VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

segunda-feira, 10 de março de 2025

PAI-NOSSO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(11/03/25)

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1. Caríssimos, a oração é o dom preciosíssimo do Espírito Santo que age em nós nos ajudando a encontar Deus Pai e seu amado Filho, presente em nossas almas para termos um diálogo filial e obtermos todas as graças necessárias para nos manter em plena comunhão de amor com a Santíssima Trindade. 
2. De fato, a oração do "Pai-nosso" ensinada por nosso Senhor Jesus Cristo, é uma oração trinitária que realiza a perfeita comunhão entre Deus e seus filhos e filhas unindo o céu e a terra. Ora, rezar é amar a Deus sobre todas as coisas, ser amados por Deus e cheios do seu amor, amar-nos uns aos outros como a nós mesmos. 
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3. Comentando este Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: “Quando orardes, dizei: ‘Pai...’. Esta palavra é o «segredo» da oração de Jesus, é a chave que Ele mesmo nos oferece a fim de podermos entrar também nós na relação de diálogo confidencial com o Pai que acompanhou e amparou toda a sua vida.
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4. Ao apelativo «Pai» Jesus associa duas solicitações: «santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino». Portanto, a oração de Jesus — a oração cristã — é antes de tudo dar lugar a Deus, deixando que ele manifeste a sua santidade em nós, fazendo com que se aproxime o seu reino, a partir da possibilidade de exercer o seu senhorio de amor na nossa vida.
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5. Outros três pedidos completam esta oração que Jesus ensina, o «Pai-Nosso». Três solicitações que exprimem as nossas necessidades fundamentais: o pão, o perdão e a ajuda contra as tentações. Não podemos viver sem pão, sem perdão, sem a ajuda de Deus contra as tentações. 
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6. O pão que Jesus nos ensina a pedir é o necessário, não o supérfluo; o pão dos peregrinos, o justo, um pão que não se acumula nem se desperdiça, que não pesa durante a nossa marcha.
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7. O perdão, antes de tudo, é aquele que nós mesmos recebemos de Deus: só a consciência de sermos pecadores perdoados pela infinita misericórdia divina pode tornar-nos capazes de realizar gestos concretos de reconciliação fraterna. Se uma pessoa não se sente pecadora perdoada, nunca poderá fazer um gesto de perdão nem de reconciliação. Começa-se pelo coração, onde nos sentimos pecadores perdoados.
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8. O último pedido, «não nos deixeis cair em tentação», exprime a consciência da nossa condição, sempre exposta às insídias do mal e da corrupção. Todos sabemos o que é uma tentação!" É uma ação manifesta do inimigo tentando nos tirar do estado de graça, isto é, da comunhão com Deus. E a oração é a arma espiritual que o Senhor nos dá para vencermos todas as insídias do maligno. 
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9. Portanto, caríssimos, "a oração é o primeiro e principal «instrumento de trabalho» nas nossas mãos! Insistir com Deus não serve para o convencer, mas para fortalecer a nossa fé e a nossa paciência, isto é, a nossa capacidade de lutar juntamente com Deus pelo que deveras é importante e necessário. Na oração somos dois: Deus e eu, lutando juntos pelo que é importante."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 9 de março de 2025

Como encontramos o Senhor Jesus?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,31-46)(10/03/25)

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1. Caríssimos, o Evangelho de hoje narra a parábola do juízo final na qual o Senhor Jesus, justo juiz, se identifica com os necessitados de alguma ajuda, dizendo: "Pois, eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’."
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2. Com efeito, diante destes critérios, o Senhor considera justos aqueles que sem pretensões ou interesses pessoais praticam essas obras de misericórdia, encontrando-o naqueles que delas necessitam. Por outro lado, são reprovados os que mesmo podendo, se fecharam em si mesmos e nada fizeram para ajudar aqueles que deles precisaram.
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3. Comentando este Evangelho, disse o Papa Bento XVI: "Jesus, o Filho do Homem, juiz supremo das nossas vidas, quis assumir o rosto dos que têm fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou prisioneiros, em suma, de todos os que sofrem ou são postos de lado; o comportamento que tivermos para com eles será, portanto, considerado como o comportamento que teremos para com o próprio Jesus. 

