Solenidade da Ascenção do Senhor
(Mt 28,16-20)(21/05/23)
Caríssimos, a ressurreição e Ascenção do Senhor Jesus, é o que Ele chama de cumprimento da justiça (cf. Jo 16,10), isto por ter padecido da parte povo eleito todas as humilhações e a terrível morte de cruz, por não o terem aceitado como o Messias enviado por Deus. De fato, é duríssimo realizar em tudo a vontade do Pai e mesmo assim ser assassinado com requintes de crueldade nunca visto antes.
Em sua homilia sobre Ascensão do Senhor, santo Agostinho, escreveu: "Cristo foi elevado ao mais alto dos céus; contudo, continua sofrendo na terra através das tribulações que nós experimentamos como seus membros. Deu testemunho desta verdade quando se fez ouvir lá do céu: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 9,4). E ainda: "Eu estava com fome e me destes de comer." (Mt 25,35).
Por que razão nós também não trabalhamos aqui na terra de tal modo que, pela fé, esperança e caridade que nos unem a nosso Salvador, já descansemos com ele no céu? Decerto, é preciso compreender que Cristo está no céu, mas também está conosco; e nós, mesmo estando na terra, com Ele também estamos no céu.
Por sua divindade, por seu poder e por seu amor ele está conosco, isto é, não se separou de nós; e nós, embora não possamos realizar isso pela divindade, como Ele, ao menos podemos realizar pelo amor que temos para com Ele. E assim como ele subiu sem se afastar de nós, também nós subimos com Ele, embora não se tenha ainda realizado em nosso corpo o que nos está prometido."
Com efeito, quem espera no tempo o que possuirá na eternidade, sabe suportar com paciência e fé inabalável as provações e intempéries deste mundo na certeza de tudo é possível ao que crer, como o Senhor mesmo nos ensinou. De modo que, ao fazermos o bem que Deus de antemão preparou para nós os praticassemos, vemos no mistério da Ascensão do Senhor, a recompensa pela missão cumprida.
Portanto, caríssimos, a partir da Ascensão do Senhor Jesus, a sua Santa Igreja continua sua missão salvadora na pessoa do Santo Padre, dos bispos, presbíteros, diáconos e todos os batizados revelando a sua presença por meio dos Sacramentos que são sinais sensíveis que realizam o que anunciam.
Destarte, as graças de Deus são derramadas sobre nós constantemente para a expiação dos nossos pecados, advindas do sacrifício do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que por sua ressurreição e ascensão continua elevado ao céu uma multidão de almas benditas que o glorificam neste mundo por uma vida digna da salvação recebida.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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