PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 13,1-15)(01/04/21)
Celebração da Ceia do Senhor; a Instituição da Santa Eucaristia, do Sacerdócio e da Santa Missa.
Caríssimos, o mistério da morte é essa realidade sempre presente com o qual nos confrontamos a todo momento, e o experimentamos em nós mesmos, seja com o tempo que se esvai, seja quando somos atingidos por alguma enfermidade ou perigo que se nos ameaça. O certo é que fora de Deus ninguém tem o domínio total sobre este mistério.
Na liturgia desta Quinta-feira Santa vemos o Senhor Jesus instituir a Eucaristia, isto é, Seu Corpo e Sangue; Sua Alma e Divindade; o Sacerdócio e a Santa Missa. Ora, mas tudo Ele realiza sem dispensar a Cruz que vai enfrentar mediante a Sua Paixão, morte e ressurreição. E ela já começa com a traição de Judas que deixando de lado o amor do Seu Mestre e Senhor, o vende como se fosse um escravo, desprezando todo o bem que Dele recebeu.
Com efeito, é também nesta celebração que o Senhor Jesus lava os pés dos Apóstolos, mostrando-lhes que o verdadeiro sentido do viver se encontra no servir uns aos outros sem reivindicar reconhecimento ou glória, pois, como Ele mesmo disse: "Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.
«Sabendo Jesus que chegara a sua hora [...], amou-os até ao fim»
Comentando os acontecimentos deste dia santo, disse Santa Catarina de Sena: "Sede obedientes até à morte, a exemplo do Cordeiro sem mancha que obedeceu a seu Pai até à morte vergonhosa na cruz. Pensai que ele é o caminho e a regra que deveis seguir. Tende-O sempre presente diante dos olhos do espírito.
Vede como este Verbo, a Palavra de Deus, obedece! Ele não Se recusa a carregar o fardo das dores de que o Pai O encarregou; pelo contrário, abraça-Se a ele, animado de grande desejo, dizendo, na Ceia da Quinta-feira Santa: «Tenho desejado ardentemente comer esta Páscoa convosco, antes de padecer!» (Lc 22,15).
Comer a Páscoa é cumprir a vontade do Pai. Vendo chegar a sua hora (via-Se já no fim, no sacrifício do seu corpo por nós), Ele exulta, rejubila e diz com alegria: «Tenho desejado ardentemente»: eis a Páscoa de que Ele falava, e que consistia em Se dar a Si próprio em alimento, em imolar o seu próprio corpo para obedecer ao Pai."
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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