VIVENDO NA PRESENÇA DO SENHOR FACE À FACE
Digamos que estivéssemos fisicamente frente à
frente com Jesus de Nazaré, o Filho de Deus vivo; Senhor e redentor de toda a
humanidade; olhar fixo no autor e consumador de nossa fé; diante daquele que é
e que tem todo poder sobre do céu e sobre a terra. O que diríamos? Pois, é
assim que estamos diante do Ressuscitado, nem é preciso usar da imaginação ou
mesmo qualquer recurso de linguagem para se comprovar essa verdade, porque ela
se comprova por ela mesma, todavia, de nossa parte, precisamos do auxílio da fé
para que a vivamos. (cf. Hab 2,4; Jo 20,29).
O que nos leva a crê que o Filho de Deus, em sua
condição de imortalidade, está sempre presente em nossa realidade? A percepção
da alma absorta, mergulhada, tomada por este Grande Mistério de Sua Presença
amorosa no meio de nós; digamos mais, a alma familiarizada com Aquele que a
sustenta e a mantém calma, mesmo diante dos maiores perigos ou das tragédias
desta vida. Ora, perceber assim o Filho de Deus é amá-lo, não só na Eucaristia,
na Sagrada Escritura, em nossa oração ou em nosso coração; mas em tudo e a todo
instante (cf. Col 3,17), num profundo intercâmbio entre o céu a terra; entre
criatura e Criador, envolvidos em tamanho enlace de amor que nada se iguala ou
se possa comparar a este.
Entretanto, como comprovar isto? É só fazer a
experiência. Deus nos criou para convivermos com Ele, se não fosse assim, não
nos teria criado, nem sequer existiríamos (cf. Gen 1,26-31; 2,21-25). Logo, em
sua bondade nos adotou por seus filhos e filhas, dando-nos a mesma herança que
deu a Jesus Cristo, Seu Filho amado; exatamente como testifica São Paulo na sua
Carta aos Romanos: “Porquanto não
recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas
recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai! O Espírito mesmo
dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos,
também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo, contanto que
soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados.” (Rom
8,15-17).
Então, como homens novos nascidos da água e do
Espírito, é pelo Espírito que vivemos, não pela carne, esta intimidade com o
Filho de Deus; porque nossa vida está escondida com Cristo em Deus, quando
Cristo, nossa vida, aparecer, então, também nós apareceremos com Ele em sua
glória. (cf. Gl 3,1-3)
Portanto, feitos à imagem do seu ser, temos pleno
acesso aos tesouros de sua majestade, para comungarmos já aqui na terra das garças
reservadas para os filhos e filhas de Deus no céu. Assim, viver face à Face com
Cristo é gozar dessa familiaridade com Ele e entre nós, como verdadeira família
de Deus, tendo na Virgem Maria a Mãe dessa santa família, da qual Deus é o Pai
e nós todos somos seus filhos e filhas,
para Sua maior glória, amém!
Vem, Senhor Jesus, vem!
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
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