1. Caríssimos irmãos e irmãs, estamos nos aproximando da Solenidade de Pentecostes, que marca o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos reunidos em oração no Cenáculo em Jerusalém. Ora, com o nosso batismo nós também recebemos o Espírito Santo no seio da Santa Igreja, que é o Corpo Místico de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós os seus membros (cf. CL 1,18).
.
2. No Evangelho de hoje vimos Jesus rezar pela unidade dos Apóstolos, mas, também por nós que somos os novos filhos e filhas de Deus nascidos da água e do Espírito Santo para darmos o testemunho da sua ressurreição como os Apóstolos o fizeram, mantendo a unidade no vínculo da paz (cf. Jo 17,20).
.
3. Sem dúvida esse é o grande desafio da Igreja em nosso tempo em meio à este mundo dividido, que está sendo destruído pelos pecados nele praticados à todo instante. E como disse o Senhor no Evangelho de hoje, somente a intervenção do Pai, nos dando a perfeita unidade, é que pode salvar este mundo da iminente ruína.
.
4. No entanto, para que essa graça aconteça em toda sua plenitude se faz necessário que permaneçamos unidos a fim de que o mundo creia e todos se convertam. Escutemos então o Senhor: "Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim."
.
5. Rezemos com Simão, o Novo Teólogo esta belíssima oração: "Tu, que estás lá em cima com o Pai e Te encontras connosco,
Tu mostraste-nos a luz da tua glória imaculada,
dá-ma, sim, uma vez mais, para que nunca me abandone!
Dá-me contemplar-Te sempre nela, ó Verbo,
captar a tua beleza inacessível tal como é
essa beleza que, permanecendo absolutamente fugidia,
atinge e penetra a minha inteligência, transporta o meu espírito
e acende no meu coração o fogo do teu amor!
.
6. É esta luz que, espalhando-se como chama de desejo divino,
me faz ver mais claramente a tua glória, ó meu Deus;
glória que, ao adorar-Te, Te peço, Filho de Deus, que me concedas
agora e no futuro, possuir sem medida
e, por ela, contemplar-Te, ó Deus, eternamente!
.
7. Sim, Pastor compassivo, bom e manso,
que queres a salvação de todos os que creem em Ti,
tem piedade de mim e responde à oração que Te dirijo.
Não Te irrites, não desvies o teu rosto de mim,
mas ensina-me a fazer a tua vontade,
pois não procuro que se faça a minha vontade,
mas a tua, para Te servir, ó Misericordioso!
.
8. Suplico-Te que tenhas piedade de mim, Tu, que és naturalmente piedoso,
e faças o que for útil à minha alma miserável,
porque só Tu és o Deus amigo do homem,
incriado, infinito, todo-poderoso, verdadeiro,
vida e luz para aqueles que Te amam
e tão amados são por Ti, Amigo do homem!
.
9. Coloca-me entre eles, Mestre, e da tua glória divina
faz-me participante, faz-me co-herdeiro,
pois a Ti, Pai, com o Filho coeterno
e o Espírito divino, seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém."
.
(Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego - Hinos 47, SC 196)
.
Paz e Bem!
.
Frei Fernando Maria OFMConv.
Nenhum comentário:
Postar um comentário