4. Não se trata aqui de uma simples fórmula literária, de uma simples imagem! Toda a existência de Jesus é uma demonstração disso mesmo. Ele, o Filho de Deus, se fez homem, partilhou a nossa existência, até nos pormenores mais concretos, fazendo-se servo do mais pequeno dos seus irmãos. 
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5. Ele, que não tinha onde reclinar a cabeça, foi condenado a morrer numa cruz. Sem dúvida que isto nos pode parecer estranho! Ainda hoje, como a mais de 2000 anos, somos habituados a ver os sinais da realeza no sucesso, no poder, no dinheiro; temos dificuldade em aceitar um rei assim, um rei que se faz servo dos mais pequenos, dos mais humildes, um rei cujo trono é uma cruz. 
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6. No entanto, dizem-nos as Escrituras, é assim que se manifesta a glória de Cristo: é na humildade da sua existência terrena que Ele encontra o poder de julgar o mundo. Para Ele, reinar é servir! E o que Ele nos pede é que o sigamos neste caminho, que sirvamos, que estejamos atentos ao grito dos pobres, dos fracos, dos marginalizados. 
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7. O batizado sabe que a sua decisão de seguir Cristo pode levá-lo a grandes sacrifícios, por vezes até o da própria vida. Mas, como nos recorda São Paulo, Cristo venceu a morte e arrasta-nos atrás de si na sua ressurreição. Ele conduz-nos a um mundo novo, um mundo de liberdade e de felicidade. Ainda hoje, temos tantos laços com o velho mundo, tantos medos nos prendem e nos impedem de viver livres e felizes. 
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8. Deixemos que Cristo nos liberte deste mundo velho! A nossa fé n'Ele, que vence todos os nossos medos, todas as nossas misérias, conduz-nos a um mundo novo, um mundo em que a justiça e a verdade não são utopia; um mundo de liberdade interior e de paz conosco mesmo, com os outros e com Deus."

9. Portanto, caríssimos, supliquemos ao Senhor Jesus que nos conduza durante o tempo que ainda temos neste mundo nos dando o discernimento e a graça de poder ajudar aqueles nos quais ele se faz presente de uma forma totalmente diferente daquela que aos olhos dos incrédulos, dos indiferentes e dos que buscam as vantagens deste mundo, jamais ele poderia estar.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 8 de março de 2025

Homilia do 1°Dom da Quaresma...


 Homilia do 1°Dom da Quaresma (Lc 4,1-13)(09/03/25)

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1. Caríssimos, a tentação é uma ação do maligno que, como vimos, não poupa ninguém nem mesmo o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, por que o maligno detem esse poder? Porque não tem nada à perder, uma vez que já foi julgado e condenado eternamente (cf. Jo 16,11). 
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2. Por isso, faz de tudo para distilar seu ódio contra Deus, atirando-se contra as suas criaturas; porém, seu tempo já está se esgotando e lhe resta muito pouco para perder seu poder de sedução e engano contra nós que ainda estamos neste vale de lágrimas. 
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3. Não resta dúvida que estamos na batalha final contra os poderes do mal; decerto, esses poderes não suportam a verdade, o amor, a humildade, a misericórdia, a obediência, a santidade e a justiça, porque todas essas virtudes eternas são atributos divinos que Deus derrama como graças nas almas que o amam pela obediência ao seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
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4. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus, cheio do Espírito Santo, foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo; ora, o deserto é sinônimo de morte, pois quase nada subexiste nele sem que receba a devida adaptação da lei natural que Deus pôs nas criaturas para resistirem e sobreviverem às intempéries.
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5. Com efeito, se pensarmos espiritualmente veremos que as condições adversas das tentações nos leva à total dependência do Senhor para que por seu poder vençamos todos os dardos inflamados do maligno. De fato, se o inimigo pudesse já teria destruído a criação e todos nós. Porém, o Senhor o detém com o poder infinito da sua Palavra Eterna.  
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6. São Lucas em sua narrativa apresenta três tipos de tentações mais frequentes: a tentação do prazer advindo das criaturas; a tentação do poder advindo do maligno; e a tentação da idolatria advinda da falsa fé, ou seja, contra nós mesmos, contra o próximo, e contra Deus. 
7. Em todas essas tentações o Senhor Jesus nos ensinou que a arma invencível contra o maligno é a Palavra de Deus, obedecida e praticada fielmente. E como constamos o Senhor nunca dialoga com o inimigo, mas o detém e o expulsa com o poder da sua obediência à Palavra do Pai. 
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8. Portanto, caríssimos, escutemos, então, esta exortação de São Tiago sobre a utilidade das tentações, sabendo que quanto mais tentados mais amados e protegidos por Deus para não sucumbirmos à elas. 
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9. "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma." (Tg 1,2-4).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 7 de março de 2025

