PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,19-31)(09/03/23)
Caríssimos, vivemos num mundo marcado pela tragédia do pecado humano, um mundo repleto de contradições em que o apego aos bens transitórios tem sido uma pedra de tropeço para a perdição de muitas almas que enganadas pela cobiça cometem as maiores injustiças contra os seus semelhantes. Quanta fome, quanta miséria, quanta dor e sofrimento causam aqueles que são ricos para si mesmos, mas não para Deus.
Com efeito, tudo pertence somente a Deus que é eterno e por sua benevolência a todos os seus filhos e filhas; no entanto, muitos não enxergam essa verdade e por isso usam de todos os meios nefastos para se apossarem do que não lhes pertencem pensando que estão tirando alguma vantagem disso. A estes sentenciou o Profeta Amós: "Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito." (Am 6,7).
No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a Parábola do pobre Lázaro e do rico epulão que se banqueatva com suas iguarias, mas não levava em conta a fome e a miséria do feridento Lázaro. Porém, ao chegar o dia do julgamento eterno, morreu primeiro o pobre e feridento Lázaro que nada possuía além do próprio nome que significa: "Deus vem em meu socorro". "E os anjos o levaram para junto de Abraão".
Morreu também o rico epulento e logo seu viu nos tormentos do inferno repleto das chamas da cobiça e do prazer hedonista que cultivava com a sua opulência, esquecendo-se do faminto Lázaro que passava despercebido aos seus olhos. E quando se deu conta do mal que havia praticado por seu viver nefasto, recorreu a Abraão pedindo que o pobre Lázaro o socorresse em sua sede, justo ele que não o socorreu quando devia.
Portanto, caríssimos, como estamos nos preparando para o nosso devir eterno? Quem realmente estamos sendo, o pobre Lázaro necessitado ou o rico epulento repleto de bens transitórios e dos prazeres fugazes advindo deles? Essa é uma resposta que todos precisamos dar; aqui não se trata de se fazer de vítima, mas sim, de não vitimar a nós mesmos nem àqueles que encontramos na via da eternidade que estamos trilhando.
Destarte, "às vezes, os fatos da vida parecem contra Deus, contra sua bondade, contra sua justiça. Mas o mundo não acabou, a história ainda não findou: é preciso esperar, dar tempo a Deus! Essa parábola nos lembra que o cristão vive o hoje olhando para o último dia, em que a justiça de Deus prevalecerá para todos, será misericórdia para aqueles que escolheram a misericórdia, e condenação para aqueles que recusaram a misericórdia." (Cardeal Ângelo Comastri).
Amados irmãos e amadas irmãs, meditemos com o salmista esta antífona de entrada que se encontra no Salmo 138: "Provai-me, ó Deus, e conhecei meus pensamentos: vede se ando pela vereda do mal e conduzi-me no caminho da eternidade." (Sl 138,23s).
Oremos: "Ó Deus, que amais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos e filhas, para que, renovados, pelo vosso Espírito, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."
Amém! Assim seja!
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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