PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,2-13)(18/02/23)
Caríssimos, existe uma tendência humana de querer reduzir a fé, dom do Espírito Santo, em ente de razão, ou seja, querer entender para crer, impedindo com isso a ação da graça divina em nosso favor. É como se disséssemos a Deus: se não for segundo os meus critérios intelectuais, não creio; e isso gera incredulidade, indiferença e falsos raciocínios, criando entre a alma e Deus como que um abismo intransponível (cf. Lc 16,23).
Por outro lado, a primeira leitura expressa a fé como ela é, como nos ensina o escritor sagrado: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). Ou seja, não é o ver para crer; mas o crer para ver, e isso requer adesão total, amor incondicional, visto que não impõe limites à ação da graça de Deus.
Por exemplo, crer que Deus se faz presente em qualquer situação de nossa vida, é o bastante para invocarmos o seu Santo Nome e sermos atendidos; e não importa como entendemos isso, mas sim a confiança que Nele depositamos, pois, como Pai amoroso que é, Ele jamais nos abandona, todavia, precisamos crer.
Desse modo, a fé é o dom por excelência do Espírito Santo que nos arranca de nós mesmos e dos nossos critérios intelectuais, nos pondo em sintonia com a vontade de Deus para que Ele realize em nossa vida tudo o que é do seu agrado. Bem como vemos na primeira leitura: "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram." (Hb 11,6).
No Evangelho de hoje são Marcos narra o episódio da Transfiguração do Senhor: "Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar." (Mc 9,2-3).
Portanto, caríssimos, a Transfiguração é o ápice da revelação de que o Senhor Jesus é o Filho de Deus: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” (Mc 9,7b). Decerto, esse Evangelho se reveste de suma importância para nós, porque nele recebemos o testemunho de Deus Pai ensinado-nos a ouvir o Seu Filho e a pôr em prática tudo o que Ele nos ensina.
Destarte, a Palavra de Cristo é Palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68); ela se cumpre na íntegra; pois nos revela quem é o Pai, como Ele nos ama e como demonstra o seu amor por nós, no-lo enviado para a nossa salvação mediante o seu sacrifício de cruz. Por isso, precisamos ficar atentos ao que o Senhor Jesus nos fala para não perdermos nenhuma de suas Palavras.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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