Homilia do XXXIII Dom Tempo Comum (Mc 13,24-32)(14/11/21)
Caríssimos, a liturgia de hoje nos apresenta o discurso apocalíptico do Senhor Jesus, que para nós se constitui o dia dos dias da história da humanidade sobre a Terra, o último dia ou dia final. Com efeito, o Senhor não determina o quando, mas o como se dará, ou seja, quais serão os acontecimentos deste dia: “Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas."
"Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra." De certo, ao ouvirmos essas Palavras do Senhor Jesus elas nos dão segurança, nos enche de esperança e nos faz desejar que chegue logo este dia. Dia em que todo olho o verá e toda língua proclamará para a glória de Deus Pai e seu louvor que Jesus Cristo é o Senhor (cf. Fl 2,9-11).
Com efeito, nesse dia acontecerá o julgamento dos vivos e dos mortos. "Quando, ao sinal da trombeta do arcanjo, todos os homens ressuscitarem (cf 1Tim 4,6), e todos os povos, tribos e línguas (cf Ap 5,9) forem sujeitos a juízo, o céu dissolver-se-á com estrondo, os elementos incendiar-se-ão (cf 2Pe 3,10.12), toda a criação será transformada, as inúmeras miríades de anjos avançarão com temor, e o Juiz de todas as coisas sentar-Se-á no trono.
Então, os que tiverem feito o bem irão para a vida eterna e os que tiverem feito o mal irão para a condenação eterna (cf Mt 25,46), onde haverá «pranto e ranger de dentes» (Mt 8,12), e nem o fogo se extinguirá nem o verme morrerá (cf Is 66,24). Por isso, digamos: Não a nós, Senhor, não a nós, mas demos glória e louvor ao teu nome nesse dia, em que queremos estar à tua direita." (são Teodoro Estudita (sec. VIII).
De fato, neste nosso tempo as pessoas estão vivendo como se Deus não existisse, como se não houvesse um julgamento, como se o nosso livre arbítrio fosse motivo para todo tipo de pecados; de modo que o nível de perversão é tão alto que chega a estarrecer até mesmo os incrédulos, só comparável às cidades de Sodoma e Gomorra, as quais desapareceram da face da terra consumidas pelo fogo caído do céu.
Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus que nos dê uma consciência pura, sem mácula, onde exista espaço somente para a sua presença, para que por meio das virtudes que nos levam à caridade perfeita, reflitamos a sua misericórdia e bondade pelas boas obras praticadas para que assim sejamos contados entre o número daqueles que Dele escutarão: "Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. (Mt 25,34).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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