Homilia do 6°Dom do tempo comum (Lc 6,17.20-26)(13/02/22)
Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra as duas faces da condição humana e suas variantes; por um lado, vemos a busca incessante por satisfações meramente carnais esquecendo que se tem uma alma eterna a ser salva ou a perder-se para sempre. Por outro lado, somos chamados por Deus à vivermos em comunhão de amor com Ele e entre nós, por uma vida digna da sua presença.
Na primeira leitura o Profeta Jeremias nos mostra essas duas faces da condição humana: "Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor." Por outro lado: "Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca de umidade; por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos”.
Com efeito, pelo que estamos vendo na face da terra, uma imensidão incalculável de pessoas estão menosprezando a comunhão com Deus; para priorizar a busca frenética de todo tipo de apego, tais como: ao poder temporal, aos bens materiais, aos prazeres carnais e tudo o que os afasta das virtudes eternas e da presença do Senhor. Por esse motivo, são tantas as deformações da "da imagem e semelhança de Deus" que somos, que já não existe mais espaço nos corações dos homens para a piedade e a prática da fé.
No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina as bem-aventuranças pelas quais, nosso Pai celestial, nos enche de esperança e da certeza de que seremos por Ele recompensados pela nossa perseverança na observância da Sua Palavra que nos leva à uma vida íntegra e santa. Mas, também Ele nos mostra o grande lamento por aqueles que escolheram viver o contrário das bem-aventuranças, tornando-se para eles motivo de queda nos pecado mortais e na perda da felicidade eterna.
Portanto, caríssimos, tudo neste mundo é fugaz e passageiro, pois, somente em Deus a nossa alma tem repouso, porque é Dele que nos vem a salvação. Rezemos, então, com o Salmista esta bela oração: "Mas estarei sempre convosco, porque vós me tomastes pela mão. Vossos desígnios me conduzirão, e, por fim, na glória me acolhereis. Afora vós, o que há para mim no céu? Se vos possuo, nada mais me atrai na terra. Meu coração e minha carne podem já desfalecer, a rocha de meu coração e minha herança eterna é Deus. (Sl 72,23-26).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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