PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 15,9-11)(02/5/24)
PERMANECEI NO MEU AMOR...
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1. Caríssimos, o amor cristão diferente do amor do mundo, se traduz no bem eterno e na salvação de todos, porque nele não existe outro interesse fora da vontade de Deus, isto é, a felicidade eterna para todos os seus filhos e filhas. Por isso, não podemos reduzi-lo a um mero afeto ou sentimento, porque desse modo perderia todo o sentido de ser.
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2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina o mandamento do amor dando Ele mesmo o exemplo de como devemos amar, isto é, como Deus nos ama; neste sentido de nossa parte, amar é obedecer, é seguir os seus mandamentos, porque somente assim podemos amar-nos uns aos outros, como Ele nos ama.
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3. De fato, o amor do Senhor Jesus por nós foi traduzido em obras, nos dando a salvação eterna mesmo sem a merecermos; servindo a nós por meio de suas graças e bênçãos derramadas em nossas almas, mesmo se não as reconhecemos ou o agradeçamos pelos serviços prestados e por todo o bem que Ele nos faz.
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4. Com isso, o Senhor nos ensina que não deixemos de ser bons, porque outros não o são, nem deixemos de perdoar e amar o próximo, porque repetidamente nos ofende; na verdade, todas as nossas ações nascem da nossa comunhão com o Senhor, porque, como nos ensina São Paulo, é Nele que vivemos, nos movemos e somos. (cf. At 17,28).
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5. Portanto, caríssimos, vivenciando esse amor divino que recebemos do Senhor Jesus para pratica-lo entre nós, escutemos com atenção estas palavras de são Pedro: "Em obediência à verdade, tendes purificado as vossas almas para praticardes um amor fraterno sincero. Amai-vos, pois, uns aos outros, ardentemente e do fundo do coração." (1Pd 1,22).
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6. Destarte, façamos com Santa Gertrudes de Helfta esta belíssima e singela oração: "O que sou eu, meu Deus, amor do meu coração? Ai de mim, ai de mim, como sou diferente de Ti. Sou como uma gotinha ínfima da tua bondade, e Tu és o oceano, cheio de toda a doçura.
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7. Ó amor, amor, abre sobre mim, pequena que sou, as entranhas da tua bondade; faz jorrar sobre mim todas as cataratas da tua benigníssima paternidade; faz jorrar sobre mim todas as fontes do grande abismo da tua infinita misericórdia.
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8. Que o abismo da tua caridade me envolva. Que eu seja mergulhada no abismo e no oceano da tua bondade misericordiosa. Que eu desapareça no dilúvio do teu amor vivo, como a gota de água do mar desaparece nas profundezas da sua imensidão.
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9. Que eu morra, que eu morra na torrente da tua imensa piedade, como a centelha do fogo na corrente impetuosa do rio.
Que o orvalho do teu amor me envolva. Que o cálice do teu amor me leve a vida.
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10. Que o desígnio secreto do teu amor sapientíssimo realize e complete em mim uma morte gloriosa de amor, do amor que dá a vida. Aí, perderei a minha vida em Ti, aí, onde Tu vives para sempre, ó meu amor, Deus da minha vida. Amém."
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Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercício IV, SC 127)
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Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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