É este o jejum que agrada a Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-15)(07/03/25)

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1. Caríssimos, existe algo em nossa existência cujo fundamento sustenta o edifício da nossa vida, e a isso chamamos autenticidade; ora, essa virtude revela a verdadeira intenção do coração, e a presença de Deus em nossas ações, por fazermos tudo por amor a Ele e ao próximo como a nós mesmos.
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2. Com efeito, quando os exercícios quaresmais da oração, do jejum e da esmola são autênticos, afasta a incoerência e a hipocrisia de nossas ações, tornando-nos verdadeiramente santos ou pelo menos a caminho da santidade. Porque quem se une ao Senhor e se deixa conduzir por Ele, se torna autêntico em tudo o que faz.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus é questionado pelos discípulos de João Batista, sobre o porque dos seus discípulos não jejuarem, uma vez que eles e os fariseus o fazem com frequência; ao que o Senhor respondeu: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”. (Mc 9,15).
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4. Desse modo, o Senhor nos ensina que o jejum não é uma prática superficial distante das boas intenções e dos bons propósitos; mas, uma necessidade da alma que busca o seu Senhor nas provações e deseja se unir a Ele para vencer as adversidades que tentam impedir a prática da verdadeira piedade.
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5. Escutemos então o Senhor e ponhamos em prática esta Sua Palavra: “Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á." (Mt 6,17-18).
6. Com isso, entendemos que o jejum não é um esforço aparente, mas um exercício espiritual que fazemos para encontrar o Senhor e Nele parmanecer, e assim darmos os frutos da Sua presença em nossa vida. Ou seja, não se trata apenas de mortificação dos santidos, mas da mudança de propósito em relação ao convívio fraterno.
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7. Bem como nos ensinou o Profeta Isaías: "Acaso o jejum que prefiro não é outro: - quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne."
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8. "Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: 'Eis-me aqui' ". (Is 58,6-8.9a).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 6 de março de 2025

"Eis que eu renovo todas as coisas." (Ap 21,5).


