façam
viagens, que consumam muito e que se alegrem, pois os festejos de fim de ano
estão se aproximando. Esse é o natal profano, cheio de enganos e outros mitos
cavernosos que em nada lembram o verdadeiro sentido do Natal.
A festa do Natal cristão é a festa do
nascimento de Jesus Cristo, Deus humanado, presente no tempo e na história,
revelando sua glória na simplicidade da manjedoura aldeado, pois o Filho de
Deus nasceu para que todos os homens sejam salvos dos pecados e façam
penitência, cultivem as virtudes presentes em suas almas, que os leva à
santidade. De fato, só é possível celebrar esta festa com todo o sentido que
ela traz, mediante a ação do Espírito Santo que nos dá a conhecer as graças que
Deus nos prodigalizou, porque o Espírito conhece tudo até mesmo as profundezas
de Deus.
Então, podemos dizer sem nenhum medo de
errar, que a forma como os homens celebram hoje o Natal, se distancia em muito
da realidade do Natal cristão. Para nós que acreditamos no Senhor Jesus e
vivemos do seu infinito amor, celebrar esta festa é celebrar a vida eterna que
o Senhor mesmo nos comunicou pela sua Encarnação, pois foi para isso que Ele
assumiu a nossa natureza humana, para que também nós participássemos de sua
natureza divina.
Ora, vivemos num mundo onde a exterioridade
tomou conta dos corações; onde a fé deu lugar à razão limitada e dependente de
mentes desprovidas do amor e da sabedoria de Deus. Por isso, muitos se tornaram
incrédulos e dependentes dos próprios instintos, das ideologias, dos vícios e das
pretensas facilidades oferecidas pela mentalidade mundana que a muitos engana,
e assim, esses perdem o sentido de viver por se deixarem mover pelas paixões
desordenadas, fruto das concupiscências, que os levam à perca da liberdade que
é essência da vida em Deus.
Com efeito, a Bem-aventurada Ângela de Foligno,
ao meditar o nascimento do nosso Salvador, assim se expressou: “Meu Deus,
torna-me digna de conhecer o mistério profundo, realizado por tua ardentíssima
e inefável caridade e amor da própria Trindade, isto é, o mistério de tua
santíssima Encarnação, princípio de nossa salvação. Esta Encarnação nos traz
dois benefícios: primeiro, enche-nos de amor, segundo, faz-nos seguros de nossa
salvação. Ó incompreensível caridade! Não há amor maior do meu Deus fazer-se
carne para tornar-me Deus. Ó amor extremado! Tu te aniquilaste para me criar, quando
assumiste nossa condição. Não te aniquilaste para diminuir-te ou à tua
divindade. Mas o abismo de tua conceição induz-me a proferir estas palavras: Ó
incompreensível, feito compreensível! Ó incriado, feito criatura! Ó impensável,
que podes ser cogitado! Ó impalpável, que é possível apalpar! Ó Senhor, faz-me
digna de ver as profundezas desta caridade enorme que nos comunicaste na
Santíssima Encarnação”. (*)
Portanto, o Natal é uma das festas mais
sublimes da nossa fé; nele não só recordamos a parusia do Messias, mas também a
humanidade acolhedora da vontade de Deus na pessoa da Virgem Maria e do seu
esposo José. A Mãe de Jesus e seu esposo, nos ensinam a lição da humildade e da
entrega a Deus como o primeiro ato de fé e de amor, que nos une perfeitamente
ao Senhor e nos faz participar diretamente do Seu Plano de salvação para toda a
criação.
Enfim, festejar o Natal de Jesus, é
festejarmos com Ele o lindo dia do seu nascimento, pois não hesitamos
participar dos aniversários dos nossos irmãos, mas quando se trata do
aniversário do nosso Senhor e Salvador, muitos se esquivam e tentam substituir
por festes e comilanças sem sentido algum, não é justo isso. Logo, cantemos com
entusiasmo os louvores de Deus pelo nascimento do Seu Filho amado que, humanado
com um de nós, permanece conosco até o fim dos tempos e de sua parusia
escatológica. Feliz Natal, Senhor Jesus! E que venha definitivamente o teu
Reino de amor.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria, OFMConv.
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