AS
INVOCAÇÕES DA LADAINHA DE NOSSA SENHORA (PARTE 2)
Mãe
da divina graça
Quando tratamos do mistério da fé aquilo
que primeiro pensamos é a graça de Deus, porque dela precisamos
permanentemente. A vida humana e a vida em geral é traduzida por dependência,
exatamente porque dependemos em tudo para que a vida seja plena, quer em sua
naturalidade quer para além de sua naturalidade. O apóstolo São João assim escreveu
em seu Evangelho: ”Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois
a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ninguém
jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou”.
(Jo 1,16-18).
Ora, Maria é a mãe da divina graça porque toda
a graça divina nos veio por seu Filho Jesus Cristo como escreveu o apóstolo São
João. Assim também nos ensinou São Paulo: “Bendito seja Deus, Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual
em Cristo...” (Ef 1,3). Logo, essa invocação corresponde perfeitamente à
Sagrada Escritura, e a própria Virgem Mãe testifica essa verdade revelada por
Deus: “porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é
Santo”. (Lc 1,49).
Mãe
puríssima
Puríssima é a mãe do puro amor, ou seja,
sem mancha alguma, porque somente habitada por Deus. A feliz mãe do Senhor nos
dá esse testemunho de pureza, pois somente a ela foi dado o privilégio de ser a
mãe do Único Filho de Deus feito homem. De fato, Deus criou o homem e a mulher
em estado de graça, isto é, perfeitos, sem a mancha do pecado. Com Maria,
deu-se o mesmo fenômeno, ela foi redimida desde sua concepção, por isso, ela é
puríssima em todos os sentidos. É isso o que nos revela São Lucas na visitação
do anjo: “Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’”.
(Lc 1,28). Assim compreendemos que Maria é a mais pura das criaturas em vista,
como revelou São Lucas, do “ente santo”, que dela nasceu.
Mãe
castíssima
A castidade é a virtude própria dos filhos
e filhas de Deus, pois todos nascemos castos, isto é, consagrados naturalmente
a Deus por nossa virgindade inata. Em Maria Deus elevou essa virtude à
plenitude, ou seja, à dignidade de atributo, aquilo que lhe é próprio por toda
vida, porque mesmo dando a luz, Maria permaneceu casta em toda a sua
integridade, isto é, virgem antes, durante e depois do parto. Portanto, nunca
houve contato psíquico, físico-sexual entre a mãe de Deus e qualquer criatura neste
mundo, desse modo, o ser castíssimo de Maria advém de sua escolha e missão que
se perpetua por toda a eternidade. Ninguém jamais receberá esse privilégio,
porque a mãe do Senhor é a única que o recebeu.
Mãe
Imaculada
Quando em Lourdes, na França, Maria em
visão apareceu à pequenina Bernadette de Soubirous, esta a contemplou, e assim
descreveu: “Uma vez finalmente, com os
braços para frente, ela olhou para o céu em sinal de profunda humildade e
obediência a Deus e disse-me: "EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO". Ou
seja, a Virgem Mãe confirmou o que as Escrituras Sagradas já havia revelado a
respeito de quem era a mãe do Messias, o enviado de Deus para a salvação de
toda humanidade (Cf. Is 7,14; Lc 1,26-35). Felizes de nós que também somos seus
filhos por adoção, (Cf. Jo 19,26-27), porque desse modo temos no céu uma mãe
imaculada que intercede por nós junto a Jesus, seu Filho e Filho de Deus muito
amado.
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
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