PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 4,43-54)(20/03/23)
Caríssimos, a esperança é um gozo antecipado da plenitude eterna que nos espera; digamos que ela é uma visão que o Senhor nos dá de nosso viver eterno na sua presença. Desse modo, compreendemos que ela é uma graça especial que reforça a nossa fé, para permanecermos firmes até o fim em nosso propósito de santidade, pois ela é como que nosso passaporte para entrarmos na sua glória, no Reino dos Céus.
Na primeira leitura de hoje o Profeta Isaías alimenta as nossas almas com a esperança que o Senhor nos proporciona ao prometer-nos novos céus e uma nova terra; em outras palavras isso quer dizer: "Eis que eu renovo todas as coisas." (Ap 21,5a). De fato, este mundo está passando por um processo de renovação, e por isso, todos precisam se converter, isto é, deixar a via do pecado para retornar ao estado de graça, à comunhão com o Senhor; caso contrário, nada de bom se pode esperar, visto que o pecado é a raiz de todos os males que se abatem sobre a humanidade.
Com efeito, perder a esperança, é perder com ela o sentido da vida, é não crescer na fé, é se desligar do Senhor para viver sem rumo certo no deserto deste mundo tenebroso. No Evangelho de hoje um funcionário real procurou Jesus com a esperança da cura de seu filho, o Senhor o advertiu: “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais”. Porém, lhe disse: “Podes ir, teu filho está vivo”. Ele acreditou no Senhor e recebeu a graça que tanto desejava, e ainda a conversão de toda a sua família.
Portanto, caríssimos, como vimos nesse episódio que acabamos de meditar, o dom da fé se faz presente em todos os seres humanos, pois todos somos obras das mãos de Deus, e Jesus confirma isso, dizendo: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23b). Desse modo, a fé e a esperança que Dele recebemos nos faz seguros de suas promessas, de forma que por elas, Ele nos conduz à plenitude da vida eterna.
Destarte, como meditamos na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). E depois de uma série de testemunhos bíblicos de fé o hagiógrafo conclui: "Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado.
Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado." (Hb 12,1-4).
Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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