PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,43b-45)(30/9/23)
.
Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem, sejam bem-vindos a nossa meditação diária.
O dom da fé é como um oásis num deserto, sacia a nossa sede de paz, de amor e de verdade, mesmo quando as adversidades atentam contra a nossa vida.
Ela é uma graça especial que nos faz viver em conformidade com a vontade de Deus, mesmo que o mundo inteiro se levante contra nós, como reza o salmista: "O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo?
Quando os malvados me atacam para me devorar vivo, são eles, meus adversários e inimigos, que resvalam e caem.
Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá meu coração. Se se travar contra mim uma batalha, mesmo assim terei confiança." (Sl 26,1-3). Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje.
1. Caríssimos, esta liturgia de hoje nos mostra que o modo como Deus realiza as suas obras é infinitamente superior ao nosso modo de pensar e de agir, foi por isso, que a princípio os Apóstolos não compreenderam o anúncio da Paixão e morte do Senhor e tinham medo de lhe fazer perguntas a esse respeito.
.
2. De fato, como entender que depois de todos os sinais e prodígios realizados por Jesus, ele lhes faz um anúncio totalmente divergente do poder extraordinário que demonstrara por suas palavras e obras? Como entender que "aquele que tem todo poder sobre o céu e sobre a terra," se deixa dominar e massacrar pelo ódio dos seus algozes sem reagir a eles?
.
3. Com efeito, na segunda Carta aos Coríntios, o Senhor mostra a Paulo como se revela todo o seu poder, diz Ele: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força." (2Cor 12,9). Ou seja, a fraqueza da nossa natureza é a condição na qual Sua força redentora se revele como evidência para todos.
4. Basta analisarmos isto: Cristo é o Filho de Deus, imortal e Eterno, no entanto, desceu de sua condição de imortalidade para a nossa condição de simples mortais. E por que assim o fez? Para vencer o pecado, o demônio e o inferno, por sua morte e ressurreição, porque jamais poderíamos vencer por nós mesmos.
5. De fato, como entender que Deus, Onipotente e eterno, se fez homem sem deixar de ser Deus, sofreu tudo o que nós sofremos inocentemente, e se deixou crucificar barbaramente por seus inimigos? Não existe resposta alguma para essa pergunta fora do amor com que o Senhor Jesus nos amou.
.
6. Por isso, nos exorta e ao mesmo tempo nos adverte: "Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." (Jo 15,12-14).
.
7. Portanto, caríssimos, é verdade que a nossa fragilidade continua, mesmo que lutemos contra ela. Mas isso nos revela que a nossa humilde condição nos leva à perfeita comunhão com o Senhor, porque a fé não é uma teoria, uma filosofia de vida ou o que entendemos sobre Deus e o mundo.
.
8. Na verdade, ela é o dom de Deus por excelência que nos une a Ele por meio de Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, para darmos os frutos da sua presença em nossa vida, uma vez que somente Nele existimos. E porque Ele nos ama, nos perdoa por sua divina misericórdia, e nos dá a vida eterna.
.
Amados irmãos e amadas irmãs, "O silêncio é a condição do amor, e ele conduz ao amor. O amor só se expressa plenamente quando renuncia à palavra, ao barulho, à excitação e à exaltação.
.
Sua expressão mais elevada se realiza na morte silenciosa e de total entrega, pois não há maior prova de amor que dar a vida por quem amamos (Jo 15,13).
.
O silêncio do amor é o termo e o ponto de chegada de quem concedeu ao silêncio o primeiro lugar em sua vida." (Frei Adailton, OFMConv.)
.
De fato, o silêncio sagrado de Deus, é o silêncio que fala e age prontamente em favor de seus filhos e filhas que Nele confiam e esperam. Amém! Assim seja!
.
Paz e Bem!
.
Frei Fernando Maria OFMConv.
Nenhum comentário:
Postar um comentário