Caríssimos, o amor é a essência da vida, por isso, não pode ser suprimido das nossas relações com Deus e entre nós, bem como nos ensina são Paulo: "Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19,18).
De fato, "A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei." (Gl 5,13-14; Rm 13,10). Desse modo compreendemos que a nossa convivência uns com os outros depende da nossa convivência com Deus, como nos ensina são João: "Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão." (1Jo 4,20-21).
Decerto, perguntemos: o que nós temos de quem recebemos? Aliás, eis o que escreveu são Paulo a esse respeito: "Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus." Ora, essa premissa é a lei do amor, no entanto, humanamente falando, não podemos ignorar que um dia perderemos tudo, menos a generosidade com que repartimos o pão com os famintos, vestimos os nus, acolhemos os desvalidos, visitamos os doentes e encarcerados no corpo e na alma, segundo a missão que recebemos.
No Evangelho de hoje são Mateus descreve como se dará o juízo final no qual o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, sentado em seu trono de glória juntamente com seus anjos julgará todos os homens e mulheres, a partir do amor, da misericórdia e da solidariedade com que viveram traduzindo o Evangelho por suas obras. Em outras palavras, como serviram ao Senhor neste mundo.
Portanto, caríssimos, "Jesus, o justo Juiz, é o Salvador de todos os homens; os homens serão julgados sobre a caridade. Mesmo os não cristãos, se forem homens de boa vontade, participam da redenção de Cristo. A fidelidade no cumprimento do dever de suas vidas, a vontade de serviço até o fim faz deles batizados. Neste caso chama-se o "batismo de desejo".
Assim, quem possui e viveu um amor verdadeiramente autêntico para com os outros, possui e viveu algo do próprio Deus. Porque onde está o amor, a bondade, aí está Deus. Nos pequeninos da terra que eles amaram, foi, de fato, Deus que encontraram." (Comentário do Missal Romano, pg 184). Bem como nos ensinou o Senhor: "Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ (Mt 25,40).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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