Homilia do 8°Dom Tempo Comum (Lc 6,39-45)(27/02/22)
Caríssimos, a vida que vivemos é uma expressão do nosso devir, ou seja, do nosso vir a ser eterno, por isso, todas as nossas ações são julgadas desde o momento que as praticamos; no entanto, estamos no tempo da misericórdia divina, em que podemos nos arrepender dos pecados cometidos e sermos perdoados para não voltar a comete-los, caso contrário, nos condenamos a nós mesmos.
Com efeito, dado esse enunciado, entendemos que todos somos réus e não juízos uns dos outros, como nos ensinou são Tiago: "Meus irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de seu irmão, ou o julga, fala mal da lei e julga a lei. E se julgas a lei, já não és observador da lei, mas seu juiz. Não há mais que um legislador e um juiz: aquele que pode salvar e perder. Mas quem és tu, que julgas o teu próximo?" (Tg 4,11-12).
Com efeito, a Palavra de Deus é a Sua voz escrita e a sua garantia de que ela se cumpre na íntegra assim que a pomos em prática, de modo que, experimentamos os frutos dos seus benefícios em nossas almas. Todavia, se por um lado Ela é incentivo e fonte inesgotável de todas as graças que necessitamos; por outro, ela é o parâmetro com o qual o justo juiz nos julgará quando da nossa partida deste mundo.
No Evangelho de hoje, disse o Senhor Jesus: "Por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão." Ou seja, "tirar a trave do olho", significa reconhcer os próprios pecados e corrigir-los, para depois fazer uma coerente correção fraterna que consiste em ajudar o próximo a liberta-se dos pecados que cometera.
Portanto, caríssimos, quem julga o próximo sem misericórdia, será julgado do mesmo modo; quem condena será condenado; quem perdoa será perdoado. De fato, toda vez que julgamos alguém, trazemos para dentro de nós os pecados julgados e a imagem negativa de quem julgamos, e isso, ocupa o espaço de Deus em nossas almas; ora, e onde não existe espaço para Deus, se faz presente toda espécie de mal.
Destarte, a maior fonte de alegria e paz é o perdão, porque quando perdoamos, é Deus quem perdoa por meio de nós, uma vez que o perdão é um dom de libertação para nós e para aqueles a quem perdoamos; por isso, nunca traga para dentro de si a imagem negativa de quem quer que seja, pois, de uma mesma fonte não pode sair água pura e água podre, isto é, o bem e o mal.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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