PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,57-66)(23/12/22).
Caríssimos, a obra da salvação exige uma Teofania - ação direta de Deus - devido a sua complexidade, pois somente Ele conhece os seres que criou e como livra-los do maligno e sua fúria, uma vez que o mal é a negação do bem que Deus criou somente para bem e não para mudar a sua essência. Ocorre que essa obra salvífica requer a nossa cooperação, pois somos os seus beneficiários diretos e conosco toda a criação.
Com efeito, essa obra deu início com o seu anúncio (cf. Gn 3,15) depois do pecado dos nossos primeiros pais, passando pela vinda dos Patriarcas, das alianças com o povo do Antigo Testamento, os juízes, profetas, reis, as promessas culminando com a vinda de João Batista que anunciou a chegada do Messias preparando a sua estrada, isto é, o seu Ministério Salvífico.
Decerto, a principal característica desse Plano Salvífico é que ele é gerido pelo próprio Deus como Ele mesmo disse: "Pois eis o que diz o Senhor Javé: vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas." (Ez 3,11). Ou seja, ao enviar o seu Filho como o Messias prometido, tendo em João Batista seu precursor, Deus por meio Dele realiza a sua obra.
Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Emérito, Bento XVI: "Os quatro Evangelhos dão grande destaque à figura de João Batista, como o profeta que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando Jesus de Nazaré como o Messias, o Ungido do Senhor.
De fato, será o próprio Jesus a falar de João nestes termos: "Ele é aquele de quem está escrito: Eis que diante de ti envio o meu mensageiro para preparar o teu caminho. Em verdade vos digo que não há ninguém maior do que João Batista entre os nascidos de mulher; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele" (Mt 11,10-11).
Portanto, caríssimos, Deus é o autor da criação e seu único Salvador. Por isso, fiquemos certos de uma coisa: Ele nunca muda a nossa essência ou a intenção com a qual nos criou, sermos santos como Ele é Santo, foi por isso que permitiu o sacrifício cruento do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
Destarte, se mesmo assim os homens continuarem negando a sua benevolência e misericórdia, por meio dos pecados que estão cometendo; não haverá mais solução fora do justo juízo de Deus que cairá sobre a humanidade, pois Ele julgará a cada um segundo as suas obras.
Todavia, como ainda estamos no tempo da sua Divina Misericórdia, resta-nos o arrependimento e a conversão, a Confissão Sacramental e o perdão dos pecados. Sem isso "É horrendo cair nas mãos de Deus vivo." (Hb 10,31).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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