PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-15)(07/03/25)
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1. Caríssimos, existe algo em nossa existência cujo fundamento sustenta o edifício da nossa vida, e a isso chamamos autenticidade; ora, essa virtude revela a verdadeira intenção do coração, e a presença de Deus em nossas ações, por fazermos tudo por amor a Ele e ao próximo como a nós mesmos.
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2. Com efeito, quando os exercícios quaresmais da oração, do jejum e da esmola são autênticos, afasta a incoerência e a hipocrisia de nossas ações, tornando-nos verdadeiramente santos ou pelo menos a caminho da santidade. Porque quem se une ao Senhor e se deixa conduzir por Ele, se torna autêntico em tudo o que faz.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus é questionado pelos discípulos de João Batista, sobre o porque dos seus discípulos não jejuarem, uma vez que eles e os fariseus o fazem com frequência; ao que o Senhor respondeu: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”. (Mc 9,15).
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4. Desse modo, o Senhor nos ensina que o jejum não é uma prática superficial distante das boas intenções e dos bons propósitos; mas, uma necessidade da alma que busca o seu Senhor nas provações e deseja se unir a Ele para vencer as adversidades que tentam impedir a prática da verdadeira piedade.
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5. Escutemos então o Senhor e ponhamos em prática esta Sua Palavra: “Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á." (Mt 6,17-18).
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6. Com isso, entendemos que o jejum não é um esforço aparente, mas um exercício espiritual que fazemos para encontrar o Senhor e Nele parmanecer, e assim darmos os frutos da Sua presença em nossa vida. Ou seja, não se trata apenas de mortificação dos santidos, mas da mudança de propósito em relação ao convívio fraterno.
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7. Bem como nos ensinou o Profeta Isaías: "Acaso o jejum que prefiro não é outro: - quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne."
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8. "Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: 'Eis-me aqui' ". (Is 58,6-8.9a).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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