PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,20-26)(11/03/22)
Caríssimos, o amor não é apenas uma Lei, mas a Potência Divina agindo em nossa vida quando abrimos o coração para nele Deus habitar. A vida boa, bela e perfeita só é possível à quem ama incondicionalmente a Deus sobre de todas as coisas e ao próximo para a si mesmo, fora desse amor, a alma humana se esvazia das virtudes eternas que a mantém em estado de graça, por isso, sucumbe facilmente à menor tentação, por se deixar enganar pelas insídias do maligno.
Com efeito, esta liturgia de hoje é um alento para a fé e um conforto para a alma, pois, trata do perdão incondicional que é um exorcismo para quem perdoa e para quem é perdoado, porque quando perdoamos, é Deus mesmo quem perdoa por meio de nós.
De fato, quando o espaço sagrado da alma é ocupado pelo pecado da soberba, essa a escraviza, impedindo a prática das virtudes, por isso, muitos teem dificuldade de perdoar. Todavia, quando se voltam para Deus com a intenção do perdão, logo sentem um alívio, pois, sua graça age de imediato abrindo espaço para a virtude da misericórdia.
Na primeira leitura o Profeta Ezequiel fala a respeito da importância do arrependimento e da prática do direito e da justiça para se obter o perdão dos pecados e a mudança de vida: “Se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos, e guardar todas as minhas leis, e praticar o direito e a justiça, viverá com certeza e não morrerá. Nenhum dos pecados que cometeu será lembrado contra ele. Viverá por causa da justiça que praticou."
No Evangelho de hoje o Senhor Jesus faz uma revisão do quinto mandamento e começa dizendo: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus." De fato, a base da justiça é a misericórdia e o amor fraterno, pois, o justo nunca julga nem condena ninguém, mas perdoa sempre porque somente assim ajuda aos que caíram a se levantarem de suas quedas.
Portanto, caríssimos, perdoar é amar, é fazer a vontade de Deus; não perdoar é se condenar a si mesmo, pois, doravante levará na alma os pecados julgados e a imagem negativa daqueles que julgou, e isso ocupa o espaço de Deus dentro da alma, causando mágoas, ressentimentos, rancor e ódio, que são veneno espiritual que a corroe por dentro.
Destarte, sem a convivência interior com o Senhor Jesus, que é a Fonte do amor e da misericórdia infinita, não se pode progridir no convívio com o próximo, porque a tendência de quem vive julgando e condenando os outros é se afastar cada vez mais da prática da fé e do convívio com o Senhor.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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