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,22-25)(06/03/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a nossa vida é dom de Deus, por isso, pertence somente a Ele; é isto o que constatamos nesta liturgia de hoje, em que na primeira leitura Moisés diz ao povo eleito: “Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade; a morte e a desgraça. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes, amando ao Senhor teu Deus." (Dt 30,15a.19b.20a).
2. Ora, a vida ou a morte são realidades que dependem da nossa livre escolha como vimos, cabe a nós decidirmos. A vida consiste em seguir a Cristo portando a nossa cruz, porém, com a firme esperança da ressurreição. Enquanto a morte consiste em negar a Cristo por uma vida pecaminosa muito distante da sua santa vontade. 
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3. Com efeito, viver a vida como dom de Deus, é obedecer aos seus santos mandamentos, como caminho de perfeição que nos leva ao céu. Por outro lado, escolhe a morte quem vive na desobediência aos seus preceitos, uma vez que deixa de ouvir a Sua Voz, para escutar a voz do maligno, expressa nas tentações e sugestões maléficas que chegam à mente dos que o seguem.
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4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos dá a conhecer o que nos faz permanecer em estado de graça, isto é, em comunhão com Ele, para vencermos o maligno e as suas maléficas tentações. “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perde-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará." (Lc 9,23-24).
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5. Ora, o caminho da cruz, é o mesmo da porta estreita pela qual o Senhor Jesus nos conduz ao Reino dos céus, à vida eterna. Fora desse caminho nada temos além das coisas visíveis que um dia se tornarão pó, cinzas, ou seja, retornão ao caos, ao nada. 
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6. Todavia, antes que isto aconteça o Senhor Jesus passará a limpo a triste condição deste mundo decaido. Por isso, disse: "Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
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7. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. (Ap 21,5; Ap 22,11-12 ). 
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8. Portanto, caríssimos, mesmo vivendo neste paraíso em ruínas, carregamos em nossas almas a esperança da ressurreição dos mortos, à qual renovamos a cada momento no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo. É bem como Ele disse: "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (Jo 8,12).
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9. Neste sentido a quaresma é o tempo favorável para o renovamento da nossa fé por meio dos exercícios espirituais que empreendemos, certos de que o Senhor nos acompanha neles para que os façamos bem feitos e assim vencermos todas as astúcias do maligno.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Convertei-vos e crede no Evangelho...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,1-6.16-18)(05/03/25)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, hoje a Santa Igreja dá início ao Tempo da Quaresma com a quarta-feira de cinzas; é um tempo de graça em que nos exercitamos nas virtudes da oração, do jejum e da esmola, tidos como os pilares que nos sustentam na luta contra o pecado em busca da Santidade que o Senhor concede à todos os seus filhos e filhas.
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2. O primeiro deles, a oração, é um diálogo que fazemos com Deus no mais íntimo de nossas almas no qual apresentamos nossas intenções, súplicas e ações de graça, para assim superarmos as tentações e evitarmos todo tipo de pecado. 
3. Ora, e como todo diálogo, precisamos fazer silêncio em nossos pensamentos, pois o silêncio dos pensamentos são os ouvidos da nossa alma que escuta o que o Senhor nos fala no mais íntimo do coração para pôrmos em prática com a nossa fé ajudados pela sua graça. 
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4. O segundo trata da penitência ou jejum penitencial, uma espécie de mortificação física e espiritual a fim de apaziguar nossas inclinações instintivas e espirituais, que são portas por onde o inimigo de nossas almas tenta entrar para nos desviar dos bons propósitos e da prática das virtudes que nos levam a viver em comunhão com o Senhor e entre nós.
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6. E o terceiro e último pilar, diz respeito ao exercício da caridade por meio da esmola, cujo termo derivado do grego significa precisamente «misericórdia». "Por conseguinte, a esmola deve conter em si toda a riqueza da misericórdia. E dado que a misericórdia tem numerosos caminhos, múltiplas modalidades, também a esmola se expressa de tantas maneiras, para aliviar o mal-estar de quantos estão em necessidade." (Papa Francisco).
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7. Portanto, caríssimos, renovemos nossa fé por meio destes exercícios quaresmais pelos quais nos preparamos para celebrarmos o Mistério que ultrapassa todos os outros mistérios: trata-se da Páscoa de nosso Senhor Jesus, que é o ápice da nossa salvação, por meio de Sua Paixão, morte e ressurreição.
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8. Destarte, vivamos esse período da quaresma como um remédio que o Senhor nos dá para a purificação de nossas almas por meio das boas obras, do jejum, e da oração, para assim vivermos na Sua Presença até que Ele venha na sua parusia. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 2 de março de 2025

Por que julgamos tanto uns aos outros?

 Homilia do 8°Dom do tempo comum (Lc 6,39-45)(02/03/25)

1. Amados irmãos e irmãs, a vida como um todo está ligada diretamente à palavra tal como meditamos no Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito." (Jo 1,1-3).

2. São Paulo na Carta aos Colossenses escreveu: "Jesus é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele." (Cl 1,15.16a-17).

3. Na primeira leitura de hoje, meditamos: "O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem." Ou seja, a palavra revela quem somos e o desfecho final a que tendemos quando falamos, por isso conclue: "Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar; pois é no falar que o homem se revela." 

4. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos ensina que estamos na vida não como juízes uns dos outros, mas sim como irmãos que reconhecem as próprias fraquezas e por isso, perdoam sempre os que se encontram afastados da fé, e mergulhados na prática pecaminosa. 

5. Todavia, para os que ainda se arvoram em juízes uns dos outros, perguntamos: Quem de nós nunca pecou na vida? Eis a resposta que o Senhor nos dá: "Por que vês o cisco que está no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 

6. Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão."

7. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente esta exortação de São Francisco de Assis: "Irmãos, somos o que somos aos olhos de Deus e nada mais." Ou seja, aos olhos de Deus somos seus filhos e filhas, e somente Ele nos julga com justiça, porque nos criou e conhece a nossa essência; fora disso, todos somos réus e seremos julgados como tais.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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