Porque para muitos, Deus parece distante de tudo o
que há; assim como para os “entendidos” deste mundo, Ele é o grande ausente
daqui ou talvez viva em outro mundo, pouco se importando com o que somos e vivemos;
por isso, não lhe dão a devida atenção ou mesmo crença. E assim, formulam
teorias, patifarias, falsas religiões, vãs filosofias, cultos satânicos,
músicas de igual modo diabólicas, modismos exacerbados, regras e costumes esdrúxulos
e toda espécie de deformação de caráter e bons costumes. E o que vemos nesse
mundo sem Deus? Miséria, decadência, indiferentismo, vícios e mais vícios e
tudo o que beira ao ridículo, nada mais.
Mas será que Deus é do jeito que pensam Ele? O que
é se sentir notado por Deus ou mesmo protegido por Ele? Ou, ainda, qual é a
atenção que se lhe damos?
Porque, de fato, vivemos em meio a esse mundo
físico como se tudo dependesse ou dependa somente de nossas decisões, sejam
elas certas ou erradas, para ele ser o que é; e até nos comportamos como se não
houvesse nenhuma ligação entre nosso mundo físico e o metafísico que o
sustenta. E com isso, perdemos o élan vital, nossa Fonte Primeira, nosso elo sagrado;
para vivermos a partir do instintivo racional, como se não tivéssemos alma
imortal ou como se a vida se resumisse somente à realidade que vivemos no tempo.
Ora, para respondermos às perguntas formuladas acima,
temos que fazer a experiência de ressurreição com Cristo Jesus (cf. Col 3,1-17);
caso contrário, permanecemos na morte e, com isso, fazemos apenas a experiência
do pecado de não crê em Deus e de não interagirmos com Ele neste mundo; pois,
ninguém está mais presente e atuante na obra da criação do que o próprio Criador,
haja vista as leis físicas e divinas que nos regem. Assim, queiram os homens ou
não, tudo o que contraria estas leis, resulta em pesados danos, tanto para as
criaturas racionais quanto para as irracionais e também para todo nosso habitat
natural.
Logo, os homens que agem como se Deus não
existisse, se perdem nas mais terríveis confusões, porque tudo o que empreendem,
o fazem baseados em interesses materiais, visando um conforto ou uma vida
melhor apenas para si e os seus; e não para o bem de todos. Desse modo, tomam
decisões políticas, jurídicas, comerciais ou mesmo pessoais, profundamente
tendenciosas e egoístas; isto porque os seus interesses falam mais alto do que
as necessidades gritantes presente em nossa sociedade como um todo.
E assim fazem imperar a injustiça, a opressão, a
corrupção, a violência e todas as mazelas que têm feito deste mundo um inferno.
Porque o ser humano sem a presença de Deus em sua vida, se comporta como se
fosse um demônio, visto que, não leva em conta o devir, mas apenas o ser e
estar no mundo. Ora, o homem sem a esperança do devir não consegue construir um
mundo novo a partir da fé em Deus e de sua comunhão com Ele, porque vive
desligado Dele devido às atitudes contrárias às suas leis e mandamentos.
Portanto, quando nos sentimos notados e protegidos
por Deus é porque damos a devida atenção às suas leis e nos deixamos conduzir
por elas que nos levam à plenitude da comunhão como Ele, que nos redimiu para
vivermos neste mundo como seus filhos e filhas, ou seja, portadores do Dom do Espírito
Santo, para fazermos o bem e somente o bem que nos identifica, por meio da
obediência, com o Seu Filho, Jesus Cristo, que se deu por nós, isto é, que morreu
e ressuscitou para vivermos como homens e mulheres que servem a Deus dia e noite
neste mundo.
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
***
“Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias
de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a
Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir
qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”.
(Rom 12,1-2).
***
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