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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a luta contra o pecado é permanente, isto porque as tentações são constantes. Porém, em meio à essa luta o Senhor Jesus está sempre conosco à frente de todas as nossas batalhas, só precisamos nos manter fiéis a Ele.
2. Escutemos, então, são Paulo a esse respeito: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela." (Rm 10,13).
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3. A liturgia de hoje nos exorta a evitarmos as tentações e o pecado, isto porque nenhum pecado cometido é isento das consequências que dele adveem; ora, constatamos isso na primeira leitura, em que o rei Davi após o seu pecado caiu em si ao ser interpelado pelo Profeta Natan, e percebeu a gravidade do mal que cometera e as terríveis consequências dele.
4. De fato, Davi se arrependeu e foi perdoado por Deus, mas nem por isso deixou de sofrer as penas por o ter desprezado por conta do grave pecado cometido. Por isso, compreendemos que o pecado grave é um ato contra Deus, que leva a perca do estado de graça, isto é, da não comunhão com Ele, portando quem o comete às mais terríveis consequências.
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5. O Evangelho de hoje nos recorda que estamos na barca de Pedro, a Igreja, com Cristo que repousa nela. Porém, no mais das vezes damos demasiada atenção às tempestades das calúnias e dos acontecimentos adversos nos esquecendo que Jesus singra conosco, na mesma barca, atravessando o mar revolto deste mundo.
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6. O fato é que, quando estamos afundando, nos queixamos como os Apostolos: "Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” (Mc 4,38b). Ou seja, estavam com o Senhor Jesus, mas não com a fé devida, tão necessária para perceber a sua Divina Proteção.
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7. Portanto, caríssimos, quando nas lutas diárias enfrentarmos as tempestades e os desequilíbrios das ondas da maldade deste mundo, precisamos silenciar os nossos pensamentos, sentimentos e emoções, para em súplice oração buscar o Senhor e ver os seus prodígios.
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8. Pois, como vimos no relato do Evangelho: "Jesus se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria." Todavia, preparemo-nos, porque certamente o Senhor nos dirá como disse aos Apóstolos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (cf. Mc 4,39-40).
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9. Destarte, escutemos atentamente esta exortação de são Padre Pio de Pietrelcina: "Tende sempre o cuidado de não transformar as vossas ocupações em problemas e preocupações espirituais; e, se fordes tomados pelas ondas, apanhados numa tempestade de muitas dificuldades, erguei o olhar para o alto e dizei a Nosso Senhor: Ó Deus, é por Vós que navego e viajo; sede o meu guia e o meu piloto!"
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10. Vivei em paz e descansai sem medo no coração divino, onde estamos bem abrigados das tempestades, e onde nem a justiça de Deus pode chegar. Esforçai-vos por dominar as angústias do vosso coração. Confiança e calma na grande obra da vossa santificação e da santificação dos outros. O resto é com Jesus." (São (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
Capítulo X, nn. 316-323).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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